domingo, 20 de junho de 2010

OMS diz que pandemia de gripe H1N1 prossegue





A pandemia da gripe H1N1 ainda não terminou, mas sua fase mais intensa já passou em várias partes do mundo, disse a Organização Mundial da Saúde nesta quinta-feira (3), após uma revisão realizada por especialistas independentes.

O comitê de emergência da OMS, composto por 15 consultores externos, disse que é crucial que os países mantenham sua vigilância com relação à pandemia, o que pode incluir eventuais medidas de saúde pública, conforme nota divulgada pela diretora geral da entidade, Margaret Chan.

“Ainda estamos na pandemia,” disse o porta-voz da OMS Gregory Hartl à Reuters.

Chan disse que a atividade da chamada gripe suína deve prosseguir, e o comitê voltará a se reunir em meados de julho para avaliar novos dados relativos ao inverno do Hemisfério Sul, época em que a transmissão da gripe se agrava.

A reunião dos especialistas aconteceu na terça-feira, por teleconferência, mas Chan só divulgou os resultados na quinta porque esperava a versão final do comunicado deles.

Com base nas recomendações do grupo, a OMS manteve o indicador de pandemia em 6, o topo da escala, como ocorre desde junho de 2009.

A próxima reunião dos especialistas irá recomendar se esse nível será mantido, ou decidir que a pandemia passou ou entrou na fase “pós-pico.”

A deliberação da OMS sobre o grau da pandemia afeta a forma como os 193 países filiados reagem à doença, inclusive na formação de seus estoques de vacinas e antivirais.

Especialistas da OMS dizem que o vírus continua sendo uma ameaça a algumas pessoas vulneráveis, especialmente grávidas, crianças e portadores de doenças respiratórias. A vacinação continua sendo recomendável para esses grupos.

“A previsão é de que o H1N1 continue sendo o vírus primário ou dominante entre os vírus da ‘influenza’ por um bom tempo,” disse Hartl na terça-feira. “Com ou sem pandemia, o H1N1 ainda irá existir.”
(Fonte: G1, junho 2010)

Coquetel anti-HIV reduz em 92% transmissão do vírus, diz estudo





Pessoas com HIV reduziram o risco de transmitir o vírus da AIDS em 92% enquanto estavam tomando medicamentos antirretrovirais, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (27).

O estudo fornece a maior evidência de que drogas que tratam a síndrome da imunodeficiência adquirida podem também ser incorporadas em estratégias de luta contra o aumento dos casos de HIV.

Em um estudo publicado pelo jornal britânico “The Lancet”, médicos recrutaram 3.381 casais heterossexuais em sete países africanos. Cada casal era “sorodiscordante”, ou seja, com uma pessoa infectada com HIV e outra sem o vírus.

Drogas antirretrovirais foram dadas a 349 indivíduos infectados. Os outros que possuíam o vírus receberam um placebo.

Os pesquisadores recolheram amostras de sangue do outro parceiro a cada três meses para ver se ele ou ela haviam sido infectados. A pesquisa foi monitorada de perto por um comitê de ética, e incluiu um treinamento em sexo seguro, assim como exames de saúde de rotina.

Apenas um – Após 24 meses, 103 pessoas que estavam livres do HIV no início do experimento foram infectadas pelos seus parceiros.

Mas apenas uma dessas 103 transmissões foi causada por um parceiro que estava tomando antirretrovirais.

No geral, a utilização de antirretrovirais reduziu o risco de infectar outra pessoa em 92%, uma grande queda, que traz à tona o potencial que essas drogas têm de prevenir o HIV, além de apenas tratá-lo, afirmaram os autores.

“A utilização de ART (antirretrovirais) por pacientes infectados pode ser uma estratégia eficaz para realizar reduções do número de transmissões” de HIV, afirma o estudo.

Menos vírus – Isso ocorre porque o coquetel anti-HIV diminui a presença do vírus no sangue e em fluidos corporais, como sêmen ou muco vaginal, e por isso dificulta a transmissão para pessoas não infectadas, acreditam os especialistas.

Entretanto, advertem que, ainda que os remédios possam diminuir o risco de transmissão, o perigo existe, e por isso sexo seguro é essencial.

O estudo, liderado por Deborah Donnel da Universidade de Washington e do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, focou-se apenas nas relações heterossexuais.

Também não foram observados outros modos de transmissão do vírus, como o sexo anal, o compartilhamento de agulhas ou de mãe para feto.
(Fonte: G1, junho 2010)

Agricultura intensiva reduz aquecimento global, diz estudo




Fertilizantes, pesticidas e sementes híbridas de alto rendimento salvaram o planeta de uma dose extra de aquecimento global. Essa é a conclusão de uma nova análise segundo a qual a intensificação da agricultura, por meio da revolução verde, tem sido acusada injustamente pela aceleração do aquecimento global.

Steven Davis, da Instituição Carnegie de Washington, em Palo Alto, Califórnia, e colegas, calcularam a quantidade de gases-estufa emitida no último meio século se a revolução verde não tivesse acontecido. O estudo foi publicado na prestigiada revista “PNAS”.

A análise incluiu dióxido de carbono e outros gases, como metano liberado por plantações de arroz. Os autores notaram que, de modo geral, a intensificação da agricultura ajudou a retirar o equivalente a 600 bilhões de tonelada de CO2 da atmosfera – cerca de um terço de toda a emissão de gases-estufa entre 1850 e 2005.

As emissões foram reduzidas por a revolução verde aumentou o rendimento das plantações – por exemplo, ao promover o uso de variedade híbridas, que produzem mais, e pela uso generalizado de pesticidas e fertilizantes. Isso significa que mais alimento pode ser produzido sem a necessidade de cortar grandes áreas de floresta.

“Acho que nossos resultados mostram o perigo de se focar em apenas uma parte de um sistema complexo”, diz Davis em resposta às afirmações de ambientalistas, que veem na agricultura intensiva uma das principais responsáveis pelo aumento das emissões de gases-estufa devido ao processo de produção de fertilizantes e produtos agroquímicos.

“É verdade que as emissões derivadas da manufatura de fertilizantes cresceu por causa da revolução verde”, diz Davis, “mas nós mostramos que essas e outras emissões diretas de agricultura são mais que compensadas pelas emissões indiretas que são evitadas ao se deixar terras cultiváveis sem manejo”.

Além disso, ao possibilitar que agricultores produzam mais em suas propriedades, a revolução verde evitou que uma área estimada de 1,5 bilhão de hectares – uma vez e meia a área dos EUA – fosse utilizada para agricultura.

“Nós propomos que é muito importante continuar aumentando a produtividade e, ao mesmo tempo, usar recursos agrícolas, como fertilizantes e água, da maneira mais eficiente possível”, disse Davis.

Efeitos negativos – Helmut Haberl, que estuda o efeito da agricultura sobre recursos globais na Universidade Klagenfurt, em Viena (Áustria), considera o estudo impressionante e bem conduzido. No entanto, adverte que o estudo não leva em conta outros fatores danosos da agricultura intensiva, como a degradação do solo, perda de biodiversidade, efeitos tóxicos de pesticidas sobre os agricultores e sofrimento animal.

David Pimentel, da Universidade Cornell, em Nova York, uma autoridade em agricultura orgânica, questiona as conclusões de Davis. Ele cita um experimento de 22 anos conduzido por sua equipe que mostrou que o rendimento de produções de milho e soja orgânicos é equivalente ao da agricultura convencional, mas consome 30% menos energia de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que dobra a quantidade de carbono no solo.

Pimentel também afirma ter demonstrado que a produção orgânica na Indonésia e Índia consome muito menos energia por caloria de arroz ou milho produzido do que a produção intensiva desses produtos nos Estados Unidos.
(Fonte: Folha on-line, junho 2010)

População de cobras está diminuindo, diz estudo




Um grupo internacional de pesquisadores examinou registros de 17 populações de cobras de 8 espécies cobrindo as últimas décadas e observaram uma queda considerável em seus números, informou o site da ” BBC News”.

O estudo, publicado na revista “Biology Letters”, mostra uma queda abrupta nas populações em um curto período de tempo, por volta de 1998.

A equipe internacional, liderada por Chris Reading, do Centro de Ecologia e Hidrologia, no Reino Unido, e de outras instituições da Austrália, França, Itália e Nigéria, marcou cobras individuais e as monitorou por vários meses. Além disso, recolheram registros de dados anteriores conhecidos sobre as populações de interesse.

Das 17 populações investigadas, 8 caíram dramaticamente – em alguns casos, em até 90% -, com somente uma população mostrando uma tendência de crescimento. Mesmo em áreas protegidas, houve uma queda nas populações.

O ano em que a queda começou, 1998, foi o mais quente registrado nas últimas décadas devido a ação do El Niño, o que sugere que fenômenos climáticos poderiam ser responsáveis pela queda na população de cobras.
(Fonte: Folha on-line)

Brasil vai receber U$ 13 milhões para projetos de conservação do Cerrado

Na próxima segunda-feira (14), serão destinados recursos de U$ 13 milhões a quatro projetos de preservação do bioma Cerrado. A iniciativa faz parte de um acordo de doação entre o Banco Mundial, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o ICMBio e os governos de Goiás e Tocantins, que integram o Programa Iniciativa Cerrado Sustentável.

O recurso será doado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês), e os acordos serão assinados às 15h, no Auditório do MMA no Edifício Marie Prendi Cruz (505 Norte), em Brasília-DF.

O Programa Iniciativa Cerrado Sustentável é um dos instrumentos do MMA para a implementação de parte dos objetivos e das diretrizes preconizados pelo Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável do Bioma Cerrado (Programa Cerrado Sustentável), instituído por meio do Decreto 5.577/2005.

Os quatro projetos devem ser executados em um período de quatro anos, e vão contribuir para a valorização do Cerrado por meio de atividades de conservação, restauração, recuperação e manejo sustentável de ecossistemas naturais.

Também vão colaborar na implementação de novas políticas ambientais, bem como para o fortalecimento de instituições públicas e da sociedade civil envolvidas com a conservação ambiental, expansão de áreas protegidas e desenvolvimento de um sistema de monitoramento ambiental.

O MMA atuará como coordenador do programa e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) será o executor do recurso de doação. Estarão presentes ao evento a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; os governadores de Tocantins, Carlos Henrique Gaguim, e de Goiás, Alcides Rodrigues Filho; além do diretor do Banco Mundial no Brasil, Makhtar Diop, do presidente do ICMBio, Rômulo Melo, e da secretária-geral do Funbio, Rosa Lemos de Sá. (Fonte: MMA, junho 2010)

Cientistas decodificam o código genético do dromedário

Cientistas da Arábia Saudita e da China anunciaram, nesta quarta-feira (9), a conclusão do mapeamento do genoma do dromedário.

Vinte cientistas sauditas da Cidade Rei Abdulaziz de Ciência e Tecnologia e chineses do BGI de Shenzen – ex-Instituto Genômico de Pequim – levaram mais de um ano para decodificar o código genético inteiro de um dromedário ou camelo árabe (Camelus dromedarius), que tem uma única corcova, espécie nativa onipresente na península arábica.

“O camelo árabe entrou no clube altamente exclusivo dos poucos mamíferos que tiveram seu genoma completamente sequenciado e analisado”, comemoraram os dois institutos em um comunicado conjunto.

Sobrevivência no deserto
O sequenciamento e a análise do genoma completo do camelo, que tem “similaridades consideráveis” com o gado, poderiam levar à melhor compreensão da habilidade do camelo em sobreviver no hostil ambiente do deserto, afirmaram.

Revelar a genética que sustenta o sistema imunológico do camelo pode levar a descobertas médicas, e os dados do genoma também podem ajudar os cientistas a compreenderem melhor como este mamífero produz seu leite altamente nutritivo, valorizado pela medicina.

“O sequenciamento do genoma do camelo, desenvolvido por KACST e BGI contribuirá enormemente para a pesquisa genômica e pós-genômica mundial”, disse o presidente do BGI, Jian Wang.

“Pretendemos expandir nosso conhecimento sobre as características fisiológicas e bioquímicas do camelo e levá-las à aplicação para o benefício da humanidade”, disse. (Fonte: G1)

Vacina para câncer da mama é testada com sucesso em ratos

Cientistas americanos dizem ter desenvolvido uma vacina que impediu o desenvolvimento do câncer da mama em ratos.

Os pesquisadores planejam agora fazer testes da droga em humanos.

Eles avisam, no entanto, que pode levar alguns anos até que uma vacina esteja disponível para o público.

O imunologista que chefiou a pesquisa, Vincent Tuohy, do Cleveland Clinic Learner Research Institute, disse que a vacina age em uma proteína encontrada na maioria dos tumores da mama.

“Acreditamos que esta vacina será usada um dia para prevenir o câncer da mama em mulheres adultas da mesma forma como vacinas vêm impedindo muitas doenças da infância”, disse Tuohy.

“Se (a vacina) funcionar em humanos da mesma forma como em ratos, vai ser monumental. Poderíamos eliminar o câncer da mama”.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Medicine.

Desafio
No estudo, ratos com grande probabilidade genética de desenvolver câncer da mama foram vacinados.

A metade recebeu vacinas contendo a droga a-lactalbumina, a outra metade foi vacinada com uma droga que não continha a substância.

Nenhum dos animais vacinados com a-lactalbumina desenvolveu o câncer da mama. Todos os outros ratos apresentaram a doença.

Os Estados Unidos aprovaram duas vacinas para a prevenção do câncer, uma contra o câncer do colo do útero e outra contra o câncer do fígado.

Entretanto, essas vacinas atuam em vírus – o vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) e o vírus da hepatite B (HBV) – e não na formação do câncer.

Câncer é um crescimento desordenado de células do corpo. Por isso, ao contrário de um vírus, não é reconhecido pelo organismo como um invasor ou um corpo estranho.

Isso dificulta a criação de uma vacina preventiva. Vacinar o corpo contra o crescimento excessivo de células significa vacinar o paciente contra seu próprio organismo, provocando a destruição de tecidos saudáveis.

Futuro

Caitlin Palframan, representante da entidade beneficente Breakthrough Breast Cancer, disse que o estudo pode ter implicações importantes na prevenção contra o câncer da mama no futuro.

“Entretanto, o estudo está em fase inicial e nós aguardamos com interesse os resultados de experimentos em grande escala para verificar se essa vacina seria segura e efetiva em humanos”, acrescentou.

Ela disse que há medidas que mulheres podem adotar para reduzir os riscos do câncer da mama, entre elas, diminuir o consumo do álcool, manter um peso saudável e fazer exercícios regulares.
(Fonte: G1)

Cientistas usam tratamento genético contra vírus da Aids

Os remédios para combater o vírus HIV que causa a Aids poderiam ser substituídos por um tratamento genético, sugeriu um estudo publicado nesta quarta-feira (16) pela revista “Science Translational Medicine”.

A técnica consiste na inserção de genes na corrente sanguínea dos pacientes.

Sua aplicação pode substituir o atual regime de combinação de remédios para impedir a manifestação da Aids em pacientes infectados com o HIV, indica o estudo realizado por um grupo de cientistas liderado pelo oncologista David DiGiusto, da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia (EUA).

A técnica foi aplicada em pacientes com linfoma, um câncer de sangue que é uma das manifestações típicas da infecção do HIV em pessoas que desenvolveram a Aids.

No geral no tratamento desses pacientes junto com a quimioterapia se aplica uma extração parcial de sua medula óssea, seguida por um transplante de suas próprias células-tronco de glóbulos vermelhos não infectadas.

Segundo o estudo, quatro pacientes foram submetidos a esse procedimento. Os cientistas inseriram um vetor com genes antivírus junto com as células de um transplante normal.

Uma vez no interior das células, o vetor transmitiu três fatores diferentes que frearam a multiplicação do vírus.

Nenhum dos pacientes mostrou sintomas de intoxicação sanguínea, e as células dos quatro mostraram expressões dos genes antivírus da Aids.

Além disso, afirma a pesquisa, 18 meses depois o número desses antivírus tinha aumentado em dois dos quatro pacientes.

Segundo o relatório, os resultados indicam que o procedimento é aparentemente seguro e que as células que receberam o novo material genético sobreviveram.

No entanto, os cientistas admitiram que ainda existem obstáculos e que o próximo passo será assegurar que as células sanguíneas que recebem os genes de proteção contra a Aids não sejam destruídas pelo sistema imunológico do paciente.

Além disso, indicou o relatório, também será necessário assegurar a multiplicação dessas células e que todas elas contenham os fatores contra o HIV.
(Fonte: Folha on-line)

Fezes de baleia ajudam no combate ao aquecimento global

As baleias cachalote do Oceano Austral são aliados inesperados na luta contra o aquecimento global, por removerem o carbono equivalente ao emitido por 40 mil carros a cada ano graças a suas fezes, revela um estudo que será publicado esta quarta-feira (16) no periódico britânico Proceedings of the Royal Society B.

Anteriormente os cientistas acusavam os cetáceos como culpados porque, na respiração, expiram dióxido de carbono (CO2), o tipo mais comum de gás de efeito estufa.

Mas esta era apenas uma análise parcial, demonstra o novo estudo.

Biólogos australianos calcularam que as cerca de 12 mil baleias cachalotes do Oceano Austral defecam, cada uma, cerca de 50 toneladas de ferro no mar a cada ano, após digerirem os peixes e lulas, que são a base de sua dieta.

O ferro é um excelente alimento para o fitoplâncton – plantas marinhas que vivem perto da superfície do oceano e que tiram CO2 da atmosfera através da fotossíntese.

O Oceano Austral é rico em nitrogênio e pobre em ferro, que é essencial ao fitoplâncton.

Como resultado desta fertilização orgânica do ambiente marinho, as baleias ajudam a remover 400.000 toneladas de carbono a cada ano, duas vezes mais que as 200 mil toneladas de CO2 que elas liberam através da expiração.

Comparativamente, 200 mil toneladas de CO2 equivalem às emissões de quase 40.000 carros de passageiros, segundo estimativas do site da agência ambiental americana (EPA).

Segundo a EPA, com base em um cálculo feito em 2005, um veículo de passageiros que roda 20 mil quilômetros por ano emite mais de cinco toneladas de CO2 ou carbono equivalente ao ano.

As fezes das baleias são muito eficazes porque são liberadas em estado líquido e perto da superfície marinha, antes de os mamíferos mergulharem, destaca o artigo.

A pesca industrial da baleia não só ameaça seriamente as cachalotes austrais, como também compromete um amplo sequestro de carbono, acrescentou.

Antes da pesca industrial de baleias, a população da espécie era cerca de 10 vezes maior, o que significa que dois milhões de toneladas de CO2 eram removidas anualmente, segundo o artigo.

Os cientistas suspeitam que devido ao fato de as cachalotes se reunirem em áreas específicas do Oceano Austral, há um vínculo claro entre a disponibilidade de alimentos e as fezes dos cetáceos.

Isto pode explicar o “paradoxo krill”, acreditam. Tempos atrás, os cientistas descobriram que quando as baleias-minke são mortas, a quantidade de krill, minúsculos crustáceos, nesta área declinam, afetando toda a cadeia alimentar.

O estudo foi conduzido por Trish Lavery, da Escola de Estudos Biológicos da Universidade Flinders, em Adelaide (Austrália).

O futuro de baleias cachalote e outras espécies será debatido na próxima semana em Agadir, Marrocos, onde a Comissão Baleeira Internacional (CBI) discutirá um plano para relaxar uma moratória de 24 anos na pesca comercial à baleia.
(Fonte: Yahoo!)

Aquecimento global gera ameaça a corais que só existem no Brasil

A elevação na temperatura das águas, provocada pelo aquecimento global, ameaça espécies de corais que só existem no litoral brasileiro. Das 40 espécies de corais encontradas nos recifes do litoral brasileiro, 20 são encontradas apenas no país.

Na sede do Projeto Coral Vivo, em Arraial da Ajuda, Bahia, o fenômeno conhecido como branqueamento aconteceu até com os corais criados nos tanques de pesquisa. Começou em março, depois de dois meses com a água muito mais quente do que a média na maior parte da costa brasileira.

E foi o maior já registrado no Brasil em uma faixa de 2,5 mil quilômetros, do Rio Grande do Norte até a baía da Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Ele acontece porque algumas espécies de corais precisam de microalgas para viver. As algas se instalam na segunda camada da pele do coral. Como todas as plantas, elas fazem fotossíntese, isto é: obtêm energia da luz do sol. O que sobra, doam ao coral em troca de abrigo.

Mas quando a temperatura da água está acima do normal na região, as algas produzem água oxigenada, que é tóxica para o coral. Para se proteger, ele as expulsa. E sem elas o esqueleto branco fica visível.

“Dependendo da intensidade e da duração do fenômeno, eles podem morrer sim, como já aconteceu em muitos oceanos, como no Índico, e no Caribe, onde recifes foram praticamente dizimados depois de eventos de branqueamento”, diz o biólogo Clóvis Barreira e Castro.

O Recife de Fora é um dos mais conservados do Brasil. Na maré baixa, a ponta fica a apenas um metro de profundidade. Estes são os mais estudados do Brasil.

Há sete anos, o Projeto Coral Vivo acompanha a saúde de mais de 30 espécies de corais e de todas as formas de vida que surgem ao redor deles.

O recife foi completamente mapeado, e os cientistas conhecem onde vive cada tipo de coral que cresce nele. O pesquisador Gustavo Duarte leva um equipamento para medir a fotossíntese que ocorre dentro do coral.

“É um diagnóstico da saúde do coral. Ele é análogo ao ultrassom, no entanto, ele usa a luz. “Temos visto que depois que ocorre o aquecimento, a fotossíntese acaba sendo prejudicada sensivelmente. Acima de 31ºC, a fotossíntese cessa completamente”, explica.

Não é preciso ser especialista para identificar o branqueamento. Colônias inteiras de coral-de-fogo, que provoca queimadura se tocado, agora estão brancas. Em alguns pontos do recife, eles já estão morrendo.

A espécie de coral cérebro só existe no Brasil. E é a que mais sofreu com o branqueamento. Muitas colônias ainda registram um nível pequeno de fotossíntese, o que significa que ainda têm chance de se recuperar. Outra espécie exclusiva do Brasil parece mais resistente. Poucas colônias tem as pontas esbranquiçadas.

Esse estrago foi provocado pelo El Niño, o aquecimento das águas do Pacífico que influencia também a temperatura do Atlântico e tem sido cada vez mais forte.

“A recomendação é que você diminua os estresses extra-mudança climática global sobre as comunidades de corais. Evitar sobrepesca, turismo desordenado, poluição química, poluição de esgotos, recuperar as matas ciliares para diminuir a quantidade de sedimentos que vai para os mares. Com isso, os recifes podem ter uma possibilidade de sobrevivência em um prazo mais longo”, orienta o biólogo Clóvis Barreira e Castro.
(Fonte: G1, 20/06/2010)

Pantanal tem maior ritmo de desmatamento que Amazônia

A taxa de desmatamento do Pantanal foi maior que o índice verificado na Amazônia entre 2002 e 2008, de acordo com um estudo inédito apresentando nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Meio Ambiente.

Dentro do período de seis anos, o Pantanal perdeu 2,82% de sua área, enquanto a Amazônia teve 2,54% de sua área desmatada. Dos 151,3 mil km2 que compõem o Pantanal, cerca de 4,3 mil km2 foram desmatados entre 2002 e 2008.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Pantanal não conta com áreas de preservação como a Amazônia, o que dificulta o controle do desmatamento.

A ministra apontou outros fatores de pressão sobre o bioma – o crescimento de atividades como siderurgia, a produção de carvão vegetal e a expansão de pastagens. Até o fim do ano, estão planejadas dez operações contra o desmatamento para o bioma Pantanal.
(Fonte: Larissa Guimarães/ Folha on-line)

Pantanal perdeu 12 mil quilômetros quadrados de vegetação em seis anos

Entre 2002 e 2008, o Pantanal perdeu 12,4 mil quilômetros quadrados (km²) de vegetação. O desmatamento avança mais na área de planalto do bioma e é menos intensivo na planície. Estudo apresentado nesta semana mostra que 86,6% da vegetação da planície está preservada, mas só restam 41,8% de cobertura original no planalto.

A pecuária é o principal vetor do desmatamento no Pantanal, de acordo com o levantamento. A conversão de vegetação em pastagens é responsável por 11,1% do uso da terra na área de planície e 43,5% no planalto. A agricultura ocupa 0,3% da região de planície do bioma e 9,9% do planalto.

O estudo, feito em parceria entre as organizações não governamentais WWF, Conservação Internacional, SOS Pantanal, SOS Mata Atlântica, a Fundação Avina e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), comparou imagens de satélites com visitas de campo pela região.

A diferença entre a devastação no planalto e na planície reflete diferenças nas forma de ocupação do bioma. De acordo com o levantamento, o planalto é fortemente ocupado pela agricultura e pela pecuária. Na planície, a pecuária mais extensiva pressiona menos a abertura de novas áreas.

Apesar do crescimento do desmate verificado no período, a situação do Pantanal ainda é melhor que a de outros biomas do país. A Amazônia registra taxa anual de desmate de cerca de 7 mil km² e o Cerrado já perdeu metade de sua cobertura vegetal original.
(Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)

Poluição sonora ameaça peixes, diz pesquisa

Peixes estão sendo ameaçados por crescentes níveis de poluição sonora, segundo um estudo realizado por cientistas europeus.

A pesquisa, publicada na revista “Trends in Ecology and Evolution”, estudou o impacto que o barulho criado por plataformas de gás e petróleo, navios, barcos e sonares têm em espécies de peixes nos oceanos do mundo.

Segundo eles, a maioria dos peixes tem boa audição e os sons são parte ativa de suas vidas.

O aumento nos níveis de ruídos afeta a distribuição dos peixes nos mares e suas capacidades de reprodução, de comunicação se de evitar predadores.

“As pessoas sempre assumiram que o mundo dos peixes era silencioso”, disse o biólogo Hans Slabbekoorn, da Universidade de Leiden, na Holanda.

O estudo dimensiona a capacidade de audição dos peixes e concluiu que os ruídos gerados por seres humanos embaixo d’água têm o potencial de afetar os animais assim como o barulho do trânsito afeta animais terrestres como aves.

“O nível e a distribuição do barulho aquático está crescendo em uma escala global, mas recebe pouca atenção”, disse Slabbekoorn.

Alguns estudos relataram, por exemplo, que o arenque atlântico, o bacalhau e o atum-rabilho fogem de sons e formam cardumes menos coerentes em ambientes barulhentos.

Os cientistas constataram que a sensibilidade da audição varia de acordo com o peixe, que captam sons seja por um ouvido interno ou por uma linha lateral que corre ao lado do corpo de algumas espécies.

Bacalhaus do Atlântico, por exemplo, tem capacidade auditiva “média”, segundo os cientistas, enquanto o peixe dourado de água doce consegue ouvir frequências mais altas.

Assim, a distribuição dos peixes nos mares pode ser afetada, já que eles evitariam áreas com muitos ruídos.

No caso da comunicação, sabe-se que 800 espécies de peixes de 109 famílias produzem sons, geralmente em frequências menores do que 500Hz.

Os peixes emitem sons quando estão brigando por território ou por comida, em cardumes ou quando são atacados por predadores.

Até hoje, a maioria das pesquisas tinham sido focadas no impacto que o som poderia ter em mamíferos marinhos, tais como baleias e golfinhos.
(Fonte: Folha on-line)

Desmatamento faz malária explodir, sugere estudo feito no Acre

O desmatamento na Amazônia ajuda os mosquitos e pode fazer explodirem os casos de malária, afirmam pesquisadores dos EUA e do Brasil.

Eles observaram um aumento de 48% nos casos da doença no município de Mâncio Lima, no Acre, depois de um aumento de 4,3% na devastação.

Os resultados, publicados no periódico “Emerging Infectious Diseases”, mostram a ligação entre o corte raso, o aumento no número de mosquitos e infecção de humanos por malária.

“Aparentemente, o desmatamento é um dos fatores ecológicos que podem desencadear uma epidemia de malária”, disse Sarah Olson, da Universidade de Wiscosin, coautora da pesquisa.

No Brasil, a malária é transmitida pelo mosquito Anopheles darlingi, que tem uma conhecida preferência por áreas bem iluminadas. O país tem 500 mil casos anuais da doença.

Usando imagens de satélite e dados de postos de saúde, os cientistas conseguiram estabelecer uma correlação entre o aumento na incidência da malária e a taxa de desmatamento entre 1997 e 2000, quando o corte de florestas estava num período de alta.

Segundo Jonathan Patz, coordenador da pesquisa, os resultados mostram que “políticas de conservação e de saúde pública são uma coisa só”.
(Fonte: Folha on-line)

Lagartas ’se disfarçam’ de cobras para assustar predadores

Lagartas encontradas na Costa Rica ’se disfarçam’ de cobras e de outros animais para amedrontar predadores, segundo um estudo publicado nesta semana pela revista especializada The Proceedings of the National Academy of Sciences.

De acordo com o estudo dos pesquisadores Daniel H. Janzen e Winnie Hallwachs, da Universidade da Pensilvânia, e John M. Burns, do Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, centenas de espécies de lagartas e crisálidas de borboletas e mariposas apresentam olhos e escamas falsos, semelhantes aos de cobras e lagartos.

Segundo os pesquisadores, essas espécies evoluíram para explorar o instinto natural de animais, como os pássaros, de evitar predadores potenciais.

Eles acreditam que, sem tempo para checar se a ameaça é real ou não – sob o risco de ser “comido” se a ameaça for confirmada -, o pássaro foge assim que identifica os olhos ou as escamas.

Algumas espécies chegam ao ponto de “abrir” os olhos falsos quando o pássaro se aproxima ou de emitir um som semelhante ao de uma cobra.

As espécies foram todas encontradas e catalogadas na Área de Conservação Guanacaste (ACG), nas florestas do noroeste da Costa Rica, por Jenzen e sua esposa, Hallwachs, nos últimos 32 anos.

Mais de 450 mil espécies foram estudadas na área de quase 124 quilômetros quadrados. O número de espécies apenas nesta região é equivalente ao de todas as espécies de mariposas e borboletas encontradas nos Estados Unidos.

Toda a área de conservação foi comprada com doações, e Janzen lembra que a única maneira de preservar essas milhares de espécies é preservando seu habitat.

Atualmente, os pesquisadores tentam reunir recursos para comprar uma área de 2,76 quilômetros quadrados em particular. (Fonte: G1, 20/06/2010)