quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Dengue faz fêmea do mosquito ficar três vezes mais sedenta de sangue

A infecção pelo vírus da dengue faz os mosquitos ficarem até três vezes mais sedentos de sangue do que o normal. A conclusão é de uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio. Por outro lado, o vírus prejudica as atividades do mosquito ao causar problemas de coordenação motora.
O comportamento alimentar de duzentas fêmeas do Aedes aegypti infectadas com o tipo 2 da dengue, um dos mais comuns no Brasil, foi observado pelo biólogo Gabriel Sylvestre para uma dissertação de mestrado.
Os testes foram feitos com as fêmeas porque só elas se alimentam de sangue para a maturação de seus ovos. Os machos ingerem substâncias vegetais e açucaradas.
O trabalho da Fiocruz trouxe evidências de que, assim como os seres humanos sentem dores e cansaço quando infectados, os mosquitos também sofrem impacto negativo com o vírus. Mas, apesar disso, ficam mais ávidos por sangue.
"Essa avidez por sangue acontece em frações de segundo e está ligada à hiperatividade provocada pelo vírus a partir da primeira alimentação. Isso preocupa porque, quanto mais sedento por uma fonte sanguínea, maior a chance de a doença ser disseminada", disse Sylvestre.
De acordo com o pesquisador, o aumento da avidez pode ser fruto de modificações fisiológicas provocadas pelo vírus, que se propaga por todo o corpo do mosquito: cabeça, patas, asa, ovários, corpo gorduroso e músculos.
Segundo o pesquisador Rafael Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, orientador de Sylvestre, outro impacto negativo, identificado pela primeira vez, é o tempo maior que a fêmea infectada leva para encontrar alimentos e sugar o sangue. "Ao demorar mais na localização e na alimentação [com o tempo de ingestão de sangue mais longo], a fêmea se torna mais vulnerável às ações de defesa do hospedeiro [ou seja, ao combate ao mosquito em geral] ", diz.
O fenômeno pode ajudar a ciência a entender por que a dengue é, hoje, a doença transmitida por mosquitos que se espalha mais rapidamente pelo mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No início do ano, o estudo foi publicado na revista científica de acesso livre "PLoS One".
"Quanto mais descobertas sobre as fraquezas do Aedes, mais estratégias inovadoras podem ser desenvolvidas para combatê-lo", afirma Sylvestre.
Levantamento feito por Freitas, aponta ainda que a longevidade do inseto infectado chega a diminuir pela metade. Em média, a fêmea não contaminada vive 30 dias. Já a infectada vive por 15 dias.
É comum que as fêmeas infectadas não coloquem ovos. No entanto, quando o fazem, depositam cerca de 60% menos ovos do que as não infectadas, mostrando um importante prejuízo na capacidade de reprodução. (Folha de São Paulo, Por: Diana Brito, set/2013).

Arroz dourado levanta debate sobre transgênicos

Numa ensolarada manhã de agosto, 400 manifestantes derrubaram as cercas em torno de uma lavoura na região filipina de Bicol e, uma vez lá dentro, arrancaram do chão pés de arroz geneticamente modificados.
Se as plantas tivessem sobrevivido o suficiente para florescer, teriam revelado um tom distintamente amarelo na parte do grão que deveria ser branca. Isso porque o arroz possui um gene do milho e outro de uma bactéria, fazendo dessa a única variedade existente a produzir betacaroteno, fonte de vitamina A. Seus desenvolvedores o chamam de "arroz dourado".
Jes Aznar/The New York Times
O arroz dourado foi geneticamente modificado para produzir betacaroteno, fonte de vitamina A, mas há quem tema e se oponha ao seu cultivo
O arroz dourado foi geneticamente modificado para produzir betacaroteno, fonte de vitamina A, mas há quem tema e se oponha ao seu cultivo
As preocupações manifestadas pelos participantes no ato de 8 de agosto --que o arroz representa riscos imprevisíveis para a saúde humana e o ambiente e que ele afinal servirá para dar lucro a grandes companhias agroquímica-- são comuns quando se discute os méritos dos produtos agrícolas geneticamente modificados.
São essas preocupações que motivaram alguns americanos a reivindicar rótulos obrigatórios com a sigla "OGM" [organismo geneticamente modificado] para identificar alimentos que tenham ingredientes feitos a partir de produtos agrícolas cujos DNAs tenham sido alterados em laboratório.
São elas também que resultaram em protestos semelhantes a outros produtos transgênicos nos últimos anos: uvas concebidas para lutar contra um vírus letal, na França, trigo criado para ter um menor índice glicêmico, na Austrália, e beterrabas açucareiras preparadas para tolerar um herbicida, no Oregon, nos EUA.
"Não queremos que nossa gente, especialmente nossas crianças, seja usada nessas experiências", disse ao jornal filipino "Remate" um agricultor que esteve entre os líderes do protesto.
Mas os defensores do arroz dourado dizem que ele é diferente de quaisquer dos produtos agrícolas transgênicos amplamente usados hoje, que são feitos para resistir a herbicidas ou a ataques de insetos, com benefícios para os produtores rurais, mas não diretamente para os consumidores.
Uma iminente decisão do governo filipino sobre permitir ou não o cultivo do arroz dourado fora dos quatro campos de teste remanescentes confere uma nova dimensão ao debate sobre os méritos dessa tecnologia.
O arroz dourado não pertence a nenhuma companhia específica. Ele está sendo desenvolvido por uma organização sem fins lucrativos chamada Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz, com o objetivo de oferecer uma nova fonte de vitamina A para pessoas nas Filipinas -onde a maioria das famílias tem no arroz sua principal fonte de calorias- e futuramente em muitos outros lugares de um mundo onde metade da população come arroz diariamente.
A falta da vitamina A, nutriente vital, causa cegueira em 250 mil a 500 mil crianças por ano. Ela afeta milhões de pessoas na Ásia e na África e enfraquece tanto o sistema imunológico que 2 milhões morrem por ano de doenças que, em outras circunstâncias, não seriam fatais.
A destruição de uma lavoura experimental e as razões apresentadas para isso incomodaram cientistas no mundo todo, motivando-os a reagir às alegações acerca dos riscos sanitários e ambientais dessa tecnologia.
Numa petição em prol do arroz dourado que circulou entre os cientistas e foi assinada por milhares deles, muitos manifestaram sua frustração com organizações ativistas como o Greenpeace, que, segundo eles, aproveitam-se dos temores equivocados despertados pela engenharia genética.
O que está em jogo, afirmam eles, não é só o futuro do arroz biofortificado, mas também os meios racionais para avaliar uma tecnologia cujo potencial para melhorar a nutrição poderá de outra forma ficar por realizar.
"Paira por aí muita desinformação a respeito dos OGMs que é tomada como fato pelas pessoas", disse Michael Purugganan, professor de genômica e biologia e pró-reitor de ciências da Universidade de Nova York. "Os genes que eles inseriram para fazer a vitamina não são nenhum material manufaturado esquisito, mas sim genes encontrados também em abóboras, cenouras e melões", escreveu ele em uma cartilha publicada pelo GMA News Online, veículo noticioso filipino. "Muitas das críticas aos OGMs no mundo ocidental padecem da falta de compreensão sobre como a situação é realmente difícil nos países em desenvolvimento."
Nina Fedoroff, professora da Universidade Rei Abdullah de Ciência e Tecnologia, na Arábia Saudita, e ex-consultora científica da Secretaria de Estado dos EUA, ajudou a difundir o abaixo-assinado. "Já passou da hora de os cientistas se levantarem e gritarem: 'Chega de mentiras'", disse ela. "Estamos falando em salvar milhões de vidas aqui."
Precisamente por causa do seu propósito elevado, o arroz dourado atrai suspeitas. Muitos países proíbem o cultivo de todos os OGMs. No começo da década passada, a ambientalista indiana Vandana Shiva disse que o arroz dourado seria um "cavalo de Troia", destinado a conquistar o apoio da opinião pública para organismos transgênicos que beneficiariam corporações à custa de consumidores e agricultores pobres.
Em um artigo de 2001, "The Great Yellow Hype" (o grande "hype" amarelo), o autor Michael Pollan sugeriu que esse arroz pode ter sido desenvolvido "para ganhar uma discussão, em vez de resolver um problema de saúde pública".
Mas o arroz foi aperfeiçoado desde então, dizem seus defensores: uma tigela contém atualmente 60% da necessidade diária de vitamina A para uma criança saudável. A possibilidade de que o arroz dourado possa se transpolinizar com outras variedades também é considerada limitada, porque o arroz se autopoliniza.
Se esse arroz obtiver aprovação do governo filipino, ele não custará mais do que outras variedades para os agricultores pobres, que estarão liberados para replantar as sementes.
A Fundação Bill e Melinda Gates está apoiando os testes finais do arroz dourado. Também está patrocinando o desenvolvimento de cultivos específicos para a África Subsaariana, como uma mandioca resistente a um vírus que habitualmente destrói um terço das safras ou um milho que usa o nitrogênio de forma mais eficiente. Outros pesquisadores estão desenvolvendo um feijão-fradinho resistente a pestes e uma banana que contém vitamina A.
Uma objeção aos OGMs é que eles podem conter riscos desconhecidos. Tais cultivos, afirmou a "Scientific American" em agosto, "só com apoio da opinião pública chegarão às mesas das pessoas". O Greenpeace, por exemplo, já disse que continuará se opondo a eles. "Preferimos pecar por cautela", disse Daniel Ocampo, ativista da organização nas Filipinas.
Para outros, o potencial para aliviar o sofrimento é tudo o que importa. Como escreveu um dos signatários da petição, o mexicano Javier Delgado: "Essa tecnologia pode salvar vidas. Mas falsos temores podem destruí-la."(Fonte: Folha de São Paulo, Por: AMY HARMON
DO "NEW YORK TIMES", 03/set/2013).

Brasil terá primeiro teste clínico com células embrionárias - Por:REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pacientes afetados pela principal doença causadora de cegueira entre idosos deverão ser os primeiros brasileiros a receber uma terapia baseada em células-tronco embrionárias, provavelmente no ano que vem.
Detalhes do projeto, uma parceria entre a Universidade do Sul da Califórnia e a Unifesp, serão apresentados na reunião da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que começa hoje em Caxambu (MG).
"É um teste inicial que vai avaliar apenas a segurança, mas pelo menos é algo promissor para doenças que não têm tratamento eficaz", disse à Folha o oftalmologista Rodrigo Brant, da Unifesp.
O alvo da estratégia é a degeneração macular relacionada à idade, que costuma afetar maiores de 65 anos.
Tudo começa numa camada de células conhecida como epitélio pigmentar. Colada à retina, ela é responsável pela "faxina" de subprodutos das células da retina. "Depois de uma certa idade, às vezes ela deixa de funcionar como deveria", diz Brant.
Resultado: acúmulo dessa "tralha" celular, atrapalhando a visão, chegando a tornar a pessoa incapaz de ler.
O que os pesquisadores descobriram é que as células-tronco embrionárias (obtidas de embriões com poucos dias de vida e com a capacidade de assumir a função de qualquer tecido do corpo) podem se transformar em epitélio pigmentar sem praticamente nenhuma intervenção extra.
Após anos de cultivo dessas células in vitro, já existem até linhagens ("famílias" celulares) comerciais de epitélio pigmentar, conta ele. "São elas que nós deveremos usar, até para manter a padronização com nossos colegas da Califórnia", diz Brant.
Os embriões humanos a partir dos quais elas foram derivadas foram destruídos nos EUA há anos --embriões descartados no Brasil não serão usados na pesquisa. Aqui, só embriões inviáveis ou congelados por mais de três anos em clínicas de fertilização podem ser usados em estudos.

Brasileiro inventor de ‘luz engarrafada’ tem ideia espalhada pelo mundo

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve seu próprio momento de “eureka” quando encontrou a solução para iluminar a própria casa em um dia de corte de energia.
Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas usando a “luz engarrafada”.
Mas, afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol em uma garrafa de dois litros cheia d’água.
“Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor”, explica Moser.
Ele protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d’água.
“Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota”, diz o inventor.
Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
“Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts”, afirma Moser.
Apagões – A inspiração para a “lâmpada de Moser” veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. “O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas”, relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente, para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e, assim, provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que, então, começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida. Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
“Eu nunca fiz desenho algum da ideia. Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo”, ressalta.
Pelo mundo – O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro. Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
“Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?”, comemora Moser.
Carmelinda, mulher de Moser há 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas com madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o inventor. Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido “quantidades enormes de garrafas”.
“Enchemos as garrafas com barro para criar as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazer as janelas”, conta.
“Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: ‘Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados”’, relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganhar uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes “engarrafadas” também chegaram a outros 15 países, entre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente podem-se encontrar as lâmadas de Moser em comunidades que vivem em ilhas remotas. “Eles afirmam que viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da ideia”.
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, usando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas. Diaz estima que pelo menos 1 milhão de pessoas vão se beneficiar da ideia até o começo de 2014.
“Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre”, enfatiza o representante do MyShelter.
“Ganhando ou não o Prêmio Nobel, queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admira o que ele está fazendo.”
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto? “Nunca imaginei isso, não”, diz, emocionado. “Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso.” (Fonte: G1, set/2013)

Mais de 1 milhão de baratas fogem de criadouro na China

Mais de um milhão de baratas escaparam de um criadouro no leste da China, onde um especialista sanitário pediu aos habitantes dos arredores para manter a calma, informou neste domingo (25) a imprensa local.
As baratas eram utilizadas para a fabricação de medicamentos tradicionais chineses, informou o jornal Xiandai Kuaibao.
As baratas escaparam depois que “um indivíduo não identificado” destruiu o viveiro de reprodução situado nesta granja da comunidade de Dafeng, acrescentou o jornal publicado em Nankim.
As autoridades sanitárias da província de Jiangsu enviaram cinco especialistas encarregados de uma operação de desinfecção para eliminar os insetos. Um especialista pediu a população não entrar em pânico.
O proprietário da granja, Wang Pengsheng, investiu este ano cerca de 100 mil yuans (US$ 16.200) para adquirir 102 quilos de ovos de Periplaneta americana, uma espécie de barata. (Fonte: G1, set/2013)

Proteína oferece pista importante sobre perda de memória com idade

Cientistas americanos dizem ter encontrado uma pista importante sobre o porque a memória se deteriora com a idade. Experiências feitas com camundongos sugerem que baixos níveis de proteína no cérebro podem ser responsáveis por perda de memória. O estudo publicado pela revista científica Science Translational Medicine afirma que a perda de memória não tem relação com Alzheimer.
A equipe do Columbia University Medical Centre começou analisando o cérebro de oito pessoas já falecidas, com idades de 22 a 28 anos, que doaram seus órgãos para pesquisa médica. Eles encontraram 17 genes cujas atividades variavam com a idade. Um deles continha instruções para fazer a proteína RbAp48, que ficou menos ativo com o tempo.
Camundongos jovens criados com baixos níveis de RbAp48 em laboratório tiveram desempenho mais fraco em testes de memória. Usando um vírus para melhorar o nível de RbAp48 em camundongos mais velhos pareceu melhorar a memória e reduzir o nível de deterioração.
“O fato de que nós fomos capazes de reverter a memória relacionada ao envelhecimento em camundongos é bastante animador”, disse o professor Erica Kandel, que trabalhou na pesquisa.
“No mínimo, mostra que essa proteína é um fator importante, e faz alusão ao fato de que a perda de memória relacionada à idade acontece em função de uma mudança de algum tipo nos neurônios. Ao contrário do Alzheimer, não existe perda significativa (no número) de neurônios.”
Ainda não se sabe o impacto que o ajuste no nível de RbAp48 tem no cérebro humano, que é mais complexo. Nem mesmo se entende se seria possível manipular estes níveis com confiança.
Simon Ridley, da entidade Alzheimer Research UK, que não participou da pesquisa, disse que os resultados do estudo avança em uma área desafiadora para a ciência, que é a compreensão sobre os mecanismos que causam Alzheimer e os que provocam perda de memória em relação à idade. (Fonte: Terra, set/2013)

Estudantes criam garrafa que converte água do mar em potável

Um grupo de estudantes sul-coreanos promete ter inventado uma solução de bolso para dessalinizar a água do mar.
Os alunos Younsun Kim, Kangkyung Lee, Byungsoo Kim e Minji Kim, da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, desenvolveram o conceito de um dispositivo de filtragem e purificação de água portátil que promete transformar água salgada em água potável.
O Puri, como foi batizada a invenção, usa a tecnologia de osmose reversa. A ideia dos estudantes é incluir o produto no kit básico de barcos ou situações de emergência no mar, onde a hidratação pode ser um problema grave.
Segundo vídeo explicativo criado pelos pesquisadores, o funcionamento é simples. O usuário só precisa bombear um êmbolo dentro do cilindro e pressurizar a água salgada, empurrando para a câmara de filtragem. Em seguida, a água doce entra em outra câmara, pronta para ser consumida. (Fonte: Exame.com, set/2013).

Pesquisadores chineses descobrem vírus da gripe aviária

Cientistas da China informaram na quinta-feira (22) que estão pesquisando a existência de um vírus do tipo H7 que infecta galinhas. Eles estudam o vírus da gripe das aves H7N9, que matou mais de 40 pessoas no país desde março. O vírus foi batizado de H7N7 e tem capacidade de infectar mamíferos, segundo experiência de laboratório.
“Se deixarmos o H7N7 continuar a circular em galinhas, tenho a certeza de que ocorrerão casos de infecção humana”, disse por e-mail o coautor do estudo Yi Guan, da Universidade de Hong-Kong. “Esse vírus pode causar infecções mais graves que o H7N9”, observou.
Para os especialistas chineses, é necessário manter o alerta, pois o novo vírus pode representar uma ameaça. “A prevalência continuada dos vírus H7 em aves poderá levar à geração de variantes altamente patogênicas e mais infecções humanas esporádicas”, disseram os cientistas, em um artigo publicado na revista Nature.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve 135 casos confirmados de pessoas que contraíram a gripe das aves H7N9 ao longo do ano, 44 morreram. Todos os casos ocorreram na China, com exceção de um em Taiwan.
O H7N7 se espalha em aves. Em 2003, causou uma morte humana e mais de 80 casos moderados da doença na Holanda. Para o novo estudo, os especialistas testaram em ratos de laboratório o vírus H7N7. Os animais desenvolveram pneumonia grave, o que sugere que o vírus é potencialmente infeccioso para os seres humanos.
“Pensamos que é assustador para os humanos. A população humana não tem anticorpos contra o subtipo de vírus da gripe H7. Por isso, se ele causar um surto pandêmico, matará muitas pessoas”, disse Yi Guan, da Universidade de Hong-Kong. Em uma amostra de 150 galinhas testadas, 36 eram portadoras do vírus H7N7 e muitas aves tinham tanto o H7N7 quanto o H7N9.
Ao analisar o estudo, o professor Iain Jones, da Universidade de Reading, disse que o vírus não é “um imediato perigo público”. “Os programas de vigilância podem agora concentrar-se em estirpes fundamentais no processo de adaptação e erradicá-las”, disse ele, em texto divulgado pelo Science Media Centre. (Fonte: Agência Brasil, set/2013).

Figueira de 400 anos será derrubada em Hong Kong por causa de fungos

ma figueira de 400 anos de idade vai ser derrubada em Hong Kong, segundo anúncio feito por autoridades nesta sexta-feira (23). A árvore foi atacada por uma doença de fungos, que ocorreu depois que as obras de um parque privaram suas raízes de oxigênio e nutrientes.
No coração da cidade, no Parque Kowloon, a figueira mais velha de Hong Kong foi infectada por uma doença fatal que autoridades temem que possa espalhar para outras árvores nos arredores.
Um terço da árvore desabou em um tufão de 2007, mas a grandeza da figueira ainda surpreende quem passa perto de seu tronco imponente, de 22 metros de altura, e da copa que se espalha por cerca de 27 metros. “Nenhuma outra figueira era tão velha quanto esta, nem tão grande quanto ela”, disse o professor do departamento de Geografia da Universidade de Hong Kong, Jim Chi Yung, à AFP. (Fonte: G1, set/2013)

Cientistas criam castanheira resistente a fungos nos EUA

Após décadas de pesquisa, dois grupos parecem ter chegado, de forma independente, perto do mesmo “milagre” botânico: criar uma castanheira norte-americana capaz de suportar a praga de fungo que eliminou bilhões de árvores na primeira metade do século 20.
Em 12 hectares de Force, na região rural da Pensilvânia, mil mudas de castanheiras potencialmente resistentes à praga foram plantadas em maio pela Fundação Castanheira Americana.
Os brotos, híbridos de plantas chinesas e americanas, estão entre as 14 mil castanheiras que serão plantadas sobre áreas recuperadas de minas a céu aberto nos montes Apalaches até o fim de 2014.
No Colégio de Ciência Ambiental e Florestamento da Universidade Estadual de Nova York em Syracuse, William A. Powell e seu colega geneticista Charles A. Maynard preparam novos testes de uma castanheira que foi modificada com um gene do trigo.
A árvore se saiu bem nos primeiros testes. Com a aprovação do Departamento de Agricultura dos EUA, um teste de campo controlado será realizado no início deste outono americano.
A castanheira, de rápido crescimento, era uma das árvores mais altas das florestas do leste dos EUA, com troncos que podiam alcançar 15 metros antes dos primeiros ramos.
Susan Freinkel, autora do livro “American Chestnut: The Life, Death and Rebirth of a Perfect Tree” [Castanheira norte-americana: Vida, morte e renascimento de uma árvore perfeita], disse que as muitas utilidades da castanheira – como a madeira, o tanino e as nozes – a tornavam uma “grande provedora” da Louisiana ao Maine.
A praga chegou a Nova York em um navio que transportava castanheiras da Ásia. Esforços intensos para encontrar um híbrido resistente à doença começaram nos anos 1930, mas virtualmente todas as árvores norte-americanas originais estavam mortas na década de 1950.
A Fundação Castanheira Americana passou mais de 30 anos tentando misturar a resistência a fungos das castanheiras chinesas com a graça e a resistência das norte-americanas.
Hoje, com dois grupos de pesquisa próximos de descobertas importantes, Bryan Burhans, presidente da Fundação Castanheira, está cautelosamente otimista. “A situação é promissora”, disse ele.
Há bons motivos para se acreditar que a principal questão hoje sobre o renascimento das castanheiras não é mais se ocorrerá, mas quando.
As duas novas castanheiras norte-americanas tomam caminhos muito diferentes em direção ao combate ao fungo parasítico.
O fungo mata ao produzir ácido oxálico, substância química poderosa. As novas árvores híbridas resistem ao fungo como suas primas chinesas, essencialmente construindo um muro em torno do fungo antes que ele consiga secretar ácido suficiente para rodear a árvore. As castanheiras geneticamente modificadas usam uma abordagem diferente: seu gene de trigo fabrica uma enzima que torna o ácido inofensivo.
O momento coincidente dos dois grupos é maravilhoso, diz o doutor Maynard.
“Buscamos soluções há 20 anos”, diz. “É incrível que tenhamos chegado a duas quase ao mesmo tempo.” (Fonte: Folha.com, 04/09/2013)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Blog: Física

Para quem pretende dar continuidade nos estudos e/ou gosta
de física moderna, segue o endereço de um blog bem interessante:
http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/arch2013-05-19_2013-05-25.html#2013_05-23_12_34_46-7000670-0


terça-feira, 21 de maio de 2013

Açúcar do amido pode ser solução barata e ecológica na extração do ouro


O uso de um determinado tipo de açúcar pode substituir o cianeto para extrair ouro ou recuperá-lo de componentes eletrônicos descartados a um preço módico e sem causar danos ao meio ambiente, afirmam cientistas que dizem ter descoberto por acaso essas propriedades surpreendentes de um derivado do amido.
A indústria mineradora recorre principalmente ao cianeto, uma substância extremamente tóxica, para dissolver o ouro e recuperá-lo por meio de filtragem.
Figura 01- Ouro natural
 (Fonte: www.museu.em.ufop.br)
Dessa forma são extraídos mais de 80% do ouro produzido em todo o mundo em processos que supõem riscos ambientais importantes e para a saúde humana em caso de vazamento.
Em fevereiro passado, em uma metalúrgica do norte do Japão foi registrado um vazamento de cinco toneladas de resíduos com cianeto de sódio, quantidade suficiente para matar 125 mil pessoas. Felizmente, a neve absorveu grande parte desse vazamento.
“A eliminação do cianeto da indústria [do ouro] é de importância vital para o meio ambiente. Nós conseguimos substituir essas temidas substâncias por uma matéria branca, biologicamente inofensiva, derivada do algodão”, resumiu Fraser Stoddart, um químico da Universidade Northwestern de Illinois, nos Estados Unidos.
A equipe de Stoddart assegura ter feito esta descoberta por acaso, tentando produzir em laboratório pequenas estruturas cúbicas capazes de armazenar gases ou outras moléculas.
Zhichang Liu, principal autor do estudo publicado nesta terça-feira (14) na revista Nature Communications, misturou o conteúdo de dois tubos de ensaio: um com alfa-ciclodextrina, um tipo de açúcar resultante da degradação do amido por uma bactéria, e o outro com uma solução que continha ouro. De forma inesperada, minúsculas agulhas se formaram rapidamente na mistura.
“A princípio fiquei decepcionado porque minha experiência não produzia cubos, mas, ao ver as agulhas, quis saber mais sobre sua composição”, explicou o pesquisador em comunicado da Universidade.
As verificações revelaram que essas agulhas surpreendentes eram complexos de íons de ouro capturados por átomos, água e ciclodextrina.
“Zhichang encontrou uma fórmula mágica para isolar o ouro de qualquer outra coisa, e de forma ecológica”, afirmou Fraser Stoddart. (Fonte: UOL, Maio/2013)

Europa vai proibir três pesticidas considerados mortais para abelhas



Três inseticidas mortais para as abelhas estarão proibidos na União Europeia (UE) durante dois anos a partir de julho, anunciou nesta segunda-feira a Comissão Europeia após uma votação que demonstrou as fortes pressões da indústria e dos “lobbies” agrícolas.
Segundo a agência de notícias France Presse, 15 países, entre eles França e Alemanha, votaram a favor da proposta de proibição apresentada pela Comissão Europeia. Oito países, entre eles Reino Unido, Itália e Hungria, votaram contra, e quatro, entre eles a Irlanda, se abstiveram.
Concretamente, a Comissão Europeia suspenderá durante dois anos a utilização de três neonicotinoides – clotianidina, imidacloprid e tiametoxam – presentes em pesticidas fabricados para quatro tipos de cultivos: milho, colza, girassol e algodão.
“As abelhas são vitais para nosso ecossistema e é preciso protegê-las, sobretudo porque fornecem uma contribuição anual de 22 bilhões de euros à agricultura europeia”, declarou o comissário europeu encarregado, Tonio Borg.
Para apresentar sua proposta, a Comissão Europeia se baseou em um relatório negativo da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Os grandes produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agroalimentícias tentaram bloquear esta decisão. Copa-Cogeca, a união dos grandes sindicatos agrícolas europeus, pediu para adiar esta proibição para 2014 e insistiu nas grandes perdas financeiras e sociais que causará, de 2,8 bilhões de euros, e o perigo de que 50.000 empregos sejam destruídos.
Já as principais empresas que fabricam estes pesticidas, a alemã Bayer e a suíça Syngenta – principalmente sob a marca Cruiser OSR – multiplicaram as pressões para bloquear ou ao menos limitar as consequências desta proibição.
Zangões em perigo – De acordo com pesquisa publicada em outubro na revista “Nature”, os pesticidas neonicotinoides e piretroide estariam matando zangões e prejudicando a habilidade deles para se alimentar. Assim, colônias vitais para a polinização das plantas podem vir a não desempenhar as suas tarefas.
A pesquisa feita por cientistas da Universidade de Londres, no Reino Unido, expôs colônias de 40 zangões, abelhas maiores do que as mais comuns, aos pesticidas neonicotinoide e piretroide durante quatro semanas, em níveis semelhantes aos que se dão nos campos.
Análise feita pelos pesquisadores afirma que a exposição aumentou a mortalidade e reduziu o desenvolvimento e o sucesso da colônia. Além disso, o estudo diz que a exposição a uma combinação de dois pesticidas “aumenta as chances da colônia fracassar”. (Fonte:Modificado de: G1, Abril, 2013)

Formigas mudam de função na colônia à medida que envelhecem


Formigas mudam de função à medida que envelhecem, passando de cuidadoras a limpadoras e, em seguida, forrageiras, de acordo com um novo estudo que acompanhou mais de mil formigas por 41 dias.




“Você pode ver uma distinção clara entre os três grupos”, disse Alessandro Crespi, engenheiro de computação do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, e um dos autores do estudo publicado no periódico Science .
Crespi e seus colegas usaram dados de mapas de calor para monitorar formigas carpinteiras em seis colônias.
“Nós colocamos códigos de barras nas formigas manualmente e usamos uma câmera infravermelha de alta resolução para obter uma imagem a cada dois segundos”, disse ele. As formigas foram mantidas no escuro para simular um ambiente natural.
Estas imagens foram convertidas em grandes conjuntos de dados. Quando os pesquisadores analisaram os dados, descobriram que as formigas são, na maioria, cuidadoras. Elas ficam próximas ao interior do ninho e garantem que as larvas e pupas tenham comida suficiente. Formigas de meia-idade patrulham continuamente a colônia para verificar que a mesma esteja em ordem e garantir que esteja limpa.
“As formigas são muito limpas”, disse Crespi. “Há uma pilha de lixo em um lugar específico, e cada formiga morta ou qualquer tipo de lixo é movido para essa pilha.”
O trabalho mais perigoso é o forrageio (busca de alimentos), uma vez que exige deixar o ninho e encontrar o mundo exterior, disse Crespi. Esse é um trabalho para as formigas mais velhas da colônia.
Usando sua técnica de códigos de barra e câmeras, os pesquisadores esperam aprender mais sobre como as formigas realizam uma infinidade de tarefas sem a orientação de um líder. “Não é a rainha que coordena as formigas”, disse Crespi. (Fonte: Portal iG, Maio, 2013)

Brasil luta para evitar extinção da onça-pintada


Na lista dos animais ameaçados de extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a onça-pintada se transformou em símbolo de ações de preservação. Considerado o maior felino do continente americano, a espécie se concentra principalmente no Brasil. O país busca trabalhar num programa internacional de conservação da espécie que abrange todos os países onde ela ocorre.

A intenção é elaborar uma estratégia de ação em conjunto com pesquisadores para envolver toda a sociedade num programa de proteção da espécie. Não é possível estimar a quantidade de indivíduos de onça-pintada no país, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap). O tamanho da Amazônia e da população do Pantanal dificultam o trabalho. Na Mata Atlântica e na Caatinga, a espécie está criticamente ameaçada. Há uma população muito pequena do animal e a necessidade de ações urgentes para conservação.
Se não forem tomadas medidas imediatas, em 80 anos, a espécie deve estar extinta em algumas regiões da Mata Atlântica, alerta o chefe do Cenap, Ronaldo Morato. Para evitar que isso ocorra, há diferentes ações e grupos voltados à preservação da onça-pintada no Brasil. A identificação de áreas prioritárias para conservação do animal é uma das ações iniciais. O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Onça-Pintada inclui 25 áreas de conservação. Apesar do trabalho, “a espécie continua na categoria ameaçada de extinção. Ainda não conseguimos modificar esse status”, lamenta Morato. Proteger a espécie e diminuir os impactos sobre ela é um dos objetivos do Cenap, órgão vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo especialistas, um dos principais desafios da preservação da espécie é a perda de território e o comprometimento do habitat natural da onça-pintada, já que muitas das áreas foram afetadas pelo desmatamento. A transformação do ambiente natural da espécie em atividades agropecuárias ou pastagens nativas é crítica para o animal.
A caça predatória também se configura como um desafio a ser superado. Fatores econômicos e culturais envolvem a perseguição à onça-pintada, já que, entre os peões, a caça ao animal é vista como um ato de bravura. A educação ambiental sobre a importância da espécie torna-se um aliado do trabalho de preservação. A intenção é atingir as comunidades próximas de onde o animal ocorre. Em locais onde há criação de gado, o animal entra em conflito com produtores rurais.
“A onça acaba matando o gado para se alimentar. Muitas vezes esse conflito termina na morte do animal”, alerta. A falta de informação torna a relação com o animal conflituosa, daí a necessidade de um trabalho ambiental que mostre a importância de mantê-lo: “É um animal que ao mesmo tempo é adorado como um deus e odiado como um diabo. As pessoas têm medo, acham que ele pode atacar.” Um trabalho muito forte nesse sentido é feito pela ONG Escola da Amazônia, que trabalha para promover a relação entre homem e onças.
Equilíbrio dos ecossistemas – Os grandes predadores, no caso dos felinos, desempenham um papel ecológico considerado fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Eles são os chamados “topo de cadeia alimentar”, agem como “reguladores”. Esses animais atuam na regulação do tamanho populacional de outras espécies. Por isso, a ameaça de extinção da onça-pintada pode contribuir para um crescimento desenfreado da população de outros animais, como veados e porcos-do-mato por exemplo.
Em algumas regiões, são observados casos típicos de explosões da população de capivara e de doenças relacionadas a esse aumento populacional, como febre maculosa, que pode afetar humanos.
Uma alternativa de quem pesquisa o tema é usar a onça como atrativo para turistas, a exemplo do que fazem países na África, onde esta é a principal fonte de renda para diferentes comunidades. “Pregamos que o animal vale mais vivo do que morto”, define Ronaldo. Para ele, o turismo de avistamento de animais pode ser implementado no país. No Pantanal, há um projeto piloto de transformação de uma propriedade em ponto de referência para turismo de avistamento de animais. A ideia é expandir para todo o Pantanal e mostrar para os proprietários da região que se pode ter retorno econômico com a presença da onça.
Sobre o animal – A onça-pintada é considerada um símbolo da biodiversidade brasileira. O mamífero exerce fascínio sobre a população desde os tempos pré-colombianos. A cultura dos povos ancestrais esteve vinculada ao animal. Os grande felinos são símbolos onde eles ocorrem. “Os tigres na Índia e na China; os leões na África; os leopardos na África e na Ásia; A onça-pintada, em toda a extensão onde ela ocorre. São animais esteticamente muito bonitos, símbolos de força e beleza”, explica Morato.
A onça é o maior carnívoro da América do Sul. Pode medir mais de dois metros e pesar quase 160 quilos. No Brasil, é encontrada principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Além do Brasil, também está presente em praticamente toda a América do Sul, do norte da Argentina ao sul dos Estados Unidos. Em cada uma das áreas, o animal está ameaçado em algum grau de intensidade. O predador está no topo da cadeia alimentar e é exclusivamente carnívoro. É responsável por importante função ecológica, por regular espécies presas, como capivaras e jacarés. A onça é uma das 627 espécies da fauna ameaçada de extinção, segundo oLivro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. (Fonte: Terra, Maio, 2013).

Produção agroecológica é tema de debates em Roraima


Com o intuito de mostrar ao público a evolução da agricultura orgânica em Roraima e apresentar os resultados das pesquisas feitas na área, o Sebrae, em parceria com instituições como a Universidade Federal de Roraima (UFRR), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Federal de Roraima (IFRR) e a Faculdade Roraimense (Fares), promovem de 27 de maio a 2 de junho a Semana de Alimentos Agroecológicos em Roraima.
A programação do evento prevê atividades simultâneas em Boa Vista, Amajarí e no campus do Instituto Federal de Roraima (IFRR) em Rorainópolis. A abertura será feita com as palestras “Produção Orgânica em Roraima” e “Os Benefícios do Consumo de Alimentos Orgânicos”, no dia 27 de maio, às 8h30, no auditório da UFRR.
No período da tarde será realizada a palestra “Agroecologia e Produção Orgânica – Conceitos e Definições” no Campus do IFRR, no Amajarí, e na Escola Agrotécnica da UFRR (EAGRO) o projeto “Fazendinha Agroecológica” será apresentado para os acadêmicos, professores e técnicos da própria Escola.
No dia 28, estudantes, consumidores e interessados no tema podem participar da visita à duas propriedades agroecológicas; a Trigenros Orgânicos, em Pacaraima, que receberá os produtores do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS); e a Hortivida, onde será apresentado o Plano de Manejo Orgânico do local e uma palestra com o tema “Produção Orgânica – Conquistas e Desafios” será apresentada aos alunos do Campus do IFRR no Amajarí.
As visitas à propriedades de produção agroecológica continuam no dia 29, desta vez na região do Murupú, zona rural de Boa Vista. O objetivo é mostrar os resultados do projeto PAIS para a comunidade e os parceiros e colaboradores do Sebrae, bem como chamar a atenção dos participantes para os benefícios de se produzir com o mínimo de agressão ao meio ambiente.
No sábado (1) a programação tem lugar nas feiras livres da capital Boa Vista. Das 6h às 10h, os participantes distribuirão material informativo sobre a produção orgânica de alimentos na praça da Amoca, no bairro Caçari, e também na Feira do Produtor.
No mesmo dia, no Campus do IFRR no Amajarí, a professora Dra. Daniele Sayuri e a professora Msc. Eliselda Corrêa apresentarão aos alunos da instituição palestras sobre “Os Efeitos do uso de Agroquímicos no meio Ambiente” e “Agricultura Natural”.
O encerramento do a programação será feita com a distribuição de material informativo na Feira do projeto PAIS, no Mercado Romeu Caldas, no dia 2 de junho, das 6h às 10h. (Fonte: G1, Maio, 2013).

Recomendado pela ONU, consumo de insetos na dieta já ocorre no Brasil


O consumo de insetos na alimentação humana, recomendado em um relatório publicado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), já existe em algumas espécies que são consumidas no Brasil.
A mais comum é a formiga tanajura, que é um alimento relativamente tradicional em áreas do interior de Minas Gerais e do Nordeste, em forma de farofa. Outro inseto conhecido é a larva do besouro Pachymerus nucleorum, que se instala dentro de frutos, e que por isso também é conhecida como “larva do coquinho”. Seu consumo faz parte de brincadeiras na zona rural e de treinamentos de sobrevivência na selva.
Os órgãos oficiais ainda não dão muita importância ao assunto, apesar da recente recomendação do órgão da ONU. No Guia Alimentar para a População Brasileira, o Ministério da Saúde não faz nenhuma menção ao consumo de insetos. Já a Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) entende que esse hábito alimentar não faz parte da cultura brasileira e não tem estudos neste sentido. O Ministério da Agricultura, por sua vez, afirma que não há registro oficial de estabelecimentos que produzam insetos para o consumo humano.
“Eu espero fortemente que o governo brasileiro reconheça os insetos como fonte de alimentos dos brasileiros”, afirmou Eraldo Costa Neto, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA) que pesquisa as relações entre humanos e insetos. “Infelizmente, o governo brasileiro ainda vê insetos como pragas”, completou o especialista, que foi o único brasileiro a participar da convenção da FAO que deu origem ao relatório publicado na segunda.
À espera de reconhecimento – Apesar de o Ministério da Agricultura dizer que nunca registrou nenhum produtor de insetos para consumo humano, uma empresa de Minas Gerais afirma que já entrou com o pedido para obter a licença e que ainda não recebeu resposta.
Na verdade, a Nutrinsecta é especializada na produção de insetos para a alimentação de animais. No entanto, como os animais são tratados em um ambiente limpo e saudável, não há nenhum empecilho para o consumo humano. Isso atrai chefs de cozinha e curiosos, que, esporadicamente, usam esses ingredientes para desenvolver seus pratos.
Com a orientação da FAO, a empresa espera que o mercado cresça e se prepara para atender a uma possível demanda. “Hoje, eu estou muito feliz porque realmente nunca fiz nenhuma gestão para alimentação humana, exatamente pelo preconceito”, afirmou Luiz Otávio Gonçalves, presidente do Grupo Vale Verde, ao qual a Nutrinsecta pertence. “Mas agora eu posso sair do armário”, brincou o empresário.
Os insetos produzidos no local são os tenébrios – um tipo de besouro do qual se consome a larva, nos tipos comum e gigante – grilo preto, barata cinérea, larva de mosca e pupa de mosca.
A criação de insetos nasceu de um hobby de Gonçalves, que mantém um viveiro com aves raras em um parque mantido pela empresa em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ajudando, inclusive, a reproduzir espécies em extinção.
No início, as aves eram alimentadas com sementes, como na natureza. Porém, como gastam menos energia no cativeiro, o excesso de gordura das sementes prejudicava o sistema reprodutivo das aves. O criador pediu ajuda a especialistas e foi instruído a usar insetos como ração. “O nível de reprodução das aves foi de 35% para 70%”, contou.
A partir daí, o grupo começou a criar seus próprios insetos. Hoje, a produção está em uma tonelada por mês, com planos de expansão, mas a ideia principal continua sendo o uso como ração animal.
Valores nutricionais – A recomendação da FAO pelo consumo de insetos se dá pela grande quantidade de proteínas encontrada nestes animais. Os números variam muito de acordo com o tipo de inseto, mas as espécies já consumidas no Brasil e as produzidas pela Nutrinsecta têm valores bem acima dos alimentos tradicionais, como mostra a tabela ao lado.
“As proteínas são nutrientes necessários ao organismo para o crescimento, desenvolvimento e reparação dos tecidos corporais. Além de fazerem parte de diversas estruturas do organismo, compõem enzimas, hormônios, fazem transporte de nutrientes e compõem o sistema imunológico”, explicou a nutricionista Lara Natacci, responsável técnica da Dietnet Assessoria Nutricional, de São Paulo.
A orientação dos nutricionistas é que uma pessoa consuma entre 0,8 e 1 grama diária de proteínas para cada quilo de seu peso. Em outras palavras, quem pesa 50 kg deve ingerir entre 40 e 50 gramas de proteínas em um dia.
Embora o relatório tenha sugerido os insetos como uma forma de combate a fome, esse não é o único objetivo da organização. A ideia, em longo prazo, é criar o hábito e incluí-lo no cardápio como um todo. “Inseto não é para gente pobre e desnutrida. Inseto é para ser consumido por todos”, afirmou o especialista Eraldo Costa Neto.
Por serem ricos em proteínas, os insetos conseguiriam suprir a mesma produção de nutrientes do gado gastando menos recursos – água, área e alimentos. Como a tendência é que o preço da carne bovina suba muito ao longo do século, a dieta de insetos tende a ganhar adeptos. “É uma alternativa não só econômica, como também ecológica”, apontou Costa Neto.
Os insetos também são muito ricos em gordura, mas o tipo de gordura é diferente do encontrado nos bovinos, por exemplo. “Eles têm gorduras poli-insaturadas, que não nos fazem mal, diferentemente da picanha”, indicou o pesquisador. Esse tipo de gordura é semelhante à encontrada em peixes e sementes oleaginosas, comumente indicada por médicos.
Outro ponto a favor dos insetos na tabela nutricional são os minerais – em especial o ferro, essencial para combater a anemia. Em geral, eles têm, no mínimo, a mesma quantidade de ferro presente na carne vermelha – que, por sua vez, já é considerada rica na substância.
Eles têm ainda quantidades significativas de sódio, potássio, zinco, fósforo, manganês, magnésio, cobre e cálcio, e a quantidade varia de espécie para espécie.
Cuidados – Os defensores desse tipo de alimentação não sugerem, no entanto, que insetos encontrados em casa sejam incluídos na dieta da noite para o dia. “Não se devem pegar animais a torto e a direito porque eles podem ter contaminantes”, alertou Costa Neto.
Com isso, o especialista não se refere apenas à sujeira que eles podem trazer, mas também a toxinas naturais que podem existir nesses organismos. Existem milhões de espécies de insetos e muitas delas não são comestíveis em hipótese nenhuma.
“Falta ainda muita pesquisa básica – de biologia – para saber que espécies de insetos estariam aptas para o consumo humano”, disse o especialista.
Outro cuidado necessário para quem tiver curiosidade em consumir os insetos tem que ter é em relação às alergias. Os crustáceos, como o camarão e a lagosta, pertencem ao mesmo filo que os insetos, o dos artrópodes. Assim, quem tiver alergia a um grupo possivelmente também terá reação alérgica ao outro. (Fonte: G1, Maio/2013)

Casa com fachada de algas produz energia, calor e biogás


Algas microscópicas, que podem fornecer material reciclável e combustível, enfeitam as paredes exteriores daquele que talvez seja o projeto mais original da exposição internacional da construção em Hamburgo (IBA, em alemão), aberta em março deste ano e prevista para terminar em novembro. A feira propõe um conceito inovador de arquitetura sustentável que, além de economizar, também produz energia.
A fachada da casa de algas tem 129 estruturas de vidro. Elas funcionam como aquários. Lá dentro, os microrganismos misturados na água alimentam um reator. As algas, microscópicas, sobrevivem com nutrientes na água e também sustentadas pelas emissões de um aquecedor a gás, instalado no térreo do prédio de cinco andares, que fornece dióxido de carbono (CO2) para a fotossíntese.
Além disso, as algas precisam de luz solar, que não falta num ambiente tão aberto. Mas o diretor da construtora SSC, Martin Kerner, que ajudou a desenvolver a casa de algas, afirma que os microrganismos não toleram tanta claridade porque costumam viver numa espécie de semi-sombra debaixo d’água. “Elas não podem com a luz direta do sol”.
Por isso existe um sistema responsável por bombear a água em círculos para garantir que as plantas fiquem expostas à radiação solar direta por pouco tempo. Do contrário, as chamadas “microalgas” morreriam devido ao calor excessivo. Todo o processo é um espetáculo para quem observa a fachada. De vez em quando dá até para ouvir as bolhas de ar.
No térreo do edifício, Kerner controla uma caldeira de metal que filtra as algas continuamente e delas extrai material reciclável. Entre os produtos fornecidos pelas algas, Kerner destaca um óleo, vendido especialmente para a indústria farmacêutica e de cosméticos. Um quilo de extratos de algas como esse chega a valer 60 euros. Os produtos das algas servem também como ingrediente de suplementos alimentares e ração animal. Até as sobras podem gerar biogás.
Mas os vidros da fachada não são apenas reatores para as algas. Também funcionam como uma espécie de aquecedor solar. O sol aquece a água do aquário. A energia gerada esquenta a água do prédio. No futuro, o objetivo de Kerner é que a casa não produza só biomassa de algas e calor, mas também eletricidade a partir de fontes neutra.
Apesar de toda a expectativa, Kerner diz que a obra é uma demonstração e não está pronta para o mercado. “Nos próximos anos queremos saber quanto de calor e biomassa o nosso sistema produziu e como essa biomassa pode ser usada”. A estimativa é de uma produção de 1,5 toneladas por ano de biomassa de algas, mas ainda não é certo se a casa vai produzir essa quantidade.
Uma coisa, no entanto, está clara: para um construtor comum, um empreendimento desse tipo “seria muito caro”, diz Martin Kerner. “Nossa fachada em Hamburgo tem uma área de reator de 200 metros quadrados e este é, provavelmente, o tamanho mínimo para um começo”. Segundo ele, o mais rentável seria ter áreas maiores., porque sempre é necessário ter um sistema completo de administração e de coleta dos extratos de algas, segundo Kerner. “São investimentos que só valem a pena a partir de um tamanho mínimo das construções”, como hoteis de luxo e arranha-céus comerciais. (Fonte: Modificado de: Terra, Maio/2013)