quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Dengue faz fêmea do mosquito ficar três vezes mais sedenta de sangue

A infecção pelo vírus da dengue faz os mosquitos ficarem até três vezes mais sedentos de sangue do que o normal. A conclusão é de uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio. Por outro lado, o vírus prejudica as atividades do mosquito ao causar problemas de coordenação motora.
O comportamento alimentar de duzentas fêmeas do Aedes aegypti infectadas com o tipo 2 da dengue, um dos mais comuns no Brasil, foi observado pelo biólogo Gabriel Sylvestre para uma dissertação de mestrado.
Os testes foram feitos com as fêmeas porque só elas se alimentam de sangue para a maturação de seus ovos. Os machos ingerem substâncias vegetais e açucaradas.
O trabalho da Fiocruz trouxe evidências de que, assim como os seres humanos sentem dores e cansaço quando infectados, os mosquitos também sofrem impacto negativo com o vírus. Mas, apesar disso, ficam mais ávidos por sangue.
"Essa avidez por sangue acontece em frações de segundo e está ligada à hiperatividade provocada pelo vírus a partir da primeira alimentação. Isso preocupa porque, quanto mais sedento por uma fonte sanguínea, maior a chance de a doença ser disseminada", disse Sylvestre.
De acordo com o pesquisador, o aumento da avidez pode ser fruto de modificações fisiológicas provocadas pelo vírus, que se propaga por todo o corpo do mosquito: cabeça, patas, asa, ovários, corpo gorduroso e músculos.
Segundo o pesquisador Rafael Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, orientador de Sylvestre, outro impacto negativo, identificado pela primeira vez, é o tempo maior que a fêmea infectada leva para encontrar alimentos e sugar o sangue. "Ao demorar mais na localização e na alimentação [com o tempo de ingestão de sangue mais longo], a fêmea se torna mais vulnerável às ações de defesa do hospedeiro [ou seja, ao combate ao mosquito em geral] ", diz.
O fenômeno pode ajudar a ciência a entender por que a dengue é, hoje, a doença transmitida por mosquitos que se espalha mais rapidamente pelo mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No início do ano, o estudo foi publicado na revista científica de acesso livre "PLoS One".
"Quanto mais descobertas sobre as fraquezas do Aedes, mais estratégias inovadoras podem ser desenvolvidas para combatê-lo", afirma Sylvestre.
Levantamento feito por Freitas, aponta ainda que a longevidade do inseto infectado chega a diminuir pela metade. Em média, a fêmea não contaminada vive 30 dias. Já a infectada vive por 15 dias.
É comum que as fêmeas infectadas não coloquem ovos. No entanto, quando o fazem, depositam cerca de 60% menos ovos do que as não infectadas, mostrando um importante prejuízo na capacidade de reprodução. (Folha de São Paulo, Por: Diana Brito, set/2013).

Arroz dourado levanta debate sobre transgênicos

Numa ensolarada manhã de agosto, 400 manifestantes derrubaram as cercas em torno de uma lavoura na região filipina de Bicol e, uma vez lá dentro, arrancaram do chão pés de arroz geneticamente modificados.
Se as plantas tivessem sobrevivido o suficiente para florescer, teriam revelado um tom distintamente amarelo na parte do grão que deveria ser branca. Isso porque o arroz possui um gene do milho e outro de uma bactéria, fazendo dessa a única variedade existente a produzir betacaroteno, fonte de vitamina A. Seus desenvolvedores o chamam de "arroz dourado".
Jes Aznar/The New York Times
O arroz dourado foi geneticamente modificado para produzir betacaroteno, fonte de vitamina A, mas há quem tema e se oponha ao seu cultivo
O arroz dourado foi geneticamente modificado para produzir betacaroteno, fonte de vitamina A, mas há quem tema e se oponha ao seu cultivo
As preocupações manifestadas pelos participantes no ato de 8 de agosto --que o arroz representa riscos imprevisíveis para a saúde humana e o ambiente e que ele afinal servirá para dar lucro a grandes companhias agroquímica-- são comuns quando se discute os méritos dos produtos agrícolas geneticamente modificados.
São essas preocupações que motivaram alguns americanos a reivindicar rótulos obrigatórios com a sigla "OGM" [organismo geneticamente modificado] para identificar alimentos que tenham ingredientes feitos a partir de produtos agrícolas cujos DNAs tenham sido alterados em laboratório.
São elas também que resultaram em protestos semelhantes a outros produtos transgênicos nos últimos anos: uvas concebidas para lutar contra um vírus letal, na França, trigo criado para ter um menor índice glicêmico, na Austrália, e beterrabas açucareiras preparadas para tolerar um herbicida, no Oregon, nos EUA.
"Não queremos que nossa gente, especialmente nossas crianças, seja usada nessas experiências", disse ao jornal filipino "Remate" um agricultor que esteve entre os líderes do protesto.
Mas os defensores do arroz dourado dizem que ele é diferente de quaisquer dos produtos agrícolas transgênicos amplamente usados hoje, que são feitos para resistir a herbicidas ou a ataques de insetos, com benefícios para os produtores rurais, mas não diretamente para os consumidores.
Uma iminente decisão do governo filipino sobre permitir ou não o cultivo do arroz dourado fora dos quatro campos de teste remanescentes confere uma nova dimensão ao debate sobre os méritos dessa tecnologia.
O arroz dourado não pertence a nenhuma companhia específica. Ele está sendo desenvolvido por uma organização sem fins lucrativos chamada Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz, com o objetivo de oferecer uma nova fonte de vitamina A para pessoas nas Filipinas -onde a maioria das famílias tem no arroz sua principal fonte de calorias- e futuramente em muitos outros lugares de um mundo onde metade da população come arroz diariamente.
A falta da vitamina A, nutriente vital, causa cegueira em 250 mil a 500 mil crianças por ano. Ela afeta milhões de pessoas na Ásia e na África e enfraquece tanto o sistema imunológico que 2 milhões morrem por ano de doenças que, em outras circunstâncias, não seriam fatais.
A destruição de uma lavoura experimental e as razões apresentadas para isso incomodaram cientistas no mundo todo, motivando-os a reagir às alegações acerca dos riscos sanitários e ambientais dessa tecnologia.
Numa petição em prol do arroz dourado que circulou entre os cientistas e foi assinada por milhares deles, muitos manifestaram sua frustração com organizações ativistas como o Greenpeace, que, segundo eles, aproveitam-se dos temores equivocados despertados pela engenharia genética.
O que está em jogo, afirmam eles, não é só o futuro do arroz biofortificado, mas também os meios racionais para avaliar uma tecnologia cujo potencial para melhorar a nutrição poderá de outra forma ficar por realizar.
"Paira por aí muita desinformação a respeito dos OGMs que é tomada como fato pelas pessoas", disse Michael Purugganan, professor de genômica e biologia e pró-reitor de ciências da Universidade de Nova York. "Os genes que eles inseriram para fazer a vitamina não são nenhum material manufaturado esquisito, mas sim genes encontrados também em abóboras, cenouras e melões", escreveu ele em uma cartilha publicada pelo GMA News Online, veículo noticioso filipino. "Muitas das críticas aos OGMs no mundo ocidental padecem da falta de compreensão sobre como a situação é realmente difícil nos países em desenvolvimento."
Nina Fedoroff, professora da Universidade Rei Abdullah de Ciência e Tecnologia, na Arábia Saudita, e ex-consultora científica da Secretaria de Estado dos EUA, ajudou a difundir o abaixo-assinado. "Já passou da hora de os cientistas se levantarem e gritarem: 'Chega de mentiras'", disse ela. "Estamos falando em salvar milhões de vidas aqui."
Precisamente por causa do seu propósito elevado, o arroz dourado atrai suspeitas. Muitos países proíbem o cultivo de todos os OGMs. No começo da década passada, a ambientalista indiana Vandana Shiva disse que o arroz dourado seria um "cavalo de Troia", destinado a conquistar o apoio da opinião pública para organismos transgênicos que beneficiariam corporações à custa de consumidores e agricultores pobres.
Em um artigo de 2001, "The Great Yellow Hype" (o grande "hype" amarelo), o autor Michael Pollan sugeriu que esse arroz pode ter sido desenvolvido "para ganhar uma discussão, em vez de resolver um problema de saúde pública".
Mas o arroz foi aperfeiçoado desde então, dizem seus defensores: uma tigela contém atualmente 60% da necessidade diária de vitamina A para uma criança saudável. A possibilidade de que o arroz dourado possa se transpolinizar com outras variedades também é considerada limitada, porque o arroz se autopoliniza.
Se esse arroz obtiver aprovação do governo filipino, ele não custará mais do que outras variedades para os agricultores pobres, que estarão liberados para replantar as sementes.
A Fundação Bill e Melinda Gates está apoiando os testes finais do arroz dourado. Também está patrocinando o desenvolvimento de cultivos específicos para a África Subsaariana, como uma mandioca resistente a um vírus que habitualmente destrói um terço das safras ou um milho que usa o nitrogênio de forma mais eficiente. Outros pesquisadores estão desenvolvendo um feijão-fradinho resistente a pestes e uma banana que contém vitamina A.
Uma objeção aos OGMs é que eles podem conter riscos desconhecidos. Tais cultivos, afirmou a "Scientific American" em agosto, "só com apoio da opinião pública chegarão às mesas das pessoas". O Greenpeace, por exemplo, já disse que continuará se opondo a eles. "Preferimos pecar por cautela", disse Daniel Ocampo, ativista da organização nas Filipinas.
Para outros, o potencial para aliviar o sofrimento é tudo o que importa. Como escreveu um dos signatários da petição, o mexicano Javier Delgado: "Essa tecnologia pode salvar vidas. Mas falsos temores podem destruí-la."(Fonte: Folha de São Paulo, Por: AMY HARMON
DO "NEW YORK TIMES", 03/set/2013).

Brasil terá primeiro teste clínico com células embrionárias - Por:REINALDO JOSÉ LOPES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pacientes afetados pela principal doença causadora de cegueira entre idosos deverão ser os primeiros brasileiros a receber uma terapia baseada em células-tronco embrionárias, provavelmente no ano que vem.
Detalhes do projeto, uma parceria entre a Universidade do Sul da Califórnia e a Unifesp, serão apresentados na reunião da Fesbe (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que começa hoje em Caxambu (MG).
"É um teste inicial que vai avaliar apenas a segurança, mas pelo menos é algo promissor para doenças que não têm tratamento eficaz", disse à Folha o oftalmologista Rodrigo Brant, da Unifesp.
O alvo da estratégia é a degeneração macular relacionada à idade, que costuma afetar maiores de 65 anos.
Tudo começa numa camada de células conhecida como epitélio pigmentar. Colada à retina, ela é responsável pela "faxina" de subprodutos das células da retina. "Depois de uma certa idade, às vezes ela deixa de funcionar como deveria", diz Brant.
Resultado: acúmulo dessa "tralha" celular, atrapalhando a visão, chegando a tornar a pessoa incapaz de ler.
O que os pesquisadores descobriram é que as células-tronco embrionárias (obtidas de embriões com poucos dias de vida e com a capacidade de assumir a função de qualquer tecido do corpo) podem se transformar em epitélio pigmentar sem praticamente nenhuma intervenção extra.
Após anos de cultivo dessas células in vitro, já existem até linhagens ("famílias" celulares) comerciais de epitélio pigmentar, conta ele. "São elas que nós deveremos usar, até para manter a padronização com nossos colegas da Califórnia", diz Brant.
Os embriões humanos a partir dos quais elas foram derivadas foram destruídos nos EUA há anos --embriões descartados no Brasil não serão usados na pesquisa. Aqui, só embriões inviáveis ou congelados por mais de três anos em clínicas de fertilização podem ser usados em estudos.

Brasileiro inventor de ‘luz engarrafada’ tem ideia espalhada pelo mundo

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve seu próprio momento de “eureka” quando encontrou a solução para iluminar a própria casa em um dia de corte de energia.
Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas usando a “luz engarrafada”.
Mas, afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol em uma garrafa de dois litros cheia d’água.
“Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor”, explica Moser.
Ele protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d’água.
“Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota”, diz o inventor.
Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
“Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts”, afirma Moser.
Apagões – A inspiração para a “lâmpada de Moser” veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. “O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas”, relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente, para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e, assim, provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que, então, começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida. Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
“Eu nunca fiz desenho algum da ideia. Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo”, ressalta.
Pelo mundo – O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro. Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
“Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?”, comemora Moser.
Carmelinda, mulher de Moser há 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas com madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o inventor. Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido “quantidades enormes de garrafas”.
“Enchemos as garrafas com barro para criar as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazer as janelas”, conta.
“Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: ‘Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados”’, relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganhar uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes “engarrafadas” também chegaram a outros 15 países, entre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente podem-se encontrar as lâmadas de Moser em comunidades que vivem em ilhas remotas. “Eles afirmam que viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da ideia”.
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, usando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas. Diaz estima que pelo menos 1 milhão de pessoas vão se beneficiar da ideia até o começo de 2014.
“Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre”, enfatiza o representante do MyShelter.
“Ganhando ou não o Prêmio Nobel, queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admira o que ele está fazendo.”
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto? “Nunca imaginei isso, não”, diz, emocionado. “Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso.” (Fonte: G1, set/2013)

Mais de 1 milhão de baratas fogem de criadouro na China

Mais de um milhão de baratas escaparam de um criadouro no leste da China, onde um especialista sanitário pediu aos habitantes dos arredores para manter a calma, informou neste domingo (25) a imprensa local.
As baratas eram utilizadas para a fabricação de medicamentos tradicionais chineses, informou o jornal Xiandai Kuaibao.
As baratas escaparam depois que “um indivíduo não identificado” destruiu o viveiro de reprodução situado nesta granja da comunidade de Dafeng, acrescentou o jornal publicado em Nankim.
As autoridades sanitárias da província de Jiangsu enviaram cinco especialistas encarregados de uma operação de desinfecção para eliminar os insetos. Um especialista pediu a população não entrar em pânico.
O proprietário da granja, Wang Pengsheng, investiu este ano cerca de 100 mil yuans (US$ 16.200) para adquirir 102 quilos de ovos de Periplaneta americana, uma espécie de barata. (Fonte: G1, set/2013)

Proteína oferece pista importante sobre perda de memória com idade

Cientistas americanos dizem ter encontrado uma pista importante sobre o porque a memória se deteriora com a idade. Experiências feitas com camundongos sugerem que baixos níveis de proteína no cérebro podem ser responsáveis por perda de memória. O estudo publicado pela revista científica Science Translational Medicine afirma que a perda de memória não tem relação com Alzheimer.
A equipe do Columbia University Medical Centre começou analisando o cérebro de oito pessoas já falecidas, com idades de 22 a 28 anos, que doaram seus órgãos para pesquisa médica. Eles encontraram 17 genes cujas atividades variavam com a idade. Um deles continha instruções para fazer a proteína RbAp48, que ficou menos ativo com o tempo.
Camundongos jovens criados com baixos níveis de RbAp48 em laboratório tiveram desempenho mais fraco em testes de memória. Usando um vírus para melhorar o nível de RbAp48 em camundongos mais velhos pareceu melhorar a memória e reduzir o nível de deterioração.
“O fato de que nós fomos capazes de reverter a memória relacionada ao envelhecimento em camundongos é bastante animador”, disse o professor Erica Kandel, que trabalhou na pesquisa.
“No mínimo, mostra que essa proteína é um fator importante, e faz alusão ao fato de que a perda de memória relacionada à idade acontece em função de uma mudança de algum tipo nos neurônios. Ao contrário do Alzheimer, não existe perda significativa (no número) de neurônios.”
Ainda não se sabe o impacto que o ajuste no nível de RbAp48 tem no cérebro humano, que é mais complexo. Nem mesmo se entende se seria possível manipular estes níveis com confiança.
Simon Ridley, da entidade Alzheimer Research UK, que não participou da pesquisa, disse que os resultados do estudo avança em uma área desafiadora para a ciência, que é a compreensão sobre os mecanismos que causam Alzheimer e os que provocam perda de memória em relação à idade. (Fonte: Terra, set/2013)

Estudantes criam garrafa que converte água do mar em potável

Um grupo de estudantes sul-coreanos promete ter inventado uma solução de bolso para dessalinizar a água do mar.
Os alunos Younsun Kim, Kangkyung Lee, Byungsoo Kim e Minji Kim, da Universidade de Yonsei, na Coreia do Sul, desenvolveram o conceito de um dispositivo de filtragem e purificação de água portátil que promete transformar água salgada em água potável.
O Puri, como foi batizada a invenção, usa a tecnologia de osmose reversa. A ideia dos estudantes é incluir o produto no kit básico de barcos ou situações de emergência no mar, onde a hidratação pode ser um problema grave.
Segundo vídeo explicativo criado pelos pesquisadores, o funcionamento é simples. O usuário só precisa bombear um êmbolo dentro do cilindro e pressurizar a água salgada, empurrando para a câmara de filtragem. Em seguida, a água doce entra em outra câmara, pronta para ser consumida. (Fonte: Exame.com, set/2013).

Pesquisadores chineses descobrem vírus da gripe aviária

Cientistas da China informaram na quinta-feira (22) que estão pesquisando a existência de um vírus do tipo H7 que infecta galinhas. Eles estudam o vírus da gripe das aves H7N9, que matou mais de 40 pessoas no país desde março. O vírus foi batizado de H7N7 e tem capacidade de infectar mamíferos, segundo experiência de laboratório.
“Se deixarmos o H7N7 continuar a circular em galinhas, tenho a certeza de que ocorrerão casos de infecção humana”, disse por e-mail o coautor do estudo Yi Guan, da Universidade de Hong-Kong. “Esse vírus pode causar infecções mais graves que o H7N9”, observou.
Para os especialistas chineses, é necessário manter o alerta, pois o novo vírus pode representar uma ameaça. “A prevalência continuada dos vírus H7 em aves poderá levar à geração de variantes altamente patogênicas e mais infecções humanas esporádicas”, disseram os cientistas, em um artigo publicado na revista Nature.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve 135 casos confirmados de pessoas que contraíram a gripe das aves H7N9 ao longo do ano, 44 morreram. Todos os casos ocorreram na China, com exceção de um em Taiwan.
O H7N7 se espalha em aves. Em 2003, causou uma morte humana e mais de 80 casos moderados da doença na Holanda. Para o novo estudo, os especialistas testaram em ratos de laboratório o vírus H7N7. Os animais desenvolveram pneumonia grave, o que sugere que o vírus é potencialmente infeccioso para os seres humanos.
“Pensamos que é assustador para os humanos. A população humana não tem anticorpos contra o subtipo de vírus da gripe H7. Por isso, se ele causar um surto pandêmico, matará muitas pessoas”, disse Yi Guan, da Universidade de Hong-Kong. Em uma amostra de 150 galinhas testadas, 36 eram portadoras do vírus H7N7 e muitas aves tinham tanto o H7N7 quanto o H7N9.
Ao analisar o estudo, o professor Iain Jones, da Universidade de Reading, disse que o vírus não é “um imediato perigo público”. “Os programas de vigilância podem agora concentrar-se em estirpes fundamentais no processo de adaptação e erradicá-las”, disse ele, em texto divulgado pelo Science Media Centre. (Fonte: Agência Brasil, set/2013).

Figueira de 400 anos será derrubada em Hong Kong por causa de fungos

ma figueira de 400 anos de idade vai ser derrubada em Hong Kong, segundo anúncio feito por autoridades nesta sexta-feira (23). A árvore foi atacada por uma doença de fungos, que ocorreu depois que as obras de um parque privaram suas raízes de oxigênio e nutrientes.
No coração da cidade, no Parque Kowloon, a figueira mais velha de Hong Kong foi infectada por uma doença fatal que autoridades temem que possa espalhar para outras árvores nos arredores.
Um terço da árvore desabou em um tufão de 2007, mas a grandeza da figueira ainda surpreende quem passa perto de seu tronco imponente, de 22 metros de altura, e da copa que se espalha por cerca de 27 metros. “Nenhuma outra figueira era tão velha quanto esta, nem tão grande quanto ela”, disse o professor do departamento de Geografia da Universidade de Hong Kong, Jim Chi Yung, à AFP. (Fonte: G1, set/2013)

Cientistas criam castanheira resistente a fungos nos EUA

Após décadas de pesquisa, dois grupos parecem ter chegado, de forma independente, perto do mesmo “milagre” botânico: criar uma castanheira norte-americana capaz de suportar a praga de fungo que eliminou bilhões de árvores na primeira metade do século 20.
Em 12 hectares de Force, na região rural da Pensilvânia, mil mudas de castanheiras potencialmente resistentes à praga foram plantadas em maio pela Fundação Castanheira Americana.
Os brotos, híbridos de plantas chinesas e americanas, estão entre as 14 mil castanheiras que serão plantadas sobre áreas recuperadas de minas a céu aberto nos montes Apalaches até o fim de 2014.
No Colégio de Ciência Ambiental e Florestamento da Universidade Estadual de Nova York em Syracuse, William A. Powell e seu colega geneticista Charles A. Maynard preparam novos testes de uma castanheira que foi modificada com um gene do trigo.
A árvore se saiu bem nos primeiros testes. Com a aprovação do Departamento de Agricultura dos EUA, um teste de campo controlado será realizado no início deste outono americano.
A castanheira, de rápido crescimento, era uma das árvores mais altas das florestas do leste dos EUA, com troncos que podiam alcançar 15 metros antes dos primeiros ramos.
Susan Freinkel, autora do livro “American Chestnut: The Life, Death and Rebirth of a Perfect Tree” [Castanheira norte-americana: Vida, morte e renascimento de uma árvore perfeita], disse que as muitas utilidades da castanheira – como a madeira, o tanino e as nozes – a tornavam uma “grande provedora” da Louisiana ao Maine.
A praga chegou a Nova York em um navio que transportava castanheiras da Ásia. Esforços intensos para encontrar um híbrido resistente à doença começaram nos anos 1930, mas virtualmente todas as árvores norte-americanas originais estavam mortas na década de 1950.
A Fundação Castanheira Americana passou mais de 30 anos tentando misturar a resistência a fungos das castanheiras chinesas com a graça e a resistência das norte-americanas.
Hoje, com dois grupos de pesquisa próximos de descobertas importantes, Bryan Burhans, presidente da Fundação Castanheira, está cautelosamente otimista. “A situação é promissora”, disse ele.
Há bons motivos para se acreditar que a principal questão hoje sobre o renascimento das castanheiras não é mais se ocorrerá, mas quando.
As duas novas castanheiras norte-americanas tomam caminhos muito diferentes em direção ao combate ao fungo parasítico.
O fungo mata ao produzir ácido oxálico, substância química poderosa. As novas árvores híbridas resistem ao fungo como suas primas chinesas, essencialmente construindo um muro em torno do fungo antes que ele consiga secretar ácido suficiente para rodear a árvore. As castanheiras geneticamente modificadas usam uma abordagem diferente: seu gene de trigo fabrica uma enzima que torna o ácido inofensivo.
O momento coincidente dos dois grupos é maravilhoso, diz o doutor Maynard.
“Buscamos soluções há 20 anos”, diz. “É incrível que tenhamos chegado a duas quase ao mesmo tempo.” (Fonte: Folha.com, 04/09/2013)