quarta-feira, 24 de junho de 2015

Recifes de Coral: Geoengenharia climática pode salvar

Os recifes de coral são um dos ecossistemas mais vulneráveis à mudança climática, mas poderiam ser salvos de uma futura destruição com o uso de uma técnica de geoengenharia que defende a injeção de gás na estratosfera, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (25) pela publicação “Nature Climate Change”.
O aumento da temperatura da superfície marinha e a acidificação dos oceanos, causados pela subida dos níveis de CO2 na atmosfera, são algumas das causas do branqueamento dos recifes de coral.
Essa condição pode danar seriamente ou destruir sistemas inteiros de recifes coralinos e está previsto que se intensifique nas próximas décadas devido ao estresse exercido sobre os corais pelo aumento da temperatura da água do mar.
Os especialistas acreditam que, inclusive sob os cenários mais ambiciosos de redução de CO2, em meados deste século ocorrerá uma severa e generalizada extensão dessa dolência que afeta os corais.
No entanto, uma técnica de geoengenharia chamada gestão de radiação solar (SRM, em inglês) pode reduzir o risco de uma grave descoloração do coral em nível global, segundo sugere um estudo do Carnegie Institution for Science da Universidade de Exeter e do Centro Hadley para a Mudança Climática (Reino Unido), assim como da australiana Universidade de Queensland.
O método SRM representa injetar gás na estratosfera terrestre -na simulação sobre a qual é baseado o estudo fala-se de dióxido de enxofre- para formar partículas microscópicas que reflitam parte da energia do sol e ajudem assim a limitar o aumento das temperatura no superfície marinha.
O estudo compara os efeitos dessa possível medida com os cenários mais agressivos de redução de emissões de CO2 contemplados pelo Grupo Intergovernamental de especialistas em Mudança Climática da ONU (IPCC) e conclui que os recifes de coral funcionariam muito melhor com as técnicas de geoengenharia apesar da crescente acidificação dos oceanos.
O professor Peter Cox da Universidade de Exeter e coautor do estudo disse que as barreiras de coral enfrentam uma situação grave, independentemente da intensidade com que a sociedade ‘descarboniza’ sua economia”.
Para Cox, o estudo mostra que “é preciso escolher entre aceitar como inevitável a perda de uma grande porcentagem das barreiras de coral ou começar a pensar além da redução convencional de emissões de CO2″. (Fonte: Terra, jun,2015)

Mudança climática pode aniquilar avanços na saúde

A mudança climática poderá aniquilar os avanços médicos dos últimos 50 anos, com acontecimentos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, inundações, ou secas – advertiu um comitê de especialistas nesta terça-feira (23).
Para o professor Hugh Montgomery, da University College de Londres e copresidente da comissão criada pela revista médica britânica “The Lancet”, “a mudança climática é uma emergência médica”.
Segundo essa comissão, o controle das emissões de carbono pode beneficiar a saúde, já que a poluição do ar favorece diversas patologias respiratórias e cardiovasculares. Os trabalhos da comissão coincidem com as negociações internacionais, de olho em um acordo no final do ano em Paris.
“A consequência das mudanças climáticas para uma população mundial de 9 bilhões de habitantes ameaça minar os avanços realizados há meio século no desenvolvimento e na saúde global”, insistem os especialistas.
Entre os efeitos indiretos para a saúde, os pesquisadores citam a poluição urbana, os problemas de segurança alimentar e o desenvolvimento de doenças transmitidas por mosquitos que se propagam para as zonas mais quentes, devido ao aquecimento do planeta.
A crise exige “uma resposta urgente, utilizando as tecnologias disponíveis atualmente”, alerta o professor Montgomery, que denuncia a lentidão do processo de negociações sobre o clima. Em um ano, esta é a terceira advertência de especialistas sobre o clima.
Aumento de AVCs – Um estudo divulgado no início deste ano sugere que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro. O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC).
Pesquisadores do Centro Médico Langone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut.
Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada ficou mais propenso ao estreitamento de suas artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas.
O material particulado (que tem a sigla em inglês PM2,5) é uma denominação para um conjunto de poluentes como poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que fica suspenso na atmosfera por causa do seu tamanho pequeno. (Fonte: G1, 24/06/2015)

Açaí

O Açaí, fruto típico de uma palmeira amazônica, ganhou o mundo. É vedete nas lanchonetes de cidades litorâneas do Brasil, em quiosques de Los Angeles e Nova Iorque (EUA) e até em Paris (França). Açaí, típico da região Amazônica, fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea, família Palmae)  é muito utilizado pelos habitantes no preparo de sucos, vinhos, doces, licores e sorvetes. O açaizeiro é uma palmeira tipicamente tropical, encontrada no estado silvestre e faz parte da vegetação das matas de terra firme, várzea e igapó. A palmeira também é explorada na região para a extração do palmito. Conhecido por ter uma polpa com grande poder nutritivo, a fruta é consumida no mundo todo em bebidas, mix de frutas, sorvetes e cápsulas.     

Na região amazônica, o suco feito com a polpa é conhecido como “vinho de açaí”. Consumido geralmente com farinha de tapioca, faz parte da alimentação local. Hoje, o estado que lidera a produção é o Pará, com quase 90% do mercado, mas o açaí é apreciado em toda a região amazônica e recentemente tem sido também consumido pelos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente por academias e atletas.
Despolpamento do fruto    
Pelo despolpamento do fruto, obtem-se o tradicional "vinho do açaí", bebida de grande aceitação e bastante difundida entre as camadas populares, considerado um dos alimentos básicos da região.    O caroço (endocarpo e amêndoa), após decomposição é largamente empregado como matéria orgânica, sendo considerado ótimo adubo para o cultivo de hortaliças e plantas ornamentais.    

Utilização da Estirpe do Açaí    
Quando adulto e bem seco, a estirpe é bastante utilizado como esteio para construções rústicas, ripas para cercados, currais, paredes e caibros para coberturas de barracas, lenha para aquecimento de fornos de olarias. Experiências realizadas pelo Idesp-Pará, demonstraram a sua importância como matéria-prima para produção de papel e produtos de isolamento elétrico.    

A Copa    
As folhas do açaí servem para cobertura de barracas provisórias e fechamento de paredes, especialmente as de uso transitório como as utilizadas pelos roceiros e caçadores. Quando verdes e recém-batidas, servem como ração, sendo bastante apreciada pelos animais. As folhas do açaizeiro, após trituração, também fornecem matéria-prima para fabricação de papel. Na base da copa, constituída pela reunião das bainhas e o ponto terminal do estipe, encontra-se um palmito de ótima qualidade e muito procurado pelas indústrias alimentícias.    

As bainhas da folhas, por sua vez, após separação para extração do palmito e os resíduos deste, são utilizadas como excelente ração para bovinos e suínos, bem como - após decomposição - excelente adubo orgânico para hortaliças e fruteiras. 

A Planta    
É palmeira de belo porte, apresentando-se bastante alta, quando em concorrência na floresta, porém de porte médio se cultivada isoladamente ou sem influência de árvores de grande porte. Presta-se com ótimos resultados para ornamentação de jardins e parques. Pelas características de cultura permanente, pode ser recomendada para proteção do solo, por apresentar uma deposição constante de folhas, aliado ao sistema radicular abundante que possui.    

Importância Comercial    
O açaí é de importância incalculável para a região amazônica em virtude de sua utilização constante por grande parte da população, tornando-se impossível, nas condições atuais de produção e mercado, a obtenção de dados exatos sobre sua comercialização. A falta de controle nas vendas, bem como a inexistência de uma produção racionalizada, uma vez que a matéria-prima consumida apoia-se pura e simplesmente no extrativismo e comercialização direta, também impedem a constituição de números exatos.

Variedades
O açaizeiro apresenta duas variedades bastante conhecidas pelo homem interiorano, cuja diferenciação é feita apenas pela coloração que os frutos apresentam quando maduros, as quais podem ser assim caracterizadas: 
Açaí Roxo:    
É a variedade regional predominante conhecida com açaí preto, pois seus frutos apresentam, quando maduros, uma polpa escura, da qual se obtém um suco de coloração arroxeada "cor de vinho", originando assim, a denominação popular de "vinho de açaí". 
Açaí Branco    
É assim denominado por produzir frutos cuja polpa, quando madura, se apresenta de coloração verde-escuro brilhante, fornecendo um suco (vinho) de cor creme claro.

Além de ser aproveitado de todas estas formas, o palmito do açai, que é muito apreciado e considerado como um prato fino, é comercializado em grande escala e chega a ser exportado.

Bom para a Saúde    
O mais recente resultado da pesquisa traz nova boa notícia aos consumidores do açaí. Em artigo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, os cientistas descrevem que os antioxidantes contidos no fruto são absorvidos pelo organismo humano. O estudo envolveu 12 voluntários, que consumiram açaí em polpa e na forma de suco, esta última contendo metade da concentração de antocianinas – pigmentos que dão cor às frutas – do que a versão em polpa. Os dois alimentos foram comparados com sucos sem propriedades antioxidantes, usados como controle.    

Amostras do sangue e da urina dos participantes foram tomadas 12 e 24 horas após o consumo e analisadas. Segundo os pesquisadores, tanto a polpa como o suco apresentaram absorção significativa de antioxidantes no sangue após terem sido consumidos. "O açaí tem baixo teor de açúcar e seu sabor é descrito como uma mistura de vinho tinto e chocolate. Ou seja, o que mais podemos querer de uma fruta?", disse Susanne Talcott, principal autora do estudo, do qual também participaram cientistas das universidades do Tennessee e da Flórida.    

Segundo ela, trabalhos futuros poderão ajudar a determinar se o consumo do açaí pode resultar em benefícios para a saúde com relação à prevenção de doenças. O grupo do qual faz parte tem estudado a ação do açaí contra células cancerosas. “Nossa preocupação é que o açaí tem sido vendido como um superalimento. E ele definitivamente tem atributos notáveis, mas não pode ser considerado uma solução para doenças. Há muitos outros bons alimentos e o açaí pode ser parte de uma dieta bem balanceada”, disse Susanne.

O artigo Pharmacokinetics of anthocyanins and antioxidant effects after the consumption of anthocyanin-rich açai juice and pulp (Euterpe oleracea Mart.) in human healthy volunteers, de Susanne Talcott e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Agricultural and Food Chemistry em http://pubs.acs.org/journals/jafca
Fonte: Ambientebrasil, 2015)