terça-feira, 26 de maio de 2009

Gripe suína deixa Chagas ainda mais esquecida

Os olhos da OMS (Organização Mundial de Saúde) só enxergam a gripe suína. O alerta vem da organização não governamental Médico Sem Fronteiras. Por causa disso, a reunião que discutiria um empenho maior dos países para lutar contra outra mazela histórica, a doença de Chagas, acabou esvaziada esta semana na Europa.


Os números clamam por socorro. Depois de um século, a doença identificada pelo brasileiro Carlos Chagas, no sertão mineiro, atinge 14 milhões de pessoas. Elas vivem com o tripanosoma no sangue e nos tecidos (coração e intestino principalmente).


Ao ano, 15 mil pacientes morrem. “As pessoas afetadas por essa doença foram mais uma vez negligenciadas”, afirma Roger Teck, diretor de Operações da ONG médica na Espanha.




Mesmo assim, defende ele, a desatenção com Chagas não pode ser utilizada como uma desculpa para ninguém agir. “Os governos dos países endêmicos devem desenvolver e implementar melhores protocolos nacionais e internacionais para o enfrentamento da doença de Chagas.”


Na prática, isso significa diagnóstico mais rápido e drogas mais eficientes _ as usadas hoje têm mais de 30 anos. O mal de Chagas é uma realidade não apenas no Brasil, mas muito mais em regiões bem mais carentes, como, por exemplo, a de Cochabamba, na Bolívia.

Escrito por Eduardo Geraque às 20h34

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