sábado, 11 de agosto de 2012

Americanos querem que produtos transgênicos recebam selo especial


Numa manhã recente Cynthia LaPier estava no Supermercado Big Y, em Great Barrington, Massachussets. Mas sua intenção não era comprar. Cynthia analisava os ingredientes de caixas de cereais e colava nas caixas adesivos que diziam: “Cuidado. Pode conter OGMs (Organismos Geneticamente Modificados).”
Há mais de uma década, quase todos os alimentos processados nos Estados Unidos contêm ingredientes de plantas cujo DNA foi manipulado em um laboratório. Reguladores e muitos cientistas dizem que, em tese, isso não representa qualquer perigo.
Mas à medida que os americanos começam a fazer mais perguntas sobre o quê estão comendo, mais suspeitas populares a respeito dos efeitos da biotecnologia na saúde e no meio-ambiente começam a alimentar um movimento que visa exigir que os alimentos que contenham produtos geneticamente modificadaos sejam devidamente rotulados.
Projetos de lei para a criação dos rótulos foram propostos em mais de uma dúzia de Estados ao longo do ano passado, e um abaixo-assinado a agência de Administração de Alimentos e Remédios atraiu mais de 1 um milhão de assinaturas.
A proposta que mais chamou atenção foi um plebiscito proposto na Califórnia, que ultrapassou um obstáculo crucial este mês, definindo o rumo para uma provável votação em novembro que poderiam afetar não apenas a embalagem dos alimentos mas o futuro da agricultura norte-americana.
Milhões de dólares deverão ser gastos no confronto eleitoral. Ele coloca grupos de consumidores e da indústria de alimentos orgânicos, ambos os quais defendem o uso dos novos rótulos, contra agricultores convencionais, empresas de biotecnologia agrícola e muitas das marcas de alimentos mais conhecidas do país.
A disputa contribuiu para avivar um antigo debate sobre as culturas geneticamente modificadas, que muitos cientistas e agricultores acreditam que poderiam ser úteis para atender à rápida expansão da necessidade alimentar humana.
Os defensores dos rótulos argumentam que os consumidores têm o direito de saber quando o alimento foi modificado com genes de outras espécies, que dizem ser fundamentalmente diferente do processo de reprodução seletiva usado em quase todos os alimentos.
“Eu fico apreensivo quando penso em alterações genéticas que não tenham acontecido na natureza e foram colocadas em alimentos”, disse LaPier, 44, que teme que sua filha de 5 anos um dia possa sofrer efeitos nocivos dessa alimentação.
Agricultores, empresas de biotecnologia e cientistas dizem que os rótulos poderiam levar os consumidores a rejeitar alimentos geneticamente modificados sem entender as os benefícios ambientais e econômicos destes produtos. Uma organização nacional de ciência consultiva recentemente afirmou que esses benefícios são “substanciais.” (Fonte: Portal iG, 29/05/12)

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