sábado, 9 de junho de 2012

Pesquisa acha fóssil de primata que pode ser ‘elo perdido’ da evolução


Cientistas descobriram no Mianmar, no sudeste asiático, um fóssil que representa um “elo perdido” na história da evolução dos primatas. A descoberta serve como evidência para uma migração dos antropoides – grupo que inclui macacos e humanos –, que pode ter sido essencial na origem do ser humano.
O animal descrito nesta segunda-feira (4) pela “PNAS”, revista da Academia Americana de Ciências, é o Afrasia djijidae, que viveu há 37 milhões de anos. Ele é muito semelhante ao Afrotarsius libycus, uma espécie encontrada na Líbia, no norte da África.
A semelhança é um sinal de que os antropoides migraram da Ásia para a África por volta dessa época, segundo os pesquisadores. Se a migração tivesse ocorrido antes, haveria maior diferenciação entre as duas espécies. Na África, o grupo deu origem a macacos maiores e, mais tarde, ao ser humano.
“O Afrasia muda o jogo porque, pela primeira vez, sinaliza quando nossos ancestrais mais distantes colonizaram a África. Se essa migração não tivesse acontecido, não estaríamos aqui para falar sobre ela”, afirmou Christopher Beard, um dos integrantes do grupo responsável pelo estudo, em material de divulgação do Museu Carnegie de História Natural, em Filedélfia, nos Estados Unidos.
Segundo os autores, esse animal era muito pequeno, pesava cerca de 100 gramas. A análise dos dentes mostra que ele provavelmente se alimentava de insetos. O primata moderno que mais se assemelha a ele é o társio, que, no entanto, não é um antropoide. (Fonte: G1, 02/06/2012).

Invenção brasileira, ‘lâmpada de garrafa pet’ é usada na África e na Ásia


Foi em 2001, com a notícia do risco de um apagão, que o mecânico mineiro Alfredo Moser teve a ideia: usar garrafas pet cheias d’água para iluminar cômodos escuros durante o dia, sem usar energia elétrica.
Cada garrafa é encaixada num buraco no telhado, fazendo com que os raios do sol se refracionem e se espalhem no ambiente. O resultado é uma iluminação equivalente a uma lâmpada com potência entre entre 40 e 60 watts.
Simples e barata, a ideia ultrapassou os limites de Uberaba, cidade onde foi inventada,  e ganhou o mundo, chegando à África e à Ásia. A ONU estima que um quinto da população mundial ainda viva sem eletricidade.
Como surgiu – Em 1975,  Moser trabalhava como mecânico em uma empresa de telecomunicações em Brasília e ficou assustado com a notícia da queda de um avião.
“A gente ficava se questionando se acontecesse com a gente, como daríamos sinal para o resgate. Nosso chefe, na época, disse para colocar água num vidro e colocar na direção do sol. O calor colocaria fogo no capim, fazendo sinal”, relembrou.
Com essa “lente improvisada” na cabeça, o mecânico teve a chance de usar a dica na prática, mais de duas décadas depois, quando surgiu o risco de um apagão no Brasil.
“Fiquei apavorado com aquela notícia. Daí resolvi usar minha ideia, mas com garrafas de plástico. Adicionei água limpa, duas tampinhas de água sanitária, peguei um pedaço de filme de máquina fotográfica para proteger a tampinha da garrafa do sol, coloquei no telhado, e pronto”, disse.
Segundo o inventor, as lâmpadas são ideais para serem usadas durante o dia nos cômodos menos iluminados. “Em um corredor que é escuro ou um banheiro, nem precisa acender a luz. Acende e apaga sozinha”, disse.
Os vizinhos adotaram a ideia também. Até um supermercado do bairro usa garrafas plásticas para iluminar o ambiente. Além de ajudar o meio ambiente, a iniciativa gera economia para o usuário.
Fronteiras – A ideia de Moser foi adotada pela MyShelter Foundation, que ainda este ano pretende chegar à marca de 1 milhão das lâmpadas de Moser instaladas nas Filipinas. Somente na capital daquele país, Manila, a organização estima que haja 3 milhões de casas sem energia elétrica. 
Por depender da luz solar, o dispositivo não ilumina à noite. Mas para famílias pobres, das quais muitas vivem em favelas em que um barraco está grudado em outro, sem janelas, ter mais luz durante o dia já é de grande ajuda.
Outro lugar distante onde a invenção de Moser está servindo para iluminar casas de famílias carentes é Nairóbi, no Quênia. Em Korogocho, uma região de favela, uma organização está instalando as garrafas desde o ano passado.
Foi um morador dessa área, o jovem Matayo Korogocho, quem viu no YouTube um vídeo que mostra a invenção do mecânico mineiro. Ele cresceu numa casa em que não havia dinheiro sequer para comprar querosene para iluminação.
Novo modelo – Apesar de não ter o apoio que queria – Alfredo Moser disse que já procurou órgãos públicos e privados para investir na ideia das garrafas pet – o mecânico afirmou que está aperfeiçoando o projeto. “Vou melhorar a lâmpada para clarear ainda mais e para ter condições de colocar na laje, no forro”, explica.
O objetivo de Alfredo é ajudar principalmente as pessoas que não têm condições de pagar pela energia. “O pessoal está precisando de luz. Meu ganho é pouco, não posso cobrar muito porque é gente carente e faço um preço bom também para ajudar. Mas a manutenção é barata, não gasta fio de luz e você vai tê-la para o resto da vida. No meu galpão, as lâmpadas estão há mais de 10 anos e nunca troquei água de nenhuma”, conta. (Fonte: G1, 28/05/2012)

Butantan testa proteína que regenera tecidos do corpo humano


O Instituto Butantan, responsável por mais de 80% de soros e vacinas para uso profilático e curativo produzidos no Brasil, desenvolve estudo inédito de regeneração de tecido humano a partir de uma proteína encontrada em lagartas. A pesquisa, desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Laboratório de Bioquímica e Biofísica da instituição, pode ser uma esperança para o tratamento de diversas doenças degenerativas, para diabéticos, vítimas de queimaduras e asmáticos.
Durante seis anos, os pesquisadores estudaram a ação da proteína Lopap, encontrada nas cerdas da lagarta Lonomia. Essa substância contém um poderoso elemento com propriedade cicatrizante, que estimula a liberação de moléculas responsáveis pela regeneração de alguns tecidos do corpo humano.
Durante esse período, a plataforma foi aplicada em animais portadores de asma e úlceras diabéticas para verificar como era a reação quanto à regeneração de tecidos. Os primeiros resultados mostraram a eficiência do medicamento na cicatrização do local afetado, além da superioridade, se comparado a medicamentos já existentes.
“Ficamos extremamente felizes com os primeiros resultados desse estudo. A ideia da pesquisa é dar esperança a pacientes que precisam desse tipo de tratamento”, explica Ana Marisa Chudzinsk-Tavassi, diretora do laboratório.
O próximo passo da pesquisa vai ser testar a eficiência do medicamento em seres humanos. (Fonte: Portal Terra, 24/05/2012).

Aranhas vampiras identificam vítimas pelas antenas, diz estudo


ma espécie de aranha-saltadora (Evarcha culicivora), conhecida como aranha vampira, identifica uma de suas principais presas pelas antenas, segundo estudo da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. A pesquisa foi publicada nessa semana na revista científica “The Journal of Experimental Biology”.
Segundo os pesquisadores, a dieta do aracnídeo é baseada em insetos, principalmente por fêmeas do mosquito do gênero Anopheles, que se alimentam de sangue. Essas fêmeas, quando bem alimentadas, ficam com o abdômen vermelho. Já o macho Anopheles se diferencia da fêmea por ter uma antena mais chamativa. A partir dessas características, a aranha decide onde e quem quer caçar.
Jackson, da Universidade de Canterbury, chegou a essa conclusão depois de criar mosquitos híbridos com partes de mosquitos dos gêneros Anopheles e Culex, coletados no Centro Internacional de Fisiologia dos Insetos e Ecologia, no Quênia.
Ao juntarem a cabeça e o tórax de um inseto com o abdômen de outro, o grupo conseguiu produzir um mosquito ‘Frankenstein’ com a barriga avermelhada da fêmea e a antena do macho e vice-versa. A partir daí, testaram a preferência das aranhas.
Entre todas as combinações possíveis, as aranhas vampiras preferiram o híbrido com a antena feminina, embora ambos se alimentassem de sangue. Testes com simulações animadas também mostraram que essas aranhas tinham preferência pelas fêmeas, mesmo quando havia mosquitos machos que também se alimentavam de sangue.
A partir do resultado dos experimentos, os pesquisadores concluíram que as aranhas sabem diferenciar sua presa não pelo abdômen, como era o esperado, mas pelas antenas.
“Isso é realmente espantoso. Eu não poderia ver a diferença olhando pela tela”, disse Nelson. (Fonte: Globo Natureza, jun/2012).