Famosos por serem grandes saltadores em terra, grilos de uma certa espécie conhecida popularmente como “pigmeu” na Europa possuem outra característica recém-descoberta, informam cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. Eles são capazes de saltar de dentro da água com o impulso das patas traseiras, usando estruturas parecidas com “remos” contidas nestes membros.
As informações são de um estudo publicado no site do periódico “Current Biology”, nesta segunda-feira (3). Para o pesquisador Malcom Burrows, um dos autores da pesquisa, os grilos “pigmeus” “resolveram a mais difícil tarefa para [conseguirem] saltar da superfície da água”.
“Para insetos pequenos, a água pode ser uma armadilha mortal. A água é viscosa e envolve o inseto, transformando-o em uma presa fácil para peixes. Os grilos deste tipo transformaram a viscosidade da água em uma vantagem e usam esta propriedade do líquido para conseguirem pular”, afirmou Burrows na pesquisa.
Por acaso – O cientista descobriu o comportamento dos insetos por acaso, enquanto estava sentado próximo a um lago na África do Sul, almoçando. Ele ouviu barulhos vindos da água e, após olhar atentamente, descobriu os insetos saltando da lagoa para o banco no qual ele estava sentado. Burrows então coletou alguns insetos e os levou para serem examinados em laboratório.
As estruturas com forma de “remo” nas patas traseiras possuem proteínas chamadas de resilina, substância que segundo o pesquisador é “muito elástica”.
Quando o inseto mergulha as estruturas com forma de “remo” na água, ele as estica com força e ele, então, as apóia em bolhas de água, empurrando-as para baixo enquanto seu corpo é projetado na direção contrária, realizando o salto.
Estudar as estruturas nas patas destes insetos pode ter resultados práticos, diz o pesquisador. Para ele, o estudo pode ajudar no futuro a projetar pequenos veículos submarinos que usem um princípio propulsão parecido, por exemplo. (Fonte: Globo Natureza, 11/11/2012)
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