sábado, 2 de janeiro de 2010

BIologia dos Corais



Os recifes de coral são formados predominantemente por corais rochosos e sustentados pelo esqueleto de calcário que excretam. Essas florestas tropicais oceânicas são a casa de um quarto das espécies de peixes marinhos [fonte: Nature Conservancy]. Além da variedade de vida marinha que sustentam, os recifes de coral são imensamente benéficos ao homem, protegendo as regiões costeiras de fortes ondas e tempestades, oferecendo comida e trabalho a milhões de pessoas e estimulando avanços na medicina moderna.

­ Como essas incríveis estruturas são criadas? Como um único coral, com apenas 3 milímetros de comprimento se torna um recife que pode se estender por quilômetros e pesar centenas de toneladas? Nesse artigo, você aprenderá como os recifes de coral se formam, que tipo de vida eles abrigam e por que os cientistas dizem que podem desaparecer no próximo século.

Se você já viu corais ramificados abrindo seus ramos como se fossem galhos de árvores, saberá por que cientistas achavam que os corais eram plantas. Mas essas criaturas minúsculas e frágeis são carnívoras, apesar de serem sésseis, ou presas a um ponto. Como seus parentes, a água-viva e a anêmona do mar no filo Cnidaria, cada coral individual, ou pólipo, possui células pontudas e cortantes chamadas de nematocistos que podem ser estendidos e usados para capturar presas - como zooplânctons ou peixes pequenos.

Embora os antigos cientistas tenham errado, é fácil entender o porquê. O coral quase podia ser considerado meia planta devido às algas zooxantelas que vivem dentro das paredes celulares de cada pólipo. O pólipo recebe das zooxantelas os subprodutos da fotossíntese e os transforma em proteínas, gorduras e carboidratos. Na verdade, o pólipo abriga as zooxantelas e fornece o carbono, os nitratos e os fosfatos que as algas precisam para a fotossíntese. Até 90% da energia produzida pela fotossíntese das zooxantelas são transferidos para o coral hospedeiro [fonte: NOAA (em inglês)]. Essa estrutura mutuamente vantajosa é chamada de simbiose.
Os pólipos de coral também utilizam a energia fornecida por suas algas simbióticas para produzir carbonato de cálcio, ou calcário. Eles secretam o calcário de sua base, criando um esqueleto protetor e uma cavidade chamada de taça. Os pólipos se escondem dentro da taça quando os predadores saem à sua procura.
Os pólipos raramente existem sozinhos. Geralmente, unem-se a outros pólipos para formar uma colônia maior que age como um único organismo. Embora os minúsculos pólipos individuais cresçam em média de 1 a 3 mm, as colônias podem pesar toneladas. Mesmo um único coral ramificado compreende milhares de pólipos individuais. Essas colônias podem se juntar, durante centenas ou milhares de anos, para formar um recife.


Os recifes crescem de duas maneiras. Uma é para complementar periodicamente sua base de calcário. Eles simplesmente secretam mais carbonato de cálcio embaixo e ao redor de sua taça, criando a estrutura do recife e fazendo-o crescer. Eles também crescem se reproduzindo. Os corais podem se reproduzir de forma assexuada, dividindo-se e produzindo clones idênticos, ou sexuada, através de óvulos ou espermatozóides.


De qualquer maneira, novos pólipos de coral se estabelecem no fundo do oceano até encontrarem uma base firme para se alojar, associando-se a uma colônia de corais pré-existente ou começando uma nova. Além de estarem presos pelas bases, os pólipos de coral se unem uns aos outros lateralmente por um tecido fino chamado de cenossarco. Os cenossarcos e os pólipos formam a parte viva visível do recife, enquanto a base de calcário forma a parte sem vida.
Além da luz do sol e da água quente, que não seja abaixo de 18ºC, os recifes precisam de ambientes de água salgada com uma salinidade específica. Conforme indicação do mapa, a maioria dos recifes está localizada nos oceanos Pacífico e Índico, que atendem a essas condições.


Finalmente, os recifes crescem melhor em águas claras e que tenham poucos nutrientes. O excesso de material suspenso flutuando na água impede a passagem da luz do sol necessária para a fotossíntese das algas. Os recifes podem crescer até 10 cm por ano nas seguintes condições:

•luz em abundância
•água clara
•temperaturas entre 23 e 29ºC
Em dias ensolarados, o coral pode formar carbonato de cálcio duas vezes mais rápido do que em dias nublados. Mesmo crescendo 10 cm por ano, um recife bem desenvolvido pode levar milhares de anos para se formar [fonte: NOAA].


Apesar de os corais formarem a infra-estrutura dos recifes, estes não possuem uma única espécie e reúnem uma variedade de plantas e de animais. A areia de coral é o principal componente. Criada pela força erosiva das ondas e correntezas contra o calcário e as conchas de animais, bem como pela trituração dos dentes de certos peixes, a areia de coral fica presa nas aberturas ao longo do recife. As algas coralinas incrustadas agem como cola, depositando uma camada dura de carbonato de cálcio sólido sobre a areia mantendo-a presa no lugar. Juntas, as algas incrustadas e a areia de coral corrigem áreas danificadas do recife e ajudam a estabilizá-lo, especialmente em regiões atingidas com freqüência pelas ondas.

Embora os recifes tenham necessidades e componentes básicos semelhantes, você pode separá-los em três categorias, dependendo do lugar onde se formam. Os recifes de franja são os mais comuns. Originam-se diretamente da costa e se desenvolvem nas margens externas da terra, formando uma borda que se projeta para fora do oceano. Os recifes de barreira são semelhantes aos recifes de franja porque também cercam a terra firme, mas formam uma borda ao longe, com um trecho de água entre eles e a costa. Os atóis são circulares ou ovais e se formam ao redor de uma lagoa. Eles surgem quando um recife de franja se forma ao redor de um vulcão que, depois, recua embaixo da superfície do oceano enquanto o recife continua crescendo.
(Fonte: Como tudo funciona, 02/02/2010)

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