quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cientistas sequenciam genoma de piolho do corpo

Cientistas anunciaram nesta segunda (21) o sequenciamento do genoma do piolho do corpo (que é diferente do piolho da cabeça).

O conhecimento desse genoma deve ajudar no desenvolvimento de melhores métodos para exterminar o parasita, segundo os líderes da pesquisa Ewen Kirkness, do Instituto J. Craig Venter, em Rockville, e Barry Pittendrigh, da Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign.

O piolho vale-se para sua digestão de uma bactéria que não é resistente a antibióticos. Então, se uma droga capaz de matar a bactéria for encontrada, o piolho também acabará sendo morto. Conhecer mais sobre os piolhos também deve ajudar no desenvolvimento de novos repelentes.

O interesse no inseto é não apenas curiosidade, mas uma questão de saúde pública, já que esses piolhos podem transmitir tifo, febre recorrente e febre das trincheiras.

O genoma do piolho do corpo é pequeno e contém relativamente poucos genes relacionados à recepção de luz ou a reação a odores e gostos, informa o estudo.

Segundo os pesquisadores, o piolho do corpo humano parece ter evoluído do piolho da cabeça na mesma época em que as pessoas começaram a usar roupas, oferecendo ao inseto outro lugar para se esconder.

Além disso, notaram os cientistas, o piolho humano e o piolho de chimpanzé evoluíram de um ancestral comum entre 5 milhões e 7 milhões de anos atrás.

“Além da sua importância no contexto da saúde humana, o genoma do piolho corporal é de considerável importância para a compreensão da evolução de insetos”, diz May Berenbaum, chefe do departamento de entomologia da Universidade de Illinois.

O sequenciamento do genoma envolveu pesquisadores de 28 instituições dos EUA, Europa, Austrália e Coreia do Sul. (Fonte: Folha on-line, junho 2010)

Lula regulamenta Lei do Saneamento Básico

O presidente Luiz Inácio Lula Silva assinou nesta segunda-feira (21), durante a 4ª Conferência Nacional das Cidades, em Brasília, o decreto que regulamenta a Lei 11.445, conhecida como Lei do Saneamento Básico. Sancionada em 2007, após quase dez anos de discussões no Congresso, a lei estabeleceu as diretrizes do marco regulatório do setor.

Na semana passada, Lula reclamou não ter sido informado pela assessoria da Presidência da República de que a lei precisava de um decreto de regulamentação para ter validade. Entre outros pontos, a lei prevê que os serviços públicos de saneamento serão prestados com base no princípio da universalização do acesso ao abastecimento de água e esgotamento sanitário, à limpeza urbana e ao manejo dos resíduos sólidos de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

O ministro das Cidades, Márcios Fortes, disse que a regulamentação trará segurança jurídica para os investimentos. (Fonte: Agência Brasil, junho 2010)

Acesso a saneamento e estímulo ao uso do leite materno reduziriam mortalidade infantil, diz médico

Os índices de mortalidade infantil ainda são altos no Brasil, principalmente no Norte e Nordeste, regiões que também apresentam carência de saneamento básico. Segundo o médico Evandro Roberto Baldacci, que trabalha no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, “sem saneamento não se reduz a taxa de mortalidade infantil”.

O estudo realizado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation e divulgado recentemente pela revista médica britânica The Lancet mostrou que a taxa de mortalidade infantil, no Brasil, caiu 61,7%, passando de 52,04 mortes por mil nascimentos em 1990 para 19,88 mortes por mil nascimentos em 2010. Com isso, o país se aproxima do cumprimento da meta do milênio, que é chegar em 2015 com uma taxa de 15 mortes por mil nascimentos.

Apesar da queda, o Brasil ainda está longe dos índices registrados em países como a Islândia, Suécia e o Chipre – três mortes por mil nascimentos, e também fica atrás de outros países da América do Sul, como o Chile (6,48 mortes por mil nascimentos), a Colômbia (15,31) e Argentina (12,88).

“Com toda a certeza, o Brasil vai ser um dos poucos países do mundo que vai cumprir essa redução de taxa. É uma alegria, porque a gente está conseguindo cumprir a meta. Mas não é para ficar sentado em cima dessa glória porque, na verdade, ainda está ruim”, afirmou Baldacci.

Segundo o médico, a falta de acesso ao saneamento é uma das explicações para os altos índices de mortalidade infantil no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Estudo do Instituto Trata Brasil, com números de 2008, mostra um déficit de 49,1% no acesso à rede de esgoto no país. Os estados com maior carência são o Piauí (com 97,49%), Amapá (96,44%), Rondônia (96,2%), o Pará (95,1%) e Maranhão (88,63%).

A conclusão do instituto é de que, nos locais sem acesso ao saneamento básico, as chances de uma mulher ter um filho nascido morto são de 23,8%, número que cai para 10,8% nas regiões atendidas por redes de esgoto. No ranking de estados com maior taxa de mortalidade infantil, as oito primeiras posições são de unidades do Nordeste, tendo a Paraíba na liderança.

“A queda da mortalidade [infantil] ocorreu de forma significativa, no Brasil, há muito tempo, nas regiões Sul e Sudeste e com menor impacto no Centro-Oeste. Mas no Norte e Nordeste, essa queda vem acontecendo de uma forma mais lenta.” Segundo Baldacci, os fatores que contribuíram para a redução do índice no Sudeste foram a distribuição de água, a rede de esgoto, o incentivo ao aleitamento materno e os cuidados pré-natais e perinatais.

Além da questão do saneamento, Baldacci destacou a importância de uma campanha de incentivo ao aleitamento materno que, segundo ele, poderia contribuir para uma redução da taxa de mortalidade infantil no país.

“O aleitamento materno, além de proteger das infecções, ajuda a evitar a desnutrição. As infecções provocam diarreia e a desnutrição facilita a diarreia e outras infecções. O uso do leite materno reduz muito os riscos de mortalidade”. (Fonte: Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil, 23/06/2010)

Centro de pesquisas do “Big Bang” abre-se a países de outras regiões

O Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), que atualmente conduz o maior experimento do planeta, abriu suas portas para que mais países se tornem membros da instituição.

Até agora, o centro criado há 56 anos perto de Genebra, entre a fronteira da França e da Suíça e dono de um orçamento anual de 10 bilhões de francos suíços (US$ 8,7 bilhões), havia aceito apenas Estados europeus como membros plenos, embora muitos outros participem de suas atividades.

“Este é um salto gigantesco para a física das partículas que reconhece a globalização crescente da área”, disse Michel Spiro, presidente do conselho normativo do Cern, que tomou a decisão no fim de semana.

Rolf Heuer, diretor-geral do organismo cujos cientistas venceram uma série de prêmios Nobel e onde a World Wide Web (Internet) foi inventada em 1989, afirmou que a mudança reflete o interesse global na pesquisa sobre o nascimento do universo.

A mudança não necessariamente significa mais dinheiro para o Cern, cujo orçamento é fixo por cinco anos e depois compartilhado entre seus membros, de acordo com o porta-voz James Gillies.

Mas quer dizer que há uma potencial fonte de receita extra para a organização, que, segundo críticos, consome enormes fundos que poderiam ser utilizados para finalidades mais práticas.

Os defensores, e os governos que aprovam o seu orçamento, afirmam que há muitas consequências benéficas à economia e para a saúde derivadas da atividade do centro.

Fundado em 1954 por 12 países europeus com o objetivo de restaurar o papel do continente na pesquisa da área da física após a Segunda Guerra Mundial, o Cern tem hoje 20 membros. (Fonte: Folha on-line, 23/06/2010)