sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Aprovado


Pesquisa detalha animal recordista em número de patas


Cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, produziram um estudo que detalha a biologia do animal que afirmam ser aquele com o maior número de patas no planeta, da espécie lllacme plenipes. Pertencente à classe Diplopoda, o animal é um “parente” da centopeia e é encontrado nos EUA, de acordo com a pesquisa.
A anatomia e os hábitos do animal foram descritos em estudo publicado no periódico “ZooKeys”, nesta quarta-feira (14). As fêmeas da espécie chegam a ter 750 patas, e os machos, 562 patas, segundo os cientistas.
O estudo sugere que o grande número de patas é uma adaptação à vida subterrânea e que pode ser útil para que os animais subam em pedras de arenito, que costumam ser encontradas no seu habitat natural, ao sul de San Francisco, na Califórnia, nos EUA.
Os animais da classe Diplopoda, também conhecidos como milípedes, possuem dois pares de patas por segmento do corpo. O grande número de patas permite que os animais se enterrem mais facilmente, o que é usado para escapar de predadores ou alcançar alimentos, de acordo com os pesquisadores.
A espécie Illacme plenipes é pequena e rara, limitada a alguns locais próximos à cidade de San Juan Bautista, ao sul de San Francisco.
A pesquisa detalha que os animais produzem seda através de pelos corporais e que possuem antenas reforçadas, o que é incomum neste tipo de ser. Elas servem para obter informações do ambiente, já que o milípede é cego.
“Esta espécie rara é a única representante de sua família no hemisfério ocidental. Seu ‘parente’ mais próximo, da espécie Nematozonium filum, vive na África do Sul e estabeleceu relação com esta espécie há 200 milhões de anos atrás”, disse o pesquisador Paul Marek, responsável pelo estudo. (Fonte: Globo Natureza)

Grilos usam ‘remos’ nas patas para saltar de dentro da água, diz estudo


Famosos por serem grandes saltadores em terra, grilos de uma certa espécie conhecida popularmente como “pigmeu” na Europa possuem outra característica recém-descoberta, informam cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. Eles são capazes de saltar de dentro da água com o impulso das patas traseiras, usando estruturas parecidas com “remos” contidas nestes membros.
As informações são de um estudo publicado no site do periódico “Current Biology”, nesta segunda-feira (3). Para o pesquisador Malcom Burrows, um dos autores da pesquisa, os grilos “pigmeus” “resolveram a mais difícil tarefa para [conseguirem] saltar da superfície da água”.
“Para insetos pequenos, a água pode ser uma armadilha mortal. A água é viscosa e envolve o inseto, transformando-o em uma presa fácil para peixes. Os grilos deste tipo transformaram a viscosidade da água em uma vantagem e usam esta propriedade do líquido para conseguirem pular”, afirmou Burrows na pesquisa.
Por acaso – O cientista descobriu o comportamento dos insetos por acaso, enquanto estava sentado próximo a um lago na África do Sul, almoçando. Ele ouviu barulhos vindos da água e, após olhar atentamente, descobriu os insetos saltando da lagoa para o banco no qual ele estava sentado. Burrows então coletou alguns insetos e os levou para serem examinados em laboratório.
As estruturas com forma de “remo” nas patas traseiras possuem proteínas chamadas de resilina, substância que segundo o pesquisador é “muito elástica”.
Quando o inseto mergulha as estruturas com forma de “remo” na água, ele as estica com força e ele, então, as apóia em bolhas de água, empurrando-as para baixo enquanto seu corpo é projetado na direção contrária, realizando o salto.
Estudar as estruturas nas patas destes insetos pode ter resultados práticos, diz o pesquisador. Para ele, o estudo pode ajudar no futuro a projetar pequenos veículos submarinos que usem um princípio propulsão parecido, por exemplo. (Fonte: Globo Natureza, 11/11/2012)

ONU alerta para quantidade de lixo urbano produzido no mundo


A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta terça, dia 6/11/2012, um alerta sobre a quantidade do lixo produzido pelas cidades em todo o mundo. De acordo como o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), os governos devem tomar medidas urgentes para evitar o que chamou de uma ameaça de “crise global de resíduos”, um problema que traria consequências não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana.
Segundo o Pnuma, todos os anos as cidades geram 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. Segundo as estimativas da agência, a quantidade de lixo deve chegar a 2,2 bilhões de toneladas até 2025. A situação é mais grave nos países de baixa renda, onde, muitas vezes, o volume de coleta do lixo não alcança sequer a metade da quantidade produzida.
Ainda segundo informações da organização, as cenas de lixos amontoados às margens de rios, queimadas a céu aberto e lixo tóxico são cada vez mais frequentes, assim como a atração de moscas e ratos em lixões. (Fonte: Portal Terra, 10/11/2012)

‘Lixo’ retirado no monte Everest é transformado em obras de arte


Uma exposição de esculturas feitas com objetos recuperados no monte Everest: este é o desafio aceito por artistas nepaleses para advertir sobre o mau estado da maior montanha do mundo após várias décadas de alpinismo.
Cilindros de gás, garrafas de oxigênio, cordas, barracas, latas de cerveja e até destroços de um helicóptero foram utilizados para a elaboração de 75 obras de arte para uma surpreendente exposição, que tem como nome “Everest 8848 Art Project”, inaugurada em um hotel luxuoso de Katmandu.
“Pensamos que ajudará a promover os artistas e contribuirá para a limpeza do Everest”, disse Kripa Rana Shahi, organizador da exposição.
Sessenta e cinco pessoas, reunidas pela Everest Summiteers Association (ESA), com sede em Katmandu, e 75 “yaks” recolheram oito toneladas de resíduos durante duas expedições organizadas durante a primavera.
Posteriormente, 15 artistas nepaleses trabalharam durante um mês.
O pintor e poeta Sunita Rana utilizou fragmentos de alumínio recuperados de latas de cerveja para criar medalhas que simbolizam a coragem dos alpinistas.
Outro artista utilizou os destroços de um helicóptero, que caiu em 1974 no Campo nº 2 do Everest quando transportava material para montanhistas italianos, para produzir uma estátua de Ganesh, o deus hindu da sabedoria, da inteligência e da prudência.
O preço das peças de arte varia de 1.500 rúpias (20 euros) a 200 mil rúpias (2.800 euros). Os artistas esperam arrecadar uma quantia suficiente para expor na região do Everest e mostrar aos alpinistas o dano ambiental provocado pelas expedições.
Quase 4. mil alpinistas escalaram o monte Everest (8.848 metros), seguindo os passos de Edmond Hillary e Tenzing Norgay, os primeiros homens a alcançar o topo da montanha em 1953. (Fonte: G1, 03/12/2012)

Exposição Brazilian Nature abre na Baviera nesta terça (04/12/2012)


Pela quinta vez na Alemanha desde 2008, a mostra Brazilian Nature – Mystery and Destiny será aberta ao público nesta terça-feira, 4 de dezembro, às 18h, na Biblioteca da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, em Eichstätt, no estado da Baviera.
Resultado de uma parceria entre a Fapesp e o Museu Botânico de Berlim, a exposição mostra o trabalho de documentação feito por Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), reunido na obra Flora brasiliensis, que 171 anos depois da publicação de seu primeiro volume permanece como o mais completo levantamento da flora brasileira.
O trabalho do naturalista alemão deu origem também ao projeto Flora Brasiliensis On-line e Revisitada, que inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
A exposição apresenta também uma comparação das imagens produzidas no século 19 com fotografias atuais de plantas e biomas, além de retratar alguns dos resultados de pesquisas realizadas no âmbito do projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo e do programa Biota-Fapesp, que reúne pesquisas sobre caracterização, conservação, recuperação e uso da biodiversidade do Estado de São Paulo.
Concebida com base nos dados provenientes desses três projetos, a exposição é composta por 37 painéis, com reproduções de imagens e ilustrações e textos explicativos.
Desde 2008, a mostra já foi vista em Berlim, Bremen, Leipizig e, em fevereiro deste ano, no Museu da Universidade de Heidelberg. Na América do Norte, a exposição já circulou por Toronto (Canadá), Washington, Cambridge e Morgantown (Estados Unidos) e está programada para ser exibida também na Espanha, nas cidades de Salamanca e Madri.
Exposição resultante de pesquisas – O projeto Flora Brasiliensis On-line e Revisitada, que corresponde à primeira parte da exposição, representa uma continuidade do trabalho de Martius, que teve seu último volume publicado em 1906, depois da morte do autor.
Em 2006, o projeto disponibilizou na internet a versão integral da obra de Martius, com 10.207 páginas com os textos das descrições das quase 23 mil espécies e as quase 4 mil ilustrações. O Flora Brasiliensis On-line e Revisitada inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
O trabalho foi financiado por uma parceria entre Fapesp, Fundação Vitae e Natura Cosméticos e executado pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos. O Flora Brasiliensis On-line está disponível em http://florabrasiliensis.cria.org.br.
A segunda parte da exposição remete ao projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, iniciado em 1993 e que listou cerca de 8 mil espécies de fanerógamas, como são chamadas as plantas com flores, que representam 80% da flora paulista.
O projeto reuniu mais de 200 pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Unicamp, dos institutos Botânico, Florestal e Agronômico e do Departamento de Parques e Áreas Verdes da cidade de São Paulo. Também contribuíram pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de outros estados brasileiros e de outros países.
O terceiro elemento da exposição ultrapassa os limites da botânica e aborda a biodiversidade de forma mais geral, correspondendo ao programa BIOTA-FAPESP, que resultou na identificação e descrição de 500 novas espécies de plantas e animais e no registro de informações sobre mais de 12 mil espécies e bancos de dados com o conteúdo de 35 coleções biológicas. Os resultados do programa BIOTA-FAPESP têm sido aplicados como instrumento de preservação ambiental no Estado de São Paulo.
A exposição, que conta com o apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt e será aberta pelo reitor da univesidade, Dr. Richard Schenk, poderá ser visitada pelo público até 8 de fevereiro de 2013. Os painéis digitalizados da exposição podem ser vistos, com legendas em português, inglês e alemão, no endereço: www.fapesp.br/publicacoes/braziliannature. (Fonte: Portal Terra)

Corais enviam ‘aviso químico’ para peixes devorarem algas tóxicas


Cientistas descobriram que uma espécie de coral envia “avisos químicos” para peixes para que eles devorem algas tóxicas, que causam danos a barreiras de corais e podem ameaçar a espécie. A pesquisa, realizada pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, foi publicada no site da revista “Science” nesta quinta-feira (8).
O crescimento excessivo de certos tipos de algas é um problema para os corais e ocorre devido a várias situações, como a diminuição da população de peixes no mar e as mudanças climáticas, afirmam os cientistas.
Liberando substâncias químicas na água, os corais da espécie Acropora nasuta “recrutam” peixes de duas espécies (Gobiodon histrio e Paragobiodon enchinocephalus) que estejam próximos para que eles devorem as algas. Isso reduz danos que poderiam ocorrer às barreiras de corais, segundo a pesquisa.
A liberação da substância ocorre quando as algas entram em contato com os corais, aponta o estudo. A “contrapartida” é que os peixes tornam-se mais tóxicos, o que os ajuda a evitar ataques de predadores.
A relação é considerada mutualística e parecida com a que existe entre formigas e árvores acácias, afirmam os pesquisadores. (Fonte: Globo Natureza, 07/12/2012)



Algas deixam mar vermelho e fecham praias na Austrália


Algumas praias da Austrália foram fechadas para o público nos últimos dias devido a uma grande proliferação de algas que deixou a água do mar vermelha em alguns pontos.
A alga, conhecida como Noctiluca scintillans, não tem efeitos tóxicos, mas como contém uma alta concentração de amônia, pode irritar a pele.
Nesta terça-feira (27), a praia de Bondi Beach já estava aberta, mas banhistas evitavam chegar à área do mar que ainda estava colorida devido ao fenômeno. (Fonte: G1, 07/12/2012)


Algas em ambientes pobres em nutrientes são mais suscetíveis às mudanças climáticas


Estudos recentes indicaram que os organismos marinhos que vivem em ambientes pobres em nutrientes serão mais suscetíveis aos impactos causados pelas mudanças climáticas globais nos oceanos.
Isso porque, como teriam menor disponibilidade de nitrogênio e fósforo, entre outros nutrientes, nos lugares onde vivem, possuiriam mecanismos de resistência mais frágeis do que os que estão em áreas com maior disponibilidade desses “alimentos”. Em função disso, seriam mais vulneráveis ao aumento de até 4 graus Celsius na temperatura da água dos mares e à diminuição em até 0,6 unidade da acidez (pH) projetada para este século.
Uma série de experimentos com algas realizados por pesquisadores de cinco continentes, com a participação de seis brasileiros, corroborou essas observações. O grupo constatou que algas que ocorrem em ambientes pobres em nutrientes são mais suscetíveis às alterações de temperatura, pH e radiação ultravioleta, provocadas pelas mudanças climáticas, do que as que ocorrem em lugares com maior disponibilidade de nutrientes.
Em função disso, com o aumento da temperatura e diminuição da acidez das águas dos mares, podem ocorrer mudanças nas comunidades de algas estruturadoras de habitats, diminuindo a produtividade primária (de organismos que fazem fotossíntese). Consequentemente, a contribuição dos oceanos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas será reduzida porque as algas são algumas das principais protagonistas no sequestro de dióxido de carbono.
“Alguns estudos já haviam apontado essas hipóteses, que corroboramos agora por meio de uma série de experimentos realizados em diferentes condições”, disse Fanly Fungyi Chow Ho, pesquisadora do Laboratório de Algas Marinhas “Édison José de Paula”, do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), e uma das participantes do estudo, à Agência FAPESP.
Os experimentos foram realizados durante o 9º Workshop Internacional do Grupo de Produtividade Primária Aquática (GAP), que ocorreu no final de setembro em Málaga, na Espanha. Organizado pela Universidade de Málaga e pelo Instituto Espanhol de Oceanografia, em parceria com a Sociedade Internacional de Limnologia, o conceito do workshop foi diferente dos eventos científicos convencionais.
Em vez de apresentação de conferências, painéis e mesas-redondas, as atividades do encontro científico foram voltadas para a realização de trabalhos experimentais em campo, em tanque e em laboratório, planejados com antecedência de um ano e com o objetivo definido de entender melhor os impactos das mudanças climáticas globais sobre espécies de macro e microalgas.
Para realizar os experimentos, os cerca de 100 pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação participantes do evento foram distribuídos em quatro grupos de trabalho. Dois grupos realizaram experimentos em tanque e em campo, nas águas costeiras de Málaga, para analisar as respostas químicas e fisiológicas de macro e microalgas a condições de estresse ambiental.
Outros dois grupos – um dos quais integrados por Chow Ho – realizaram experimentos nos quais foram colocadas amostras das algas coletadas em aquários com diferentes concentrações de nutrientes e condições de temperatura, acidez da água e de radiação UV, para simular as condições que podem ocorrer no ambiente com as mudanças climáticas.
Paralelamente, foi mensurada uma série de parâmetros de respostas fisiológicas das algas a essas variações, como crescimento, capacidade de realização de fotossíntese e produção de componentes bioquímicos de interesse biotecnológico, como antioxidantes e pigmentos.
Os resultados preliminares das análises apontaram que as mudanças de acidez, da temperatura e da disponibilidade de nutrientes na água alteraram as capacidades de realizar fotossíntese, de crescimento e de produção de compostos pelas algas. Por outro lado, a diminuição da disponibilidade de nutrientes na água pode ser útil para melhorar as características fisiológicas e bioquímicas de algumas microalgas de interesse biotecnológico.
Experimentos em laboratório realizados pelos pesquisadores durante o evento com microalgas Chlorella revelaram que o crescimento da alga – usada como complemento alimentar devido ao alto poder antioxidante e muito visada como matéria-prima para o desenvolvimento de biocombustíveis e para biorremediação de águas residuais – é pouco afetado por alterações provocadas por mudanças climáticas. Além disso, a alga é capaz de acumular mais lipídeos de interesse alimentar e energético quando submetidas a baixas condições de nutrientes.
“A diminuição da quantidade de nutrientes na água pode ser benéfica para aumentar a produção de biomassa dessas microalgas”, avaliou Chow Ho, que já teve diversos projetos apoiados pela FAPESP e realiza atualmente uma pesquisa em que estuda a fisiologia integrativa de macroalgas frente a condições de estresse.
Resultados inéditos – Alguns dos resultados dos estudos colaborativos realizados pelo grupo de pesquisadores internacionais foram apresentados e discutidos no evento. Outros resultados estão em análise e deverão ser publicados em 2013 em um volume especial da revista Aquatic Biology com cerca de 15 artigos.
“Os resultados inéditos demandarão mais tempo para serem gerados porque necessitarão de uma análise mais profunda em laboratório do que a que conseguiríamos fazer ao longo de dez dias de duração do evento”, explicou Chow Ho.
Ao todo, os pesquisadores coletaram aproximadamente 9 mil amostras de algas e 10 mil dados durante o evento, que deverão ser submetidas a análises químicas, genômicas e transcriptômicas em laboratórios na Irlanda, Estados Unidos, França e Espanha durante o ano de 2013. O grupo de pesquisadores brasileiros participará das análises estatísticas e das tabulações dos resultados.
Além de Chow Ho participaram do evento e da realização dos experimentos os pesquisadores brasileiros Cristina Nassar e Rodrigo Mariath, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Bonomi Barufi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Margareth Copertino, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e Moacir Aluísio Torres, da Universidade Estadual de Santa Catarina (UESC). Barufi e Torres fizeram mestrado com Bolsa da FAPESP. (Fonte: Elton Alisson/ Agência Fapesp., 06/12/2012)

Contaminação por mercúrio dobra nos mares em cem anos, diz estudo


Uma série de nove estudos elaborados por uma equipe de 70 cientistas especializados em vida marinha indica que peixes, crustáceos e demais animais de oceanos do planeta estão cada vez mais sendo contaminados por mercúrio lançado no ar pelo homem, que acaba depositado nas águas marítimas.
Em cem anos, ao longo do século 20, a poluição na superfície dos mares pelo metal mais do que dobrou, apontam as pesquisas, publicadas em uma edição especial do periódico “Environmental Health Perspectives”, nesta segunda-feira (3).
A poluição por mercúrio é resultado de ações como mineração, queima de carvão e outros processos industriais, afirmam os cientistas. Os estudos foram realizados por pesquisadores de várias instituições, reunidos no Centro de Pesquisa Colaborativa sobre Ecossistemas, Vida Marinha e Mercúrio, sob a liderança da Universidade Dartmouth, nos EUA.
As pesquisas sugerem que o mercúrio lançado no ar acaba se depositando na água dos oceanos e em regiões costeiras, contaminando animais marinhos. Cerca de 90% do metal encontrado em mar aberto e 56% do identificado em grandes áreas de golfos têm origem no mercúrio emitido na atmosfera, que tem a ação humana como uma das origens.
“Os oceanos abrigam grandes atuns e peixes-espada, que juntos respondem por mais de 50% do mercúrio com origem marinha consumidos pela população dos EUA”, afirma a pesquisadora Elsie Sunderland, da Universidade Harvard, uma das coordenadoras dos estudos.
No Atlântico Norte, a estimativa é que “uma redução de 20% do mercúrio depositado nos oceanos após ser lançado no ar traria um declínio de 16% nos níveis do metal encontrados nos peixes da região”, diz o professor Robert Mason, da Universidade de Connecticut, que também integra as pesquisas.
Um terço de todas as emissões de mercúrio na atmosfera estão ligadas à indústria ou outros fatores humanos que poderiam ser controlados, afirmam os cientistas.
Primeira vez – “Apesar de sabermos que a maioria da contaminação das pessoas por mercúrio se dá pelo consumo de peixes marinhos, esta é a primeira vez que cientistas trabalharam juntos para sintetizar o que se sabe sobre o ‘caminho’ do metal”, ressalta a cientista Celia Chen, da Universidade Dartmouth, referindo-se ao “mapeamento” feito nos estudos.
A ideia de “mapear” o caminho do mercúrio é buscar suas “fontes para diferentes áreas do oceano, e depois rumo à cadeia alimentar, para chegar na maioria dos frutos do mar que consumimos”, afirma Chen.
A contaminação por grandes doses de mercúrio pode causar problemas neurológicos, dores de cabeça, déficit de atenção e outros efeitos, além de ser prejudicial para grávidas e poder afetar bebês em formação no útero.
A exposição ao metal é feita em grande parte pelo consumo de alimentos vindos do mar, afirma a pesquisa. Estudos recentes apontam problemas de saúde em concentrações cada vez menores do metal pesado. 
(Fonte: Globo Natureza 06/12/2012)