sábado, 2 de janeiro de 2010

BIologia dos Corais



Os recifes de coral são formados predominantemente por corais rochosos e sustentados pelo esqueleto de calcário que excretam. Essas florestas tropicais oceânicas são a casa de um quarto das espécies de peixes marinhos [fonte: Nature Conservancy]. Além da variedade de vida marinha que sustentam, os recifes de coral são imensamente benéficos ao homem, protegendo as regiões costeiras de fortes ondas e tempestades, oferecendo comida e trabalho a milhões de pessoas e estimulando avanços na medicina moderna.

­ Como essas incríveis estruturas são criadas? Como um único coral, com apenas 3 milímetros de comprimento se torna um recife que pode se estender por quilômetros e pesar centenas de toneladas? Nesse artigo, você aprenderá como os recifes de coral se formam, que tipo de vida eles abrigam e por que os cientistas dizem que podem desaparecer no próximo século.

Se você já viu corais ramificados abrindo seus ramos como se fossem galhos de árvores, saberá por que cientistas achavam que os corais eram plantas. Mas essas criaturas minúsculas e frágeis são carnívoras, apesar de serem sésseis, ou presas a um ponto. Como seus parentes, a água-viva e a anêmona do mar no filo Cnidaria, cada coral individual, ou pólipo, possui células pontudas e cortantes chamadas de nematocistos que podem ser estendidos e usados para capturar presas - como zooplânctons ou peixes pequenos.

Embora os antigos cientistas tenham errado, é fácil entender o porquê. O coral quase podia ser considerado meia planta devido às algas zooxantelas que vivem dentro das paredes celulares de cada pólipo. O pólipo recebe das zooxantelas os subprodutos da fotossíntese e os transforma em proteínas, gorduras e carboidratos. Na verdade, o pólipo abriga as zooxantelas e fornece o carbono, os nitratos e os fosfatos que as algas precisam para a fotossíntese. Até 90% da energia produzida pela fotossíntese das zooxantelas são transferidos para o coral hospedeiro [fonte: NOAA (em inglês)]. Essa estrutura mutuamente vantajosa é chamada de simbiose.
Os pólipos de coral também utilizam a energia fornecida por suas algas simbióticas para produzir carbonato de cálcio, ou calcário. Eles secretam o calcário de sua base, criando um esqueleto protetor e uma cavidade chamada de taça. Os pólipos se escondem dentro da taça quando os predadores saem à sua procura.
Os pólipos raramente existem sozinhos. Geralmente, unem-se a outros pólipos para formar uma colônia maior que age como um único organismo. Embora os minúsculos pólipos individuais cresçam em média de 1 a 3 mm, as colônias podem pesar toneladas. Mesmo um único coral ramificado compreende milhares de pólipos individuais. Essas colônias podem se juntar, durante centenas ou milhares de anos, para formar um recife.


Os recifes crescem de duas maneiras. Uma é para complementar periodicamente sua base de calcário. Eles simplesmente secretam mais carbonato de cálcio embaixo e ao redor de sua taça, criando a estrutura do recife e fazendo-o crescer. Eles também crescem se reproduzindo. Os corais podem se reproduzir de forma assexuada, dividindo-se e produzindo clones idênticos, ou sexuada, através de óvulos ou espermatozóides.


De qualquer maneira, novos pólipos de coral se estabelecem no fundo do oceano até encontrarem uma base firme para se alojar, associando-se a uma colônia de corais pré-existente ou começando uma nova. Além de estarem presos pelas bases, os pólipos de coral se unem uns aos outros lateralmente por um tecido fino chamado de cenossarco. Os cenossarcos e os pólipos formam a parte viva visível do recife, enquanto a base de calcário forma a parte sem vida.
Além da luz do sol e da água quente, que não seja abaixo de 18ºC, os recifes precisam de ambientes de água salgada com uma salinidade específica. Conforme indicação do mapa, a maioria dos recifes está localizada nos oceanos Pacífico e Índico, que atendem a essas condições.


Finalmente, os recifes crescem melhor em águas claras e que tenham poucos nutrientes. O excesso de material suspenso flutuando na água impede a passagem da luz do sol necessária para a fotossíntese das algas. Os recifes podem crescer até 10 cm por ano nas seguintes condições:

•luz em abundância
•água clara
•temperaturas entre 23 e 29ºC
Em dias ensolarados, o coral pode formar carbonato de cálcio duas vezes mais rápido do que em dias nublados. Mesmo crescendo 10 cm por ano, um recife bem desenvolvido pode levar milhares de anos para se formar [fonte: NOAA].


Apesar de os corais formarem a infra-estrutura dos recifes, estes não possuem uma única espécie e reúnem uma variedade de plantas e de animais. A areia de coral é o principal componente. Criada pela força erosiva das ondas e correntezas contra o calcário e as conchas de animais, bem como pela trituração dos dentes de certos peixes, a areia de coral fica presa nas aberturas ao longo do recife. As algas coralinas incrustadas agem como cola, depositando uma camada dura de carbonato de cálcio sólido sobre a areia mantendo-a presa no lugar. Juntas, as algas incrustadas e a areia de coral corrigem áreas danificadas do recife e ajudam a estabilizá-lo, especialmente em regiões atingidas com freqüência pelas ondas.

Embora os recifes tenham necessidades e componentes básicos semelhantes, você pode separá-los em três categorias, dependendo do lugar onde se formam. Os recifes de franja são os mais comuns. Originam-se diretamente da costa e se desenvolvem nas margens externas da terra, formando uma borda que se projeta para fora do oceano. Os recifes de barreira são semelhantes aos recifes de franja porque também cercam a terra firme, mas formam uma borda ao longe, com um trecho de água entre eles e a costa. Os atóis são circulares ou ovais e se formam ao redor de uma lagoa. Eles surgem quando um recife de franja se forma ao redor de um vulcão que, depois, recua embaixo da superfície do oceano enquanto o recife continua crescendo.
(Fonte: Como tudo funciona, 02/02/2010)

Coral predador devora água-viva em Israel







Um coral foi fotografado pela primeira vez por cientistas devorando uma água-viva em Israel.

As fotos foram feitas por Omri Bronstein, da Universidade de Tel Aviv, e Gal Dishon, da Universidade de Bar Ilan, durante um mergulho em março de 2009, quando os cientistas analisavam os recifes perto da cidade israelense de Eilat, no Mar Vermelho.

Geralmente corais se alimentam de plâncton e se beneficiam da fotossíntese de certas algas microscópicas, as zooxantelas, com quem vivem em simbiose. No entanto, as fotos revelam um coral, da espécie Fungia scruposa, sugando uma água-viva.

Os pesquisadores acreditam que a habilidade de se alimentar de várias fontes de alimento dê ao coral uma vantagem em um ambiente que está mudando.

As fotos foram publicadas na revista especializada Coral Reefs.

Correntes marítimas - As correntes marítimas e os nutrientes geraram um aumento sazonal na população de águas-vivas da espécie em questão (Aurelia aurita) na região onde foram feitas as fotos. Muitas delas cercaram o recife de corais no qual a equipe de cientistas mergulhava.

Foi nesta ocasião que eles presenciaram o evento.

"Durante a análise fomos surpreendidos com alguns corais se alimentando das águas-vivas. Não podíamos acreditar no que estávamos vendo", afirmou Ada Alamaru, integrante da equipe de pesquisa em biologia marinha do Departamento de Zoologia da Universidade de Tel Aviv.

A água-viva tem como principais predadores alguns tipos de peixe, tartarugas marinhas e pássaros marinhos.

No entanto, encontrar estas águas-vivas em estágio adulto sendo devoradas por um coral é uma descoberta singular, da qual não há registros anteriores.

"Este é o primeiro registro de um coral se alimentando de uma água-viva com tamanho quase igual ao dele", afirmou Alamaru. "Na verdade nós vimos alguns corais se alimentando (de águas-vivas), não apenas um."

Tamanho - Normalmente estes corais se alimentam de organismos microscópicos de apenas entre 0,2 mm e 0,4 mm que formam o chamado plâncton. Ao fazer isto, eles também engolem pequenas águas-vivas, embrionárias, difíceis de enxergar a olho nu.

"Isto é definitivamente diferente. Até onde sei nenhum outro coral se alimenta de águas-vivas. No entanto, há registros de algumas anêmonas, que são parentes próximas dos corais, se alimentando de outras espécies como esta", acrescentou Ada Alamaru.

Diferentemente de muitos corais que vivem em recifes, o Fungia scruposa não vive em colônias numerosas. É formado por um grande pólipo, que mede até 30 centímetros de diâmetro.

Eles não são presos ao fundo do mar, apresentam uma movimentação limitada, ao contrário dos outros corais que vivem nas rochas.

No entanto, de acordo com Alamaru, ainda é um mistério como estes corais conseguem capturar as águas-vivas.

Proteína - A habilidade do coral de se alimentar de forma oportunista quando há um aumento na população de águas-vivas fornece proteína, valiosa para o coral.

Ada Alamaru sugere que a descoberta revela não apenas uma fonte de alimento para o coral, mas também outros benefícios em potencial em um ambiente que está mudando, no qual, devido às mudanças climáticas, o aumento na população de águas-vivas ocorre cada vez mais e com mais intensidade.

"A habilidade de usar uma variedade de fontes de alimentos e de se aproveitar deste aumento de população dá aos corais cogumelos uma vantagem, se compararmos com outros corais que não conseguem se alimentar de presas tão grandes", disse a pesquisadora. (Fonte: Estadão Online, 16/11/2009)

Pinhão tem produtividade três vezes maior do que soja para fabricação de biodiesel




O pinhão manso é uma matéria-prima que pode ser usada em escala para extração de óleo destinado à fabricação de biodiesel, mas apresenta características que precisam ser melhoradas. Com uma produtividade potencial três vezes maior que a da soja, o pinhão manso necessita de modificações para que possa se adaptar às diversas regiões do país e para que deixe de ser tóxico.

A necessidade de um estudo específiico sobre a espécie foi apresentada durante o 1º Congresso de Brasileiro de Pesquisa em Pinhão Manso, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso (ABPPM). O encontro reuniu pesquisadores, técnicos, professores e estudantes na semana passada, em Brasília.

A principal meta científica é domesticar a oleaginosa para ser usada na nutrição animal. Além disso, é preciso torna-lá resistente a pragas e tornar a colheita uniforme.

Atualmente, a produção da oleaginosa no Brasil ocupa cerca de 60 mil hectares de área plantada. De acordo com o diretor-técnico da ABPPM, Luciano Piovesan, a cultura do pinhão manso não é excludente nem exclusiva. "É uma planta que inclusive recupera áreas degradadas do solo.”

O interesse em investimento em pinhão manso ocorre porque ele é rico em óleo e gordura e, portanto, tem potencial fonte de fabricação de biocombustíveis, de acordo com o especialista. O Brasil precisa alcançar a meta proposta para o chamado B5. O plano divulgado em outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê a adição de 5% do biocombustível ao diesel consumido no país, mas para isso, o Brasil precisa produzir 2,4 bilhões de biodiesel.

Hoje, a maior parte dessa demanda provém principalmente da soja, do girassol, amendoim, da mamona, do algodão, da canola e do dendê. “O programa do biodiesel do Brasil requer uma grande demanda de óleo. Isso significa que estamos tomando dessas espécies tradicionais”, explica o chefe da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães.

Segundo Durães, o Brasil , no caso da soja, por exemplo, existem 22 milhões de hectares produzindo 60 milhões de toneladas de grãos anualmente. “A operacionalidade da semente da soja é alta, pois apresenta em sua constituição 18% de óleo e isso faz com que ela gere 550 quilos por hectare”, explica Durães. Segundo ele, isso tudo foi possível graças aos anos de estudo destinados à soja e por isso a importância de pesquisar os benefícios do pinhão manso. (Fonte: Radiobrás, 16/11/2009)

Cientistas criam bactéria que brilha na presença de minas terrestres

Cerca de 87 países, atualmente, ainda estão cheios de minas terrestres remanescentes da guerra que trazem impactos devastadores. Além das milhares de pessoas que mortas todos os anos, as minas também são uma grande ameaça aos ecossistemas e à vida selvagem. Calcula-se que mais de 1,6 milhões de animais de 39 países morreram em acidentes com minas. A boa notícia é que uma solução inesperada possa estar por vir, cientistas desenvolveram um tipo especial de bactéria que brilha na presença desses explosivos.

O cientistas utilizaram uma nova técnica, que manipula diretamente o DNA das bactérias, é misturada então uma solução incolor, que se torna verde quando pulverizadas em áreas onde minas estão enterradas. O composto pode ser pulverizado também por aviões, em áreas mais restritas ou delicadas, e depois de poucas horas se torna verde, se estiver perto de algum explosivo ainda não detonado.

As minas terrestres são grandes ameças à países com rica biodiversidade. Colombia, Moçambique, Camboja e Angola, são exemplos de países que se enquadram nesse grupo e tem os maiores campos minados do planeta. Enquanto não se conclui o número certo de fatalidades que envolvam animais nesses lugares, os pesquisadores alertam que minas são devastadoras nestes tipos de ambiente.

Espera-se que essa nova solução, que é muito mais barata e prática do que todas as outras encontradas anteriormente, irá prevenir pessoas e animais de sofrer o que ninguém jamais deveria.
(Fonte: Blog Ambiente Brasil, 17/11/2009)

Diabo-da-tasmânia resistente a câncer pode salvar espécie




Um diabo-da-tasmânia chamado Cedric pode ser a chave para a sobrevivência da espécie de animal, dizem cientistas australianos.

O maior marsupial carnívoro do mundo está ameaçado de extinção por causa de um misterioso tipo de câncer na face.

Mas os pesquisadores dizem que Cedric, aparentemente, tem uma resistência natural a tumores, que são contagiosos, e que dizimaram metade da população da espécie na Tasmânia, ilha australiana da qual o animal virou um símbolo.

Cedric é o primeiro diabo-da-tasmânia a mostrar qualquer imunidade à doença, que causa desfiguramento. Os animais infectados não conseguem mais comer ou enxergar e acabam morrendo de fome.

O animal foi capturado no oeste da ilha no ano passado, juntamente com seu meio-irmão, Clinky.

Ambos receberam uma injeção com células mortas de tumores. Clinky não produziu anticorpos, mas Cedric o fez e, aparentemente, construiu defesas contra a misteriosa doença.

Alex Kriess, da equipe de pesquisa, disse que ambos tiveram depois células cancerosas injetadas no rosto. "Eles não desenvolveram o tumor até agora", afirmou. "Nós injetamos muito poucas células, por isso pode levar um tempo até que desenvolvam alguma coisa que possa ser vista."

A aparente resistência de Cedric à doença é vista como um avanço significativo. Os tumores faciais estão acabando com os animais de sua espécie na costa leste da Tasmânia, mas Cedric é de uma população geneticamente diferente que vive do outro lado da ilha.

Cientistas do Projeto para Salvar o Diabo-da-Tasmânia esperam que os marsupiais que compartilhem de suas características genéticas também possam ser imunes ao câncer ou capazes de reagir a uma vacina.

Se não houver um avanço real, os especialistas temem que a espécie possa estar extinta dentro de 20 anos. (Estadão Online, 02/04/2008)

Florestas públicas cadastradas ocupam 28% do Brasil

Um levantamento do Serviço Florestal Brasileiro revela que aumentou a área de florestas públicas no país. Há aproximadamente 239 milhões de hectares cadastrados pertencentes ao governo federal e estadual, contra 210 milhões em 2008, o que eleva de 25% para 28% o total do território sob a gestão direta do poder público.

Os dados estão reunidos no Cadastro Nacional de Florestas Públicas e mostram que o aumento das áreas ocorreu tanto nas florestas públicas destinadas, ou seja, aquelas que já têm um uso específico, por exemplo, unidades de conservação ou terras indígenas, quanto em florestas públicas que ainda não têm uma destinação.

A maior parte dos 29 milhões de hectares cadastrados em 2009, ou seja, 18,5 milhões de hectares, vêm de florestas públicas destinadas. Com o incremento, as áreas com destinação definida passam a ocupar 203,9 milhões de hectares do país e a representar 85% do total de florestas públicas cadastradas.

O aumento se deve à criação de unidades de conservação e da identificação de áreas estaduais inseridas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC).

O grande crescimento da área de florestas públicas destinadas vem da adição de informações sobre as florestas estaduais. Os estados fornecem dados para o Cadastro e, até o momento, contabilizam-se 26,4 milhões de hectares de florestas públicas estaduais cadastradas.

Florestas não destinadas - O restante das florestas públicas são de áreas não destinadas, ou seja, terras públicas com cobertura florestal em poder da União, mas sem um uso específico. As florestas nessa situação somaram 9,8 milhões de hectares ao levantamento anterior.

Em relação a 2008, a área de florestas públicas não destinadas passou de 25 milhões de hectares para aproximadamente 35 milhões de hectares. O aumento ocorreu porque o Programa Terra Legal, que vai titular terras na Amazônia ocupadas por posseiros, forneceu novos dados sobre as glebas federais arrecadadas.

Gestão - Os números sobre as florestas públicas ajudam o governo a conhecer o patrimônio florestal público e a desenvolver políticas para o setor. Esses dados começaram a ser levantados recentemente, em 2006, quando a Lei 11.284/06 estabeleceu o Cadastro de Florestas Públicas.

Também podem ser utilizados para construir com a destinação de áreas de floresta a comunidades que dali tiram seu sustento e para a gestão direta das áreas. Para o Serviço Florestal, as informações do Cadastro auxiliam no planejamento das concessões florestais, ou seja, áreas que podem ser objeto de licitação para empresas interessadas em retirar madeira, produtos não madeireiros ou promover turismo, por um período máximo de 40 anos e mediante pagamento ao governo.

Até então, o cadastramento de áreas públicas era produzido separadamente por diversas instituições, por exemplo, a Funai, sobre as terras indígenas, ou pelo Incra, sobre os assentamentos rurais. O levantamento feito pelo Serviço Florestal Brasileiro reúne as informações desses órgãos e busca consolidar ainda dados obtidos com os estados por meio de convênios e parcerias.

O Cadastro de Florestas Públicas é dinâmico e sabe-se que a área de florestas públicas conhecidas pode chegar a aproximadamente 300 milhões de hectares se novos da União e dos estados forem cadastrados. (Fonte: MMA, 18/12/2009)

Argentina vai produzir vacina contra febre amarela com tecnologia brasileira

A Argentina vai contar com tecnologia brasileira na produção de vacinas contra a febre amarela. Uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde da Argentina foi assinada nesta quinta-feira (17) para ajudar o país vizinho a fabricar suas próprias doses. Atualmente, a Argentina compra vacinas contra a febre amarela do Brasil.

“Com a transferência, a Argentina passará a ser terceira produtora mundial dessa vacina estratégica, ao lado do Brasil e da França”, destacou o ministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão. “A saúde no Mercosul é uma agenda prioritária”, completou, ao informar que a vacina brasileira é exportada para cerca de 50 países.

De acordo com dados da Organização Panamericana de Saúde (OMS), no ano passado, o Brasil registrou 46 casos de febre amarela e houve 27 mortes. Na Argentina, o número foi menor: 9 casos e três mortes. A doença está entre aquelas consideradas “negligenciadas” por grandes laboratórios farmacêuticos, embora seja endêmica na América Central, América do Sul e África, ou seja, ela prevalece nessas regiões.

Com o acordo bilateral, nos próximos 90 dias, o Brasil e a Argentina vão definir como será o processo de transferência de tecnologia para produção das doses, que devem estar disponíveis em dois anos. De acordo com o ministro da Saúde argentino Juan Luis Manzur, a presidente Cristina Kirchner liberou a aplicação de “todos os recursos necessários para implementação do projeto”.

Manzur também lembrou que os dois países estão trabalhando juntos para combater a dengue na fronteira. “Essa é uma doença que está na região e que temos que unir esforços. A saúde não tem fronteiras. O vetor de doenças, o mosquito, por exemplo, não passa pela imigração."

A parceria inclui ainda o apoio técnico do Brasil para instalação de bancos de leite humano na Argentina e a produção acadêmica na área de saúde pública. A Fiocruz vai organizar cursos de mestrado para profissionais da Argentina nas áreas de biologia molecular e celular, biotecnologia, epidemiologia e estatística. (Fonte: Agência Brasil, 18/12/2009)

Doação alemã de 15 milhões de euros ajudará a promover concessões florestais

O Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) devem receber 15 milhões de euros do governo alemão, por meio do Banco de Desenvolvimento daquele país, o KfW, para desenvolver o Projeto de Apoio a Gestão Florestal para a produção sustentável na Amazônia.

A contratação do projeto foi recomendada pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em reunião realizada na quarta-feira (16), e significa que o governo federal está de acordo para que o Ministério do Meio Ambiente faça a cooperação com a Alemanha.

"Com isso, o Serviço Florestal conseguirá acelerar a agenda de implementação das concessões, que fazem parte das estratégias brasileiras de conservação das florestas", diz o diretor-geral do Serviço Florestal, Antônio Carlos Hummel. O projeto terá ainda 21 milhões de euros do governo brasileiro.

A doação alemã vai apoiar ações dos dois órgãos relativas às concessões florestais e auxiliará o Serviço Florestal a aperfeiçoar a infraestrutura das unidades regionais localizadas em Porto Velho (RO) e Santarém (PA), e a implantar escritórios em quatro cidades na Amazônia.

Também planeja-se a construção de um centro de treinamento em manejo florestal na BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), região que é foco das próximas concessões florestais. O local é um dos que mais sofre pressão para o desmatamento ilegal.

O esforço para promover a economia florestal de base sustentável na BR-163 passará ainda pela implantação de um projeto piloto de aproveitamento de resíduos florestais para produção de briquetes - cilindros feitos de restos de madeira prensados chamados de lenha ecológica - , e para a geração de energia. A ação também usará recursos da doação.

Com os recursos também será possível avançar na demarcação das florestas nacionais, elaboração de seus planos de manejo e implementação dos conselhos consultivos das flonas pelo ICMBio, que são pré-requisitos para uma concessão florestal.

"A implementação conjunta do projeto, pelo Serviço Florestal e ICMBio, aproxima as visões do uso sustentável das florestas para a conservação e colaboram para a plena implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação", diz o gerente de Fomento do Serviço Florestal, Marco Conde.

A partir da decisão do Cofiex, o KfW deve enviar na próxima semana o relatório do projeto para aprovação pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento alemão, que é quem autoriza a doação para o governo brasileiro. (Fonte: MMA, 22/12/2009)

Cientistas criam lente capaz de projetar luz de hemisfério inteiro

Cientistas da Universidade de Duke (EUA) criaram uma lente capaz de projetar a luz de um hemisfério inteiro sobre uma superfície plana. Trata-se de um passo adiante muito importante na construção de câmeras e detectores de imagens.

As lentes ópticas, por razões de design, só podem projetar a luz que entra procedente de uma só direção, uma restrição que a equipe dirigida por David Smith conseguiu superar, segundo a última edição da revista "Nature".

Por meio de um sofisticado processo, os pesquisadores conseguiram manipular de maneira artificial a propagação da luz, graças à utilização de um metamaterial - substância que apresenta propriedades eletromagnéticas incomuns, devido a sua estrutura.

Os metamateriais permitem o controle total e deliberado da propagação da luz e, portanto, expandem de maneira considerável a capacidade dos instrumentos ópticos além do que é possível com as lentes utilizadas atualmente.

David Smith e seu companheiro Nathan Kundtz, responsáveis pelo estudo, criaram uma lente metamaterial que captura a luz em ângulos de até 180º e que a projeta sobre uma superfície.

Combinado com o chip de uma câmera instalada na citada superfície plana, a lente criada conseguia projetar e transmitir a imagem de um hemisfério inteiro em apenas uma foto. (Fonte: Folha Online, 22/12/2009)

Campanha Saco é um Saco estimula uso de sacolas retornáveis pela população




O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou no início da tarde de segunda-feira (21), no Rio de Janeiro, da campanha Saco é um Saco. Com o objetivo de incentivar os consumidores a reduzir o uso de sacolas plásticas nas compras de Natal, a ação prevê mobilizações em estações de metrô da capital fluminense e também em Brasília.

Na estação do Largo da Carioca, no centro do Rio, um papai noel distribui com seus ajudante, durante todo o dia, sacolas retornáveis aos passageiros, além de dar dicas de consumo consciente, como o uso de carrinhos de feira ou caixa de papelão como formas alternativas para transportar as compras, prejudicando menos o meio ambiente.

Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que a cada ano mais de 500 bilhões de sacolas plásticas são descartadas em todo o mundo, entupindo bueiros, agravando enchentes e contribuindo para a poluição dos mares, lagos e rios.

No Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em julho deste ano determina a coleta e a substituição, por estabelecimentos comerciais, das sacolas ou dos sacos plásticos por outros de material reutilizável. O texto prevê que as microempresas têm três anos para cumprir a medida; as empresas de pequeno porte, dois anos; e os médios e grandes estabelecimentos devem se adequar num prazo máximo de um ano.

Estabelecimentos que não tiverem cumprido a norma após o prazo estipulado deverão receber sacolas e sacos plásticos devolvidos pelos consumidores e oferecer descontos ou permutas. (Fonte: Agência Brasil, 22/12/02009)

Recém-achada, árvore da mata atlântica corre risco





A planta acaba de ser batizada oficialmente (com o nome latino de Symplocos atlantica) e ganhou até um apelido mais popular, o de azeitoninha-das-nuvens, por causa dos frutos pretos. A certidão de nascimento da árvore para a comunidade científica, no entanto, já vem acompanhada de um rótulo nem um pouco invejável: o de ameaçada de extinção.

Isso porque os especialistas detectaram a nova espécie na chamada floresta nebular, uma subdivisão da mata atlântica que cresce nas alturas, a partir de 1.100 metros acima do nível do mar. Como o nome da formação indica, a floresta nebular está relacionada à presença constante de nuvens - as quais correm o risco de migrar para altitudes bem maiores com o avanço do aquecimento global.

E isso ameaça tanto a Symplocos atlantica quanto as demais espécies únicas da floresta nebular, afirma o biólogo Ricardo Bertoncello, um dos autores da descrição da planta na publicação científica "Harvard Papers in Botany".

Bertoncello chegou à azeitoninha-das-nuvens durante seu mestrado na Unicamp, cujo objetivo era justamente ajudar a entender como a comunidade de plantas se modificava morro acima na mata atlântica.

"Logo nas primeiras idas a campo eu percebi que se tratava de algo diferente. Era o esperado, porque a floresta nebular é cheia de endemismos (espécies que só ocorrem ali) e pouco estudada. É só chacoalhar a mata que caem espécies novas", brinca.

Olho clínico - Após coletar frutos e flores da árvore, o biólogo pediu a ajuda de João Luiz Aranha, especialista na família à qual a possível nova espécie claramente pertencia. Aranha, que também assina a descrição da planta, confirmou que se tratava de um vegetal desconhecido. Até agora, só foram encontradas árvores em Ubatuba (SP) e Parati (RJ), crescendo entre 1.000 m e 1.270 m de altitude, e com altura variando entre um metro (quase um arbusto) e 9 m.

O trabalho de Bertoncello também dá pistas sobre como a trajetória evolutiva da floresta nebular é única. O conjunto de espécies, por exemplo, apresenta só 18% de sobreposição com árvores que estão meros 150 metros morro abaixo. "A similaridade é maior com plantas que ocorrem em situações semelhantes em outros Estados do que com as que estão ali do lado", conta o biólogo.

Isso provavelmente sugere que a vegetação cobria uma área mais extensa e contínua durante a Era do Gelo (que terminou há cerca de 10 mil anos), quando as condições eram mais frias e úmidas. Com o aumento da temperatura, a conexão sumiu. "Na prática, é como se fossem ilhas de floresta nebular."

Curiosamente, apesar da presença das nuvens, esse tipo de mata tem aspecto retorcido e árvores de casca grossa, que lembram um pouco ecossistemas mais secos, como o cerrado. Uma explicação possível é a relativa escassez de nutrientes. (Fonte: Folha Online, 22/12/2009)

Micróbios sobrevivem 30 mil anos dentro de cristais de sal





Micróbios enterrados em um cristal de sal sobreviveram por 30 mil anos pela alimentação de restos de algas que estavam presos junto a eles. Este é o exemplo mais convincente até então para estipular a sobrevivência a longo prazo.

Brian Schubert, microbiologista da Universidade do Havaí, estudou junto a colegas os cristais de sal em núcleos de sedimentos provenientes da região de Death Valley, na Califórnia.

Os cristais continham bolsões de líquido minúsculos, e o grupo descobriu que eles podiam crescer e viver em colônias pré-cambrianas, a partir de amostras delas.

O grupo identificou o líquido com uma idade entre 22 mil e 34 mil anos, de acordo com um estudo publicado na revista "Geology".
Não se trata da primeira vez que micróbios cultivados em bolsões de líquidos presos dentro de sal são encontrados; um grupo anunciou que encontrou um líquido cuja idade chegaria a 250 milhões de anos.

Os resultados, no entanto, foram questionados, porque, como cristais de sal podem se dissolver e se cristalizar ao longo do tempo, eles podem prender micróbios modernos.

Em contraste, Schubert diz que a estrutura dos seus cristais indica que eles se formaram em um lago hiperssalino.

Como não houve um lago permanente em Death Valley pelo menos nos últimos 10 mil anos, isso sugere que a recristalização não tenha ocorrido, apoiando a ideia de que os cristais - e, portanto, os micróbios dentro deles - são, na verdade, tão velhos quanto parecem, afirma Robert Hazem, do Instituto de Ciência de Carnegie, em Washington, que é um cético quanto aos estudos anteriores.

Alimento - Além disso, Schubert acha que pode explicar como seus micróbios conseguiram permanecer vivos por tanto tempo. Cada cristal continha micróbios pré-cambrianos vivos também continham células mortas de uma alga conhecida como Dunaliella, comum em lagos salgados, e que contém altas concentrações de glicerol. O grupo sugere que o glicerol escoou para fora das células, e que os micróbios pré-cambrianos viveram disso.

Células da Dunaliella são tão boas como alimento que os micróbios poderiam viver muito mais do que 30 mil anos, diz Schubert. Ele calcula que uma única célula de Dunaliella contenha glicerol suficiente para atender as necessidades mínimas de um micróbio pré-cambriano por 12 milhões de anos.

Se assim for, é plausível que os micróbios possam sobreviver dentro de cristais de sal por centenas de milhões de anos, conforme estudos anteriores têm observado. Embora, como Schubert alerta, "é um salto muito grande ir de 30.000 anos para 250 milhões de anos". (Fonte: Folha Online, 24/12/2009)

Estudo descreve árvore mais antiga e ‘teimosa’ do mundo, na Califórnia/EUA





Pesquisadores americanos identificaram uma árvore com mais de 13 mil anos que tem sobrevivido “clonando a si mesma”. Os cientistas, da Universidade da Califórnia (câmpus de Davis e de Riverside), analisaram uma espécie de carvalho das Montanhas Jurupa, no condado de Riverside. A descrição da árvore está publicada no site de ciência PLoS One.

O carvalho (Quercus palmeri) é formado por uma “comunidade” de arbustos clonados. Os cientistas afirmam que a árvore conseguiu superar condições climáticas extremas por regeneração, desde a Era do Gelo. (Fonte: G1, 25/12/2009)

Controle sexual do mosquito estrangula malária, diz estudo




Interferir na vida sexual dos mosquitos ajuda a interromper a propagação da malária, segundo um estudo britânico divulgado nesta quinta-feira (24).

Um estudo feito a partir da espécie de mosquito Anopheles gambiae - essencialmente vetora da transmissão da malária na África - mostrou que, devido ao fato destes mosquitos acasalarem apenas uma vez em seu ciclo vital, controlar este processo pode reduzir dramaticamente o número populacional do inseto.

Pesquisadores do Imperial College London descobriram que o "tampão genital", usado por mosquitos machos para garantir que seu esperma fique no lugar certo na fêmea, é essencial para ela possa fertilizar seus ovos durante seu tempo de vida.

Sem o tampão genital, o esperma não fica armazenado corretamente, e a fertilização é interrompida, segundo escreveu o grupo na revista "PLOS".

"O tampão tem uma função importante na fertilização da fêmea para armazenar esperma com sucesso, no lugar certo dentro dela, e também é vital para o sucesso da reprodução", escreveram os cientistas.

"Remover ou interferir no tampão genital faz a cópula ineficaz. A descoberta pode ser usada para desenvolver novas formas de controle da população do mosquito Anopheles gambiae, a fim de limitar a propagação da malária."

Pesquisa - A equipe de cientistas analisou a composição do tampão genital, e descobriu que ele é formado quando uma enzima, denominada transglutaminase, interage com proteínas no sêmen do mosquito macho.

A interação faz com que o fluido coagule, para então se tornar uma massa sólida e gelatinosa, conhecida como tampão genital.

Quando pesquisadores extraíram a enzima em mosquitos machos no laboratório, o tampão não se formava - logo, a reprodução era falha durante a cópula.

Caso este processo possa ser desenvolvido para uso - talvez na forma de um spray inseticida - poderá, também, "induzir efetivamente a esterilidade no mosquito fêmea", segundo escreveram cientistas.

Por volta de 40% da população mundial vive sob risco da malária, doença potencialmente fatal que é transmitida pela picada de mosquito.

A patologia mata mais de um milhão de pessoas no mundo a cada ano - crianças correspondem a 90% das mortes nas partes mais afetadas, como a África Subsaariana e partes da Ásia. (Fonte: Folha Online, 24/12/2009)

Quantas peças tem um carro?

Esse vídeo, produzido pela Hyundai, responde perfeitamente à pergunta. É possível ter uma dimensão de tudo que compõe um automóvel, pois um carro é completamente desmontado e seus componentes são alinhados e expostos aos expectadores. Da carroceria aos parafusos, são centenas de ítens feitos de ferro, plástico, vidro e outros materiais que podem causar diversos impactos ao serem extraídos, processados e descartados. Uma pesquisa realizada pela Associação para a Ciência da Educação e pela Associação de Design e Tecnologia do Reino Unido mediu a quantidade média de materiais usados para fabricar um carro no país. Os resultados são esse: *Peso médio dos carros: uma tonelada; * CO2 emitido para fabricar 1 Kg de aço: 5 Kg; * CO2 emitido para fabricar 1 Kg de plástico: 24 Kg; * CO2 emitido para fabricar e montar um carro: 3.003 kg. A pesquisa ainda revelou que a composição média de um carro é feita de: * 50% de aço; * 19% de ferro fundido; * 8% de não-ferrosos; * 7% de plásticos; * 6% borracha; * 3% vidro; * 2% de fluidos; * 5% de outros materiais. Confira o vídeo e veja que os impactos dos carros no planeta começam antes mesmo que seja dada a partida no motor.

Micoses, manchas e queimaduras aumentam visitas a dermatologistas no verão





As consultas a dermatologistas em ambulatórios da rede pública estadual aumentam cerca de 20% em janeiro e fevereiro, na comparação com os demais meses do ano. Os dados são de um levantamento da Secretaria da Saúde de São Paulo, divulgado hoje.

Em primeiro lugar na lista de doenças de pele características do verão estão as micoses, responsáveis por metade das consultas médicas.

"Esse tipo de lesão pode servir como porta de entrada para bactérias que se alojam no tecido subcutâneo e podem levar a uma doença mais grave em outras partes do corpo, como pernas e costas", afirma Ricardo Tardelli, diretor estadual de Saúde.

Na lista dos motivos que levam os pacientes a consultar o dermatologista no verão, aparecem ainda as manchas causadas pela exposição ao sol (30% dos atendimentos), e as queimaduras solares (20%).

Para evitar problemas dermatológicos no verão, a Secretaria de Estado da Saúde recomenda usar filtro solar adequado ao tipo de pele, evitar se expor ao sol entre 10h e 16h, secar bem os vãos entre os pés e a virilha e permanecer o mínimo de tempo possível com roupas de banho molhadas. (Fonte: Folha Online, 02/01/2010)

Bexiga deve ser esvaziada antes de viagem para evitar lesão, diz médico

Parece lenda urbana, mas tem embasamento científico. É, sim, recomendável ir ao banheiro antes de sair de carro, moto ou bicicleta porque, em caso de acidente, o risco de a bexiga estourar e causar uma infecção generalizada (sepse) é muito maior.
Quando vazia, a bexiga situa-se atrás do púbis, osso localizado acima da região genital. Ao se encher, a estrutura fica mais tensa --exatamente como os balões de festas-- e ultrapassa os limites do púbis em direção ao umbigo, o que facilita um rompimento em caso de impacto no abdômen.
"Quando a bexiga está vazia, o osso da bacia pode se romper e perfurar o órgão. Mas, quando cheia, ela pode romper e deixar a urina extravasar para dentro da cavidade abdominal mesmo com traumatismo de menor impacto e sem fratura do osso", explica o urologista Celso Gromatzky, do Hospital Sírio-Libanês.
A máxima vale para viagens longas e curtas --mesmo em grandes cidades, é interessante fazer trajetos de bexiga vazia. "Num caso de traumatismo severo, não vai evitar, mas em um de menor impacto, isso previne a ruptura de bexiga", diz.
Se houver explosão de bexiga, o paciente não vai urinar, uma situação que não costuma passar despercebida. Mas pode haver perfurações tamponadas, em que a urina escapa aos poucos e pode demorar a ser notada. "Se isso não for percebido logo, a urina pode se infectar por bactérias e causar sepse."
(Fonte: Folha de S. Paulo, 02/01/2010)