sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Aprovado


Pesquisa detalha animal recordista em número de patas


Cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, produziram um estudo que detalha a biologia do animal que afirmam ser aquele com o maior número de patas no planeta, da espécie lllacme plenipes. Pertencente à classe Diplopoda, o animal é um “parente” da centopeia e é encontrado nos EUA, de acordo com a pesquisa.
A anatomia e os hábitos do animal foram descritos em estudo publicado no periódico “ZooKeys”, nesta quarta-feira (14). As fêmeas da espécie chegam a ter 750 patas, e os machos, 562 patas, segundo os cientistas.
O estudo sugere que o grande número de patas é uma adaptação à vida subterrânea e que pode ser útil para que os animais subam em pedras de arenito, que costumam ser encontradas no seu habitat natural, ao sul de San Francisco, na Califórnia, nos EUA.
Os animais da classe Diplopoda, também conhecidos como milípedes, possuem dois pares de patas por segmento do corpo. O grande número de patas permite que os animais se enterrem mais facilmente, o que é usado para escapar de predadores ou alcançar alimentos, de acordo com os pesquisadores.
A espécie Illacme plenipes é pequena e rara, limitada a alguns locais próximos à cidade de San Juan Bautista, ao sul de San Francisco.
A pesquisa detalha que os animais produzem seda através de pelos corporais e que possuem antenas reforçadas, o que é incomum neste tipo de ser. Elas servem para obter informações do ambiente, já que o milípede é cego.
“Esta espécie rara é a única representante de sua família no hemisfério ocidental. Seu ‘parente’ mais próximo, da espécie Nematozonium filum, vive na África do Sul e estabeleceu relação com esta espécie há 200 milhões de anos atrás”, disse o pesquisador Paul Marek, responsável pelo estudo. (Fonte: Globo Natureza)

Grilos usam ‘remos’ nas patas para saltar de dentro da água, diz estudo


Famosos por serem grandes saltadores em terra, grilos de uma certa espécie conhecida popularmente como “pigmeu” na Europa possuem outra característica recém-descoberta, informam cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. Eles são capazes de saltar de dentro da água com o impulso das patas traseiras, usando estruturas parecidas com “remos” contidas nestes membros.
As informações são de um estudo publicado no site do periódico “Current Biology”, nesta segunda-feira (3). Para o pesquisador Malcom Burrows, um dos autores da pesquisa, os grilos “pigmeus” “resolveram a mais difícil tarefa para [conseguirem] saltar da superfície da água”.
“Para insetos pequenos, a água pode ser uma armadilha mortal. A água é viscosa e envolve o inseto, transformando-o em uma presa fácil para peixes. Os grilos deste tipo transformaram a viscosidade da água em uma vantagem e usam esta propriedade do líquido para conseguirem pular”, afirmou Burrows na pesquisa.
Por acaso – O cientista descobriu o comportamento dos insetos por acaso, enquanto estava sentado próximo a um lago na África do Sul, almoçando. Ele ouviu barulhos vindos da água e, após olhar atentamente, descobriu os insetos saltando da lagoa para o banco no qual ele estava sentado. Burrows então coletou alguns insetos e os levou para serem examinados em laboratório.
As estruturas com forma de “remo” nas patas traseiras possuem proteínas chamadas de resilina, substância que segundo o pesquisador é “muito elástica”.
Quando o inseto mergulha as estruturas com forma de “remo” na água, ele as estica com força e ele, então, as apóia em bolhas de água, empurrando-as para baixo enquanto seu corpo é projetado na direção contrária, realizando o salto.
Estudar as estruturas nas patas destes insetos pode ter resultados práticos, diz o pesquisador. Para ele, o estudo pode ajudar no futuro a projetar pequenos veículos submarinos que usem um princípio propulsão parecido, por exemplo. (Fonte: Globo Natureza, 11/11/2012)

ONU alerta para quantidade de lixo urbano produzido no mundo


A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou nesta terça, dia 6/11/2012, um alerta sobre a quantidade do lixo produzido pelas cidades em todo o mundo. De acordo como o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), os governos devem tomar medidas urgentes para evitar o que chamou de uma ameaça de “crise global de resíduos”, um problema que traria consequências não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana.
Segundo o Pnuma, todos os anos as cidades geram 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. Segundo as estimativas da agência, a quantidade de lixo deve chegar a 2,2 bilhões de toneladas até 2025. A situação é mais grave nos países de baixa renda, onde, muitas vezes, o volume de coleta do lixo não alcança sequer a metade da quantidade produzida.
Ainda segundo informações da organização, as cenas de lixos amontoados às margens de rios, queimadas a céu aberto e lixo tóxico são cada vez mais frequentes, assim como a atração de moscas e ratos em lixões. (Fonte: Portal Terra, 10/11/2012)

‘Lixo’ retirado no monte Everest é transformado em obras de arte


Uma exposição de esculturas feitas com objetos recuperados no monte Everest: este é o desafio aceito por artistas nepaleses para advertir sobre o mau estado da maior montanha do mundo após várias décadas de alpinismo.
Cilindros de gás, garrafas de oxigênio, cordas, barracas, latas de cerveja e até destroços de um helicóptero foram utilizados para a elaboração de 75 obras de arte para uma surpreendente exposição, que tem como nome “Everest 8848 Art Project”, inaugurada em um hotel luxuoso de Katmandu.
“Pensamos que ajudará a promover os artistas e contribuirá para a limpeza do Everest”, disse Kripa Rana Shahi, organizador da exposição.
Sessenta e cinco pessoas, reunidas pela Everest Summiteers Association (ESA), com sede em Katmandu, e 75 “yaks” recolheram oito toneladas de resíduos durante duas expedições organizadas durante a primavera.
Posteriormente, 15 artistas nepaleses trabalharam durante um mês.
O pintor e poeta Sunita Rana utilizou fragmentos de alumínio recuperados de latas de cerveja para criar medalhas que simbolizam a coragem dos alpinistas.
Outro artista utilizou os destroços de um helicóptero, que caiu em 1974 no Campo nº 2 do Everest quando transportava material para montanhistas italianos, para produzir uma estátua de Ganesh, o deus hindu da sabedoria, da inteligência e da prudência.
O preço das peças de arte varia de 1.500 rúpias (20 euros) a 200 mil rúpias (2.800 euros). Os artistas esperam arrecadar uma quantia suficiente para expor na região do Everest e mostrar aos alpinistas o dano ambiental provocado pelas expedições.
Quase 4. mil alpinistas escalaram o monte Everest (8.848 metros), seguindo os passos de Edmond Hillary e Tenzing Norgay, os primeiros homens a alcançar o topo da montanha em 1953. (Fonte: G1, 03/12/2012)

Exposição Brazilian Nature abre na Baviera nesta terça (04/12/2012)


Pela quinta vez na Alemanha desde 2008, a mostra Brazilian Nature – Mystery and Destiny será aberta ao público nesta terça-feira, 4 de dezembro, às 18h, na Biblioteca da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, em Eichstätt, no estado da Baviera.
Resultado de uma parceria entre a Fapesp e o Museu Botânico de Berlim, a exposição mostra o trabalho de documentação feito por Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), reunido na obra Flora brasiliensis, que 171 anos depois da publicação de seu primeiro volume permanece como o mais completo levantamento da flora brasileira.
O trabalho do naturalista alemão deu origem também ao projeto Flora Brasiliensis On-line e Revisitada, que inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
A exposição apresenta também uma comparação das imagens produzidas no século 19 com fotografias atuais de plantas e biomas, além de retratar alguns dos resultados de pesquisas realizadas no âmbito do projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo e do programa Biota-Fapesp, que reúne pesquisas sobre caracterização, conservação, recuperação e uso da biodiversidade do Estado de São Paulo.
Concebida com base nos dados provenientes desses três projetos, a exposição é composta por 37 painéis, com reproduções de imagens e ilustrações e textos explicativos.
Desde 2008, a mostra já foi vista em Berlim, Bremen, Leipizig e, em fevereiro deste ano, no Museu da Universidade de Heidelberg. Na América do Norte, a exposição já circulou por Toronto (Canadá), Washington, Cambridge e Morgantown (Estados Unidos) e está programada para ser exibida também na Espanha, nas cidades de Salamanca e Madri.
Exposição resultante de pesquisas – O projeto Flora Brasiliensis On-line e Revisitada, que corresponde à primeira parte da exposição, representa uma continuidade do trabalho de Martius, que teve seu último volume publicado em 1906, depois da morte do autor.
Em 2006, o projeto disponibilizou na internet a versão integral da obra de Martius, com 10.207 páginas com os textos das descrições das quase 23 mil espécies e as quase 4 mil ilustrações. O Flora Brasiliensis On-line e Revisitada inclui a atualização da nomenclatura utilizada no trabalho original de Martius e a inclusão de espécies descritas depois de sua publicação, com novas informações e ilustrações recentes.
O trabalho foi financiado por uma parceria entre Fapesp, Fundação Vitae e Natura Cosméticos e executado pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos. O Flora Brasiliensis On-line está disponível em http://florabrasiliensis.cria.org.br.
A segunda parte da exposição remete ao projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, iniciado em 1993 e que listou cerca de 8 mil espécies de fanerógamas, como são chamadas as plantas com flores, que representam 80% da flora paulista.
O projeto reuniu mais de 200 pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Unicamp, dos institutos Botânico, Florestal e Agronômico e do Departamento de Parques e Áreas Verdes da cidade de São Paulo. Também contribuíram pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de outros estados brasileiros e de outros países.
O terceiro elemento da exposição ultrapassa os limites da botânica e aborda a biodiversidade de forma mais geral, correspondendo ao programa BIOTA-FAPESP, que resultou na identificação e descrição de 500 novas espécies de plantas e animais e no registro de informações sobre mais de 12 mil espécies e bancos de dados com o conteúdo de 35 coleções biológicas. Os resultados do programa BIOTA-FAPESP têm sido aplicados como instrumento de preservação ambiental no Estado de São Paulo.
A exposição, que conta com o apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt e será aberta pelo reitor da univesidade, Dr. Richard Schenk, poderá ser visitada pelo público até 8 de fevereiro de 2013. Os painéis digitalizados da exposição podem ser vistos, com legendas em português, inglês e alemão, no endereço: www.fapesp.br/publicacoes/braziliannature. (Fonte: Portal Terra)

Corais enviam ‘aviso químico’ para peixes devorarem algas tóxicas


Cientistas descobriram que uma espécie de coral envia “avisos químicos” para peixes para que eles devorem algas tóxicas, que causam danos a barreiras de corais e podem ameaçar a espécie. A pesquisa, realizada pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, foi publicada no site da revista “Science” nesta quinta-feira (8).
O crescimento excessivo de certos tipos de algas é um problema para os corais e ocorre devido a várias situações, como a diminuição da população de peixes no mar e as mudanças climáticas, afirmam os cientistas.
Liberando substâncias químicas na água, os corais da espécie Acropora nasuta “recrutam” peixes de duas espécies (Gobiodon histrio e Paragobiodon enchinocephalus) que estejam próximos para que eles devorem as algas. Isso reduz danos que poderiam ocorrer às barreiras de corais, segundo a pesquisa.
A liberação da substância ocorre quando as algas entram em contato com os corais, aponta o estudo. A “contrapartida” é que os peixes tornam-se mais tóxicos, o que os ajuda a evitar ataques de predadores.
A relação é considerada mutualística e parecida com a que existe entre formigas e árvores acácias, afirmam os pesquisadores. (Fonte: Globo Natureza, 07/12/2012)



Algas deixam mar vermelho e fecham praias na Austrália


Algumas praias da Austrália foram fechadas para o público nos últimos dias devido a uma grande proliferação de algas que deixou a água do mar vermelha em alguns pontos.
A alga, conhecida como Noctiluca scintillans, não tem efeitos tóxicos, mas como contém uma alta concentração de amônia, pode irritar a pele.
Nesta terça-feira (27), a praia de Bondi Beach já estava aberta, mas banhistas evitavam chegar à área do mar que ainda estava colorida devido ao fenômeno. (Fonte: G1, 07/12/2012)


Algas em ambientes pobres em nutrientes são mais suscetíveis às mudanças climáticas


Estudos recentes indicaram que os organismos marinhos que vivem em ambientes pobres em nutrientes serão mais suscetíveis aos impactos causados pelas mudanças climáticas globais nos oceanos.
Isso porque, como teriam menor disponibilidade de nitrogênio e fósforo, entre outros nutrientes, nos lugares onde vivem, possuiriam mecanismos de resistência mais frágeis do que os que estão em áreas com maior disponibilidade desses “alimentos”. Em função disso, seriam mais vulneráveis ao aumento de até 4 graus Celsius na temperatura da água dos mares e à diminuição em até 0,6 unidade da acidez (pH) projetada para este século.
Uma série de experimentos com algas realizados por pesquisadores de cinco continentes, com a participação de seis brasileiros, corroborou essas observações. O grupo constatou que algas que ocorrem em ambientes pobres em nutrientes são mais suscetíveis às alterações de temperatura, pH e radiação ultravioleta, provocadas pelas mudanças climáticas, do que as que ocorrem em lugares com maior disponibilidade de nutrientes.
Em função disso, com o aumento da temperatura e diminuição da acidez das águas dos mares, podem ocorrer mudanças nas comunidades de algas estruturadoras de habitats, diminuindo a produtividade primária (de organismos que fazem fotossíntese). Consequentemente, a contribuição dos oceanos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas será reduzida porque as algas são algumas das principais protagonistas no sequestro de dióxido de carbono.
“Alguns estudos já haviam apontado essas hipóteses, que corroboramos agora por meio de uma série de experimentos realizados em diferentes condições”, disse Fanly Fungyi Chow Ho, pesquisadora do Laboratório de Algas Marinhas “Édison José de Paula”, do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), e uma das participantes do estudo, à Agência FAPESP.
Os experimentos foram realizados durante o 9º Workshop Internacional do Grupo de Produtividade Primária Aquática (GAP), que ocorreu no final de setembro em Málaga, na Espanha. Organizado pela Universidade de Málaga e pelo Instituto Espanhol de Oceanografia, em parceria com a Sociedade Internacional de Limnologia, o conceito do workshop foi diferente dos eventos científicos convencionais.
Em vez de apresentação de conferências, painéis e mesas-redondas, as atividades do encontro científico foram voltadas para a realização de trabalhos experimentais em campo, em tanque e em laboratório, planejados com antecedência de um ano e com o objetivo definido de entender melhor os impactos das mudanças climáticas globais sobre espécies de macro e microalgas.
Para realizar os experimentos, os cerca de 100 pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação participantes do evento foram distribuídos em quatro grupos de trabalho. Dois grupos realizaram experimentos em tanque e em campo, nas águas costeiras de Málaga, para analisar as respostas químicas e fisiológicas de macro e microalgas a condições de estresse ambiental.
Outros dois grupos – um dos quais integrados por Chow Ho – realizaram experimentos nos quais foram colocadas amostras das algas coletadas em aquários com diferentes concentrações de nutrientes e condições de temperatura, acidez da água e de radiação UV, para simular as condições que podem ocorrer no ambiente com as mudanças climáticas.
Paralelamente, foi mensurada uma série de parâmetros de respostas fisiológicas das algas a essas variações, como crescimento, capacidade de realização de fotossíntese e produção de componentes bioquímicos de interesse biotecnológico, como antioxidantes e pigmentos.
Os resultados preliminares das análises apontaram que as mudanças de acidez, da temperatura e da disponibilidade de nutrientes na água alteraram as capacidades de realizar fotossíntese, de crescimento e de produção de compostos pelas algas. Por outro lado, a diminuição da disponibilidade de nutrientes na água pode ser útil para melhorar as características fisiológicas e bioquímicas de algumas microalgas de interesse biotecnológico.
Experimentos em laboratório realizados pelos pesquisadores durante o evento com microalgas Chlorella revelaram que o crescimento da alga – usada como complemento alimentar devido ao alto poder antioxidante e muito visada como matéria-prima para o desenvolvimento de biocombustíveis e para biorremediação de águas residuais – é pouco afetado por alterações provocadas por mudanças climáticas. Além disso, a alga é capaz de acumular mais lipídeos de interesse alimentar e energético quando submetidas a baixas condições de nutrientes.
“A diminuição da quantidade de nutrientes na água pode ser benéfica para aumentar a produção de biomassa dessas microalgas”, avaliou Chow Ho, que já teve diversos projetos apoiados pela FAPESP e realiza atualmente uma pesquisa em que estuda a fisiologia integrativa de macroalgas frente a condições de estresse.
Resultados inéditos – Alguns dos resultados dos estudos colaborativos realizados pelo grupo de pesquisadores internacionais foram apresentados e discutidos no evento. Outros resultados estão em análise e deverão ser publicados em 2013 em um volume especial da revista Aquatic Biology com cerca de 15 artigos.
“Os resultados inéditos demandarão mais tempo para serem gerados porque necessitarão de uma análise mais profunda em laboratório do que a que conseguiríamos fazer ao longo de dez dias de duração do evento”, explicou Chow Ho.
Ao todo, os pesquisadores coletaram aproximadamente 9 mil amostras de algas e 10 mil dados durante o evento, que deverão ser submetidas a análises químicas, genômicas e transcriptômicas em laboratórios na Irlanda, Estados Unidos, França e Espanha durante o ano de 2013. O grupo de pesquisadores brasileiros participará das análises estatísticas e das tabulações dos resultados.
Além de Chow Ho participaram do evento e da realização dos experimentos os pesquisadores brasileiros Cristina Nassar e Rodrigo Mariath, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Bonomi Barufi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Margareth Copertino, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e Moacir Aluísio Torres, da Universidade Estadual de Santa Catarina (UESC). Barufi e Torres fizeram mestrado com Bolsa da FAPESP. (Fonte: Elton Alisson/ Agência Fapesp., 06/12/2012)

Contaminação por mercúrio dobra nos mares em cem anos, diz estudo


Uma série de nove estudos elaborados por uma equipe de 70 cientistas especializados em vida marinha indica que peixes, crustáceos e demais animais de oceanos do planeta estão cada vez mais sendo contaminados por mercúrio lançado no ar pelo homem, que acaba depositado nas águas marítimas.
Em cem anos, ao longo do século 20, a poluição na superfície dos mares pelo metal mais do que dobrou, apontam as pesquisas, publicadas em uma edição especial do periódico “Environmental Health Perspectives”, nesta segunda-feira (3).
A poluição por mercúrio é resultado de ações como mineração, queima de carvão e outros processos industriais, afirmam os cientistas. Os estudos foram realizados por pesquisadores de várias instituições, reunidos no Centro de Pesquisa Colaborativa sobre Ecossistemas, Vida Marinha e Mercúrio, sob a liderança da Universidade Dartmouth, nos EUA.
As pesquisas sugerem que o mercúrio lançado no ar acaba se depositando na água dos oceanos e em regiões costeiras, contaminando animais marinhos. Cerca de 90% do metal encontrado em mar aberto e 56% do identificado em grandes áreas de golfos têm origem no mercúrio emitido na atmosfera, que tem a ação humana como uma das origens.
“Os oceanos abrigam grandes atuns e peixes-espada, que juntos respondem por mais de 50% do mercúrio com origem marinha consumidos pela população dos EUA”, afirma a pesquisadora Elsie Sunderland, da Universidade Harvard, uma das coordenadoras dos estudos.
No Atlântico Norte, a estimativa é que “uma redução de 20% do mercúrio depositado nos oceanos após ser lançado no ar traria um declínio de 16% nos níveis do metal encontrados nos peixes da região”, diz o professor Robert Mason, da Universidade de Connecticut, que também integra as pesquisas.
Um terço de todas as emissões de mercúrio na atmosfera estão ligadas à indústria ou outros fatores humanos que poderiam ser controlados, afirmam os cientistas.
Primeira vez – “Apesar de sabermos que a maioria da contaminação das pessoas por mercúrio se dá pelo consumo de peixes marinhos, esta é a primeira vez que cientistas trabalharam juntos para sintetizar o que se sabe sobre o ‘caminho’ do metal”, ressalta a cientista Celia Chen, da Universidade Dartmouth, referindo-se ao “mapeamento” feito nos estudos.
A ideia de “mapear” o caminho do mercúrio é buscar suas “fontes para diferentes áreas do oceano, e depois rumo à cadeia alimentar, para chegar na maioria dos frutos do mar que consumimos”, afirma Chen.
A contaminação por grandes doses de mercúrio pode causar problemas neurológicos, dores de cabeça, déficit de atenção e outros efeitos, além de ser prejudicial para grávidas e poder afetar bebês em formação no útero.
A exposição ao metal é feita em grande parte pelo consumo de alimentos vindos do mar, afirma a pesquisa. Estudos recentes apontam problemas de saúde em concentrações cada vez menores do metal pesado. 
(Fonte: Globo Natureza 06/12/2012)

sábado, 11 de agosto de 2012

Acidente de Fukushima pode causar até 2.500 casos de câncer, diz estudo


A radiação proveniente da explosão da usina da Fukushima Daiichi, afetada pelo forte terremoto e tsunami que atingiram o Japão em março de 2011, pode causar entre 15 e 1.300 mortes em qualquer parte do mundo, além de 24 a 2.500 casos de câncer, sendo que a maioria poderá ocorrer em solo japonês, afirma estudo realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, dos Estados Unidos.
De acordo com pesquisa publicada nesta terça-feira (17) no jornal “Energy and Environmental Science”, as estimativas têm grandes faixas de incerteza, porém contrastam com afirmações anteriores de que a libertação de substâncias radioativas da usina não causariam efeitos graves à saúde global. É a primeira vez que os impactos à saúde por conta do desastre natural são medidos.
O desastre de Fukushima foi o pior acidente nuclear desde a explosão do reator de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Segundo o estudo, a liberação de radiação contaminou uma área chamada de “zona morta”, que reúne várias centenas de quilômetros quadrados ao redor da planta atômica. Baixos níveis de radiação foram encontrados na América do Norte e na Europa.
Mas a maior parte da radiação foi despejada no Oceano Pacífico (apenas 19% do material liberado afetou o solo), o que manteve a população relativamente menos exposta.
Análise – Os pesquisadores de Stanford utilizaram um modelo atmosférico global em 3D, desenvolvido ao longo de 20 anos de pesquisa, para estimar o transporte de material radioativo. Um modelo padrão de efeitos na saúde também foi aplicado para estimar a exposição humana ao material.
Com isso, os pesquisadores descobriram um número estimado de mortes, grande parte ocasionada pelo câncer. Pelo modelo, a maior parte dos afetados está no Japão, com efeitos notáveis na Ásia e na América do Norte. Nos Estados Unidos, por exemplo, haveriam 12 mortes devido à radiação e até 30 óbitos devido ao câncer provocado pelo contato com a radiação.
De acordo com Tem Hoeve, um dos autores do estudo, os valores são relativamente baixos em todo o mundo, o que deve gerenciar o medo do impacto do desastre em outros países. (Fonte: G1, 19/07/2012)

Toxinas de algas: riscos à saúde pública


A ocorrência de florações de algas em reservatórios utilizados para abastecimento público, tem sido muito freqüente e tem prejudicado os usos múltiplos das águas.
Em conseqüência do crescimento populacional e da produção agrícola e industrial, os corpos hídricos, têm se tornado cada vez mais eutrofizados (ricos em nutrientes), devido, principalmente, aos lançamentos de esgotos domésticos in natura, aos efluentes líquidos industriais ricos em nutrientes, carreamento de fertilizantes utilizados na lavoura e dejetos oriundos da criação de animais domésticos nas proximidades dos cursos hídricos. Como conseqüência dessa eutrofização, as águas se tornam propícias à proliferação excessiva das algas.
A ocorrência de florações de algas em reservatórios utilizados para abastecimento público, tem sido muito freqüente nestes últimos 20 anos, em todo o mundo.
O crescimento excessivo de algas em reservatórios brasileiros é uma realidade e tem prejudicado os usos múltiplos das águas. Algumas cepas de algas, em especial as do grupo cianofíceas ou cianobactérias, podem produzir toxinas altamente potentes (hepatoxinas e neurotoxinas) e podem também produzir metabólitos que causam gosto e odor, alterando as características organolépticas das águas.
Existem inúmeros trabalhos publicados que relatam mortandades de animais domésticos e selvagens, inclusive intoxicação humana, devido ao consumo de águas contendo algas tóxicas e/ou toxinas liberadas pelas florações. A presença de toxinas de cianobactérias, em águas para consumo humano implica em sérios riscos à saúde pública e por isso é importante o monitoramento ambiental da densidade algácea e dos níveis de cianotoxinas nas águas.
A problemática de algas tóxicas no Brasil ficou mais conhecida, após o incidente comprovado de intoxicação humana causada por cianotoxinas, fato ocorrido em 1996, em uma clínica de hemodiálise de Caruaru - Pernambuco, onde ocorreu a morte de cerca de 60 pacientes intoxicados com hepatotoxinas presentes na água utilizada na hemodiálise. Com o intuito de prevenir e controlar a presença de cianotoxinas na água distribuída, na última revisão da Portaria 36, do Ministério da Saúde, foram estabelecidos limites máximos permissíveis de cianotoxinas nas águas para potabilidade.
A atual Portaria 1469, do Ministério da Saúde, de 29/12/2000 estabelece como padrões para potabilidade de água, 1 mg/L para microcistinas, 3 mg/L para saxitoxina (STX), e 15 µg/L para cilindrospermopsinas.
A necessidade de monitoramento e controle de cianobactérias nas águas continentais brasileiras é uma necessidade atual, uma vez que os estudos têm confirmado a ocorrência de cianobactérias tóxicas em reservatórios utilizados para abastecimento público e lagos da maioria dos estados brasileiros.
Em 1999, profissionais da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Chile e Universidade de Sendae, do Japão, isolaram cepas da alga Cylindrospermopsis raciborkii, de represas do Estado de São Paulo, e identificaram a presença de neurotoxinas do tipo PSP (Paralytic Shelfis Toxins), com predominância de saxitoxinas e neosaxitoxinas. Essa foi a primeira evidência da presença de neurotoxinas em algas isoladas do Brasil. Esse mesmo tipo de neurotoxina (saxitoxina e neosaxitoxina) em organismos das águas continentais, foi evidenciado na alga Anabaena circinalis e em Lyngbya wolley, na América do Norte.
Neurotoxinas do tipo PSP constituem-se num grupo de toxinas classificadas como carbamatos naturais e são produzidas principalmente por dinoflagelados marinhos durante os fenômenos de maré vermelha. Essas toxinas são conhecidas pelos seus efeitos bioacumulativos em mariscos, ostras e outros crustáceos e por causarem efeitos tóxicos ao homem, um dos consumidores desses organismos.
As florações de algas tóxicas, em mananciais utilizados para abastecimento público, apresentaram, sempre, um risco potencial ao usuário da água. As toxinas são altamente solúveis em águas e passam pelo sistema de tratamento convencional.
As toxinas do tipo PSP estão entre as mais potentes, pois agem rapidamente inibindo a condução de impulsos nervosos através do bloqueio do canal de sódio das membranas celulares, causando a morte do animal por parada respiratória.
Em função da ampla ocorrência de floração de Cylindrospermopsis neurotóxica em todo o Brasil, sente-se a necessidade da implantação de métodos de análise para determinação dessas saxitoxinas nas águas.
A Bioagri Laboratórios, de Piracicaba (SP), com a consultoria de um dos maiores especialistas no assunto, Dr. Nestor Lagos, do Chile, implantou as análises de saxitoxinas em amostras de águas, de florações e de outros organismos. Com a implantação dessas análises o laboratório coloca à disposição da comunidade esse tipo de análise para atendimento à Portaria 1469, de potabilidade das águas, sendo contempladas as análises da toxicidade de florações de algas (testes com camundongos), análises de microcistinas e de saxitoxinas, descritas a seguir:

Bioensaios com florações de algas
Amostra da biomassa da floração é coletada, centrifugada, lavada, liofilizada; preparado um extrato com solução fisiológica e ultrasonificado para que ocorra a lise celular. Esse extrato é injetado intraperitonealmente em camundongos machos, em diferentes doses.
Por um período de 24 horas registra-se a mortalidade, é observado o comportamento e registrado os efeitos hepatotóxicos e neurotóxicos nos organismos teste. Geralmente, uma floração hepatotóxica ou neurotóxica causa a morte dos animais em poucas horas ou minutos. Os resultados dos testes com camundongos são expressos em DL50.
É importante ressaltar que as florações de algas tóxicas, em mananciais utilizados para abastecimento público, apresentam, sempre, um risco potencial ao usuário da água. As toxinas são altamente solúveis em águas e passam pelo sistema de tratamento convencional. Portanto, o bioensaio com a floração da água é uma ferramenta importante aos operadores de estações de tratamento de água, pois em caso de florações tóxicas, o uso de carvão ativado em pó é uma medida corretiva indispensável para a remoção de toxinas dissolvidas nas águas.
Algumas algas, podem produzir toxinas potentes e produzir metabólitos que causam gosto e odor, alterando as características organolépticas das águas.

Análises cromatográficas
As análises por cromatografia líquida (HPLC) são aplicadas para quantificar a presença de saxitoxinas e microcistinas em amostras de águas tratada e bruta, água para hemodiálise, florações de algas, amostras de moluscos e alimentos derivados de fruto do mar. Moluscos marinhos, principalmente mariscos e ostras, tem grande capacidade de bioconcentrar saxitoxinas durante o fenômeno de maré vermelha, e podem causar danos à saúde do consumidor.
A análise de microcistina tem sido feita por HPLC e também por imunoensaios.
É importante lembrar que a implantação dessas análises se faz necessário devido à sua obrigatoriedade no controle da qualidade das águas para abastecimento público, de acordo com as exigências estabelecidas na Portaria 1469, do Ministério da Saúde.


Fonte: Revista Gerenciamento Ambiental, Ano 3, Número 17, Novembro/Dezembro de 2001

A Energia Limpa que vem do mar

O tom esverdeado das águas do mar de Olinda e Recife esconde uma riqueza ainda maior que as fileiras ondulantes dos canaviais que sustentam a economia do Nordeste desde a colonização portuguesa.
Até o fim do próximo ano estará em operação, segundo anúncio empresarial, a primeira usina de produção de biodiesel e etanol, no litoral pernambucano, à base de microalgas, com aproveitamento que supera 20 vezes o do álcool extraído da cana-de-açúcar.
O uso contínuo do petróleo está prestes a esgotar suas reservas e provoca a acumulação de dióxido de cabono prejudicial ao meio ambiente, daí os esforços em toda parte para a geração de combustíveis e outras fontes de energia mediante exploração da força dos ventos, de vegetais e até de excrementos. Em vez de sujar os oceanos com os vazamentos dos poços ou dos porões de petroleiros e de se envolver em conflitos sangrentos pelo domínio das grandes reservas, como o Oriente Médio, os homens estarão voltados para atividades criativas e menos dispendiosas.
O biodiesel pode ser fabricado a partir de microalgas, substâncias microscópicas que se encontram no mar e, por se reproduzirem em elevados potenciais, submetem-se a utilização em reservatórios dotados de tecnologia criada por engenheiros austríacos e já cedida para industrialização no Brasil, sendo escolhida uma área próxima às suas mais promissoras reservas. Os especialistas são unânimes em afirmar que esse é o modo que melhor atende à demanda de combustíveis para os meios de transporte. Não são aquelas algas de aparência suja que costumam aparecer no mês de março e se estendem pelas praias para enfeiá-las, mas microrganismos dos quais só notamos a existência pela coloração esverdeada que dão ao mar.
Como a usina usará maquinário leve, movido a energia elétrica, e será abastecida por criatório de microalgas de pequena extensão e interligado diretamente, não será preciso, como na produção da cana ou da soja, empregar a forma extenuante do trabalho humano braçal. Cada unidade produtiva corresponderá a 20 usinas de álcool e o preço do combustível poderá ser muito mais barato.
Essa é uma opção bem mais sustentável, também economicamente superior à transformação energética da soja ou do milho, que exigem plantações sujeitas à periodicidade das safras e às exigências da colheita, para não falar do desvio de fontes que servem melhor à alimentação humana.
Com o litoral brasileiro imenso, desde o Amapá ao Rio Grande do Sul, não necessitaremos recorrer, como Cingapura, à técnica que usa os excrementos como fonte de energia. Os cientistas da Universidade de Nanyang inventaram vasos sanitários parecidos com os dos aviões, que eliminam fezes e urina a vácuo, lançando-as em reservatórios nos quais são conduzidos para a transformação em eletricidade e em fertilizantes. O sistema recebeu a denominação de No-Mix Vacuum Toilet e já foi aprovado para exploração comercial. Uma parte dos dejetos é recolhida nos esgotos ou nas fossas e levada para os biorreatores e a outra vai servir à fabricação de fertilizantes.
Uma vantagem suplementar desse sistema é a economia de água, pois o seu funcionamento requer 90% a menos de dispêndio do líquido que constitui hoje uma outra preocupação de escassez. As descargas nos sanitários usarão apenas 10% da água que normalmente é consumida e irão acionar o processo de transformação dos excrementos em energia limpa.
De todo modo, será cada vez mais importante evitar o desperdício de água. Não faz sentido, por exemplo, ver as barracas de praia deixando escorrer ininterruptamente água de chuveiros improvisados para atrair clientes.
São sinais, portanto, sejam as microalgas, sejam os vasos transformadores, de que a humanidade terá a oportunidade de substituir a energia poluente do carvão e do petróleo por fontes alternativas e limpas capazes de manter os índices de desenvolvimento econômico dos povos. Assim a humanidade vai em frente, menos destrutiva, mais criativa e inteligente.
Fonte: Correio Brasiliense 

Primeira usina de biodiesel de algas marinhas será instalada no Brasil


Uma usina de biocombustível à base de algas marinhas será construída no Brasil no final de 2013, o projeto de maior escala já feito no mundo e utilizará as emissões de carbono no processo de produção, informou à AFP o chefe do projeto.
A primeira “fazenda de algas” será instalada em Pernambuco (nordeste) em uma plantação de cana-de-açúcar que produz etanol.
Para que a usina de algas funcione, e produza anualmente 1,2 milhões de litros de biodiesel de algas, já testado em motores em laboratórios dos Estados Unidos e da Europa, além dos 2,2 milhões de etanol, é necessário CO2, que será retirado das chaminés da indústria que processa a cana-de-açúcar, reduzindo as emissões do gás para o meio ambiente.
“O CO2 acelera o processo de fotossíntese das algas, que têm um forte componente oleoso que produz e gera o combustível”, explicou à AFP Rafael Bianchini, diretor da subsidiária brasileira da empresa austríaca SAT, que desenvolveu o projeto.
Bianchini indicou que o objetivo é “transformar o CO2 das indústrias de um passivo para um ativo”, aproveitando a grande emissão de carbono desperdiçado na produção de etanol de cana.
“Para cada litro de etanol produzido, é liberado um quilo de CO2 para o ambiente. Vamos aproveitar este CO2 por meio de um mecanismo para alimentar a nossa fazenda”, acrescentou. Na primeira etapa do projeto, serão usados 5% das emissões da usina de cana, mas “há previsão de crescimento”.
A fazenda de algas será inaugurada no final de 2013 e custará 9,8 milhões de dólares.
“Nossa missão é tentar trabalhar e chegar a zero de carbono (capturar até 100% do CO2)”, disse ao jornal O Globo Carlos Beltrão, presidente do grupo JB, que comprou a primeira usina de algas.
Bianchini afirmou que o combustível de algas aguarda a autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Produz biodiesel a partir da cana-de-açúcar e da soja e, em menor medida, do milho, da palma, da gordura animal e até mesmo de sementes de linhaça. (Fonte: UOL, 21/07/2012)

Gafanhotos estressados pioram a qualidade do solo, diz pesquisa


O que é preciso para manter um solo saudável com boa produtividade? muitos sequer imaginaram a opção dentre tantas respostas possíveis: deixar os gafanhotos tranquilos. É que este inseto, quando estressado, pode alterar a qualidade do solo, além de emitir uma maior quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, pela decomposição.
Essa constatação foi realizada por cientistas das universidades Hebraica de Jerusalém e Yale. Segundo eles, o estresse altera a quantidade de nitrogênio no corpo dos gafanhotos, substância que o leva a comer plantas mais açucaradas e, consequentemente, afetar o estado do solo.
Os pesquisadores afirmam que um dos fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de estresse nos gafanhotos é a grande presença exagerada no seu habitat de aranhas, inimigas naturais do inseto.
Um dos líderes do estudo, Dror Halwena, da Hebraica, destaca a importância do homem não interferir na dinâmica da natureza, colocando ou retirando espécies de determinada área, visto que não se conhece todas as consequências de tal ato. (Fonte: Portal Terra, 30/07/2012)

Bactérias transgênicas evitam que inseto transmita malária, diz estudo


Cientistas americanos descobriram que bactérias geneticamente modificadas podem evitar que o mosquito transmissor da malária passe a doença adiante. Os resultados do estudo estão publicados na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).
Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Malária da Universidade Johns Hopkins, no estado de Maryland, alteraram os genes de uma espécie de bactéria chamada Pantoea agglomerans, encontrada no intestino do inseto do gênero Anopheles.
Assim, o micro-organismo começou a secretar substâncias tóxicas ao parasita da malária – protozoário dos gêneros Plasmodium falciparum (que atinge o homem) e Plasmodium berghei (comum em roedores) –, sem prejudicar o mosquito ou o ser humano, que acaba se infectando pela picada da fêmea do inseto.
Os autores dizem que o índice de redução de parasitas no Anopheles chegou a 98%. E a prevalência de mosquitos portadores desses protozoários diminuiu até 84%.
Segundo o pesquisador Marcelo Jacobs-Lorena, os cientistas já tentaram criar mosquitos transgênicos, mas essa seria uma abordagem mais simples para prevenir a contaminação.
Em todo o mundo, a malária mata mais de 800 mil pessoas por ano, muitas delas crianças. (Fonte: G1, 17/07/2012)

Golfinhos se organizam em ‘gangues’, dizem cientistas


Os golfinhos do gênero Tursiops, que inclui as espécies Tursiops truncatus e Tursiops aduncus, se organizam em “gangues”, protegendo suas fêmeas de bandos rivais e ocasionalmente “mudando de lado”, aponta um estudo realizado por cientistas na Austrália.
Conhecidas em inglês como “bottlenose dolphins”, essas espécies tiveram seus movimentos analisados por especialistas baseados na Shark Bay, no oeste da Austrália, durante cinco anos.
Os resultados indicam que eles se movem em uma área que compreende centenas de quilômetros quadrados, e geralmente encontram diversos grupos organizados.
Richard Connor, um pesquisador dos Estados Unidos que integrou a equipe, começou a estudar os golfinhos da Shark Bay ainda no início dos anos 1980.
Uma das principais características observadas na pesquisa do americano indica que os golfinhos vivem em uma “sociedade aberta”, em grupos com “um mosaico de comportamentos semelhantes”, ao invés de simplesmente se organizarem em grupos de machos que guardam um território específico.
O fato de os golfinhos migrarem em “gangues”, e frequentemente encontrarem rivais, mostra o elevado grau de inteligência destas espécies, já que, ao se depararem com outros grupos, precisam decidir como se portar.
Três tipos de alianças – Na região de Shark Bay, a solução encontrada pelos golfinhos foi a divisão em três diferentes tipos de alianças que os mantêm unidos.
A primeira se manifesta em duplas ou trios que trabalham juntos para capturar e manter fêmeas férteis. “Essas parcerias podem durar mais de um mês”, diz Richard Connor.
No segundo tipo, os animais formam “equipes” de quatro a 14 machos que organizam ataques contra outros bandos para roubar suas fêmeas, ou para se defender de ataques rivais.
Já no terceiro tipo de aliança, os golfinhos mantêm “relações amigáveis” entre os grupos dominantes, unindo forças para formar “exércitos de golfinhos” e trabalhando juntos para resguardar suas fêmeas diante de potenciais ataques de grandes grupos rivais.
Evolução – Connor afirmou à BBC que um animal precisa ser “incrivelmente inteligente” para formar este tipo de sociedade em que grupos encontram outros grupos e devem decidir se os considerarão rivais ou aliados.
“A principal ideia para a evolução de cérebros realmente grandes é que o processo é guiado por relações sociais complexas”, diz o pesquisador.
Além da decisão inicial de atacar ou se unir, os golfinhos de Shark Bay podem decidir até “mudar de lado”, movendo-se de um grupo para outro ou retornando ao de origem.
De acordo com os cientistas que estudam estas espécies, somente os golfinhos de Shark Bay e os seres humanos conseguem produzir sociedades com estes níveis múltiplos de alianças entre machos.
Nichola Quick, da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade de St. Andrews, diz que compreender como os animais gerenciam suas redes de interação social é algo crucial para “realmente entender seu comportamento”.
“Se, por exemplo, estivermos interessados nos impactos da atividade [humana] nos animais”, afirmou, “só podemos realmente dizer se houve um impacto se soubermos o que os animais fazem “normalmente’”. (Fonte: G1, 29/03/2012)

MMA lança manual de resíduos sólidos


O Ministério do Meio Ambiente lança (MMA), lançou em 27/03/12, em parceria com o Conselho Internacional de Iniciativas Locais Ambientais (ICLEI Brasil) e Embaixada Britânica, a publicação Planos de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação. O lançamento acontecerá na abertura oficial do I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável: pequenos negócios, qualidade urbana e erradicação da miséria, evento organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos.
Além da publicação, será oferecido curso de ensino a distância. Baseado no manual, de forma simples e didática, tem como finalidade colaborar com cidades e estados no processo de elaboração dos planos de gestão de resíduos sólidos e, portanto, na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. O evento acontecerá às 19h, no Centro de Convenções Brasil 21 e contará com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do embaixador britânico no Brasil, Alan Charlton, e da a secretária Executiva Regional do ICLEI para a América do Sul, Florence Laloë.
A publicação sugere passos metodológicos que garantem participação e controle social e que busquem o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ela faz parte da coleção Apoiando a Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos: do Nacional ao Local. O curso de ensino a distância, que terá as inscrições para a primeira turma abertas durante o evento, abordará o conteúdo do manual.
Fortalecimento – Essas ferramentas fazem parte do programa de capacitação do Projeto GeRes – Gestão de Resíduos Sólidos, iniciativa do MMA que vem contribuindo com estados e municípios, na implementação da PNRS, promovendo o fortalecimento institucional através da capacitação técnica dos tomadores de decisão e gestores públicos envolvidos na elaboração dos planos. O GeRes soma-se ao movimento nacional de transformação do cenário e padrões de produção, tratamento e destinação dos resíduos sólidos no Brasil, a fim de encontrar soluções sustentáveis e permanentes, otimizando a gestão e contribuindo para uma economia verde, de baixo carbono e inclusiva.
Os prazos estão definidos por lei. Após agosto de 2012, estados e municípios que não tiverem seus planos não poderão mais acessar os recursos da União. Após agosto de 2014, os lixões deverão estar encerrados e os aterros sanitários só poderão receber os rejeitos (resíduos sem capacidade de aproveitamento). As coletas seletivas dos diversos resíduos são agora obrigatórias e devem ser responsabilidade compartilhada entre o poder público e o setor privado envolvido em todo o ciclo de vida dos materiais.
Após esse lançamento, o projeto iniciará algumas fases de treinamento aos gestores públicos. A meta é ter, até julho de 2012, dois Estados e dois consórcios municipais com seus planos de resíduos sólidos desenvolvidos, de acordo com a Política Nacional de Resíduos sólidos; capacitar, pelo menos, 2 mil servidores públicos de todo o Brasil, disseminando conhecimento sobre a gestão de resíduos sólidos e tecnologias disponíveis por meio de publicações, cursos à distância e encontros presenciais, entre outros. Ao término do evento, o manual de orientação estará disponível no site do Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br. (Fonte: MMA)

MT concentra 82% do desmate nas terras indígenas da Amazônia Legal


Cinco por cento de todos os desmates registrados entre janeiro a abril deste ano na Amazônia Legal brasileira ocorreram dentro das Terras Indígenas (Tis) brasileiras. Ao todo, 14 quilômetros quadrados de floresta foram derrubados frente a um universo total de 269 quilômetros quadrados no período, conforme indicou o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Mato Grosso, Rondônia e Pará são os campeões em ocorrências desta natureza.
Somente a unidade mato-grossense, que possui 12 milhões de hectares em Terras Indígenas, foi responsável pela derrubada de 11,5 km² da floresta dentro das áreas preservadas, correspondendo a 82% de todas as situações verificadas em TIs neste primeiro quadrimestre. A realidade que coloca o estado na posição de número um no ranking brasileiro.
Segundo mapeou o Imazon, a reserva Manoki no município de Brasnorte, a 580 quilômetros de Cuiabá, apareceu como a primeira em desmates: a destruição atingiu 7,9 km² em fevereiro (maior do mês dentre demais estados) e 1,8 km² em abril (também líder em casos). Sozinha, a terra concentrou quase 10 km².
A devastação da floresta também foi verificada em outras terras, especialmente em fevereiro. É o caso da Terena Gleba Iriri, cuja derrubada somou 0,7 km², seguido pela reserva Apiacá-Kayabi com 0,6 km² e Batelão com 0,5 km².
Regularização fundiária – Para o coordenador-geral da Operação Amazônia Nativa (Opan), Ivar Busatto, os desmates verificados em TIs têm colocado em cheque duas realidades: a demora nos processos de regularização fundiária no Brasil, além da corrida desenfreada pela compensação das benfeitorias realizadas na terra.
“Não conheço no Brasil nenhum processo que tenha sido regularizado em menos de dez anos. Como a legislação não prevê o pagamento da terra, apenas uma indenização pelas benfeitorias que estão em cima das áreas, quem tem um lote, uma área que está sendo pleiteada como TI procura fazer mais desmate para mostrar que houve investimento na região”, pontou, em entrevista ao G1.
Índios denunciam – Para o ambientalista, os desmates são realizados, em sua maioria, por posseiros ou proprietários de áreas que estão sendo pleiteadas na Justiça como território indígena. Busatto explica que denúncias relatando o avanço da destruição das reservas no estado já foram feitas por índios das comunidades como a Manoki, no noroeste do estado. Conforme a Opan, a terra está demarcada desde 2008, foi declarada em 2003, identificada em 2001 e formalmente reivindicada pelos indígenas desde 1992. Agora, a área protegida soma 251 mil hectares, onde vivem cerca de 500 índios.
Em outubro de 2011, um relatório elaborado pela Opan mostrou os impactos da destruição do território dentro da reserva. O documento foi entregue à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, com o objetivo de buscar mais celeridade para os processos de regularização. Na época, indígenas denunciaram que 20% da TI já tinham sido destruídos pela prática ilegal de atividades como pesca predatória, assoreamento de rios, destruição de matas ciliares. “É uma corrida para retirada da madeira e de outros recursos naturais”, frisou o coordenador da Opan.
Fiscalização – Em Mato Grosso, a superintendente do Ibama, Cibele Xavier Ribeiro, diz que o órgão tem acompanhado o avanço do desmatamento e que ocorrências dentro de TIs são monitoradas pelo órgão. No entanto, a dificuldade é chegar à origem dos desmates e identificar os reais causadores dos danos na floresta.
As terras indígenas foram colocadas na lista de prioritárias em ações de monitoramento, ao lado das unidades de conservação e assentamentos da reforma agrária. “Temos focado nossas ações prioritárias nestes locais, primeiramente com serviços de inteligência com informações para saber se as terras estão sofrendo ações de comunidades externas ou indígenas”, citou Cibele.
Mas casos em que a própria comunidade foi flagrada contribuindo com os desmates também foram flagrados no estado, a exemplo de anos anteriores, lembra a superintendente. Mas entre janeiro a abril situações como esta não foram registradas, segundo Cibele Ribeiro.
A própria comunidade indígena tem sido ‘recrutada’ para auxiliar os órgãos de defesa ambiental na preservação da floresta. “Trabalhamos com a formação de agentes comunitários indígenas. São facilitadores para que as informações cheguem de forma mais rápida. Mas é preciso fortalecer essa relação”, expressou a superintendente.
Outros estados – Se em Mato Grosso o desmatamento em Terras Indígenas atingiu 11,5 km² entre janeiro a abril, no estado vizinho de Rondônia – a segunda na Amazônia – somou 1,7 km², seguida pelo Pará, com 0,5 km². (Fonte: Leandro J. Nascimento/ G1, 22/05/2012)

Evolução dos pássaros encerrou era dos insetos gigantes, diz estudo


Um novo estudo da Universidade da Califórnia sugere que a evolução dos pássaros foi determinante para o fim da era dos insetos gigantes na Terra. Segundo os cientistas, a época em que as aves começaram a estabelecer seu lugar nos céus é a mesma na qual os insetos grandalhões perderam espaço, há 150 milhões de anos. A pesquisa foi divulgada nesta semana na edição online da revista científica “PNAS”, da Academia Americana de Ciências.
Insetos gigantes viveram nos céus pré-históricos em uma época em que a atmosfera da Terra era rica em oxigênio. Pesquisas anteriores já tinham sugerido que o tamanho dos insetos tinha relação com altas concentrações de oxigênio – cerca de 30%, comparada aos atuais 21%, em média.
Há 300 milhões de anos, os insetos gigantes chegaram ao maior tamanho já documentado: 70 centímetros.
Mas à medida que os pássaros surgiram, os insetos se tornaram menores mesmo com o aumento de oxigênio na atmosfera, diz a pesquisa.
Segundo o autor do estudo, Matthew Clapham, professor de Terra e Ciências Planetárias da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, com os pássaros predatórios na ‘cola’, necessidade de ter mais mobilidade foi a base da evolução do voo desses insetos, favorecendo o tamanho mais reduzido do corpo.
A equipe da Clapham comparou o tamanho das asas de mais de 10.500 fósseis de insetos com níveis de oxigênio do planeta em centenas de milhares de anos.
O pesquisador enfatiza, no entanto, que o estudo focou as mudanças a partir dos maiores insetos já conhecidos.
“Em torno do final do período Jurássico e início do Cretáceo, cerca de 150 milhões de anos atrás, de repente o nível de oxigênio sobe, mas o tamanho do inseto diminui. E isso coincide de forma impressionante com a evolução dos pássaros”, diz Clapham. (Fonte: G1, 06/06/2012)