Os recifes de coral são um dos ecossistemas mais vulneráveis à mudança climática, mas poderiam ser salvos de uma futura destruição com o uso de uma técnica de geoengenharia que defende a injeção de gás na estratosfera, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (25) pela publicação “Nature Climate Change”.
O aumento da temperatura da superfície marinha e a acidificação dos oceanos, causados pela subida dos níveis de CO2 na atmosfera, são algumas das causas do branqueamento dos recifes de coral.
Essa condição pode danar seriamente ou destruir sistemas inteiros de recifes coralinos e está previsto que se intensifique nas próximas décadas devido ao estresse exercido sobre os corais pelo aumento da temperatura da água do mar.
Os especialistas acreditam que, inclusive sob os cenários mais ambiciosos de redução de CO2, em meados deste século ocorrerá uma severa e generalizada extensão dessa dolência que afeta os corais.
No entanto, uma técnica de geoengenharia chamada gestão de radiação solar (SRM, em inglês) pode reduzir o risco de uma grave descoloração do coral em nível global, segundo sugere um estudo do Carnegie Institution for Science da Universidade de Exeter e do Centro Hadley para a Mudança Climática (Reino Unido), assim como da australiana Universidade de Queensland.
O método SRM representa injetar gás na estratosfera terrestre -na simulação sobre a qual é baseado o estudo fala-se de dióxido de enxofre- para formar partículas microscópicas que reflitam parte da energia do sol e ajudem assim a limitar o aumento das temperatura no superfície marinha.
O estudo compara os efeitos dessa possível medida com os cenários mais agressivos de redução de emissões de CO2 contemplados pelo Grupo Intergovernamental de especialistas em Mudança Climática da ONU (IPCC) e conclui que os recifes de coral funcionariam muito melhor com as técnicas de geoengenharia apesar da crescente acidificação dos oceanos.
O professor Peter Cox da Universidade de Exeter e coautor do estudo disse que as barreiras de coral enfrentam uma situação grave, independentemente da intensidade com que a sociedade ‘descarboniza’ sua economia”.
Para Cox, o estudo mostra que “é preciso escolher entre aceitar como inevitável a perda de uma grande porcentagem das barreiras de coral ou começar a pensar além da redução convencional de emissões de CO2″. (Fonte: Terra, jun,2015)