terça-feira, 21 de maio de 2013

Açúcar do amido pode ser solução barata e ecológica na extração do ouro


O uso de um determinado tipo de açúcar pode substituir o cianeto para extrair ouro ou recuperá-lo de componentes eletrônicos descartados a um preço módico e sem causar danos ao meio ambiente, afirmam cientistas que dizem ter descoberto por acaso essas propriedades surpreendentes de um derivado do amido.
A indústria mineradora recorre principalmente ao cianeto, uma substância extremamente tóxica, para dissolver o ouro e recuperá-lo por meio de filtragem.
Figura 01- Ouro natural
 (Fonte: www.museu.em.ufop.br)
Dessa forma são extraídos mais de 80% do ouro produzido em todo o mundo em processos que supõem riscos ambientais importantes e para a saúde humana em caso de vazamento.
Em fevereiro passado, em uma metalúrgica do norte do Japão foi registrado um vazamento de cinco toneladas de resíduos com cianeto de sódio, quantidade suficiente para matar 125 mil pessoas. Felizmente, a neve absorveu grande parte desse vazamento.
“A eliminação do cianeto da indústria [do ouro] é de importância vital para o meio ambiente. Nós conseguimos substituir essas temidas substâncias por uma matéria branca, biologicamente inofensiva, derivada do algodão”, resumiu Fraser Stoddart, um químico da Universidade Northwestern de Illinois, nos Estados Unidos.
A equipe de Stoddart assegura ter feito esta descoberta por acaso, tentando produzir em laboratório pequenas estruturas cúbicas capazes de armazenar gases ou outras moléculas.
Zhichang Liu, principal autor do estudo publicado nesta terça-feira (14) na revista Nature Communications, misturou o conteúdo de dois tubos de ensaio: um com alfa-ciclodextrina, um tipo de açúcar resultante da degradação do amido por uma bactéria, e o outro com uma solução que continha ouro. De forma inesperada, minúsculas agulhas se formaram rapidamente na mistura.
“A princípio fiquei decepcionado porque minha experiência não produzia cubos, mas, ao ver as agulhas, quis saber mais sobre sua composição”, explicou o pesquisador em comunicado da Universidade.
As verificações revelaram que essas agulhas surpreendentes eram complexos de íons de ouro capturados por átomos, água e ciclodextrina.
“Zhichang encontrou uma fórmula mágica para isolar o ouro de qualquer outra coisa, e de forma ecológica”, afirmou Fraser Stoddart. (Fonte: UOL, Maio/2013)

Europa vai proibir três pesticidas considerados mortais para abelhas



Três inseticidas mortais para as abelhas estarão proibidos na União Europeia (UE) durante dois anos a partir de julho, anunciou nesta segunda-feira a Comissão Europeia após uma votação que demonstrou as fortes pressões da indústria e dos “lobbies” agrícolas.
Segundo a agência de notícias France Presse, 15 países, entre eles França e Alemanha, votaram a favor da proposta de proibição apresentada pela Comissão Europeia. Oito países, entre eles Reino Unido, Itália e Hungria, votaram contra, e quatro, entre eles a Irlanda, se abstiveram.
Concretamente, a Comissão Europeia suspenderá durante dois anos a utilização de três neonicotinoides – clotianidina, imidacloprid e tiametoxam – presentes em pesticidas fabricados para quatro tipos de cultivos: milho, colza, girassol e algodão.
“As abelhas são vitais para nosso ecossistema e é preciso protegê-las, sobretudo porque fornecem uma contribuição anual de 22 bilhões de euros à agricultura europeia”, declarou o comissário europeu encarregado, Tonio Borg.
Para apresentar sua proposta, a Comissão Europeia se baseou em um relatório negativo da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Os grandes produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agroalimentícias tentaram bloquear esta decisão. Copa-Cogeca, a união dos grandes sindicatos agrícolas europeus, pediu para adiar esta proibição para 2014 e insistiu nas grandes perdas financeiras e sociais que causará, de 2,8 bilhões de euros, e o perigo de que 50.000 empregos sejam destruídos.
Já as principais empresas que fabricam estes pesticidas, a alemã Bayer e a suíça Syngenta – principalmente sob a marca Cruiser OSR – multiplicaram as pressões para bloquear ou ao menos limitar as consequências desta proibição.
Zangões em perigo – De acordo com pesquisa publicada em outubro na revista “Nature”, os pesticidas neonicotinoides e piretroide estariam matando zangões e prejudicando a habilidade deles para se alimentar. Assim, colônias vitais para a polinização das plantas podem vir a não desempenhar as suas tarefas.
A pesquisa feita por cientistas da Universidade de Londres, no Reino Unido, expôs colônias de 40 zangões, abelhas maiores do que as mais comuns, aos pesticidas neonicotinoide e piretroide durante quatro semanas, em níveis semelhantes aos que se dão nos campos.
Análise feita pelos pesquisadores afirma que a exposição aumentou a mortalidade e reduziu o desenvolvimento e o sucesso da colônia. Além disso, o estudo diz que a exposição a uma combinação de dois pesticidas “aumenta as chances da colônia fracassar”. (Fonte:Modificado de: G1, Abril, 2013)

Formigas mudam de função na colônia à medida que envelhecem


Formigas mudam de função à medida que envelhecem, passando de cuidadoras a limpadoras e, em seguida, forrageiras, de acordo com um novo estudo que acompanhou mais de mil formigas por 41 dias.




“Você pode ver uma distinção clara entre os três grupos”, disse Alessandro Crespi, engenheiro de computação do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, e um dos autores do estudo publicado no periódico Science .
Crespi e seus colegas usaram dados de mapas de calor para monitorar formigas carpinteiras em seis colônias.
“Nós colocamos códigos de barras nas formigas manualmente e usamos uma câmera infravermelha de alta resolução para obter uma imagem a cada dois segundos”, disse ele. As formigas foram mantidas no escuro para simular um ambiente natural.
Estas imagens foram convertidas em grandes conjuntos de dados. Quando os pesquisadores analisaram os dados, descobriram que as formigas são, na maioria, cuidadoras. Elas ficam próximas ao interior do ninho e garantem que as larvas e pupas tenham comida suficiente. Formigas de meia-idade patrulham continuamente a colônia para verificar que a mesma esteja em ordem e garantir que esteja limpa.
“As formigas são muito limpas”, disse Crespi. “Há uma pilha de lixo em um lugar específico, e cada formiga morta ou qualquer tipo de lixo é movido para essa pilha.”
O trabalho mais perigoso é o forrageio (busca de alimentos), uma vez que exige deixar o ninho e encontrar o mundo exterior, disse Crespi. Esse é um trabalho para as formigas mais velhas da colônia.
Usando sua técnica de códigos de barra e câmeras, os pesquisadores esperam aprender mais sobre como as formigas realizam uma infinidade de tarefas sem a orientação de um líder. “Não é a rainha que coordena as formigas”, disse Crespi. (Fonte: Portal iG, Maio, 2013)

Brasil luta para evitar extinção da onça-pintada


Na lista dos animais ameaçados de extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a onça-pintada se transformou em símbolo de ações de preservação. Considerado o maior felino do continente americano, a espécie se concentra principalmente no Brasil. O país busca trabalhar num programa internacional de conservação da espécie que abrange todos os países onde ela ocorre.

A intenção é elaborar uma estratégia de ação em conjunto com pesquisadores para envolver toda a sociedade num programa de proteção da espécie. Não é possível estimar a quantidade de indivíduos de onça-pintada no país, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap). O tamanho da Amazônia e da população do Pantanal dificultam o trabalho. Na Mata Atlântica e na Caatinga, a espécie está criticamente ameaçada. Há uma população muito pequena do animal e a necessidade de ações urgentes para conservação.
Se não forem tomadas medidas imediatas, em 80 anos, a espécie deve estar extinta em algumas regiões da Mata Atlântica, alerta o chefe do Cenap, Ronaldo Morato. Para evitar que isso ocorra, há diferentes ações e grupos voltados à preservação da onça-pintada no Brasil. A identificação de áreas prioritárias para conservação do animal é uma das ações iniciais. O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Onça-Pintada inclui 25 áreas de conservação. Apesar do trabalho, “a espécie continua na categoria ameaçada de extinção. Ainda não conseguimos modificar esse status”, lamenta Morato. Proteger a espécie e diminuir os impactos sobre ela é um dos objetivos do Cenap, órgão vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo especialistas, um dos principais desafios da preservação da espécie é a perda de território e o comprometimento do habitat natural da onça-pintada, já que muitas das áreas foram afetadas pelo desmatamento. A transformação do ambiente natural da espécie em atividades agropecuárias ou pastagens nativas é crítica para o animal.
A caça predatória também se configura como um desafio a ser superado. Fatores econômicos e culturais envolvem a perseguição à onça-pintada, já que, entre os peões, a caça ao animal é vista como um ato de bravura. A educação ambiental sobre a importância da espécie torna-se um aliado do trabalho de preservação. A intenção é atingir as comunidades próximas de onde o animal ocorre. Em locais onde há criação de gado, o animal entra em conflito com produtores rurais.
“A onça acaba matando o gado para se alimentar. Muitas vezes esse conflito termina na morte do animal”, alerta. A falta de informação torna a relação com o animal conflituosa, daí a necessidade de um trabalho ambiental que mostre a importância de mantê-lo: “É um animal que ao mesmo tempo é adorado como um deus e odiado como um diabo. As pessoas têm medo, acham que ele pode atacar.” Um trabalho muito forte nesse sentido é feito pela ONG Escola da Amazônia, que trabalha para promover a relação entre homem e onças.
Equilíbrio dos ecossistemas – Os grandes predadores, no caso dos felinos, desempenham um papel ecológico considerado fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Eles são os chamados “topo de cadeia alimentar”, agem como “reguladores”. Esses animais atuam na regulação do tamanho populacional de outras espécies. Por isso, a ameaça de extinção da onça-pintada pode contribuir para um crescimento desenfreado da população de outros animais, como veados e porcos-do-mato por exemplo.
Em algumas regiões, são observados casos típicos de explosões da população de capivara e de doenças relacionadas a esse aumento populacional, como febre maculosa, que pode afetar humanos.
Uma alternativa de quem pesquisa o tema é usar a onça como atrativo para turistas, a exemplo do que fazem países na África, onde esta é a principal fonte de renda para diferentes comunidades. “Pregamos que o animal vale mais vivo do que morto”, define Ronaldo. Para ele, o turismo de avistamento de animais pode ser implementado no país. No Pantanal, há um projeto piloto de transformação de uma propriedade em ponto de referência para turismo de avistamento de animais. A ideia é expandir para todo o Pantanal e mostrar para os proprietários da região que se pode ter retorno econômico com a presença da onça.
Sobre o animal – A onça-pintada é considerada um símbolo da biodiversidade brasileira. O mamífero exerce fascínio sobre a população desde os tempos pré-colombianos. A cultura dos povos ancestrais esteve vinculada ao animal. Os grande felinos são símbolos onde eles ocorrem. “Os tigres na Índia e na China; os leões na África; os leopardos na África e na Ásia; A onça-pintada, em toda a extensão onde ela ocorre. São animais esteticamente muito bonitos, símbolos de força e beleza”, explica Morato.
A onça é o maior carnívoro da América do Sul. Pode medir mais de dois metros e pesar quase 160 quilos. No Brasil, é encontrada principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Além do Brasil, também está presente em praticamente toda a América do Sul, do norte da Argentina ao sul dos Estados Unidos. Em cada uma das áreas, o animal está ameaçado em algum grau de intensidade. O predador está no topo da cadeia alimentar e é exclusivamente carnívoro. É responsável por importante função ecológica, por regular espécies presas, como capivaras e jacarés. A onça é uma das 627 espécies da fauna ameaçada de extinção, segundo oLivro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. (Fonte: Terra, Maio, 2013).

Produção agroecológica é tema de debates em Roraima


Com o intuito de mostrar ao público a evolução da agricultura orgânica em Roraima e apresentar os resultados das pesquisas feitas na área, o Sebrae, em parceria com instituições como a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Federal de Roraima (IFRR) e a Faculdade Roraimense (Fares), promovem de 27 de maio a 2 de junho a Semana de Alimentos Agroecológicos em Roraima.
A programação do evento prevê atividades simultâneas em Boa Vista, Amajarí e no campus do Instituto Federal de Roraima (IFRR) em Rorainópolis. A abertura será feita com as palestras “Produção Orgânica em Roraima” e “Os Benefícios do Consumo de Alimentos Orgânicos”, no dia 27 de maio, às 8h30, no auditório da UFRR.
No período da tarde será realizada a palestra “Agroecologia e Produção Orgânica – Conceitos e Definições” no Campus do IFRR, no Amajarí, e na Escola Agrotécnica da UFRR (EAGRO) o projeto “Fazendinha Agroecológica” será apresentado para os acadêmicos, professores e técnicos da própria Escola.
No dia 28, estudantes, consumidores e interessados no tema podem participar da visita à duas propriedades agroecológicas; a Trigenros Orgânicos, em Pacaraima, que receberá os produtores do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS); e a Hortivida, onde será apresentado o Plano de Manejo Orgânico do local e uma palestra com o tema “Produção Orgânica – Conquistas e Desafios” será apresentada aos alunos do Campus do IFRR no Amajarí.
As visitas à propriedades de produção agroecológica continuam no dia 29, desta vez na região do Murupú, zona rural de Boa Vista. O objetivo é mostrar os resultados do projeto PAIS para a comunidade e os parceiros e colaboradores do Sebrae, bem como chamar a atenção dos participantes para os benefícios de se produzir com o mínimo de agressão ao meio ambiente.
No sábado (1) a programação tem lugar nas feiras livres da capital Boa Vista. Das 6h às 10h, os participantes distribuirão material informativo sobre a produção orgânica de alimentos na praça da Amoca, no bairro Caçari, e também na Feira do Produtor.
No mesmo dia, no Campus do IFRR no Amajarí, a professora Dra. Daniele Sayuri e a professora Msc. Eliselda Corrêa apresentarão aos alunos da instituição palestras sobre “Os Efeitos do uso de Agroquímicos no meio Ambiente” e “Agricultura Natural”.
O encerramento do a programação será feita com a distribuição de material informativo na Feira do projeto PAIS, no Mercado Romeu Caldas, no dia 2 de junho, das 6h às 10h. (Fonte: G1, Maio, 2013).

Recomendado pela ONU, consumo de insetos na dieta já ocorre no Brasil


O consumo de insetos na alimentação humana, recomendado em um relatório publicado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), já existe em algumas espécies que são consumidas no Brasil.
A mais comum é a formiga tanajura, que é um alimento relativamente tradicional em áreas do interior de Minas Gerais e do Nordeste, em forma de farofa. Outro inseto conhecido é a larva do besouro Pachymerus nucleorum, que se instala dentro de frutos, e que por isso também é conhecida como “larva do coquinho”. Seu consumo faz parte de brincadeiras na zona rural e de treinamentos de sobrevivência na selva.
Os órgãos oficiais ainda não dão muita importância ao assunto, apesar da recente recomendação do órgão da ONU. No Guia Alimentar para a População Brasileira, o Ministério da Saúde não faz nenhuma menção ao consumo de insetos. Já a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) entende que esse hábito alimentar não faz parte da cultura brasileira e não tem estudos neste sentido. O Ministério da Agricultura, por sua vez, afirma que não há registro oficial de estabelecimentos que produzam insetos para o consumo humano.
“Eu espero fortemente que o governo brasileiro reconheça os insetos como fonte de alimentos dos brasileiros”, afirmou Eraldo Costa Neto, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA) que pesquisa as relações entre humanos e insetos. “Infelizmente, o governo brasileiro ainda vê insetos como pragas”, completou o especialista, que foi o único brasileiro a participar da convenção da FAO que deu origem ao relatório publicado na segunda.
À espera de reconhecimento – Apesar de o Ministério da Agricultura dizer que nunca registrou nenhum produtor de insetos para consumo humano, uma empresa de Minas Gerais afirma que já entrou com o pedido para obter a licença e que ainda não recebeu resposta.
Na verdade, a Nutrinsecta é especializada na produção de insetos para a alimentação de animais. No entanto, como os animais são tratados em um ambiente limpo e saudável, não há nenhum empecilho para o consumo humano. Isso atrai chefs de cozinha e curiosos, que, esporadicamente, usam esses ingredientes para desenvolver seus pratos.
Com a orientação da FAO, a empresa espera que o mercado cresça e se prepara para atender a uma possível demanda. “Hoje, eu estou muito feliz porque realmente nunca fiz nenhuma gestão para alimentação humana, exatamente pelo preconceito”, afirmou Luiz Otávio Gonçalves, presidente do Grupo Vale Verde, ao qual a Nutrinsecta pertence. “Mas agora eu posso sair do armário”, brincou o empresário.
Os insetos produzidos no local são os tenébrios – um tipo de besouro do qual se consome a larva, nos tipos comum e gigante – grilo preto, barata cinérea, larva de mosca e pupa de mosca.
A criação de insetos nasceu de um hobby de Gonçalves, que mantém um viveiro com aves raras em um parque mantido pela empresa em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ajudando, inclusive, a reproduzir espécies em extinção.
No início, as aves eram alimentadas com sementes, como na natureza. Porém, como gastam menos energia no cativeiro, o excesso de gordura das sementes prejudicava o sistema reprodutivo das aves. O criador pediu ajuda a especialistas e foi instruído a usar insetos como ração. “O nível de reprodução das aves foi de 35% para 70%”, contou.
A partir daí, o grupo começou a criar seus próprios insetos. Hoje, a produção está em uma tonelada por mês, com planos de expansão, mas a ideia principal continua sendo o uso como ração animal.
Valores nutricionais – A recomendação da FAO pelo consumo de insetos se dá pela grande quantidade de proteínas encontrada nestes animais. Os números variam muito de acordo com o tipo de inseto, mas as espécies já consumidas no Brasil e as produzidas pela Nutrinsecta têm valores bem acima dos alimentos tradicionais, como mostra a tabela ao lado.
“As proteínas são nutrientes necessários ao organismo para o crescimento, desenvolvimento e reparação dos tecidos corporais. Além de fazerem parte de diversas estruturas do organismo, compõem enzimas, hormônios, fazem transporte de nutrientes e compõem o sistema imunológico”, explicou a nutricionista Lara Natacci, responsável técnica da Dietnet Assessoria Nutricional, de São Paulo.
A orientação dos nutricionistas é que uma pessoa consuma entre 0,8 e 1 grama diária de proteínas para cada quilo de seu peso. Em outras palavras, quem pesa 50 kg deve ingerir entre 40 e 50 gramas de proteínas em um dia.
Embora o relatório tenha sugerido os insetos como uma forma de combate a fome, esse não é o único objetivo da organização. A ideia, em longo prazo, é criar o hábito e incluí-lo no cardápio como um todo. “Inseto não é para gente pobre e desnutrida. Inseto é para ser consumido por todos”, afirmou o especialista Eraldo Costa Neto.
Por serem ricos em proteínas, os insetos conseguiriam suprir a mesma produção de nutrientes do gado gastando menos recursos – água, área e alimentos. Como a tendência é que o preço da carne bovina suba muito ao longo do século, a dieta de insetos tende a ganhar adeptos. “É uma alternativa não só econômica, como também ecológica”, apontou Costa Neto.
Os insetos também são muito ricos em gordura, mas o tipo de gordura é diferente do encontrado nos bovinos, por exemplo. “Eles têm gorduras poli-insaturadas, que não nos fazem mal, diferentemente da picanha”, indicou o pesquisador. Esse tipo de gordura é semelhante à encontrada em peixes e sementes oleaginosas, comumente indicada por médicos.
Outro ponto a favor dos insetos na tabela nutricional são os minerais – em especial o ferro, essencial para combater a anemia. Em geral, eles têm, no mínimo, a mesma quantidade de ferro presente na carne vermelha – que, por sua vez, já é considerada rica na substância.
Eles têm ainda quantidades significativas de sódio, potássio, zinco, fósforo, manganês, magnésio, cobre e cálcio, e a quantidade varia de espécie para espécie.
Cuidados – Os defensores desse tipo de alimentação não sugerem, no entanto, que insetos encontrados em casa sejam incluídos na dieta da noite para o dia. “Não se devem pegar animais a torto e a direito porque eles podem ter contaminantes”, alertou Costa Neto.
Com isso, o especialista não se refere apenas à sujeira que eles podem trazer, mas também a toxinas naturais que podem existir nesses organismos. Existem milhões de espécies de insetos e muitas delas não são comestíveis em hipótese nenhuma.
“Falta ainda muita pesquisa básica – de biologia – para saber que espécies de insetos estariam aptas para o consumo humano”, disse o especialista.
Outro cuidado necessário para quem tiver curiosidade em consumir os insetos tem que ter é em relação às alergias. Os crustáceos, como o camarão e a lagosta, pertencem ao mesmo filo que os insetos, o dos artrópodes. Assim, quem tiver alergia a um grupo possivelmente também terá reação alérgica ao outro. (Fonte: G1, Maio/2013)

Casa com fachada de algas produz energia, calor e biogás


Algas microscópicas, que podem fornecer material reciclável e combustível, enfeitam as paredes exteriores daquele que talvez seja o projeto mais original da exposição internacional da construção em Hamburgo (IBA, em alemão), aberta em março deste ano e prevista para terminar em novembro. A feira propõe um conceito inovador de arquitetura sustentável que, além de economizar, também produz energia.
A fachada da casa de algas tem 129 estruturas de vidro. Elas funcionam como aquários. Lá dentro, os microrganismos misturados na água alimentam um reator. As algas, microscópicas, sobrevivem com nutrientes na água e também sustentadas pelas emissões de um aquecedor a gás, instalado no térreo do prédio de cinco andares, que fornece dióxido de carbono (CO2) para a fotossíntese.
Além disso, as algas precisam de luz solar, que não falta num ambiente tão aberto. Mas o diretor da construtora SSC, Martin Kerner, que ajudou a desenvolver a casa de algas, afirma que os microrganismos não toleram tanta claridade porque costumam viver numa espécie de semi-sombra debaixo d’água. “Elas não podem com a luz direta do sol”.
Por isso existe um sistema responsável por bombear a água em círculos para garantir que as plantas fiquem expostas à radiação solar direta por pouco tempo. Do contrário, as chamadas “microalgas” morreriam devido ao calor excessivo. Todo o processo é um espetáculo para quem observa a fachada. De vez em quando dá até para ouvir as bolhas de ar.
No térreo do edifício, Kerner controla uma caldeira de metal que filtra as algas continuamente e delas extrai material reciclável. Entre os produtos fornecidos pelas algas, Kerner destaca um óleo, vendido especialmente para a indústria farmacêutica e de cosméticos. Um quilo de extratos de algas como esse chega a valer 60 euros. Os produtos das algas servem também como ingrediente de suplementos alimentares e ração animal. Até as sobras podem gerar biogás.
Mas os vidros da fachada não são apenas reatores para as algas. Também funcionam como uma espécie de aquecedor solar. O sol aquece a água do aquário. A energia gerada esquenta a água do prédio. No futuro, o objetivo de Kerner é que a casa não produza só biomassa de algas e calor, mas também eletricidade a partir de fontes neutra.
Apesar de toda a expectativa, Kerner diz que a obra é uma demonstração e não está pronta para o mercado. “Nos próximos anos queremos saber quanto de calor e biomassa o nosso sistema produziu e como essa biomassa pode ser usada”. A estimativa é de uma produção de 1,5 toneladas por ano de biomassa de algas, mas ainda não é certo se a casa vai produzir essa quantidade.
Uma coisa, no entanto, está clara: para um construtor comum, um empreendimento desse tipo “seria muito caro”, diz Martin Kerner. “Nossa fachada em Hamburgo tem uma área de reator de 200 metros quadrados e este é, provavelmente, o tamanho mínimo para um começo”. Segundo ele, o mais rentável seria ter áreas maiores., porque sempre é necessário ter um sistema completo de administração e de coleta dos extratos de algas, segundo Kerner. “São investimentos que só valem a pena a partir de um tamanho mínimo das construções”, como hoteis de luxo e arranha-céus comerciais. (Fonte: Modificado de: Terra, Maio/2013)

Algas podem virar biocombustível


Na busca pela substituição dos combustíveis fósseis (pela busca da sustentabilidade) a indústria não tem limites na exploração de novas formas de produção de energia

A última é uma pesquisa que a Ford vem fazendo para usar algas marinhas como componentes para fazer biocombustível. O projeto faz parte da estratégia de sustentabilidade da empresa.

A alga tem características que podem se transformar em biocombustível certas espécies têm a capacidade de converter o dióxido de carbono em óleo, por processo da fotossíntese.

A alga tem a vantagem de poder ser cultivada em vários ambientes, tanto na água doce quanto na água salgada. Pode ser colhida diariamente e durante todo o ano, portanto é competitiva em relação a outros componentes de biocombustível, como a soja e o milho. O uso do biocombustível ajuda a reduzir o impacto ambiental do consumo de energia.

(Fonte: http://revista.webmotors.com.br/yahoo/direcao-sustentavel/algas-podem-virar-biocombustivel/1333466776034?source=yahoo, 06/05/2013)