sábado, 28 de fevereiro de 2009

SUS vai usar mais plantas medicinais e fitoterápicos

governo federal vai ampliar a oferta de plantas medicinais e fitoterápicos na rede pública. Em dois anos, o número de prefeituras que disponibilizam os produtos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) subiu de 116 para 350, chegando a 6,3% dos municípios em 2008. A ideia agora é ampliar o número de cidades e a variedade de substâncias disponíveis.

Em dezembro de 2008, foi aprovado o programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos, coordenado pelo Ministério da Saúde. Ele prevê a destinação de verbas para o setor e a ampliação da lista de produtos que poderão ser pagos com recursos federais.

O governo estima que ao menos 200 plantas medicinais nativas tenham potencial de uso no SUS, mas só dois fitoterápicos, feitos a partir do guaco e da espinheira-santa, estão na lista de medicamentos comprados com a verba do ministério.

Experiências locais

Em cidades como Cuiabá (MT), que tem um programa municipal, ao menos 20 plantas já são utilizadas, como a babosa, a erva-cidreira e o alho. Elas não podem, porém, ser adquiridas com a verba repassada pela União, já que não constam da lista de referência do ministério. Com a iniciativa federal, gestores do SUS esperam contar com mais medicamentos a partir deste ano.

Segundo Isanete Bieski, supervisora do Programa Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterapia, da Secretaria da Saúde de Cuiabá, a redução dos gastos pode chegar a 80% em relação à compra de medicamentos convencionais. Na cidade, moradores recebem medicamentos e são orientados a adaptar, em casa, hortas com plantas medicinais.

"Com a aprovação do programa, haverá mais incentivos à implantação ou adequação de farmácias públicas de manipulação de fitoterápicos para atender às realidades regionais. Esses programas vão receber verbas de fomento federais."

O governo também estuda desonerar a produção das plantas e destinar mais verbas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia para o setor. A ideia é que a produção seja feita principalmente na agricultura familiar. Embora a lista de fitoterápicos aumente, não está previsto um incremento do orçamento para a compra de medicamentos pelos municípios, de R$ 7,10 por habitante, em verbas federais, estaduais e municipais, a cada ano.

Segurança

O Ministério da Saúde garante a segurança das plantas medicinais e fitoterápicos que serão distribuídos. "O fitoterápico é eficaz, embora tenha riscos como qualquer outro [medicamento], e tem que seguir as regras que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] exige", diz José Miguel do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica da pasta.

Roberto D'Ávila, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, diz não se opor ao uso de fitoterápicos, desde que a segurança e eficácia tenham sido comprovadas.

É a mesma opinião de Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fiocruz. Ela ressalta que os medicamentos à base de plantas também têm efeitos colaterais, por isso é preciso ficar atento à bula. "É muito presente na população essa ideia de que, porque é natural, não faz mal", afirma.

(Fonte: Folha de São Paulo, 2009)

Contato com limão seguido de exposição ao sol pode levar a queimaduras de segundo grau

A combinação de frutas cítricas e sol pode ter resultados desagradáveis, que vão de manchas na pele a queimaduras de segundo grau. No verão, são mais frequentes os casos de fitofotodermatose --termo médico para a inflamação da pele provocada pela reação de compostos chamados furocumarínicos à radiação solar.

Presente nas cascas de cítricos como limão e laranja, em frutos não maduros como morangos e figos, e em outros vegetais, essa substância, na presença de sol, gera uma irritação que se manifesta pelo aumento de pigmentação no local de contato, causando manchas.

SXC

Após o contato do limão com a pele sob o sol, a reação é desencadeada depois de uma média de 30 minutos de exposição
A lesão ocorre quando há contato com a polpa e com a casca de frutas cítricas --onde está a maior concentração dos compostos que causam a reação-- seguida de exposição ao sol, sem antes lavar bem as mãos.

Segundo Jayme de Oliveira Filho, dermatologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a maioria das lesões é causada por frutos cítricos, principalmente o limão.

Também há lesões graves provocadas por contato com o figo verde e suas folhas --usadas em receitas caseiras de bronzeadores, elas contêm alta concentração de furocumarínicos.

Oliveira Filho explica que a lesão nem sempre resulta em queimadura grave, mas gera uma mancha. "A maioria das pessoas não nota na hora. Normalmente, depois de 24 horas [após a exposição]."

A intensidade da lesão pode variar conforme a quantidade de substância com que se teve contato, com o tempo de exposição ao sol e com a suscetibilidade da pele.

"Essa não é uma reação alérgica. Cem por cento das pessoas que tiverem contato com a substância e se expuserem ao sol terão reação de fotoxicidade. Algumas evoluem para queimadura de segundo grau", diz Flávia Addor, membro do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Remédio e prevenção

A reação é desencadeada após uma média de 30 minutos de exposição ao sol. Na maioria dos casos, constata-se uma mancha vermelha um dia após o contato, que pode ser acompanhada ou não por sensação de ardor ou coceira, e podem surgir bolhas no segundo dia.

Horas ou dias depois, a área fica ainda mais vermelha, as cascas das bolhas secam e começam a se soltar. No geral, as cicatrizes não são permanentes.

É recomendável procurar um médico após o acidente, mas é melhor prevenir a lesão, evitando manusear frutas cítricas sob o sol. Se o fizer, utilize um espremedor ou luvas.

Após contato com os vegetais citados, deve-se lavar bem as mãos, com água e sabonete. Se precisar sair ao ar livre durante o dia --o ideal é não fazê-lo durante ao menos cinco horas após manusear as frutas, de acordo com Oliveira-- use bloqueador solar. Também é importante não tocar outras partes do corpo antes de se lavar. (Fonte: Folha de São Paulo, 13/02/2009)

Hortelã estimula aparelho digestivo e tem propriedades anestésicas

Famosa por enfeitar pratos e dar um sabor extra à comida, a hortelã tem mais um motivo para estar sempre na geladeira de casa: possui propriedades terapêuticas que dão à erva status de planta medicinal.

"A hortelã estimula o aparelho digestivo e tem também propriedades anestésicas", afirma Dan Linetzky Waitzberg, médico nutrólogo do Hospital Santa Catarina. Segundo ele, para obter uma infusão com efeito antiespasmódico, basta ferver 3 g de hortelã em 100 ml por não mais de cinco minutos. "O chá combate dores de barriga e prisão de ventre."

A hortelã também pode servir para emplastros anestesiantes por conta do mentol, substância presente na erva que dá a sensação de refrescância. "Folhas amassadas da erva podem ser colocadas em cima de picadas de inseto, por exemplo", diz.

Além disso, a hortelã é rica em vitaminas C e A, cálcio e ferro. "A vitamina C é um antioxidante poderoso e ajuda a sintetizar o colágeno. A vitamina A faz bem para a pele, os cabelos e os ossos. O cálcio atua na formação de ossos e dentes, e o ferro faz bem para o sangue", observa Silvia Barreto Nogueira, professora de nutrição do Senac-SP.

No entanto, não adianta achar que o consumo de hortelã vai suprir as necessidades desses nutrientes. "A erva pode ser usada apenas como complemento nutricional, pois uma quantidade muito pequena dela é usada no preparo dos alimentos", pontua Silvia.

Mesmo não sendo considerada fonte de nutrientes, a hortelã pode e deve ser usada na cozinha à vontade. "O sabor e o aroma marcantes dão muita personalidade aos pratos. Assim, esse lado gastronômico da erva deve ser explorado. A hortelã pode ser usada em molhos, saladas e sucos e como tempero de carnes", diz Silvia.
(FONTE: Folha de São Paulo, 18/06/2008)

Doença de boto revela poluição do mar

Quando começou a monitorar a população de botos marinhos de Paranaguá, norte do Paraná, em 2006, o biólogo Marcos de Oliveira Santos ficou intrigado: as fotografias que fazia para identificar os animais vira e mexe revelavam extensas feridas na pele. Em uma década fotografando esses golfinhos tímidos no estuário de Cananeia, sul de São Paulo, a apenas 60 km dali, Santos nunca havia visto nada parecido.

A partir de 2007, o pesquisador levou suas imagens para a veterinária holandesa Marie-Françoise Van Bressem, do Centro de Pesquisa de Cetáceos do Peru. Ela matou a charada: as lesões observadas por Santos eram um tipo de micose, provavelmente causado por poluição da água.


Os candidatos não podiam ser mais óbvios: primeiro, os botos de Paranaguá vivem na vizinhança do segundo maior porto do Brasil, que gera não só contaminação por óleo e outros materiais como também por água de lastro de navios, que pode trazer micróbios de longe.

Mas outro fator pode estar por trás da doença dos botos: a instalação de uma fazenda de camarão em Paranaguá em 2006.

A carcinicultura tem pipocado por diversas partes do litoral brasileiro, frequentemente em áreas habitadas por mamíferos marinhos. Se ela realmente estiver ligada à epidemia, isso é uma má notícia para botos e golfinhos de toda a costa, incluindo a paulista.

"No Lagamar [região de estuário de 507 quilômetros quadrados entre São Paulo e Paraná] fecha uma e abre outra", disse Santos à Folha, sobre as fazendas de camarão. "O Ibama diz que não há, mas a gente sabe que não tem fiscalização, não tem gente, não tem barco, não tem carro."

Ainda não se sabe a real extensão da epidemia, nem sua gravidade. Santos detectou lesões na pele de 17% dos botos (Sotalia guianensis) fotoidentificados em Paranaguá. A julgar pelo tamanho das feridas --algumas com até 25 centímetros de extensão, no dorso dos animais--, o agente causador da infecção, provavelmente um fungo, deveria estar circulando na população por meses.

"A gente não tem ideia do grau de contaminação e do estado de saúde dos bichos de lá", afirma o pesquisador da Unesp, hoje na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Van Bressem tem "colecionado" casos de doenças de pele entre cetáceos em toda a América do Sul, e seus estudos indicam que as micoses podem acelerar outros fatores que matam os animais.

Estudos anteriores da pesquisadora holandesa também sugerem a relação entre o surgimento de micoses entre golfinhos e poluição. Em pelo menos um caso, em Guayaquil, Equador, a presença de fazendas de camarão era a fonte de poluentes responsável.

"Sabe-se que a aquacultura, especialmente as criações de salmão e camarões, usa pesadamente antibióticos profiláticos que podem alterar a fauna normal da pele e criar um ambiente adequado para a invasão dos fungos", escrevem Van Bressem, Santos e colegas em um artigo descrevendo a epidemia em Paranaguá, recém-publicado no periódico "Marine Environmental Research".

A ausência de portos e de carcinicultura (por enquanto) no estuário de Cananeia, uma área protegida, explicaria a virtual ausência de doenças de pele entre os botos dali.

Bioindicador

O trabalho de Van Bressem, Santos e outros cientistas tem mostrado que os pequenos cetáceos, como os golfinhos e os botos, são indicadores eficazes da qualidade da água. E, como são predadores que ocupam o topo da cadeia alimentar, podem dar pistas sobre a saúde de todo o ecossistema.

O próprio Santos já mostrou o potencial de bioindicador dos botos de Cananeia, população que ele acompanha desde 1996. Em 2003, ele e colegas publicaram no periódico "The Science of Total Environment" resultados de biópsia mostrando que os animais estavam acumulando pequenas quantidades de DDT em sua camada de gordura. O DDT é um veneno da classe dos organoclorados, banido no Brasil nos anos 1980.

Sua aparição entre os botos de Cananeia sugere que fazendeiros do Vale do Ribeira continuam usando a substância.

O pesquisador paulista se diz preocupado com a possibilidade de a epidemia em Paranaguá se alastrar por Cananeia. "Assusta um pouco, porque não sabemos o quanto essas populações estão em contato." Até agora, somente um indivíduo de Cananeia foi visto em Paranaguá, mas a comunicação no estuário do Lagamar é grande e pode haver constante fluxo genético entre as populações. "É o que queremos descobrir."

Este é só mais um mistério da vida dos botos marinhos. Arredios e sem o carisma do golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), esses animais ainda são virtualmente desconhecidos pelos cientistas. Até 1993, não havia nenhum trabalho de fotoidentificação desses animais, e somente em 2005 uma análise de DNA revelou que eles são uma espécie separada do boto tucuxi da Amazônia. O boto de rio ficou com o nome Sotalia fluviatilis, que até então era aplicado ao boto marinho.

(Fonte: CLAUDIO ANGELO, Folha de S.Paulo 25/02/2009)

Governo lista plantas que poderão virar fitoterápicos

O Ministério da Saúde divulgou uma lista com 71 plantas medicinais que poderão ser usadas como medicamentos fitoterápicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A ideia é que a relação sirva de base para uma ampliação do número de fitoterápicos que hoje são financiados com verba federal. Atualmente, só dois, feitos à base de guaco (para tosse) e espinheira-santa (para úlcera e gastrite), são bancados pela pasta. A previsão é chegar a oito até o final do ano.

Confira a relação abaixo:

Achillea millefolium
nome popular: Mil-folhas, Dipirona
uso:combate úlceras, feridas, analgesica

Allium sativum
nome popular: Alho
uso: Anti-séptico, Antiiflamatório e Anti-hipertensivo

Aloe spp (A. vera ou A. barbadensis)
nome popular: Babosa, áloes
uso: combate caspa, calvíce e é antisseptico, tira lendia de piolhos e é cicatrizante

Alpinia spp (A. zerumbet ou A. speciosa)
nome popular: Colônia
Uso: Anti-hipertensivo

Anacardium occidentale
nome popular: Caju
uso:Antisseptico e cicatrizante

Ananas comosus
Nome popular: Abacaxi
Uso: mucolítica e fluidificante das secreções e das vias aéreas superiores.

Apuleia ferrea = Caesalpinia ferrea
Nome popular: Jucá, pau-ferroverdadeiro, ibirá-obi
Uso: Infecção catarral, garganta, gota, cicatrizante
Localização: Centro Oeste e Mato Grosso

Arrabidaea chica
nome popular: Crajirú, carajiru
uso: Afeções da pele em geral (impigens), feridas, Antimicrobiano
Centro Oeste

Artemisia absinthium
Nome popular: Artemísia
Uso: Estômago, fígado, rins, verme (lombriga e oxíuru, giárdia e ameba)

Baccharis trimera
nome popular: Carqueja, carquejaamargosa
Uso: combate feridas e estomáquico

Bauhinia spp (B. affinis, B. forficata ou variegata)
Nome popular: Pata de vaca

Bidens pilosa
nome popular: Picão
uso: combate úlceras

Calendula officinalis
Nome popular: Bonina, calêndula, flor-de-todos-osmales, malmequer
Uso: feridas, úlceras, micoses

Carapa guianensis
nome popular: Andiroba, angiroba, nandiroba
uso: combate úlceras, dermatoses e feridas

Casearia sylvestris
nome popular: Guaçatonga, apiáacanoçu,bugre branco, café-bravo
uso: combate úlceras, feridas, aftas, feridas na boca

Chamomilla recutita = Matricaria chamomilla = Matricaria recutita
nome popular: Camomila
uso: combate dermatites, feridas banais

Chenopodium ambrosioides
nome popular: Mastruz, erva-de-santa- maria, ambrosia, erva-debicho, mastruço, menstrus
uso: Corrimento vaginal, antisseptico local

Copaifera spp
Nome popular: Copaíba
Uso: antiinflamação

Cordia spp (C. curassavica ou C. verbenacea)
Nome popular: Erva baleeira
Uso: Antiiflamatoria

Costus spp (C. scaber ou C. spicatus)
nome popular: Cana-do-brejo
uso: combate leucorréia e infição renal

Croton
spp (C. cajucara ou C. zehntneri)
nome popular: Alcanforeira, herva-mular, péde-perdiz
Uso:combate feridas, úlceras

Curcuma longa
nome popular: Açafrão

Cynara scolymus
nome popular: Alcachofra
uso: combate ácido úrico

Dalbergia subcymosa
nome popular: Verônica
uso: Auxiliar no tratamento de inflamações uterinas e da.anemia

Eleutherine plicata
nome popular: Marupa, palmeirinha
uso: Hemorróida, vermífugo

Equisetum arvense
nome popular: cavalinha
uso: diurético

Erythrina mulungu
nome popular: Mulungu
uso: Sistema nervoso em geral

Eucalyptus globulus
nome popular: eucalipto
uso: combate leucorréia

Eugenia uniflora ou Myrtus brasiliana
nome popular: Pitanga
uso: Diarréia

Foeniculum vulgare
nome popular: Funcho
uso: anti-séptico

Glycine max
Nome popular: Soja
Uso: sintomas da menopausa, oesteoporose

Harpagophytum procumbens
Nome popular: garra-do-diabo
Uso: Artrite reumantoide

Jatropha gossypiifolia
nome popular: Peão-roxo, jalopão, batata-de-téu
uso: antisseptico, feridas

Justicia pectoralis
Nome popular: anador
Uso: cortes, afecções nervosas, catarro bronquial

Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum
nome popular: Folha-da-fortuna
uso: furúnculos

Lamium album
nome popular: Urtiga-branca
uso: leucorréia

Lippia sidoides
Nome popular: estrepa cavalo, alecrim, alecrim-pimenta

Malva sylvestris
Nome popular: malva, malva-alta, malva-silvestre
Uso: furúnculos

Maytenus
spp (M. aquifolium ou M. ilicifolia)
Nome popular: concorosa, combra-de-touro, espinheira-santa, concerosa
Uso: antiséptica em feridas e úlceras

Mentha pulegium
Nome popular: poejo

Mentha spp (M. crispa, M. piperita ou M. villosa)
Nome popular: hortelã-pimenta, hortelã, menta

Mikania spp (M. glomerata ou M. laevigata)
Nome popular: Guaco
Uso: broncodilatador

Momordica charantia
Nome popular: Melão de São Caetano

Morus sp
Nome popular: amora

Ocimum gratissimum
Nome popular: alfavacão, alfavaca-cravo

Orbignya speciosa
Nome popular: babaçu

Passiflora spp (P. alata, P. edulis ou P. incarnata)
Nome popular: maracujá
Uso: calmante

Persea spp (P. gratissima ou P. americana)
Nome popular: abacate
Uso: ácido úrico, prevenir queda de cabelo, anti-caspa

Petroselinum sativum
Nome popular: falsa

Phyllanthus spp (P. amarus, P.niruri, P. tenellus e P. urinaria)
Nome popular: erva-pombinha, quebra-pedra

Plantago major
Nome popular: tanchagem, tanchás
Uso: feridas

Plectranthus barbatus = Coleus barbatus
Nome popular: Boldo

Polygonum spp (P. acre ou P. hydropiperoides)
Nome popular: erva-de-bicho
Uso: corrimentos

Portulaca pilosa
Nome popular: amor-crescido
Uso: feridas, úlceras

Psidium guajava
Nome popular: goiaba
Uso: leucorréia, aftas, úlcera, irritação vaginal

Punica granatum
Nome popular: romeira
Uso: leucorréia

Rhamnus purshiana
Nome popular: cáscara sagrada

Ruta graveolens
Nome popular: arruda

Salix alba
Nome popular: salgueiro branco

Schinus terebinthifolius = Schinus aroeira
Nome popular: araguaíba, aroeira, aroeira-do-rio-grande-do-sul
Uso: feridas e úlceras

Solanum paniculatum
Nome popular: jurubeba

Solidago microglossa
Nome popular: arnica
Uso: contusões

Stryphnodendron adstringens = Stryphnodendron barbatimam
Nome popular: Barbatimão, abaremotemo, casca-da-virgindade
Uso: Leucorréia, feridas, úlceras, corrimento vaginal

Syzygium
spp (S. jambolanum ou S. cumini)
Nome popular: jambolão

Tabebuia avellanedeae
Nome popular: ipê-roxo

Tagetes minuta
Nome popular: cravo-de-defunto

Trifolium pratense
Nome popular: trevo vermelho

Uncaria tomentosa
Nome popular: unha-de-gato
Uso: imunoestimulante, antiinflamatório

Vernonia condensata
Nome popular: boldo da Bahia

Vernonia spp (V. ruficoma ou V. polyanthes)
Nome popular: assa-peixe

Zingiber officinale
Nome popular: gengibre
Uso: tosse

Observações: a aplicação medicinal depende da parte da planta utilizada (caule, semente, fruto etc). Fontes: Ministério da Saúde (para os nomes científicos), estudos e Secretaria Municipal de Cuiabá (para nomes populares e usos possíveis)

(Fonte: Folha de S.Paulo, 14/02/2009)

Grupo acha pegada humana mais antiga

Um grupo de paleontólogos apresentou ontem imagens do registro mais antigo da caminhada de um primata do gênero Homo, o mesmo dos humanos. Cinco conjuntos de pegadas achadas às margens do lago Turkana, em Ileret (Quênia), possuem 1,5 milhão de anos.

Um estudo das marcas feitas em areia e argila solidificadas, apresentado pelos cientistas na edição de hoje da revista científica "Science", indica que provavelmente as pegadas foram deixadas por alguém da espécie Homo erectus. Mas é também possível que quem tenha pisado ali fosse o Homo ergaster, ainda mais primitivo, afirmam os autores do estudo, liderados por Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth.


"A comparação visual [dessa pegada] com os pés de outros primatas vivos ressalta óbvias diferenças", escrevem Robin Crompton e Todd Pataky, ambos da Universidade de Liverpool, em artigo de comentário feito para a própria "Science".

Segundo eles, as pegadas de Ileret servem para ajudar a explicar como o pé humano se tornou uma ferramenta de sobrevivência fundamental para o gênero Homo. Sua anatomia favorecia a vida sobre o chão --e não sobre as árvores-- o que reafirma um sinal distinto de adaptação evolutiva.

Mesmo com a última descoberta, porém, muitas lacunas evolutivas continuam a existir.

Enquanto hominídeos têm dedos curtos, por exemplo, e o dedão é alinhado com os demais, isso não é visto nos pés dos macacos. O mesmo vale para a marca que os pés humanos arqueados deixam sobre uma superfície mole, onde dedos e calcanhar afundam mais.

Toda a anatomia dos pés humanos, dizem os cientistas, é preparada para receber impactos sob os calcanhares e fazer leves impulsões com a parte da frente do pé --algo que qualquer atleta de fim de semana é capaz de perceber na prática.

Com base nas marcas encontradas em Ileret, os cientistas conseguiram reconstruir os pés que fizeram as pegadas e também fazer várias medidas com relação às marcas.

Sapato 39

A descoberta anunciada ontem é o primeiro grande marco nesse tipo de evidência paleontológica desde a apresentação de um conjunto de pegadas em Laetoli, na Tanzânia, há três décadas. Aquelas marcas, porém, com 3,6 milhões de anos, são provavelmente de membros da espécie Australopithecus afarensis, um primata que ainda não possuía muitas das características que afastaram os humanos dos macacos.

Apesar de já indicarem bipedalismo, as marcas de Laetoli apresentavam um arco estreito, e o dedão da espécie ainda não estava alinhado. Já as marcas do gênero Homo em Ileret --que mediam o equivalente a um pé de numeração 39-- se encaixam em dados anatômicos mais modernos.

Segundo Bennett e seus coautores, o surgimento de hominídeos com pernas mais longas foi uma importante alteração evolutiva. Os hominídeos de Ileret tinham cerca de 1,75 metro de altura, mais do que os australopitecos. A passos largos, passaram a gastar menos energia para transportar alimentos por grandes planícies.

Com uma maior gama de ambientes que eram capazes de ocupar e com mais adaptações anatômicas, os hominídeos começaram a crescer em tamanho. Em paralelo, sua dieta também melhorou, escrevem os cientistas. Teria sido nesse contexto, portanto, que mudanças biológicas e culturais começariam a moldar aqueles que viriam a dar origem aos homens modernos. (FOnte: Folha On-line, 27/02/2009)