Uma nova espécie de
porco-espinho foi descoberta no estado de Pernambuco, em uma área preservada de
Mata Atlântica, e descrita em um estudo publicado na última semana no periódico
científico “Zootaxa”. O animal foi identificado por uma equipe de pesquisadores
liderada pelo professor de zoologia Antônio Rossano Mendes Pontes, da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O animal, coberto com espinhos castanho-escuros com a ponta
avermelhada, é conhecido pelos moradores da região como “coandu-mirim”, segundo
a agência de notícias Associated Press. Ele foi batizado de Coendou
speratus pelos
pesquisadores.
O termo “speratus” remete à
palavra em latim para “esperança”, e foi escolhido devido “à esperança que
temos pelo futuro da espécie”, disse Pontes em entrevista à agência.
Os pesquisadores calculam que
haja quatro porco-espinhos desta espécie por km² na mata da área que abrigava a
Usina Trapiche, onde o animal foi descoberto.
O professor de zoologia, no
entanto, põe em dúvida a existência de outros porco-espinhos deste tipo fora da
região, diz a agência. O animal divide o habitat remanescente com outra espécie
de porco-espinho, maior e já conhecida.
O Coendou speratus se alimenta basicamente de sementes,
segundo os cientistas. Ele possui um nariz pontudo e uma causa longa e flexível
que ajuda na locomoção entre as árvores, mas o animal não consegue saltar entre
elas. O porco-espinho é forçado a escalar para subir ou descer de árvores
quando os galhos não estão próximos uns dos outros, dizem os pesquisadores.
O animal é ativo à noite e tem
como predadores os felinos selvagens, como onças, e cachorros domésticos. Mas a
principal ameaça à espécie é a presença de seres humanos, disseram os
cientistas à Associated Press.
“As pessoas são responsáveis
pelo desmatamento e pelas queimadas nas florestas, e algumas vezes caçam eles
mesmos os porco-espinhos”, disse Pontes em entrevista à agência. Ele vem
pesquisando o pequeno trecho de Mata Atlântica preservado na região Nordeste,
principalmente nos estados de Pernambuco e Alagoas, desde 2000.
“Levando em conta a destruição
da área, em que 98% da cobertura original de Mata Atlântica no Nordeste já foi
perdida, várias espécies podem ter sido extintas antes de serem conhecidas
pelos humanos”, pondera Pontes. (Fonte: G1, 11/04/2013)
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