segunda-feira, 21 de junho de 2010

Malária seguiu migrações humanas

A malária atinge os humanos há muito tempo. Registros são encontrados desde 2.700 a.C., na China. Estima-se que tenha sido um dos fatores que contribuíram para o declínio do Império Romano, quando era tão comum que se tornou conhecida como febre romana.

Um novo estudo afirma que a malária é ainda mais antiga do que se estimava, dezenas de milhares de anos para ser mais exato. Segundo o grupo internacional responsável pela pesquisa, a doença é tão velha como a própria humanidade.

Em artigo publicado esta semana na revista Current Biology, François Balloux, do Imperial College of London, e colegas descrevem que a doença infecciosa tropical evoluiu simultaneamente com o homem moderno, acompanhando a migração da África há mais de 60 mil anos.

Segundo os autores, os resultados e as técnicas usadas no estudo poderão se mostrar importantes no desenvolvimento de novas estratégias voltadas à redução da prevalência da malária. A doença, causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium e transmitidos pelo mosquito Anopheles, causa entre 1 milhão e 3 milhões de mortes ao ano, entre mais de 230 milhões de casos.

“A maioria dos trabalhos que investigam como a malária se espalhou pelo mundo adota a premissa de que ela surgiu ao mesmo tempo que a agricultura, há cerca de 10 mil anos. Mas nossa pesquisa indica que o parasita da malária evoluiu e se espalhou com os humanos, sendo pelo menos tão antigo quanto a expansão humana para fora da África”, disse Balloux.

Os pesquisadores trabalharam com a maior coleção de parasitas da malária já reunida. Os plasmódios foram caracterizados por meio de sequenciamento de seu DNA, de modo que fosse possível calcular a idade do parasita e rastrear o progresso da malária pelos trópicos.

Os cientistas descobriram uma clara relação entre a diminuição da diversidade genética à medida que se distancia da África subsaariana. Isso, segundo eles, espelha os mesmos dados presentes nos humanos, indicando forte evidência de evolução e migração simultânea.
(Fonte: JB Online)

Estudo da UFRJ sobre microorganismos em ambientes aquáticos ganha destaque internacional

Um estudo realizado no Instituto de Bioquímica Médica, IBqM, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, ganhou destaque. Dez artigos foram publicados em periódicos internacionais de grande circulação.

O sucesso é atribuído ao pioneirismo do estudo que relaciona dados de química ambiental, com metagenômica. De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, professor Ricardo Pilz Vieira, a metagenômica consiste na extração do DNA das amostras e amplificação dos genes de interesse, que são clonados, sequenciados e analisados por bioinformática.

Com a metodologia, é possível detectar um grande número de procariontes, Archaea e Bacteria. São organismos unicelulares que não possuem membrana envolvendo seu material genético. O estudo deu origem a cerca de 3500 sequências de DNA, que foram depositadas em banco de genes internacionais.

O grupo responsável pela pesquisa também foi o primeiro a publicar um estudo comparando a microbiota simbionte (que corresponde a microorganismos de um mesmo ecossistema que vivem em relação mutuamente vantajosa) de duas espécies saudáveis de corais coletados na praia da Tartaruga, em Búzios.

Desde a coleta da água para a realização de experimentos, até a publicação em periódicos, são necessários cerca de quatro anos, segundo Pilz. A coleta é feita com garrafas estéreis de polipropileno, “depois, a água é filtrada e os micróbios são concentrados para a extração do DNA. Já as amostras de invertebrados marinhos são obtidas por mergulho autônomo ou em apneia”, explicou o professor.

Agora, o grupo está concluindo um estudo sobre o branqueamento dos corais construtores de recifes.

(Fonte: Ambiente Brasil, 21/06/2010)