terça-feira, 21 de julho de 2009
Invasões biológicas, uma ameaça à biodiversidade
As invasões biológicas ainda não constam dos currículos escolares do Brasil, embora já constituam a segunda grande causa de perda de biodiversidade em todo o mundo.
As invasões biológicas ainda não constam dos currículos escolares do Brasil, embora já constituam a segunda grande causa de perda de biodiversidade em todo o mundo. Nos Estados Unidos, a área tomada pelas espécies exóticas invasoras aumenta em cerca de 2 mil hectares por dia (cada hectare equivale a uma quadra urbana de 100m x 100m). As invasões e seus custos aumentam em progressão geométrica ao longo do tempo. Por exemplo, uma árvore invasora isolada que produza em 5 anos 100 novas plantas terá como descendência, em outros 5 anos, 100 x 100 novas plantas, ou seja, 10.000 plantas; e assim sucessivamente.
As espécies são chamadas de exóticas quando introduzidas em ecossistemas do qual não fazem parte. Podem ser de plantas, de animais ou de microorganismos. Muitas dessas espécies não conseguem se adaptar e desaparecem. Outras se adaptam, se reproduzem e invadem o ambiente, expulsando espécies nativas e alterando seu funcionamento. Nesses casos, são denominadas espécies exóticas invasoras. Muitas espécies invasoras passam desapercebidas, apesar de estarem estabelecidas em nosso meio. A dificuldade é que em muitos casos é necessário um certo conhecimento botânico para identificá-las, o que se torna mais fácil quando destoam da paisagem natural.
Um exemplo brasileiro com impactos negativos tanto no meio quanto na capacidade de produção é a invasão de capim-annoni (Eragrostis plana) no Rio Grande do Sul. Originária da África do Sul, a espécie foi introduzida em mistura com sementes de outra forrageira e então selecionada e comercializada por um fazendeiro chamado Annoni. Anos depois, percebeu-se que o gado não se alimentava da planta, extremamente fibrosa, mas já era tarde demais para conter a invasão. Em 1989, quando o Ministério da Agricultura proibiu o comércio da espécie, já havia 30 mil hectares de campos naturais invadidos e dominados. Atualmente, a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Pelotas-RS estima que já estão ocupados mais de 500.000 hectares no estado, com elevados prejuízos para a produção pecuária. O capim annoni já está em Santa Catarina e no Paraná, onde é comum ao longo de rodovias e de estradas rurais. Sem ações de controle, o aumento da invasão é apenas uma questão de tempo.
Essa é outra característica das invasões biológicas: ao contrário de grande parte dos impactos ambientais, que são lentamente absorvidos pelo meio, as invasões se agravam com o tempo e, na maior parte dos casos, o processo só é reversível com interferência humana. Nos Estados Unidos, estima-se em 137 bilhões de dólares anuais as despesas do país com o controle dessas espécies nas áreas da agricultura, da saúde e do ambiente.
Outros exemplos de espécies em processo invasor no Brasil são cinamomo, do Paquistão; uva-do-japão, da China e Japão; cedrinho, de Portugal; acácia-negra, da Austrália; nêspera, do Japão; tojo, da Europa; eucalipto, da Austrália; braquiária e capim-gordura, da África; maria-sem-vergonha, da Ásia; lírio-do-brejo, da Ásia; pinus, da América do Norte; amarelinho, do México; e leucena, da África, entre muitas outras. Entre os animais, destacam-se o javali, que vem causando prejuízos ao cultivo de arroz no Rio Grande do Sul; peixes exóticos como a carpa, a tilápia e o bagre africano, que escapam ao cultivo e depredam as populações de peixes nativos; o lagarto Tupinambis, em Fernando de Noronha, que se alimenta dos ovos de aves nativas; búfalos, cachorros e gatos asselvajados. Na área da saúde, também não faltam exemplos de invasões biológicas: a febre aftosa, o vírus ebóla, o vírus da Aids, a dengue, transmitida por um inseto de origem egípcia, e a própria peste negra que assolou a Europa na Idade Média.
Todos os exemplos acima ilustram um mesmo problema, que tem conseqüências sociais, ambientais e econômicas. É tarefa de cada um ajudar, não cultivando nem transportando espécies consagradas como invasoras. O setor produtivo tem o papel de implantar medidas de prevenção e controle e de buscar alternativas de espécies não invasoras para produção, preferencialmente nativas.
As espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus são a base da produção florestal em todo o mundo e apresentam elevada importância econômica. O plantio comercial não constitui um problema em si, mas ainda carece de manejo adequado para controle da dispersão de sementes e mudas. A dispersão de plantas a partir dos núcleos de reflorestamento é que constitui hoje um problema, não apenas nos campos do Sul do Brasil, mas também na Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália e certamente em outros países para os quais ainda não há registros oficiais. Esses núcleos de dispersão não estão, porém, limitados a plantios comerciais. Existem inúmeros pequenos plantios de árvores ao longo de estradas ou para fins ornamentais em fazendas que contribuem em muito para o processo de invasão. Por isso, o engajamento da sociedade na contenção das invasões biológicas é crucial, para que não se cultivem espécies invasoras e para eliminar as que se encontram estabelecidas.
A melhor garantia de sucesso para conter uma invasão é a sua detecção precoce e a adoção imediata de medidas de controle. Para tanto, é preciso investir em conhecimento científico e no esclarecimento do público, pois a tomada de responsabilidade de cada indivíduo, proprietário rural, empresário ou amante de plantas ornamentais, é a chave para a solução do problema.
Redação Ambiente Brasil
Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
Toda azul, lados da cabeça acinzentados, bico negro franzino, provido de grande dente na maxila.
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Nome científico: Cyanopsitta spixii
Nome vulgar: Ararinha-azul
Categoria: Extinta
Características: Toda azul, lados da cabeça acinzentados, bico negro franzino, provido de grande dente na maxila. Ìris parda-amarelada. Cabeça azul-clara, bochechas cinéreo claras. Durante o vôo parece quase negra, não há o menor vestígio de verde em toda plumagem. Gostam de empoleirar-se sobre as pontas dos galhos secos. Realizam migrações locais, quando freqüenta também buritizais. A espécie fazia ninhos em grandes buracos nos troncos de árvores, principalmente em caraibeiras.
Alimentação: Pinhão, frutos e sementes (Jatropha mollissima).
Asa: 295 mm - Cauda: 355 mm - Bico: 33 mm - Tarso: 26 mm.
Reprodução: setembro. Estima-se que os jovens comecem a sair do ninho aos 4 meses.
Comprimento: Mede 56 cm da cabeça à ponta da cauda.
Ocorrência Geográfica: Habitat natural é a caatinga seca e florestas ciliares abertas de pequenos afluentes temporários do Rio São Francisco. Ocorria no extremo norte da Bahia, ao sul do Rio São Francisco, na região de Juazeiro. Atualmente, porém, resta um único exemplar conhecido na natureza (um macho) e cerca de 20 em cativeiro. Desde o início da década de 90 há um projeto para a localização de outros indivíduos e a recuperação da espécie pela reintrodução na natureza daqueles atualmente em cativeiro. Entretanto, a tentativa de acasalamento do macho em liberdade com uma fêmea nascida em cativeiro, feita recentemente, não obteve sucesso. Semiárido. Também é encontrada no sul do Piauí e no oeste de Pernambuco.
Categoria/Critério: Rara. Captura ilegal pelos traficantes e do comércio clandestino. Intensa degradação do seu hábitat.
Cientista que descreveu: Wagler, 1832.
Observações adicionais: A espécie está praticamente extinta na natureza, situação provocada pelo comércio ilegal de aves rara, sobretudo para o exterior. É considerada a ave mais rara do mundo. Atualmente existe apenas um representante em liberdade, encontrando-se na Bahia, mais precisamente na cidade de Curaçá (a 600 km de Salvador), em meio ao sertão.
Rã-de-cera (Phyllomedusa hypocondrialis)
Cabeça, dorso, barriga e patas têm cor verde-brilhante, com as costas e pernas salpicadas de manchas brancas.
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Hylidae
Nome científico: Phyllomedusa hypocondrialis
Nome vulgar: Rã-de-cera
Características físicas: a fêmea costuma ser maior do que o macho. Cabeça, dorso, barriga e patas têm cor verde-brilhante, com as costas e pernas salpicadas de manchas brancas. O corpo é envolvido por uma substância protetora, uma espécie de cera, que mantêm a umidade do corpo permitindo que ela viva em locais secos. As pupilas são elípticas e a glândula paratireóide saliente. Atinge 10 cm, sendo que metade desse tamanho corresponde ao tamanho dos membros inferiores.
Alimentação: insetos, como besouros, grilos e moscas.
Biologia e comportamento social: noturna e arborícola, vive próxima à água, ambiente fundamental para sua sobrevivência e reprodução. Gosta de ficar próximo a folhas e plantas que retêm água, tais como bromélias. A fêmea não emite qualquer som e o macho o faz apenas na época da reprodução.
Reprodução: no período de chuvas, o macho começa a "cantar" e assim atrai a fêmea. Então ela expele os ovos e o macho cobre de esperma, enrolando-os em folhas. Esse "ninho" de folhas fica sob uma poça d'água e por isso, após a eclosão, os girinos já "pingam" para o ambiente aquático, onde iniciarão a metamorfose.
Predadores: cobras arborícolas.
Longevidade: média de 10 anos.
Habitat: campos e cerrados.
Fonte parcial: Guia Ilustrado de Animais do Cerrado de Minas Gerais. 2.° edição. CEMIG. Editare Editora.2003.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
É um animal muito útil ao homem, pois come apenas formigas e cupins. Abre os cupinzeiros e os formigueiros com as garras poderosas.
Classe: Mammalia
Ordem: Edentata
Família: Mymercophagidae
Nome científico: Mymercophaga tridactyla
Nome vulgar: Tamanduá-bandeira
Categoria: Ameaçada
Características: É um animal muito útil ao homem, pois come apenas formigas e cupins. Abre os cupinzeiros e os formigueiros com as garras poderosas e introduz neles a longa língua (língua filiforme), cujo diâmetro oscila entre 10 e 15 mm, pode projetar-se 60 cm para fora da boca, na qual os insetos ficam grudados, desta forma apenas os engole. Suas mandíbulas são lisas, não têm dentes, sendo uma exceção entre os mamíferos, que geralmente possuem duas dentições. Ocorre no cerrado, em florestas úmidas e savanas. Vive solitário nas florestas úmidas e savanas de todo o Brasil. Como é lento ao locomover-se, além de enxergar e escutar pouco oferece pouca resistência aos caçadores. Sua coloração geral é cinza acastanhada, apresentando banda preta que sobe do peito até metade do dorso, ladeada por duas linhas de pêlos brancos. A linha superior começa abaixo das orelhas, e é estreita. A cobertura do corpo é constituída de pêlos. As orelhas e olhos são pequenos. A cauda comprida é portadora de longos pêlos que formam uma espécie de bandeira, o que serviu para adjetivação de nome vulgar. A ponta do focinho, os lábios, as pálpebras e as solas dos pés são nuas. Para andar, o animal dobra as unhas contra as palmas, passando apenas o dorso da pata no solo. É um animal de hábitos diurnos, dorme no mesmo local onde anoitece. É silencioso, só se ouvindo seu grunhido quando esta enfurecida. É absolutamente inofensivo para o homem e aos outros mamíferos. Visão medíocre guia-se pelo olfato. É bom nadador. Galopa pesadamente em caso de perigo.
Peso: até 25 kilos
Comprimento: Comprimento da cabeça e corpo é de 1 a 1,2 m, cauda de 60 a 90 cm
Ocorrência Geográfica: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal, Campos do Sul, Honduras e Norte da Argentina.
Cientista que descreveu: Linnaeus, 1758
Categoria/Critério: Ameaçada/vulnerável - Redução da população de pelo menos, 20 por centro projetada ou suspeita para os próximos 10 anos ou 3 gerações baseado em declínio da área da ocupação, extensão de ocorrência e/ou qualidade do habitat. É espécie considerada vulnerável pela IUCN (1972), apêndice 2 da CITES
Observações adicionais: O tamanduá-bandeira passeia calma e tranquilamente com seu longo focinho cônico voltado para o chão. Ele está procurando alimento. Seu olfato bem desenvolvido vai levá-lo fielmente ao alvo. Uma vez encontrado o formigueiro, o tamanduá cava a terra com suas fortes garras e mete o focinho no buraco. Sua língua pegajosa, de mais de meio metro de comprimento, explora as galerias do formigueiro. Depois de pegar um número grande de formigas, o tamanduá recolhe a língua. O tamanduá não possui dentes. O estranho desdentado caça de dia nos campos cerrados e nas florestas da América Central e do Sul, desde a Guatemala até a Argentina. Quando vive próximo das cidades, ele sai principalmente à noite. Vive no chão, mas sobe bem nas árvores e é capaz de nadar. É cauteloso, pacífico e solitário. Defende-se com as fortes garras das patas dianteiras. Seu principal alimento são as formigas, os cupins e larvas. Come também vermes e pequenas centopéias. Na primavera, a fêmea dá a luz um filhote que carrega nas costas até cerca de um ano de idade. O período de gestação é de 190 dias.
Fonte: MMA/SINIMA
Orca (Orcinus orca)
Classe: Mammalia
Ordem: Cetacea
Família: Delphinidae
Nome científico: Orcinus orca
Nome vulgar: Orca
Categoria: Ameaçada
Popularmente chamada de baleia-assassina. Pertence a família Delphinidae. Desde a Antártida até o Ártico, ocorre em todos os oceanos. Nos machos, o comprimento varia de 5,20m a 9,70m, com mais de 8.000kg de peso, e nas fêmeas de 4,50m a 8,50m, com 4.000kg de peso. É basicamente animal gregário, formando grupos de até 100 indivíduos. Pode nadar à velocidade de 4 km/h. Tem dieta bastante variada: peixes, como o salmão, pinípedes, pinguins, outras aves marinhas e tartarugas.
Biopirataria
Entre os ingredientes ativos mais importantes para a farmacologia, 70% derivam da biodiversidade ou foram inspirados em substâncias naturais. O que nos faz refletir nas centenas de bilhões de dólares de vendas anuais de medicamentos, uma boa medida do patrimônio contido na biodiversidade. Se lembrarmos que 25% da biodiversidade mundial localiza-se no Brasil, percebe-se a riqueza entesourada nas matas, nos rios e nos pântanos brasileiros.
Riqueza potencial
O IPEA estima o valor da biodiversidade brasileira em US$ 2 trilhões (quatro PIBs nacionais). Entretanto, de que vale esse potencial se não pudermos transformá-lo em benefícios à Humanidade, com retornos aos detentores da biodiversidade? Em especial, como vamos remunerar o conhecimento acumulado ao longo de milênios nas comunidades da floresta e nas tribos indígenas? Como vamos proteger a propriedade intelectual do pajé cujo cromatógrafo é um caldeirão e que, mesmo assim, desenvolveu tecnologia que hoje é expropriada, sem escrúpulos, por multinacionais?
Conhecimento pirateado
Descrever todos os casos já registrados de biopirataria seria enfadonho, portanto restringir-me-ei a alguns exemplos. Lembro o quanto povoava a minha fantasia infantil um veneno poderoso, que os índios colocavam na ponta de suas flechas e que equivalia à sua bomba atômica, tamanho seu poderio e o medo que inspirava nos inimigos. O veneno se chama curare e é até hoje utilizado pelos índios. Não apenas como veneno, porém como componente de sua farmacopéia. Ocorre que uma multinacional andou bisbilhotando nas receitas dos pajés e o curare foi surrupiado de nossa biodiversidade e de nosso conhecimento milenar, para ser patenteado lá fora.
Venenos e alucinógenos
Hoje o curare, travestido de relaxante muscular, engorda o lucro da multinacional. E o que dizer da erva do Santo Daime, planta com compostos alucinógenos, que atraiu artistas e curiosos para a seita do santo de mesmo nome? Os índios chamam a planta de “aiausca” e já a utilizavam há séculos, quando a mesma foi patenteada por outra empresa estrangeira. Hoje, os medicamentos dela derivados são comercializados ao abrigo das leis de patentes dos países ricos, sem que caiba qualquer compensação aos verdadeiros descobridores dos seus poderes medicamentosos.
Falha legal
As leis de patentes são muito parecidas entre si, independentemente dos países que as exaram, destinando-se à proteção da inovação gerada nos laboratórios industriais. Conhecimentos milenares, se não foram devidamente registrados, preferencialmente em revistas científicas de larga circulação, não são reconhecidos. A lei americana é explícita ao não reconhecer o conhecimento transmitido através de gerações pela linguagem oral. Isso impede que patentes sejam contestadas com base na prerrogativa de detentores de conhecimento não registrado. Recentemente, a Universidade de Wisconsin solicitou patente para uma substância denominada tumérica, extraída de raízes de plantas, utilizada secularmente como cicatrizante, em toda a Índia. A contestação hindu não teve acolhida pelo Escritório de Patentes dos EUA, que exigiu registro escrito de seu uso como medicamento. O que salvou a Índia foi um de seus livros sagrados (Vedas Upanishads), onde aparecia uma recomendação da tumérica como cicatrizante, escrita na época do descobrimento do Brasil!
Viés legal
Quem investe em inovações tecnológicas sempre é muito cioso da proteção de seus direitos de patentes e de propriedade intelectual. O que faz todo o sentido, sob a óptica da rationale econômica. Raciocinando pelo absurdo, caso não houvesse qualquer tipo de prerrogativa diferenciada ou de direitos do obtentor de uma inovação, não haveria um real estímulo à inovação. Dessa forma, ficaria prejudicada a medicina, a veterinária, a agricultura, a engenharia, a música e qualquer outra forma de manifestação de criatividade, onde fosse imperioso o investimento de risco em inovação. Por outro lado, não se podem imaginar extremos como a negação do conhecimento milenar ou do domínio sobre a biodiversidade, sob pena de utilizarmos uma escala de dois pesos e duas medidas, beneficiando os detentores de conhecimento que possuem “lobbies” poderosos e os melhores advogados, em detrimento das demais formas de descoberta, domínio, uso e apropriação do conhecimento.
(Décio Luiz Gazzoni - Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja. www.gazzoni.pop.com.br)
Bactérias (geral e variedades)
As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista estrutural, e de menor tamanho, podendo ser conhecidas também como micróbios.
As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista estrutural, e de menor tamanho, podendo ser conhecidas também como micróbios. As bactérias são microorganismos unicelulares, procariontes, ealgumas causam doenças. São abundantes no ar, no solo e na água e na sua maioria inofensivas para o ser humano, sendo algumas até benéficas.
Por serem microrganismos procariontes, não apresentam um núcleo definido, estando o seu material genético compactado e enovelado numa região do citoplasma chamada de nucleóide. As bactérias apresentam uma membrana plasmática recoberta por uma parede celular. Diferente das células eucarióticas, nas bactérias não aparecem organelas delimitadas por membranas. O tamanho das bactérias pode variar de 0,2 a 5,0 micrômetros.
A membrana plasmática recobre o citoplasma da célula bacteriana e tem a mesma estrutura daquelas encontradas nos organismos eucariontes. Na membrana encontramos uma estrutura típica, uma invaginação da membrana plasmática, denominada de mesossomo. O mesossomo parece ter um papel importante durante a duplicação e divisão bacteriana.
As bactérias se reproduzem por divisão celular ou fissão binária. Durante este processo ocorre a duplicação do DNA seguido da divisão da célula bacteriana em duas células filhas. Esta divisão se dá devido a formação de um septo que começa a crescer para o interior da célula a partir da superfície da parede celular. As bactérias causadoras de doenças denominam-se patogênicas.
A parede celular das bactérias é uma estrutura rígida e é formada por um complexo mucopeptídico, que dá a forma à bactéria. A cápsula, presente principalmente em bactérias patogênicas é formada por polissacarídeos e tem uma consistência de um muco. Tal estrutura mucosa confere resistência às bactérias patogênicas contra o ataque e englobamento por leucócitos e outros fagócitos, protegendo-as de possíveis rupturas enzimáticas ou osmóticas.
Formas das bactérias:
Arredondadas: Cocos
Alongadas/em forma de bastonetes: Bacilos
Onduladas/em forma de espiral: Espiroquetas
Em forma de vírgula: Vibrião
As formas não são constantes, podem variar de acordo com o meio e com o tipo de associação. As mudanças de forma podem ser consideradas como:
Involução - mudança de forma devido à condições desfavoráveis, presença ou ausênciade oxigênio, pH, ou por produtos tóxicos, entre outros.
Pleomorfismo - a bactéria não apresenta uma morfologia única, mesmo que se encontre em condições favoráveis à sua sobrevivência.
As bactérias que habitam no corpo humano proliferam num ambiente quente e úmido. Algumas são aeróbias, o que quer dizer que necessitam de oxigênio para se desenvolverem e multiplicarem, situando-se, normalmente, na pele ou sistema respiratório.
As bactérias anaeróbias proliferam onde não há oxigênio, ou seja, nas camadas profundas dos tecidos ou nas feridas.
Infecção - as bactérias podem produzir toxinas, que são nocivas para as células humanas. Se estas estiverem presentes em número suficiente e a pessoa a ser afectada não dispuser de uma imunização contra elas, o resultado é a doença.
As bactérias podem penetrar no corpo humano, através dos pulmões, por meio da inalação de partículas expulsas pela respiração, tosse ou espirros de uma pessoa infectada.
Pode haver infecção no trato digestivo o qual pode ser infectado através da ingestão de alimentos contaminados. As bactérias podem estar presentes nos alimentos desde o local de produção das matérias primas ou transportadas até eles por moscas ou mãos contaminadas. As bactérias podem ainda invadir o hospedeiro através da pele, como por exemplo, na infecção de uma ferida.
Classificação:
Corante de Gram:
Assim designada em memória de Christian Gram, que desenvolveu o procedimento em 1884, a coloração de Gram classifica as bactérias em Gram-positivas ou Gram-negativas e continua a ser um dos métodos mais úteis para classificar as bactérias.
Neste procedimento, as bactérias são submetidas primeiro à ação de um corante violeta, seguido de fixação com iodo e depois um agente de descoloração, como o metanol. Seguidamente, são novamente coradas com safranina.
As bactérias Gram-positivas fixam o primeiro corante, devido à maior espessura da parede celular, e ficam coradas de azul ou violeta, enquanto que as bactérias Gram-negativas, após a descoloração pelo metanol, são coradas pela safranina e ficam vermelhas. As bactérias que retêm a coloração violeta são designadas por Gram-positivas.
As bactérias que perdem a coloração violeta depois de descoloradas, mas que adquirem um corante de contraste (ficando com um tom cor-de-rosa) são Gram-negativas. Esta distinção de manchas é um reflexo das suas diferenças no que diz respeito à composição básica das suas paredes celulares.
São exemplos de bactérias Gram-positivas várias espécies de:
- Estreptococos;
- Estafilococos;
- Enterococos.
São exemplos de bactérias Gram-negativas:
- Vibrão Colérico;
- Colibacilo;
- Salmonelas.
Entre a grande variedade de doenças provocadas por cocos salientam-se:
- Pneumonia nosocomial (adquirida em meio hospitalar);
- Pneumonia adquirida na comunidade;
- Infecções da pele e tecidos moles.
Estreptococos
Estas bactérias Gram-positivas crescem em cadeias, de comprimento variável, e são responsáveis por muitas infecções distintas. Embora classificadas como aeróbias, a maioria são anaeróbias facultativas (capazes de crescer num leque alargado de concentração de oxigênio), enquanto que poucas são anaeróbias obrigatórias.
As infecções causadas por Estreptococos:
- Meningite bacteriana
- Pneumonia (adquirida na comunidade ou nosocomial)
- Otite média: o Streptococcus pneumoniae é responsável por 20% a 50% dos casos
- Sinusite
- Bronquite
- Menos freqüentemente, endocardite (menos de 3% dos casos são causados por S. pneumoniae)
- Também menos freqüentemente, peritonite, artrite séptica, infecções pélvicas e infecções de tecidos moles. Os pneumococos podem causar estas infecções sobretudo em doentes com doenças subjacentes.
Estafilococos
Estas bactérias estão entre as bactérias mais resistentes que não formam esporos e podem sobreviver em muitas situações não fisiológicas. Normalmente, colonizam a pele e encontram-se nas narinas e na pele de 20% a 30% dos adultos saudáveis.
Podem também encontrar-se (embora menos freqüentemente) na boca, glândulas mamárias e tratos genito-urinário, intestinal e respiratório superior.
As infecções por estafilococos são freqüentemente supurativas (com produção de pus) e têm sido implicadas em muitos tipos diferentes de infecções, incluindo pneumonia, meningite, osteomielite e infecções da pele e tecidos moles.
Enterococos
Estes cocos, antes classificados como estreptococos do Grupo D, ocorrem em cocos individuais, aos pares e em cadeias curtas.
São anaeróbios facultativos, que podem crescer em condições extremas e numa grande variedade de meios, incluindo solo, alimentos, água e em muitos animais. O seu principal habitat natural parece ser o tubo digestivo dos animais, incluindo o do homem, onde representam uma porção significativa da flora normal. Podem também encontrar-se, em menor número, nas secreções orofaríngeas e vaginais.
Por viver mais tempo na água do mar do que os coliformes, o enterococos é considerado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos um indicador mais preciso de doenças transmitidas pelo contato com a água.
As infecções por enterococos ocorrem em doentes internados, freqüentemente após cirurgia ou instrumentação (por exemplo, algaliação). Os enterococos podem causar superinfecções em doentes internados, sob terapêutica antibiótica.
A superinfecção pode ocorrer quando os antibióticos alteram o equilíbrio bacteriano no organismo, permitindo o crescimento dos agentes oportunistas, como o enterococos. A superinfecção pode ser muito difícil de tratar, porque é necessário optar por antibióticos eficazes contra todos os agentes que podem causá-la.
As infecções por enterococos incluem:
- Infecções urinárias
- Infecções de queimaduras e feridas cirúrgicas
- Bacteremia
- Endocardite
- Infecções intra-abdominais e pélvicas (estas infecções são habitualmente mistas, causadas por enterococos e outros agentes patogênicos)
- Infecções de feridas e dos tecidos moles
- Sépsis neonatal
- Meningite (raro).
As bactérias possuem grande importância ecológica, elas fixam o nitrogênio da atmosfera na forma de nitratos, e as bactérias desnitrificantes que devolvem o nitrogênio dos nitratos e da amônia para a atmosfera. As bactérias também são úteis para o homem, como na indústria de laticínios e na indústria farmacêutica que utiliza bactérias para fabricar antibióticos específicos.
De outra maneira as bactérias podem causar grandes prejuízos econômicos, como é o caso do amarelinho (Xylella fastidiosa), que ataca a lavoura da laranja. Mas talvez a maior importância das bactérias seja o fato delas serem parasitas humanos, levando a infecções muito graves. Assim temos o gênero Clostridium que além de esporulado é aneróbio e um potente produtor de toxinas muito prejudiciais ao homem. Seus esporos podem estar presentes em alimentos e resistir a processos de descontaminação podendo causar graves intoxicações como o botulismo (agente Clostridium botulinum), em função da ação neurotóxica de suas toxinas.
Geralmente estão associados a intoxicações por ingestão de palmitos contaminados e podem levar a óbito. É desse grupo também o produtor da toxina tetânica, que provoca o tétano (Clostridium tetani). O esporo contamina o ferimento profundo que ao fechar gera uma atmosfera com baixa tensão de oxigênio, levando a germinação, produção de toxina, e, finalmente a tetania. A Escherichia coli é um importante componente da nossa microbiota intestinal, no entanto, fora do intestino pode causar importantes e graves infecções, principalmente nas vias urinárias.
Abaixo algumas das bactérias mais nocivas ao homem, e as doenças associadas a cada uma dela:
Streptococcus pneumoniae - causa septicemia, infecção no ouvido médio, pneumonia e meningite.
Haemophilus influenzae - causa pneumonia, infecção do ouvido e meningite principalmente em crianças.
Shigella dysenteria - causa disenteria (diarréia sangrenta). Linhagens resistentes podem levar a epidemias e algumas podem ser tratadas apenas com medicamentos muito caros (fluoroquinolonas).
Neisseria gonorrhoeae - causa gonorréia, a resistência às drogas limita o seu tratamento principalmente à cefalosporina.
Pseudomonas aeruginosa - causa septicemia e pneumonia, principalmente em pessoas com fibrose cística ou com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens super resistentes não podem ser tratadas com drogas.
Enterococcus faecalis - causa septicemia e infecção do trato urinário, e infecção das vias respiratórias nos pacientes com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
Escherichia coli - causa infecção do trato urinário, infecção do sangue, diarréia e falência dos rins. Algumas linhagens são ultra resistentes.
Acinetobacter - causa septicemia em pacientes com o sistema imune comprometido.
Mycobacterium tuberculosis - causa tuberculose. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
Staphylococcus aureus - causa septicemia, infecção nas vias respiratórias e pneumonia. Algumas linhagens tem se mostrado muito resistentes a vários antibióticos.
Ambiente Brasil
Influenza A (H1N1)
A Influenza A (H1N1) mata?
Assim como qualquer outra gripe, pode matar. A letalidade média das gripes sazonais é de 0,5%, enquanto outras, mais virulentas, como a gripe aviária tem a letalidade de 50%.
O que é a Influenza A (H1N1)?
É uma infecção viral aguda do sistema respiratório, causada pelo vírus A H1N1, que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. O quadro clássico tem inicio abrupto com febre, mialgia (dores musculares e articulações) e tosse seca.
O vírus influenza A, é altamente transmissível e mutável.
O vírus influenza tipo “A” é encontrado em várias espécies animais, sendo as aves aquáticas silvestres seu principal reservatório. O tipo “A” é o responsável pelas pandemias periódicas de influenza, a partir de aves e suínos, e posterior adaptação para transmissão interhumana.
A Influenza ou Gripe A, causada pelo vírus A H1N1 foi originalmente batizada de gripe suína, mas pela possibilidade desse nome gerar confusão entre a população que poderia acreditar que a doença pode ser adquirida pelo consumo de carne de porco – o que é incorreto – abalando o mercado de suinocultura, a doença foi rebatizada.
OMS, ANVISA, Ministério da Saúde e Boletim Epidemiológico da Secretaria do Estado de Saúde do Paraná.
Como a Influenza A (H1N1) é tratada?
Para o tratamento de infecção humana pelo vírus da Influenza A(H1N1), está indicado o uso do medicamento Oseltamivir somente para os casos que se enquadrarem nas definições de caso suspeito, provável ou confirmado e que tenham idade igual ou superior a 1 ano.
Como a Influenza A (H1N1) pode ser transmitida?
A Influenza A (H1N1), diferentemente da gripe aviária, que era transmitida de animais para seres humanos, se propaga de pessoa para pessoa.
Eventualmente também pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de pequenas partículas residuais dessecadas, que podem ser levadas a distâncias maiores.
A influenza tem altas taxas de ataque, disseminando-se rapidamente na comunidade e em ambientes fechados.
O período de incubação varia entre um a sete dias com um período de transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas.
OMS, ANVISA, e Ministério da Saúde.
Como se caracterizam os casos suspeitos da Influenza A (H1N1)?
São considerados casos suspeitos, qualquer caso que o paciente apresente febre alta de maneira repentina (>38º C) com tosse, podendo estar acompanhado de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares, nas articulações e dificuldades respiratórias, além de se encaixar em pelo menos uma das duas situações descritas abaixo:
Ter apresentado sintomas até 10 dias após sair de área afetada pela influenza A (H1N1).
Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de influenza A (H1N1).
Observação: é entendido como contato próximo o indivíduo que cuida, convive ou teve contato direto com secreções respiratórias ou fluídos corporais do caso suspeito.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Consumir carne de porco pode transmitir a doença?
Não, o vírus não consegue sobreviver a uma temperatura superior a 70 graus. Então a carne suína bem cozida, frita ou assada não traz nenhum risco de contaminação.
Devo utilizar máscara?
A OMS afirma que as pessoas que não contraíram o vírus, não têm necessidade de usar a máscara.Já aqueles que estão cuidando de uma pessoa doente, podem utilizar a máscara quando em contato com a pessoa, e descartá-la logo em seguida, não esquecendo de então higienizar as mãos.
Os portadores da doença que precisam viajar ou sair em público, devem cobrir boca e nariz.
Usar a mascara corretamente em todas as situações é essencial. Porém, o uso incorreto pode aumentar as chances da propagação do vírus.
OMS (Organização Mundial da Saúde).
Já existe a vacina para Influenza A (H1N1)?
Por ser um vírus novo, ainda não há uma vacina disponível para a doença. Também não há comprovação que a imunização contra a gripe tradicional seja eficaz para diminuir os problemas ocasionados pelo novo tipo de gripe.
Porém, o desenvolvimento de uma vacina específica já está em andamento no mundo inteiro.
O cientista americano Suresh Mittal, envolvido na pesquisa da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, em conjunto com cientistas do Centro para o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), espera que dentro de meses se possa ter a vacina pronta.
No Brasil a ANVISA aprovou a resolução que permite que laboratórios brasileiros possam produzir vacinas contra o vírus H1N1, responsável pela Influenza A, de forma mais rápida.
OMS, ANVISA, EFE e Ministério da Saúde.
O Brasil tem estoque de medicamento para tratamento de pacientes portadores da Influenza A (H1N1)?
Sim. O Ministério da Saúde conta com estoque estratégico suficiente para tratamento de casos de influenza A (H1N1).
O que é uma pandemia e o que significa o nível de alerta 5 da OMS (o qual nos encontramos)?
Uma pandemia pode ocorrer quando surge um novo agente como, por exemplo um vírus, contra o qual a população não está imunizada – não há vacina pronta, nem o corpo das pessoas conhece o vírus. Assim, muitos são atingidos, resultando em uma epidemia que se espalha em diversos países. Fatores como o incremento do fluxo de pessoas entre países, a urbanização e o crescimento populacional contribuem para acelerar esse processo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide seus países membros em seis regiões: África, Américas, Sudeste Asiático, Europa, Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental. Além disso, possui fases de alerta para pandemia, em uma escala de 1 a 6.
O alerta 5 da OMS, fase em que nos encontramos no momento, é quando o há transmissão sustentada do vírus, de homem para homem, em pelo menos dois países de uma mesma região.
O organismo internacional eleva o nível de alerta para a fase 6 quando há uma transmissão sustentada do vírus, de homem para homem, em pelo menos duas dessas regiões.
OMS,e Ministério da Saúde.
O que o Governo Está Fazendo?
Governo adequou as medidas do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (PBPPI), à ESPII de Influenza A(H1N1). Estas medidas visam reduzir o risco de adquirir ou transmitir o novo subtipo de vírus da Influenza A(H1N1), nos serviços de saúde e na comunidade. E podem ser conferidas no link http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenza_a_h1n1_protocolo_tratamento.pdf
Os postos da ANVISA nos portos e aeroportos estão monitorando os passageiros que chegam dos países com casos da doença.
Todas as aeronaves que operam vôos internacionais devem fazer o seguinte aviso sonoro (pelo chefe de comissários) a bordo, em português e inglês ou espanhol: “Caso você apresente febre alta repentina (maior que 38º) e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, identifique-se à tripulação desta aeronave, para encaminhamento junto às autoridades sanitárias do Brasil. Preencha corretamente todos os campos da Declaração de Bagagem Acompanhada. Por meio dela é que as autoridades sanitárias do Brasil irão entrar em contato no caso de necessidade de medidas adicionais para proteção de sua saúde.”
Considerando ainda o número de escalas e conexões das aeronaves, o aviso sonoro foi ampliado para os vôos domésticos: "Caso você venha de vôos internacionais e apresente febre alta repentina (maior que 38ºC) e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, identifique-se a tripulação desta aeronave, para encaminhamentos junto as autoridades sanitárias do Brasil."
O trabalho das equipes da Anvisa é feito da seguinte maneira:
1- No desembarque:
a. Quando há caso suspeito a bordo: a aeronave é orientada a se dirigir à área remota do aeroporto, depois do pouso. Chegando lá, já estão posicionadas as equipes da Anvisa e da Infraero com os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI): máscara (padrão N95 ou PFF2), óculos de proteção, luvas de procedimento e avental. O passageiro suspeito e os contactantes (que estão no entorno dele) recebem máscara cirúrgica imediatamente.
É preenchido o Termo de Controle Sanitário do Viajante (TCSV) do viajante suspeito e dos contatos próximos, que é enviado por e-mail às autoridades sanitárias. As Declarações de Bagagem Acompanhada (DBAs) de todos os viajantes desse vôo são retidas pela Anvisa, para que se proceda o monitoramento dessas pessoas. O passageiro suspeito vai para a ambulância, onde será examinado e encaminhado ao hospital (caso os médicos, em conjunto com a Agência, enquadrem o viajante como caso suspeito) ou será liberado, se a hipótese de contaminação for afastada.
b. Quando não há caso suspeito a bordo: a equipe da Anvisa se dirige até a porta da aeronave utilizando máscara cirúrgica e confirma se o speach sonoro foi feito. Se nenhum passageiro se identificar como caso suspeito, começa o desembarque. A equipe da Anvisa ocupa o finger e cada passageiro que passa pelos agentes recebe o folder contendo orientações sobre a Influenza A.
2- No embarque:
a. Informação e orientação nos postos da Anvisa e também por meio de avisos sonoros em 3 línguas (português, inglês e espanhol) de 15 em 15 minutos em todos os ambientes do aeroporto. Alertas visuais também podem ser vistos nos monitores e telões da Infraero. Os panfletos estão sendo distribuídos nos check-ins e nos balcões de informação da Infraero e nas agências de turismo, entre outros locais do aeroporto.
ANVISA, e Ministério da Saúde.
Os casos suspeitos devem ser isolados?
Na atual fase a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o Ministério da Saúde recomenda que o isolamento dos casos suspeitos, prováveis e confirmado de infecção por Influenza A(H1N1) deve ser realizado somente nos hospitais de referência designados pelas Secretarias Estaduais de Saúde e disponível no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).
Segundo a OMS, o isolamento no ambiente hospitalar deve ser realizado em um quarto privativo com vedação na porta e boa ventilação.
O isolamento deve ser mantido até que seja descartado o diagnóstico de Influenza A(H1N1) ou até o 10º dia após a data de início dos sintomas, caracterizando o fim do período de transmissibilidade.
O quarto/unidade de isolamento deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo isolamento de Influenza A(H1N1), o acesso deve ser restrito aos profissionais envolvidos na assistência do mesmo.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Quais são as medidas de Controle e Prevenção da Influenza A (H1N1)?
As medidas de controle devem ser adotadas, baseadas em intervenções não farmacológicas, para reduzir o risco de adquirir ou transmitir a influenza A(H1N1), como:
• Higienizar as mãos com água e sabonete antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e nariz, e após tossir, espirrar ou usar o banheiro
• Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
• Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de aerossóis;
• Evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja possível, usar máscaras cirúrgicas;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados
• Manter os ambientes ventilados;
• Ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Qual o motivo da doença estar sendo repassada e preocupar tanto?
A gripe está sendo causada por uma variação do vírus A H1N1. Por este motivo, não há carga imunológica de proteção, como ocorre na maioria das doenças. Portanto, ela tem maior transmissibilidade já que o organismo não reconhece prontamente o vírus o que impede o sistema de defesas do corpo de agir contra a gripe.
OMS, ANVISA, e Ministério da Saúde.
Que medidas devem ser tomadas em caso de viagem à um dos países afetados?
O ministério da saúde recomenda que os viajantes que se destinem a qualquer um dos países afetados• Em relação ao uso de máscaras cirúrgicas descartáveis, durante a permanência nos países afetados, seguir rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias locais.
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente, descartável.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente, depois de tossir ou espirrar.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes a esses países.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.
Os viajantes procedentes dos países afetados, com qualquer um dos sintomas, devem procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
(Ambiente Brasil, 2009)
Assim como qualquer outra gripe, pode matar. A letalidade média das gripes sazonais é de 0,5%, enquanto outras, mais virulentas, como a gripe aviária tem a letalidade de 50%.
O que é a Influenza A (H1N1)?
É uma infecção viral aguda do sistema respiratório, causada pelo vírus A H1N1, que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. O quadro clássico tem inicio abrupto com febre, mialgia (dores musculares e articulações) e tosse seca.
O vírus influenza A, é altamente transmissível e mutável.
O vírus influenza tipo “A” é encontrado em várias espécies animais, sendo as aves aquáticas silvestres seu principal reservatório. O tipo “A” é o responsável pelas pandemias periódicas de influenza, a partir de aves e suínos, e posterior adaptação para transmissão interhumana.
A Influenza ou Gripe A, causada pelo vírus A H1N1 foi originalmente batizada de gripe suína, mas pela possibilidade desse nome gerar confusão entre a população que poderia acreditar que a doença pode ser adquirida pelo consumo de carne de porco – o que é incorreto – abalando o mercado de suinocultura, a doença foi rebatizada.
OMS, ANVISA, Ministério da Saúde e Boletim Epidemiológico da Secretaria do Estado de Saúde do Paraná.
Como a Influenza A (H1N1) é tratada?
Para o tratamento de infecção humana pelo vírus da Influenza A(H1N1), está indicado o uso do medicamento Oseltamivir somente para os casos que se enquadrarem nas definições de caso suspeito, provável ou confirmado e que tenham idade igual ou superior a 1 ano.
Como a Influenza A (H1N1) pode ser transmitida?
A Influenza A (H1N1), diferentemente da gripe aviária, que era transmitida de animais para seres humanos, se propaga de pessoa para pessoa.
Eventualmente também pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de pequenas partículas residuais dessecadas, que podem ser levadas a distâncias maiores.
A influenza tem altas taxas de ataque, disseminando-se rapidamente na comunidade e em ambientes fechados.
O período de incubação varia entre um a sete dias com um período de transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas.
OMS, ANVISA, e Ministério da Saúde.
Como se caracterizam os casos suspeitos da Influenza A (H1N1)?
São considerados casos suspeitos, qualquer caso que o paciente apresente febre alta de maneira repentina (>38º C) com tosse, podendo estar acompanhado de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares, nas articulações e dificuldades respiratórias, além de se encaixar em pelo menos uma das duas situações descritas abaixo:
Ter apresentado sintomas até 10 dias após sair de área afetada pela influenza A (H1N1).
Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de influenza A (H1N1).
Observação: é entendido como contato próximo o indivíduo que cuida, convive ou teve contato direto com secreções respiratórias ou fluídos corporais do caso suspeito.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Consumir carne de porco pode transmitir a doença?
Não, o vírus não consegue sobreviver a uma temperatura superior a 70 graus. Então a carne suína bem cozida, frita ou assada não traz nenhum risco de contaminação.
Devo utilizar máscara?
A OMS afirma que as pessoas que não contraíram o vírus, não têm necessidade de usar a máscara.Já aqueles que estão cuidando de uma pessoa doente, podem utilizar a máscara quando em contato com a pessoa, e descartá-la logo em seguida, não esquecendo de então higienizar as mãos.
Os portadores da doença que precisam viajar ou sair em público, devem cobrir boca e nariz.
Usar a mascara corretamente em todas as situações é essencial. Porém, o uso incorreto pode aumentar as chances da propagação do vírus.
OMS (Organização Mundial da Saúde).
Já existe a vacina para Influenza A (H1N1)?
Por ser um vírus novo, ainda não há uma vacina disponível para a doença. Também não há comprovação que a imunização contra a gripe tradicional seja eficaz para diminuir os problemas ocasionados pelo novo tipo de gripe.
Porém, o desenvolvimento de uma vacina específica já está em andamento no mundo inteiro.
O cientista americano Suresh Mittal, envolvido na pesquisa da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, em conjunto com cientistas do Centro para o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), espera que dentro de meses se possa ter a vacina pronta.
No Brasil a ANVISA aprovou a resolução que permite que laboratórios brasileiros possam produzir vacinas contra o vírus H1N1, responsável pela Influenza A, de forma mais rápida.
OMS, ANVISA, EFE e Ministério da Saúde.
O Brasil tem estoque de medicamento para tratamento de pacientes portadores da Influenza A (H1N1)?
Sim. O Ministério da Saúde conta com estoque estratégico suficiente para tratamento de casos de influenza A (H1N1).
O que é uma pandemia e o que significa o nível de alerta 5 da OMS (o qual nos encontramos)?
Uma pandemia pode ocorrer quando surge um novo agente como, por exemplo um vírus, contra o qual a população não está imunizada – não há vacina pronta, nem o corpo das pessoas conhece o vírus. Assim, muitos são atingidos, resultando em uma epidemia que se espalha em diversos países. Fatores como o incremento do fluxo de pessoas entre países, a urbanização e o crescimento populacional contribuem para acelerar esse processo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide seus países membros em seis regiões: África, Américas, Sudeste Asiático, Europa, Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental. Além disso, possui fases de alerta para pandemia, em uma escala de 1 a 6.
O alerta 5 da OMS, fase em que nos encontramos no momento, é quando o há transmissão sustentada do vírus, de homem para homem, em pelo menos dois países de uma mesma região.
O organismo internacional eleva o nível de alerta para a fase 6 quando há uma transmissão sustentada do vírus, de homem para homem, em pelo menos duas dessas regiões.
OMS,e Ministério da Saúde.
O que o Governo Está Fazendo?
Governo adequou as medidas do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (PBPPI), à ESPII de Influenza A(H1N1). Estas medidas visam reduzir o risco de adquirir ou transmitir o novo subtipo de vírus da Influenza A(H1N1), nos serviços de saúde e na comunidade. E podem ser conferidas no link http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenza_a_h1n1_protocolo_tratamento.pdf
Os postos da ANVISA nos portos e aeroportos estão monitorando os passageiros que chegam dos países com casos da doença.
Todas as aeronaves que operam vôos internacionais devem fazer o seguinte aviso sonoro (pelo chefe de comissários) a bordo, em português e inglês ou espanhol: “Caso você apresente febre alta repentina (maior que 38º) e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, identifique-se à tripulação desta aeronave, para encaminhamento junto às autoridades sanitárias do Brasil. Preencha corretamente todos os campos da Declaração de Bagagem Acompanhada. Por meio dela é que as autoridades sanitárias do Brasil irão entrar em contato no caso de necessidade de medidas adicionais para proteção de sua saúde.”
Considerando ainda o número de escalas e conexões das aeronaves, o aviso sonoro foi ampliado para os vôos domésticos: "Caso você venha de vôos internacionais e apresente febre alta repentina (maior que 38ºC) e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, identifique-se a tripulação desta aeronave, para encaminhamentos junto as autoridades sanitárias do Brasil."
O trabalho das equipes da Anvisa é feito da seguinte maneira:
1- No desembarque:
a. Quando há caso suspeito a bordo: a aeronave é orientada a se dirigir à área remota do aeroporto, depois do pouso. Chegando lá, já estão posicionadas as equipes da Anvisa e da Infraero com os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI): máscara (padrão N95 ou PFF2), óculos de proteção, luvas de procedimento e avental. O passageiro suspeito e os contactantes (que estão no entorno dele) recebem máscara cirúrgica imediatamente.
É preenchido o Termo de Controle Sanitário do Viajante (TCSV) do viajante suspeito e dos contatos próximos, que é enviado por e-mail às autoridades sanitárias. As Declarações de Bagagem Acompanhada (DBAs) de todos os viajantes desse vôo são retidas pela Anvisa, para que se proceda o monitoramento dessas pessoas. O passageiro suspeito vai para a ambulância, onde será examinado e encaminhado ao hospital (caso os médicos, em conjunto com a Agência, enquadrem o viajante como caso suspeito) ou será liberado, se a hipótese de contaminação for afastada.
b. Quando não há caso suspeito a bordo: a equipe da Anvisa se dirige até a porta da aeronave utilizando máscara cirúrgica e confirma se o speach sonoro foi feito. Se nenhum passageiro se identificar como caso suspeito, começa o desembarque. A equipe da Anvisa ocupa o finger e cada passageiro que passa pelos agentes recebe o folder contendo orientações sobre a Influenza A.
2- No embarque:
a. Informação e orientação nos postos da Anvisa e também por meio de avisos sonoros em 3 línguas (português, inglês e espanhol) de 15 em 15 minutos em todos os ambientes do aeroporto. Alertas visuais também podem ser vistos nos monitores e telões da Infraero. Os panfletos estão sendo distribuídos nos check-ins e nos balcões de informação da Infraero e nas agências de turismo, entre outros locais do aeroporto.
ANVISA, e Ministério da Saúde.
Os casos suspeitos devem ser isolados?
Na atual fase a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o Ministério da Saúde recomenda que o isolamento dos casos suspeitos, prováveis e confirmado de infecção por Influenza A(H1N1) deve ser realizado somente nos hospitais de referência designados pelas Secretarias Estaduais de Saúde e disponível no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br).
Segundo a OMS, o isolamento no ambiente hospitalar deve ser realizado em um quarto privativo com vedação na porta e boa ventilação.
O isolamento deve ser mantido até que seja descartado o diagnóstico de Influenza A(H1N1) ou até o 10º dia após a data de início dos sintomas, caracterizando o fim do período de transmissibilidade.
O quarto/unidade de isolamento deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo isolamento de Influenza A(H1N1), o acesso deve ser restrito aos profissionais envolvidos na assistência do mesmo.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Quais são as medidas de Controle e Prevenção da Influenza A (H1N1)?
As medidas de controle devem ser adotadas, baseadas em intervenções não farmacológicas, para reduzir o risco de adquirir ou transmitir a influenza A(H1N1), como:
• Higienizar as mãos com água e sabonete antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e nariz, e após tossir, espirrar ou usar o banheiro
• Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
• Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de aerossóis;
• Evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja possível, usar máscaras cirúrgicas;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados
• Manter os ambientes ventilados;
• Ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
Qual o motivo da doença estar sendo repassada e preocupar tanto?
A gripe está sendo causada por uma variação do vírus A H1N1. Por este motivo, não há carga imunológica de proteção, como ocorre na maioria das doenças. Portanto, ela tem maior transmissibilidade já que o organismo não reconhece prontamente o vírus o que impede o sistema de defesas do corpo de agir contra a gripe.
OMS, ANVISA, e Ministério da Saúde.
Que medidas devem ser tomadas em caso de viagem à um dos países afetados?
O ministério da saúde recomenda que os viajantes que se destinem a qualquer um dos países afetados• Em relação ao uso de máscaras cirúrgicas descartáveis, durante a permanência nos países afetados, seguir rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias locais.
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente, descartável.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente, depois de tossir ou espirrar.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes a esses países.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.
Os viajantes procedentes dos países afetados, com qualquer um dos sintomas, devem procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.
OMS, ANVISA e Ministério da Saúde.
(Ambiente Brasil, 2009)
sexta-feira, 10 de julho de 2009
EXCLUSIVO: ONG fotografa primeira harpia adulta monitorada por satélite no Brasil
Danielle Jordan / AmbienteBrasil
A harpia, também conhecida como gavião-real, foi avistada na última quarta-feira por pesquisadores do Projeto Harpia na Mata Atlântica, no Parque Nacional Pau-Brasil (PARNA Pau-Brasil), em Porto Seguro (BA).
Desde maio de 2008 a ave é monitorada por satélite por pesquisadores. Depois de passar por intensa avaliação, ela foi solta. Os estudos apontam que a soltura foi bem sucedida e o animal vive em boas condições.
O animal foi encontrado caído no campo por funcionários da Fazenda Aliança, Itagimirim (BA) e depois encaminhado ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
A ave foi encaminhada, então, à Estação Veracel, que trabalha na reabilitação de outro exemplar da espécie que vive em cativeiro há 12 anos e deve ser solto no próximo mês, conforme publicado por AmbienteBrasil em 22 / 04 / 2009
A harpia, também conhecida como gavião-real, foi avistada na última quarta-feira por pesquisadores do Projeto Harpia na Mata Atlântica, no Parque Nacional Pau-Brasil (PARNA Pau-Brasil), em Porto Seguro (BA).
Desde maio de 2008 a ave é monitorada por satélite por pesquisadores. Depois de passar por intensa avaliação, ela foi solta. Os estudos apontam que a soltura foi bem sucedida e o animal vive em boas condições.
O animal foi encontrado caído no campo por funcionários da Fazenda Aliança, Itagimirim (BA) e depois encaminhado ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
A ave foi encaminhada, então, à Estação Veracel, que trabalha na reabilitação de outro exemplar da espécie que vive em cativeiro há 12 anos e deve ser solto no próximo mês, conforme publicado por AmbienteBrasil em 22 / 04 / 2009
Canadá detecta nova variante do vírus da gripe
Dois trabalhadores de uma fazenda de porcos no Canadá estão infectados por uma nova variante do vírus da gripe suína, diferente do A (H1N1), informaram as autoridades de saúde do país.
As autoridades definiram o novo vírus, detectado na província (Estado) de Saskatchewan, como "vírus não pandêmico da gripe suína".
A ministra da Saúde canadense, Leona Aglukkaq, disse por meio de um comunicado que o governo está "trabalhando de forma estreita com a província de Saskatchewan para saber o máximo sobre esse novo vírus da gripe".
"Os resultados preliminares indicam que o risco para a saúde pública é reduzido e que os canadenses que foram vacinados contra a gripe regular devem ter algum tipo de imunidade contra esta nova cepa da gripe", acrescentou.
A responsável pela Saúde em Saskatchewan, Moira McKinnon, disse durante uma entrevista coletiva realizada hoje que os dois trabalhadores se recuperaram totalmente.
"Isto ocorre de vez em quando com os vírus da gripe, se misturam. O mais normal é que não tenham as características que os permitirão continuar. No entanto, seremos muito cuidadosos e atentos" acrescentou McKinnon.
As autoridades médicas também estão investigando a possibilidade de que outro trabalhador tenha sido infectado com o novo vírus.
Há duas semanas, todos os três tiveram sintomas similares aos de uma leve gripe e nenhum viajou para fora do país.
O Canadá já soma 37 mortes relacionadas com a gripe e é o terceiro país do mundo com o maior número de casos confirmados da doença.
Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados. (Fonte: Estadão Online)
As autoridades definiram o novo vírus, detectado na província (Estado) de Saskatchewan, como "vírus não pandêmico da gripe suína".
A ministra da Saúde canadense, Leona Aglukkaq, disse por meio de um comunicado que o governo está "trabalhando de forma estreita com a província de Saskatchewan para saber o máximo sobre esse novo vírus da gripe".
"Os resultados preliminares indicam que o risco para a saúde pública é reduzido e que os canadenses que foram vacinados contra a gripe regular devem ter algum tipo de imunidade contra esta nova cepa da gripe", acrescentou.
A responsável pela Saúde em Saskatchewan, Moira McKinnon, disse durante uma entrevista coletiva realizada hoje que os dois trabalhadores se recuperaram totalmente.
"Isto ocorre de vez em quando com os vírus da gripe, se misturam. O mais normal é que não tenham as características que os permitirão continuar. No entanto, seremos muito cuidadosos e atentos" acrescentou McKinnon.
As autoridades médicas também estão investigando a possibilidade de que outro trabalhador tenha sido infectado com o novo vírus.
Há duas semanas, todos os três tiveram sintomas similares aos de uma leve gripe e nenhum viajou para fora do país.
O Canadá já soma 37 mortes relacionadas com a gripe e é o terceiro país do mundo com o maior número de casos confirmados da doença.
Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados. (Fonte: Estadão Online)
Um terço dos adultos e 70% dos adolescentes consomem açúcar em excesso
Mais de um terço dos adultos e idosos e 70% dos adolescentes consomem açúcar além do limite estabelecido pela OMS e pelo Ministério da Saúde, revela um estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) com mais de 2.000 moradores da cidade de São Paulo.
Além de não ter valor nutricional, o açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes. Segundo as autoras, apesar de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais de açúcar proveniente da cana, não há estudos populacionais que investiguem esse consumo entre os brasileiros.
Os resultados são fruto de duas pesquisas feitas a partir de um mesmo banco de dados. Uma delas focou na análise dos adultos e idosos e a outra, no consumo dos adolescentes. Os trabalhos investigaram a ingestão do açúcar presente nos alimentos industrializados e do de adição (aquele que é acrescentado aos preparados).
Entre as pessoas com consumo excessivo, o açúcar representa, em média, 12% das calorias ingeridas diariamente, contra os 10% recomendados. Em alguns casos, esse valor chegou a 25%. Embora o valor não seja tão alto, ele causa preocupação.
"O valor de 10% já é o limite. Além disso, o maior consumo de açúcar associou-se à menor ingestão de alguns nutrientes, como proteína, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina B6 e folato", diz a nutricionista Milena Bueno, uma das autoras da pesquisa.
Doce vício - Além de causar cáries, os alimentos açucarados levam facilmente ao ganho de peso -fator agravado porque normalmente esses produtos contêm gorduras. E a obesidade está relacionada a várias doenças. Alguns estudos também sugerem que os doces despertem uma espécie de vício. "A pessoa passa a querer mais", afirma Luciana Bruno, nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes.
A maior prevalência do consumo exagerado ocorre nos adolescentes. Mas a pesquisa revelou que, em média, 37% dos adultos e idosos abusam do doce. Entre as mulheres adultas, 40% ultrapassam os limites, contra 35% dos homens. Nos idosos, as taxas são 30% e 23%, respectivamente.
Os refrigerantes foram os maiores responsáveis pelo excesso de açúcar consumido por adolescentes e adultos. Nos mais jovens, a bebida responde por 34,2% do açúcar ingerido pelos meninos e 32% do açúcar ingerido pelas meninas. Já os alimentos achocolatados em pó representam 11% do consumo.
Entre os idosos, a principal fonte foi o açúcar de adição. "Provavelmente pelo consumo em cafés e chás", acredita a nutricionista Milena Bueno. Mas itens como bolachas recheadas, bolos prontos, sucos industrializados e cereais matinais também contribuíram.
Amostra representativa - A pesquisa ouviu 793 adolescentes, 689 adultos e 622 idosos. Os voluntários, todos residentes em São Paulo, foram selecionados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, e responderam a um questionário detalhado sobre a consumo de alimentos no dia anterior. "É uma amostra que pode ser considerada representativa do município de São Paulo", diz a nutricionista Ana Carolina Colucci, também autora do trabalho.
"Podemos extrapolar os dados para regiões com as mesmas características, ou seja, a população urbana de grandes cidades brasileiras", acrescenta Milena Bueno.
Outras conclusões do estudo revelaram que mulheres consomem mais açúcar do que os homens e que não há diferenças significativas em função do nível socioeconômico.
"Não esperávamos encontrar essa alta prevalência de adolescentes com consumo acima do limite máximo", diz Ana Carolina Colucci.
"Isso é preocupante principalmente se considerarmos que o açúcar de adição não são componentes essenciais à dieta, devendo ser inseridos de maneira restrita tanto em relação à frequência quanto à quantidade em uma alimentação saudável", lembra ela.
Para diminuir a dose diária de açúcar, é possível mudar alguns hábitos, como evitar acrescentar o alimento a sucos e vitaminas e diminuir as colheradas em bebidas como café e chás. "Também vale substituir o açúcar branco pelo demerara ou pelo mascavo, que têm a mesma quantidade de calorias, mas menos aditivos químicos", recomenda a nutricionista Luciana Bruno. (Fonte: Folha Online, jul/2009)
Além de não ter valor nutricional, o açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes. Segundo as autoras, apesar de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais de açúcar proveniente da cana, não há estudos populacionais que investiguem esse consumo entre os brasileiros.
Os resultados são fruto de duas pesquisas feitas a partir de um mesmo banco de dados. Uma delas focou na análise dos adultos e idosos e a outra, no consumo dos adolescentes. Os trabalhos investigaram a ingestão do açúcar presente nos alimentos industrializados e do de adição (aquele que é acrescentado aos preparados).
Entre as pessoas com consumo excessivo, o açúcar representa, em média, 12% das calorias ingeridas diariamente, contra os 10% recomendados. Em alguns casos, esse valor chegou a 25%. Embora o valor não seja tão alto, ele causa preocupação.
"O valor de 10% já é o limite. Além disso, o maior consumo de açúcar associou-se à menor ingestão de alguns nutrientes, como proteína, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina B6 e folato", diz a nutricionista Milena Bueno, uma das autoras da pesquisa.
Doce vício - Além de causar cáries, os alimentos açucarados levam facilmente ao ganho de peso -fator agravado porque normalmente esses produtos contêm gorduras. E a obesidade está relacionada a várias doenças. Alguns estudos também sugerem que os doces despertem uma espécie de vício. "A pessoa passa a querer mais", afirma Luciana Bruno, nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes.
A maior prevalência do consumo exagerado ocorre nos adolescentes. Mas a pesquisa revelou que, em média, 37% dos adultos e idosos abusam do doce. Entre as mulheres adultas, 40% ultrapassam os limites, contra 35% dos homens. Nos idosos, as taxas são 30% e 23%, respectivamente.
Os refrigerantes foram os maiores responsáveis pelo excesso de açúcar consumido por adolescentes e adultos. Nos mais jovens, a bebida responde por 34,2% do açúcar ingerido pelos meninos e 32% do açúcar ingerido pelas meninas. Já os alimentos achocolatados em pó representam 11% do consumo.
Entre os idosos, a principal fonte foi o açúcar de adição. "Provavelmente pelo consumo em cafés e chás", acredita a nutricionista Milena Bueno. Mas itens como bolachas recheadas, bolos prontos, sucos industrializados e cereais matinais também contribuíram.
Amostra representativa - A pesquisa ouviu 793 adolescentes, 689 adultos e 622 idosos. Os voluntários, todos residentes em São Paulo, foram selecionados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, e responderam a um questionário detalhado sobre a consumo de alimentos no dia anterior. "É uma amostra que pode ser considerada representativa do município de São Paulo", diz a nutricionista Ana Carolina Colucci, também autora do trabalho.
"Podemos extrapolar os dados para regiões com as mesmas características, ou seja, a população urbana de grandes cidades brasileiras", acrescenta Milena Bueno.
Outras conclusões do estudo revelaram que mulheres consomem mais açúcar do que os homens e que não há diferenças significativas em função do nível socioeconômico.
"Não esperávamos encontrar essa alta prevalência de adolescentes com consumo acima do limite máximo", diz Ana Carolina Colucci.
"Isso é preocupante principalmente se considerarmos que o açúcar de adição não são componentes essenciais à dieta, devendo ser inseridos de maneira restrita tanto em relação à frequência quanto à quantidade em uma alimentação saudável", lembra ela.
Para diminuir a dose diária de açúcar, é possível mudar alguns hábitos, como evitar acrescentar o alimento a sucos e vitaminas e diminuir as colheradas em bebidas como café e chás. "Também vale substituir o açúcar branco pelo demerara ou pelo mascavo, que têm a mesma quantidade de calorias, mas menos aditivos químicos", recomenda a nutricionista Luciana Bruno. (Fonte: Folha Online, jul/2009)
Substância da Ilha de Páscoa pode retardar envelhecimento, diz estudo
Uma substância encontrada no solo da Ilha de Páscoa - a rapamicina - pode ajudar a combater o processo de envelhecimento, segundo uma pesquisa de cientistas americanos publicada na revista especializada Nature.
Quando os cientistas usaram a rapamicina para tratar camundongos idosos, sua expectativa de vida aumentou em até 38%.
A pesquisa aumenta as perspectivas de se conseguir retardar o processo de envelhecimento em idosos.
Mas uma especialista britânica advertiu contra o uso da droga para este fim, já que a rapamicina também afeta o sistema imunológico.
Medicina - A rapamicina foi descoberta pela primeira vez na Ilha de Páscoa, nos anos 70.
Ela já é usada para evitar a rejeição de órgãos transplantados em pacientes e em tubos implantados em pacientes para manter suas artérias coronárias abertas. A substância também está sedo testada como um possível tratamento para câncer.
Os pesquisadores em três centros americanos, no Texas, Michigan e Maine, deram a substância para os camundongos com idade equivalente a 60 anos em humanos.
A rapamicina aumentou a expectativa de vida dos roedores entre 28% e 38%.
Os pesquisadores estimam que, em termos humanos, este aumento poderia ser ainda maior se tanto câncer como doenças cardíacas também fossem evitadas e curadas no processo.
O pesquisador Alan Richardson, do Barshop Institute, disse: "Faço pesquisas sobre envelhecimento há 35 anos, e já houve várias das chamadas intervenções 'anti-envelhecimento' que nunca obtiveram sucesso".
"Nunca pensei que poderíamos encontrar uma pílula anti-envelhecimento para as pessoas durante minha vida, mas a rapamicina parece prometer justamente isso."
"Acreditamos que esta seja a primeira evidência convincente de que o processo de envelhecimento pode ser retardado e a expectativa de vida estendida por uma terapia com drogas começando em uma idade avançada", disse Randy Strong, do Texas Health Science Center.
Restrições calóricas - A rapamicina parece ter um efeito semelhante à uma dieta de redução calórica, que já se mostrou ser eficaz em aumentar a expectativa de vida.
Ela afeta uma proteína das células chamada mTOR, que controla vários processos envolvidos no metabolismo e resposta a situações estressantes.
Os pesquisadores tiveram que encontrar uma maneira de reformular a droga para que ela ficasse estável o suficiente para chegar até o intestino dos camundongos antes de começar a se decompor.
O objetivo original era começar a ministrar a rapamicina para os camundongos aos quatro meses de idade, mas o atraso devido à nova formulação fez com que o tratamento só começasse quando as cobaias já tinham 20 meses de idade.
Os pesquisadores acreditavam que os camundongos já estariam muito velhos para que a droga tivesse algum efeito e se surpreenderam com o resultado.
"Esse estudo claramente identificou um potencial terapêutico para o desenvolvimento de drogas com o objetivo de prevenir doenças ligadas ao envelhecimento e aumentar a expectativa de vida", disse Strong.
"Se a rapamicina ou drogas similares funcionarem como imaginamos, a potencial redução de custo para serviços de saúde é enorme."
'Não tente em casa' - A médica Lynne Cox, especialista em envelhecimento da Universidade de Oxford, descreveu o estudo como "animador".
Segundo ela, "é especialmente interessante que o remédio tenha sido eficiente mesmo quando dado a camundongos idosos, já que seria muito melhor tratar o envelhecimento em pessoas mais velhas do que usar drogas como essas por toda a vida."
Mas, ela acrescentou, "de modo algum ninguém deve pensar em usar este remédio em particular para aumentar sua própria expectativa de vida, já que a rapamicina é imuno-supressora".
"Enquanto que os camundongos de laboratório são protegidos de infecções, isso é simplesmente impossível entre a população humana."
"O que o estudo faz é ressaltar um importante caminho molecular para o qual novas e mais específicas drogas podem ser criadas."
"Se é sensível tentar aumentar a expectativa de vida é outra questão; talvez, aumentar a expectativa de vida saudável, e não de vida, seja um objetivo melhor." (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Quando os cientistas usaram a rapamicina para tratar camundongos idosos, sua expectativa de vida aumentou em até 38%.
A pesquisa aumenta as perspectivas de se conseguir retardar o processo de envelhecimento em idosos.
Mas uma especialista britânica advertiu contra o uso da droga para este fim, já que a rapamicina também afeta o sistema imunológico.
Medicina - A rapamicina foi descoberta pela primeira vez na Ilha de Páscoa, nos anos 70.
Ela já é usada para evitar a rejeição de órgãos transplantados em pacientes e em tubos implantados em pacientes para manter suas artérias coronárias abertas. A substância também está sedo testada como um possível tratamento para câncer.
Os pesquisadores em três centros americanos, no Texas, Michigan e Maine, deram a substância para os camundongos com idade equivalente a 60 anos em humanos.
A rapamicina aumentou a expectativa de vida dos roedores entre 28% e 38%.
Os pesquisadores estimam que, em termos humanos, este aumento poderia ser ainda maior se tanto câncer como doenças cardíacas também fossem evitadas e curadas no processo.
O pesquisador Alan Richardson, do Barshop Institute, disse: "Faço pesquisas sobre envelhecimento há 35 anos, e já houve várias das chamadas intervenções 'anti-envelhecimento' que nunca obtiveram sucesso".
"Nunca pensei que poderíamos encontrar uma pílula anti-envelhecimento para as pessoas durante minha vida, mas a rapamicina parece prometer justamente isso."
"Acreditamos que esta seja a primeira evidência convincente de que o processo de envelhecimento pode ser retardado e a expectativa de vida estendida por uma terapia com drogas começando em uma idade avançada", disse Randy Strong, do Texas Health Science Center.
Restrições calóricas - A rapamicina parece ter um efeito semelhante à uma dieta de redução calórica, que já se mostrou ser eficaz em aumentar a expectativa de vida.
Ela afeta uma proteína das células chamada mTOR, que controla vários processos envolvidos no metabolismo e resposta a situações estressantes.
Os pesquisadores tiveram que encontrar uma maneira de reformular a droga para que ela ficasse estável o suficiente para chegar até o intestino dos camundongos antes de começar a se decompor.
O objetivo original era começar a ministrar a rapamicina para os camundongos aos quatro meses de idade, mas o atraso devido à nova formulação fez com que o tratamento só começasse quando as cobaias já tinham 20 meses de idade.
Os pesquisadores acreditavam que os camundongos já estariam muito velhos para que a droga tivesse algum efeito e se surpreenderam com o resultado.
"Esse estudo claramente identificou um potencial terapêutico para o desenvolvimento de drogas com o objetivo de prevenir doenças ligadas ao envelhecimento e aumentar a expectativa de vida", disse Strong.
"Se a rapamicina ou drogas similares funcionarem como imaginamos, a potencial redução de custo para serviços de saúde é enorme."
'Não tente em casa' - A médica Lynne Cox, especialista em envelhecimento da Universidade de Oxford, descreveu o estudo como "animador".
Segundo ela, "é especialmente interessante que o remédio tenha sido eficiente mesmo quando dado a camundongos idosos, já que seria muito melhor tratar o envelhecimento em pessoas mais velhas do que usar drogas como essas por toda a vida."
Mas, ela acrescentou, "de modo algum ninguém deve pensar em usar este remédio em particular para aumentar sua própria expectativa de vida, já que a rapamicina é imuno-supressora".
"Enquanto que os camundongos de laboratório são protegidos de infecções, isso é simplesmente impossível entre a população humana."
"O que o estudo faz é ressaltar um importante caminho molecular para o qual novas e mais específicas drogas podem ser criadas."
"Se é sensível tentar aumentar a expectativa de vida é outra questão; talvez, aumentar a expectativa de vida saudável, e não de vida, seja um objetivo melhor." (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Cafeína reverte perda de memória em ratos com Alzheimer, aponta estudo
Ratos criados em laboratório e programados para desenvolver sintomas do Mal de Alzheimer na velhice tiveram problemas de memória revertidos depois de ingerir 500 mg de cafeína por dia, segundo um estudo do Alzheimer's Disease Research Center da University of South Florida, nos Estados Unidos.
Uma outra pesquisa, da mesma universidade, revelou que a cafeína diminuiu significativamente níveis anormais da proteína beta-amilóide - associada ao Mal de Alzheimer - tanto no cérebro como no sangue de ratos que apresentavam sintomas da doença.
Os dois trabalhos, publicados na revista científica online Journal of Alzheimer's Disease, deram continuidade a pesquisas anteriores, segundo as quais a ingestão de cafeína no início da fase adulta preveniu problemas de memória em ratos criados para apresentar o Mal de Alzheimer na velhice.
Comentando o estudo, outros especialistas alertaram, no entanto, que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto, e que suplementos de cafeína para idosos não são recomendados.
Resultados promissores - "Os novos resultados oferecem evidências de que a cafeína pode ser usada como um tratamento viável para o Mal de Alzheimer quando já estabelecido, e não simplesmente como uma estratégia de proteção", disse o principal autor do estudo, Gary Arendash.
"Isso é importante porque a cafeína é uma droga segura para a maioria das pessoas, entra com facilidade no cérebro e parece afetar diretamente o processo da doença".
Baseados nos resultados obtidos em ratos, os pesquisadores esperam iniciar pesquisas com humanos para avaliar se a cafeína poderia beneficiar pessoas no estágio inicial da doença.
A equipe já conseguiu estabelecer que a cafeína ingerida por idosos sem sinais de demência rapidamente afeta os níveis da proteína beta-amilóide no seu sangue - da mesma forma como nos ratos com Mal de Alzheimer.
Segundo Huntington Potter, diretor do Alzheimer's Disease Research Center, que participou dos estudos, a redução na quantidade da proteína beta-amilóide está associada a benefícios para a atividade cognitiva.
Experimentos - Quando tinham entre 18 e 19 meses de idade - o que equivale a cerca de 70 anos em humanos - 55 ratos foram submetidos a testes de comportamento para que os pesquisadores confirmassem que tinham de fato problemas de memória.
Depois disso, metade dos ratos teve cerca de 500 mg de cafeína adicionada à água que bebiam diariamente. O restante continuou bebendo água pura.
Segundo os pesquisadores, essa quantidade de cafeína equivale a dois cappuccinos de máquina, 14 copos de chá ou 20 refrigerantes que contêm cafeína (como Coca-Cola, por exemplo).
Após dois meses, os ratos foram testados novamente. Os que ingeriram cafeína tiveram desempenho muito melhor nos testes de memória e habilidade cognitiva. Seus resultados foram tão bons quanto os de ratos da mesma idade sem problemas de memória.
Os que beberam água pura continuaram a ter baixo desempenho nos testes.
Os especialistas constataram que os cérebros dos ratos que ingeriram cafeína apresentaram uma redução de 50% na presença da proteína beta-amilóide, que forma aglutinações no cérebro de pessoas com demência.
De acordo com outros testes, a cafeína afeta a produção de duas enzimas necessárias para a formação da proteína beta-amilóide. A cafeína também estaria associada à supressão de processos inflamatórios que levariam a uma presença mais abundante da proteína.
Em entrevista à BBC, Gary Arendash, o principal autor do estudo, afirmou:
"Esses resultados são particularmente importantes porque reverter problemas de memória pré-existentes é muito mais difícil".
A equipe não sabe se uma quantidade menor de cafeína poderia ser tão efetiva, mas disse que a maioria das pessoas pode consumir com segurança 500 mg diários da substância.
Pessoas com pressão alta e mulheres grávidas, no entanto, devem limitar seu consumo diário de cafeína, dizem os pesquisadores.
Comentando os estudos, a diretora do Alzheimer's Research Trust da Grã-Bretanha, Rebecca Wood, e o diretor da Alzheimer's Society, Neil Hunt, disseram que ainda é cedo para saber se tomar café ou suplementos de cafeína pode ajudar pessoas com o Mal de Alzheimer.
Segundo eles, é preciso esclarecer se a substância teria o mesmo efeito em humanos. (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Uma outra pesquisa, da mesma universidade, revelou que a cafeína diminuiu significativamente níveis anormais da proteína beta-amilóide - associada ao Mal de Alzheimer - tanto no cérebro como no sangue de ratos que apresentavam sintomas da doença.
Os dois trabalhos, publicados na revista científica online Journal of Alzheimer's Disease, deram continuidade a pesquisas anteriores, segundo as quais a ingestão de cafeína no início da fase adulta preveniu problemas de memória em ratos criados para apresentar o Mal de Alzheimer na velhice.
Comentando o estudo, outros especialistas alertaram, no entanto, que são necessárias mais pesquisas sobre o assunto, e que suplementos de cafeína para idosos não são recomendados.
Resultados promissores - "Os novos resultados oferecem evidências de que a cafeína pode ser usada como um tratamento viável para o Mal de Alzheimer quando já estabelecido, e não simplesmente como uma estratégia de proteção", disse o principal autor do estudo, Gary Arendash.
"Isso é importante porque a cafeína é uma droga segura para a maioria das pessoas, entra com facilidade no cérebro e parece afetar diretamente o processo da doença".
Baseados nos resultados obtidos em ratos, os pesquisadores esperam iniciar pesquisas com humanos para avaliar se a cafeína poderia beneficiar pessoas no estágio inicial da doença.
A equipe já conseguiu estabelecer que a cafeína ingerida por idosos sem sinais de demência rapidamente afeta os níveis da proteína beta-amilóide no seu sangue - da mesma forma como nos ratos com Mal de Alzheimer.
Segundo Huntington Potter, diretor do Alzheimer's Disease Research Center, que participou dos estudos, a redução na quantidade da proteína beta-amilóide está associada a benefícios para a atividade cognitiva.
Experimentos - Quando tinham entre 18 e 19 meses de idade - o que equivale a cerca de 70 anos em humanos - 55 ratos foram submetidos a testes de comportamento para que os pesquisadores confirmassem que tinham de fato problemas de memória.
Depois disso, metade dos ratos teve cerca de 500 mg de cafeína adicionada à água que bebiam diariamente. O restante continuou bebendo água pura.
Segundo os pesquisadores, essa quantidade de cafeína equivale a dois cappuccinos de máquina, 14 copos de chá ou 20 refrigerantes que contêm cafeína (como Coca-Cola, por exemplo).
Após dois meses, os ratos foram testados novamente. Os que ingeriram cafeína tiveram desempenho muito melhor nos testes de memória e habilidade cognitiva. Seus resultados foram tão bons quanto os de ratos da mesma idade sem problemas de memória.
Os que beberam água pura continuaram a ter baixo desempenho nos testes.
Os especialistas constataram que os cérebros dos ratos que ingeriram cafeína apresentaram uma redução de 50% na presença da proteína beta-amilóide, que forma aglutinações no cérebro de pessoas com demência.
De acordo com outros testes, a cafeína afeta a produção de duas enzimas necessárias para a formação da proteína beta-amilóide. A cafeína também estaria associada à supressão de processos inflamatórios que levariam a uma presença mais abundante da proteína.
Em entrevista à BBC, Gary Arendash, o principal autor do estudo, afirmou:
"Esses resultados são particularmente importantes porque reverter problemas de memória pré-existentes é muito mais difícil".
A equipe não sabe se uma quantidade menor de cafeína poderia ser tão efetiva, mas disse que a maioria das pessoas pode consumir com segurança 500 mg diários da substância.
Pessoas com pressão alta e mulheres grávidas, no entanto, devem limitar seu consumo diário de cafeína, dizem os pesquisadores.
Comentando os estudos, a diretora do Alzheimer's Research Trust da Grã-Bretanha, Rebecca Wood, e o diretor da Alzheimer's Society, Neil Hunt, disseram que ainda é cedo para saber se tomar café ou suplementos de cafeína pode ajudar pessoas com o Mal de Alzheimer.
Segundo eles, é preciso esclarecer se a substância teria o mesmo efeito em humanos. (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Dieta de baixa caloria prolonga a vida e a saúde de macacos
Um estudo realizado ao longo de 20 anos determinou que cortar calorias em cerca de 30% reduz o envelhecimento e ajuda a adiar a morte. Em macacos.
Não se trata de uma dieta rápida para perder alguns quilos. Cientistas já sabiam que é possível prolongar a vida de camundongos e de criaturas mais primitivas - moscas, vermes - com cortes profundos e prolongados no que seria o consumo normal de energia.
Agora surge a primeira evidência de que a mesma conduta adia a manifestação das doenças do envelhecimento em primatas, também - macacos reso do Centro de Primatas Nacional de Wisconsin, EUA. Os pesquisadores relatam suas descobertas na edição desta semana da revista Science.
E quanto a um outro animal da família dos primatas, os seres humanos? Ninguém ainda sabe ainda se as pessoas, num mundo de consumo exagerado, seriam capazes de suportar a privação por tempo suficiente para que ela fizesse diferença, muito menos como ela iria afetar nossos corpos, mais complexos. No entanto, há várias tentativas em andamento.
"O que realmente gostaríamos nem é tanto que as pessoas vivessem mais, mas que vivessem com mais saúde", disse o médico David Finkelstein, do Instituto Nacional do Envelhecimento. Os macacos de Wisconsin parecem ter feito as duas coisas.
"O fato de haver menos doenças nesses animais é notável", afirmou Finkelstein.
As possibilidades da restrição calórica datam de estudos com roedores realizados nos anos 30. Mas hoje é um tema quente entre os pesquisadores que buscam entender os diferentes processos que levam o corpo humano a falhar com a idade, de forma que alguns talvez possam ser revertidos.
Macacos reso em cativeiro têm uma expectativa de vida média de 27 anos, e portanto notar o efeito neles demora mais que nos camundongos de vida curta. O estudo mais recente envolve 76 animais - 30 que são acompanhados desde 1989, e 46, desde 1994. Eles eram adultos de tamanho normal e em dieta normal para um macaco em cativeiro, que consiste em uma mistura enriquecida com vitaminas e algumas frutas.
Os cientistas destinaram metade dos macacos para uma dieta de restrição calórica, cortando o consumo diário de calorias em 30%, mas garantindo que não ficassem desnutridos.
Até agora, 37% dos macacos mantidos na dieta normal morreram de doenças ligadas ao envelhecimento. Entre os que receberam menos calorias, a taxa é de 13%. Alguns macacos morreram de outras causas, como ferimentos, que não são tidas como ligadas à nutrição.
A morte não foi a única diferença. Os macacos com poucas calorias tiveram menos da metade da incidência de tumores malignos e de doenças do coração que os demais. Imagens do cérebro mostraram um encolhimento menor causado pela idade. Eles também preservaram mais massa muscular.
O principal pesquisador responsável pelo estudo, Richard Weindruch, da Universidade de Wisconsin, acredita que a mudança de dieta está reprogramando o metabolismo dos animais, de um modo que reduz o envelhecimento.
O governo dos EUA está financiando um estudo em pequena escala para ver se algumas pessoas de peso normal são capazes de conviver com um corte calórico de 25% por dois anos, e se esse corte produzirá indicadores de que os problemas da idade podem estar sendo adiados.
Finkelstein adverte que ninguém deve tentar uma restrição calórica por conta própria: cortar os nutrientes de forma errada pode trazer problemas sérios de saúde. Seu conselho para quem busca longevidade: "Tome cuidado com o que come, mantenha uma mente ativa, faça exercícios e não seja atropelado". (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Não se trata de uma dieta rápida para perder alguns quilos. Cientistas já sabiam que é possível prolongar a vida de camundongos e de criaturas mais primitivas - moscas, vermes - com cortes profundos e prolongados no que seria o consumo normal de energia.
Agora surge a primeira evidência de que a mesma conduta adia a manifestação das doenças do envelhecimento em primatas, também - macacos reso do Centro de Primatas Nacional de Wisconsin, EUA. Os pesquisadores relatam suas descobertas na edição desta semana da revista Science.
E quanto a um outro animal da família dos primatas, os seres humanos? Ninguém ainda sabe ainda se as pessoas, num mundo de consumo exagerado, seriam capazes de suportar a privação por tempo suficiente para que ela fizesse diferença, muito menos como ela iria afetar nossos corpos, mais complexos. No entanto, há várias tentativas em andamento.
"O que realmente gostaríamos nem é tanto que as pessoas vivessem mais, mas que vivessem com mais saúde", disse o médico David Finkelstein, do Instituto Nacional do Envelhecimento. Os macacos de Wisconsin parecem ter feito as duas coisas.
"O fato de haver menos doenças nesses animais é notável", afirmou Finkelstein.
As possibilidades da restrição calórica datam de estudos com roedores realizados nos anos 30. Mas hoje é um tema quente entre os pesquisadores que buscam entender os diferentes processos que levam o corpo humano a falhar com a idade, de forma que alguns talvez possam ser revertidos.
Macacos reso em cativeiro têm uma expectativa de vida média de 27 anos, e portanto notar o efeito neles demora mais que nos camundongos de vida curta. O estudo mais recente envolve 76 animais - 30 que são acompanhados desde 1989, e 46, desde 1994. Eles eram adultos de tamanho normal e em dieta normal para um macaco em cativeiro, que consiste em uma mistura enriquecida com vitaminas e algumas frutas.
Os cientistas destinaram metade dos macacos para uma dieta de restrição calórica, cortando o consumo diário de calorias em 30%, mas garantindo que não ficassem desnutridos.
Até agora, 37% dos macacos mantidos na dieta normal morreram de doenças ligadas ao envelhecimento. Entre os que receberam menos calorias, a taxa é de 13%. Alguns macacos morreram de outras causas, como ferimentos, que não são tidas como ligadas à nutrição.
A morte não foi a única diferença. Os macacos com poucas calorias tiveram menos da metade da incidência de tumores malignos e de doenças do coração que os demais. Imagens do cérebro mostraram um encolhimento menor causado pela idade. Eles também preservaram mais massa muscular.
O principal pesquisador responsável pelo estudo, Richard Weindruch, da Universidade de Wisconsin, acredita que a mudança de dieta está reprogramando o metabolismo dos animais, de um modo que reduz o envelhecimento.
O governo dos EUA está financiando um estudo em pequena escala para ver se algumas pessoas de peso normal são capazes de conviver com um corte calórico de 25% por dois anos, e se esse corte produzirá indicadores de que os problemas da idade podem estar sendo adiados.
Finkelstein adverte que ninguém deve tentar uma restrição calórica por conta própria: cortar os nutrientes de forma errada pode trazer problemas sérios de saúde. Seu conselho para quem busca longevidade: "Tome cuidado com o que come, mantenha uma mente ativa, faça exercícios e não seja atropelado". (Fonte: Estadão Online, jul/2009)
Vegetais mantiveram habitat ao longo de milhões de anos
As espécies do reino vegetal quase não mudaram de habitat ao longo de dezenas de milhões de anos, e o sucesso de sua evolução se cimentou nas mudanças climáticas que estenderam as terras apropriadas para seu crescimento.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Nacional Australiana explica na revista científica britânica "Nature" que as espécies vegetais herdaram seu conservadorismo ecológico desde tempos imemoráveis.
A equipe chegou a essa conclusão após estudar a distribuição atual e ancestral por biomas - partes do planeta que compartilham clima, vegetação e fauna - de 11,064 mil espécies vegetais do hemisfério sul.
Essas espécies, que constituem 15% da flora total do hemisfério sul, são autóctones da África, Madagascar, Austrália, Nova Guiné, Nova Caledônia, Nova Zelândia e América do Sul.
Os especialistas, dirigidos por Michael Crisp, atribuíram as espécies a sete biomas, incluindo o alpino e a savana.
Apesar de os vegetais terem se distribuído rapidamente nos últimos 50 milhões de anos, formando dezenas de milhares de novas espécies, raramente mudaram de habitat.
Ao longo de dezenas de milhões de anos, só 3,6% das espécies vegetais estudadas mudou de bioma: as linhagens raramente colonizam novos habitats.
Os cientistas explicam que este dado se aplica a todas as espécies, dos grupos mais modernos de ervas e legumes às antigas plantas de Gondwana (supercontinente primitivo), como as Cycadophytas.
Assim, indicam os especialistas, o estatismo em função do bioma foi muito superior às mudanças, em uma relação de 25 para 1.
Como os clados - conjuntos de espécies com um ancestral comum - têm uma limitada capacidade herdada de mudar de bioma, seu potencial evolutivo é fortemente determinado pela contração ou expansão do bioma em função das mudanças do clima.
A equipe de pesquisa afirma que essas descobertas contribuem para conhecer os mecanismos de invasão e sobrevivência das espécies vegetais que enfrentam a mudança climática. (Fonte: Yahoo!)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Nacional Australiana explica na revista científica britânica "Nature" que as espécies vegetais herdaram seu conservadorismo ecológico desde tempos imemoráveis.
A equipe chegou a essa conclusão após estudar a distribuição atual e ancestral por biomas - partes do planeta que compartilham clima, vegetação e fauna - de 11,064 mil espécies vegetais do hemisfério sul.
Essas espécies, que constituem 15% da flora total do hemisfério sul, são autóctones da África, Madagascar, Austrália, Nova Guiné, Nova Caledônia, Nova Zelândia e América do Sul.
Os especialistas, dirigidos por Michael Crisp, atribuíram as espécies a sete biomas, incluindo o alpino e a savana.
Apesar de os vegetais terem se distribuído rapidamente nos últimos 50 milhões de anos, formando dezenas de milhares de novas espécies, raramente mudaram de habitat.
Ao longo de dezenas de milhões de anos, só 3,6% das espécies vegetais estudadas mudou de bioma: as linhagens raramente colonizam novos habitats.
Os cientistas explicam que este dado se aplica a todas as espécies, dos grupos mais modernos de ervas e legumes às antigas plantas de Gondwana (supercontinente primitivo), como as Cycadophytas.
Assim, indicam os especialistas, o estatismo em função do bioma foi muito superior às mudanças, em uma relação de 25 para 1.
Como os clados - conjuntos de espécies com um ancestral comum - têm uma limitada capacidade herdada de mudar de bioma, seu potencial evolutivo é fortemente determinado pela contração ou expansão do bioma em função das mudanças do clima.
A equipe de pesquisa afirma que essas descobertas contribuem para conhecer os mecanismos de invasão e sobrevivência das espécies vegetais que enfrentam a mudança climática. (Fonte: Yahoo!)
Flor cria 'aeroporto' para abelhas em suas pétalas, revela estudo
Não é segredo para ninguém que abelhas e flores foram feitas umas para as outras, mas uma nova pesquisa mostra que as plantas se desdobram até para ajudar os insetos a pousar em segurança. O "aeroporto" em questão é formado por células cônicas nas pétalas das flores, que ajudam as patas das abelhas a ganhar um apoio mais firme dependendo da maneira como o pouso acontece.
"As garras no último segmento da pata das abelhas têm uma escala parecida com a desses cones e, dessa forma, conseguem se prender a eles", explicou ao G1 a pesquisadora Beverley J. Glover, do Departamento de Ciências Botânicas da Universidade de Cambridge. "Eu imagino que seja como os apoios numa parede de alpinismo esportivo. Não importa se eles são do mesmo tamanho que a sua mão, podem ser até menores, mas você ainda consegue escalar com mais facilidade se eles estão lá", diz Glover, uma das autoras de um estudo sobre o tema na revista científica "Current Biology".
Com a pesquisa, acabou o mistério sobre as células cônicas, que estão presentes nas pétalas de cerca de 80% das flores. Como as plantas já usam todo tipo de atrativo para trazer as abelhas até si, como cores brilhantes, odor agradável e néctar, fazia sentido que o detalhe também fosse uma adaptação para ajudar os insetos. (A relação de ajuda mútua envolve o transporte de pólen pela abelha, facilitando a reprodução da planta, e a captação do doce néctar, matéria-prima do mel.)
Modelagem - Mas que diferença exatamente os cones estavam fazendo? Para checar isso, os pesquisadores organizaram uma série de testes bastante criativos, usando flores normais de Antirrhinum (conhecida como boca-de-leão) e mutantes dessa planta que não possuem as células cônicas. Como outros detalhes, como cor e cheiro, poderiam influenciar a investigação, eles criaram flores falsas com a ajuda de moldes das flores originais, explica Glover.
"É um processo muito simples. Nós apertamos a pétala num pedaço de molde dentário, para produzir um negativo dela. Desgrudamos a pétala, derramamos epóxi sobre a molde dentário e o retiramos depois de secar. Assim, temos uma réplica positiva perfeita da pétala. Quando testamos sua aparência no microscópio, a resolução é excelente", afirma ela.
As flores artificiais têm como único fator distintivo a diferença entre os tipos de célula (cônica ou lisa), que as abelhas conseguem diferenciar pelo tato. Em princípio, na verdade, parecia que os insetos não estavam nem aí com a diferença, mas bastou mudar a orientação das flores, fazendo com que se tornasse difícil de pousar nas pétalas, para que 75% das abelhas preferissem a versão cônica. Também era mais fácil para elas captar a solução açucarada colocada lá pelos pesquisadores quando a flor em questão possuía células cônicas.
O mais provável é que, ao longo da evolução, as plantas que produziam essa adaptação em suas flores tenham sido favorecidas ao facilitar a vida de suas abelhas polinizadoras. Glover diz que é difícil saber exatamente quando essa adaptação surgiu. "As flores não se fossilizam bem, e essas células estão cheias de água, então provavelmente elas desabariam e ficariam irreconhecíveis num fóssil, de qualquer maneira. Entretanto, como a maioria das plantas com flores as possuem, inclusive algumas das famílias mais basais (primitivas), suspeitamos que elas tenham evoluído bem cedo na histórida dessas plantas", avalia ela. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ G1)
"As garras no último segmento da pata das abelhas têm uma escala parecida com a desses cones e, dessa forma, conseguem se prender a eles", explicou ao G1 a pesquisadora Beverley J. Glover, do Departamento de Ciências Botânicas da Universidade de Cambridge. "Eu imagino que seja como os apoios numa parede de alpinismo esportivo. Não importa se eles são do mesmo tamanho que a sua mão, podem ser até menores, mas você ainda consegue escalar com mais facilidade se eles estão lá", diz Glover, uma das autoras de um estudo sobre o tema na revista científica "Current Biology".
Com a pesquisa, acabou o mistério sobre as células cônicas, que estão presentes nas pétalas de cerca de 80% das flores. Como as plantas já usam todo tipo de atrativo para trazer as abelhas até si, como cores brilhantes, odor agradável e néctar, fazia sentido que o detalhe também fosse uma adaptação para ajudar os insetos. (A relação de ajuda mútua envolve o transporte de pólen pela abelha, facilitando a reprodução da planta, e a captação do doce néctar, matéria-prima do mel.)
Modelagem - Mas que diferença exatamente os cones estavam fazendo? Para checar isso, os pesquisadores organizaram uma série de testes bastante criativos, usando flores normais de Antirrhinum (conhecida como boca-de-leão) e mutantes dessa planta que não possuem as células cônicas. Como outros detalhes, como cor e cheiro, poderiam influenciar a investigação, eles criaram flores falsas com a ajuda de moldes das flores originais, explica Glover.
"É um processo muito simples. Nós apertamos a pétala num pedaço de molde dentário, para produzir um negativo dela. Desgrudamos a pétala, derramamos epóxi sobre a molde dentário e o retiramos depois de secar. Assim, temos uma réplica positiva perfeita da pétala. Quando testamos sua aparência no microscópio, a resolução é excelente", afirma ela.
As flores artificiais têm como único fator distintivo a diferença entre os tipos de célula (cônica ou lisa), que as abelhas conseguem diferenciar pelo tato. Em princípio, na verdade, parecia que os insetos não estavam nem aí com a diferença, mas bastou mudar a orientação das flores, fazendo com que se tornasse difícil de pousar nas pétalas, para que 75% das abelhas preferissem a versão cônica. Também era mais fácil para elas captar a solução açucarada colocada lá pelos pesquisadores quando a flor em questão possuía células cônicas.
O mais provável é que, ao longo da evolução, as plantas que produziam essa adaptação em suas flores tenham sido favorecidas ao facilitar a vida de suas abelhas polinizadoras. Glover diz que é difícil saber exatamente quando essa adaptação surgiu. "As flores não se fossilizam bem, e essas células estão cheias de água, então provavelmente elas desabariam e ficariam irreconhecíveis num fóssil, de qualquer maneira. Entretanto, como a maioria das plantas com flores as possuem, inclusive algumas das famílias mais basais (primitivas), suspeitamos que elas tenham evoluído bem cedo na histórida dessas plantas", avalia ela. (Fonte: Reinaldo José Lopes/ G1)
Semente de árvore usa táticas de aviação para se propagar
Uma bolota pode não cair do carvalho, mas o mesmo não pode ser dito da semente de bordo, com seu distinto formato de asa. Conforme ela cai, a ponta mais pesada da asa faz com que ela dê voltas no ar, desacelerando sua descida e permitindo que o vento carregue a semente, algumas vezes a até dois quilômetros de distância.
Estudos mostraram que a rotação da semente, chamada de autorrotação, gera uma elevação adicional, mas o motivo disso nunca havia sido explicado. Foi necessário um engenheiro aeroespacial, David Lentink, da Universidade Wagenigen, na Holanda, para desvendar o mistério.
Lentink, em parceria com Michael H. Dickinson, do MIT (Instituto de Tecnologia da Califórnia), e colegas, relata na revista "Science" que as asas geram um vórtice de ponta de ataque – um túnel horizontal de ar ao longo da asa – durante a descida. Esse vórtice é estável, segundo Lentink, porque possui um núcleo de baixa pressão capaz de reduzir a pressão do ar sobre a asa, fazendo com que ela seja sugada para cima. “Isso realmente aumenta a elevação", disse.
Suspeita - Lentink suspeitava que a semente pudesse gerar esses vórtices; muitas asas funcionam dessa forma, dadas as condições corretas. Para provar a hipótese, ele e seus colegas criaram um modelo, uma asa giratória robótica em óleo mineral. O modelo era dinamicamente dimensionado, significando que ele representava a aerodinâmica de uma verdadeira semente no ar.
Entretanto, Lentink percebeu que um modelo não seria o suficiente. “Biólogos se preocupam com os pequenos detalhes”, disse. “Eu tinha de me certificar que as sementes de verdade produziam esses vórtices." Usando um túnel de vento vertical repleto de fumaça, e ajustando com precisão a velocidade do vento, ele conseguiu fotografar a formação de vórtices em sementes de bordo reais, girando no mesmo lugar. Foi um trabalho meticuloso.
Entender como as sementes de bordo criam elevação adicional pode ser útil em projetos de naves giratórias, motorizadas ou não, que poderiam carregar sensores, câmeras ou outros dispositivos pelo ar. “Se você quiser fazer helicópteros em miniatura”, disse Lentink, “seria perfeito utilizar esses vórtices." (Fonte: G1, jun/2009)
Estudos mostraram que a rotação da semente, chamada de autorrotação, gera uma elevação adicional, mas o motivo disso nunca havia sido explicado. Foi necessário um engenheiro aeroespacial, David Lentink, da Universidade Wagenigen, na Holanda, para desvendar o mistério.
Lentink, em parceria com Michael H. Dickinson, do MIT (Instituto de Tecnologia da Califórnia), e colegas, relata na revista "Science" que as asas geram um vórtice de ponta de ataque – um túnel horizontal de ar ao longo da asa – durante a descida. Esse vórtice é estável, segundo Lentink, porque possui um núcleo de baixa pressão capaz de reduzir a pressão do ar sobre a asa, fazendo com que ela seja sugada para cima. “Isso realmente aumenta a elevação", disse.
Suspeita - Lentink suspeitava que a semente pudesse gerar esses vórtices; muitas asas funcionam dessa forma, dadas as condições corretas. Para provar a hipótese, ele e seus colegas criaram um modelo, uma asa giratória robótica em óleo mineral. O modelo era dinamicamente dimensionado, significando que ele representava a aerodinâmica de uma verdadeira semente no ar.
Entretanto, Lentink percebeu que um modelo não seria o suficiente. “Biólogos se preocupam com os pequenos detalhes”, disse. “Eu tinha de me certificar que as sementes de verdade produziam esses vórtices." Usando um túnel de vento vertical repleto de fumaça, e ajustando com precisão a velocidade do vento, ele conseguiu fotografar a formação de vórtices em sementes de bordo reais, girando no mesmo lugar. Foi um trabalho meticuloso.
Entender como as sementes de bordo criam elevação adicional pode ser útil em projetos de naves giratórias, motorizadas ou não, que poderiam carregar sensores, câmeras ou outros dispositivos pelo ar. “Se você quiser fazer helicópteros em miniatura”, disse Lentink, “seria perfeito utilizar esses vórtices." (Fonte: G1, jun/2009)
Cientistas desvendam segredo de planta que vive no deserto
Cientistas israelenses descobriram como uma planta que floresce no deserto e que utiliza suas grandes folhas verdes para irrigar-se a si mesma e sobreviver melhor que suas congêneres de regiões desérticas.
A planta, conhecida localmente como ruibarbo do deserto, da família Rheum palaestinum, é comum nos desertos de Israel e da Jordânia, e tem a peculiaridade de, com as folhas, captar a água da chuva e conduzi-la às raízes.
De acordo com os cientistas s Simja Lev-Yadon, Gidi Neemán e Gadi Katzir, da Universidade de Haifa, esse tipo de ruibarbo pode absorver 16 vezes mais água que outras plantas de deserto.
"Trata-se do primeiro caso, no mundo, de uma planta que irriga a si mesma. Não conhecemos outra que atue da mesma maneira", disse o botânico Gidi Neeman.
Segundo comunicado emitido pela universidade, o grande tamanho das folhas da planta chamaram, há anos, a atenção dos três cientistas. Nos desertos, é comum que as plantas tenham folhas pequenas ou reduzidas a espinhos, para evitar a perda de água por evaporação das grandes superfícies.
O ruibarbo cresce em Israel nas montanhas do deserto do Negev, onde as chuvas são particularmente fracas, de 75 milímetros anuais.
As folhas do ruibarbo podem chegar a um metro, de forma a recolher a água das chuvas escassas. Nesse mecanismo de autoirrigação tem papel primordial uma cutícula de cera impermeável que faz a água fluir até a raiz principal.
A pesquisa revelou também uma estrutura excepcional de canaletas nas folhas, que lembra a topografia de uma cordilheira.
Os cientistas dizem que esses sulcos funcionam como um sistema de canalização de água.
Experimentos realizados pelos pesquisadores indicam que, diferentemente das demais plantas do deserto, que dependem apenas da chuva que cai no solo perto de suas raízes e, com isso, captam cerca de 4 litros de água, o ruibarbo do deserto pode captar mais de 43. (Fonte: Estadão Online, 01/07/2009)
A planta, conhecida localmente como ruibarbo do deserto, da família Rheum palaestinum, é comum nos desertos de Israel e da Jordânia, e tem a peculiaridade de, com as folhas, captar a água da chuva e conduzi-la às raízes.
De acordo com os cientistas s Simja Lev-Yadon, Gidi Neemán e Gadi Katzir, da Universidade de Haifa, esse tipo de ruibarbo pode absorver 16 vezes mais água que outras plantas de deserto.
"Trata-se do primeiro caso, no mundo, de uma planta que irriga a si mesma. Não conhecemos outra que atue da mesma maneira", disse o botânico Gidi Neeman.
Segundo comunicado emitido pela universidade, o grande tamanho das folhas da planta chamaram, há anos, a atenção dos três cientistas. Nos desertos, é comum que as plantas tenham folhas pequenas ou reduzidas a espinhos, para evitar a perda de água por evaporação das grandes superfícies.
O ruibarbo cresce em Israel nas montanhas do deserto do Negev, onde as chuvas são particularmente fracas, de 75 milímetros anuais.
As folhas do ruibarbo podem chegar a um metro, de forma a recolher a água das chuvas escassas. Nesse mecanismo de autoirrigação tem papel primordial uma cutícula de cera impermeável que faz a água fluir até a raiz principal.
A pesquisa revelou também uma estrutura excepcional de canaletas nas folhas, que lembra a topografia de uma cordilheira.
Os cientistas dizem que esses sulcos funcionam como um sistema de canalização de água.
Experimentos realizados pelos pesquisadores indicam que, diferentemente das demais plantas do deserto, que dependem apenas da chuva que cai no solo perto de suas raízes e, com isso, captam cerca de 4 litros de água, o ruibarbo do deserto pode captar mais de 43. (Fonte: Estadão Online, 01/07/2009)
Estudo aponta que até 4.550 espécies de plantas podem se extinguir na Amazônia
Pesquisadores da Wake Forest University, nos EUA, fizeram simulações com mais de 40 mil das 50 mil espécies de plantas da Amazônia e chegaram à conclusão de que até 4.550 delas podem desaparecer até 2050 devido ao uso do solo da região para agricultura e pecuária.
Os pesquisadores Miles Silman e Kenneth Feeley estimaram taxas de perda do habitat natural na região (veja o mapa com a estimativa mais otimista feita pelos cinetistas, que simula uma situação de "governança," em que seriam tomadas medidas para conter a destruição do bioma) e, a partir disso, calcularam quantas espécies vegetais devem desaparecer. No cenário mais otimista considerado por eles, 2.400 espécies estariam condenadas até 2050.
Apesar de prever milhares de extinções, os modelos calculados pelos pesquisadores, caso se mostrem corretos, podem ser considerados positivos do ponto de vista da conservação ambiental, pois outros estudos semelhantes costumam prever números muito mais graves.
Os autores acreditam que isso acontece porque estes outros estudos consideravam que todas as espécies estavam distribuídas uniformemente pelo território. Feeley e Silman calcularam seus modelos levando em conta que a Amazônia Ocidental e as áreas próximas à calha do Rio Amazonas têm maior biodiversidade.
Segundo o artigo, a ser publicado na edição de julho da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), uma das principais novidades do estudo é a conclusão de que a extinção ou não de uma espécie de planta na Amazônia não tem tanto a ver com a vastidão do território pelo qual se espalha, mas com a localização de seu habitat.
Esse tipo de simulação, afirma o artigo, é importante porque aponta os riscos que os diferentes usos do solo representam para as diferentes espécies em cada parte da Amazônia.
As 40 mil plantas vasculares (aquelas consideradas “superiores”, com tecidos especializados para o transporte de água e seiva) incluídas no estudo representam cerca de 80% da diversidade que se estima haver na Amazônia. (Fonte: Globo Amazônia, 10/07/2009)
Os pesquisadores Miles Silman e Kenneth Feeley estimaram taxas de perda do habitat natural na região (veja o mapa com a estimativa mais otimista feita pelos cinetistas, que simula uma situação de "governança," em que seriam tomadas medidas para conter a destruição do bioma) e, a partir disso, calcularam quantas espécies vegetais devem desaparecer. No cenário mais otimista considerado por eles, 2.400 espécies estariam condenadas até 2050.
Apesar de prever milhares de extinções, os modelos calculados pelos pesquisadores, caso se mostrem corretos, podem ser considerados positivos do ponto de vista da conservação ambiental, pois outros estudos semelhantes costumam prever números muito mais graves.
Os autores acreditam que isso acontece porque estes outros estudos consideravam que todas as espécies estavam distribuídas uniformemente pelo território. Feeley e Silman calcularam seus modelos levando em conta que a Amazônia Ocidental e as áreas próximas à calha do Rio Amazonas têm maior biodiversidade.
Segundo o artigo, a ser publicado na edição de julho da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), uma das principais novidades do estudo é a conclusão de que a extinção ou não de uma espécie de planta na Amazônia não tem tanto a ver com a vastidão do território pelo qual se espalha, mas com a localização de seu habitat.
Esse tipo de simulação, afirma o artigo, é importante porque aponta os riscos que os diferentes usos do solo representam para as diferentes espécies em cada parte da Amazônia.
As 40 mil plantas vasculares (aquelas consideradas “superiores”, com tecidos especializados para o transporte de água e seiva) incluídas no estudo representam cerca de 80% da diversidade que se estima haver na Amazônia. (Fonte: Globo Amazônia, 10/07/2009)
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